30 novembro 2012

Princesa sem Reino, que pensais vós da época festiva que começa em breve?

É mais ou menos isto. 
Mas sem cerveja, mata-ratos ou carrascão, que sou moça de pedigree.
Joy to the world!!!

Mas depois...

"A rotina é algo que mói e destrói se lhe prestarmos muita atenção.. Nos filmes e séries não aparece muito porque normalmente há uma história.. Mas aposto que mesmo o Castle e a Beckett teriam dias rotineiros em que nada se passa, se fossem reais.. O truque é não nos deixarmos envolver demasiado.. Prestar atenção aos detalhes e encontrar uma coisa diferente todos os dias.. O Sebastião nunca há de aparecer.  Ele já cá esta, a pedir para o encontrarmos nas coisas que já temos.. Coisas fabulosas e mirabolantes só acontecem mesmo na ficção, ou então muito esporadicamente. O truque é saber encontrá-lo e não esperar que ele venha.. O gajo desapareceu há uma porrada de anos e segundo dizem, era gay.. Deixa-o estar sossegado... O quinto império também me parece que não vem a tempo do 21 de Dezembro.. Sabes, deparei-me com o dilema da rotina andava no 6º ano.. De como ela limita a nossa vida.. Lembro-me de comentar com um colega que acho que não percebeu e me começou a dar gozo. Desenhei dois triângulos unidos por um vértice.. Basicamente semelhante ao símbolo do infinito, mas com 2 triângulos em vez de círculos. Isto representa a rotina. Ela, à semelhança do infinito, é eterna, mas não tem se ser feita sem cantos.. Os vértices dos triângulos representam as fugas à rotina, ou os pequenos detalhes que apesar de estarem sempre presentes, são sempre diferentes.. Ela é real, existe, mas os vértices somos nos que escolhemos onde os pomos.." 
E no fundo, é isto, nada mais. E é assim que se cuidam as Túlipas... 

Por enquanto...

 
Queria ir-me embora. Fazer as malas. Guardar tudo o que me é realmente importante nelas e partir. Pegar neles todos e sair daqui. Partir para um outro local onde mais oportunidades sorrissem. Onde a austeridade não fosse o prato de manhã à noite, enfiado pelas goelas abaixo sem tempero e onde não me violassem os sonhos. Queria ir-me embora para um sítio onde as pessoas não fossem tão amargas, onde as pessoas ainda soubessem sorrir, mesmo que a tristeza as consuma por dentro. Onde o fado não fosse essa estranha forma de vida. 
Mas e depois? Bem, depois o Sol iria brilhar na mesma, o Rio correria na mesma para o Mar. Mas o Sol não me aqueceria tanto como aqui, nem o Mar seria tão revolto aos meus olhos em tardes de Inverno. Por isso (mas não só) fico enquanto vou ficando, mas com a certeza de que não irei ficar ad eternum à espera do Dom Sebastião das cuecas rotas. Partir, ainda não é opção... Just for now... 

Bom dia!

Oh baby dont you know I suffer? 
Oh baby can you hear me moan? 
You caught me under false pretenses 
How long before you let me go? 
You set my soul alight 
You set my soul alight 
(You set my soul alight) 
Glaciers melting in the dead of night 
And the superstars sucked into the supermassive 
(...)

Vamos?  

Ah, Sexta feira... (15 aos 30)

A inocência dos seus 15 meses. A capacidade de ainda se maravilhar com os pequenos grandes nadas que a rodeiam. O Mundo é agora o grande laboratório das suas experiências. Conhece-o Piquena, saboreia-o, vive-o em ti, pelos teus olhos, pelas tuas pequenas mãos. Mas aprende, também, que apesar de toda a rosa ter espinhos, o seu odor não será nunca menos inebriante, menos apelativo. Mas lembra-te dos espinhos, não os deixes entrar sob a tua pele. Andar, correr, explorar, cada vez mais depressa, mas com uma necessidade enorme de trabalhar a parte da travagem, menos Fiitipaldi Francisca, até que não seria mau. Doce e arisca, tem tanto de doce como de arisca A Menina dos meus olhos. Lembra-me o dia em que nasceu, de um sol doce de Verão, refrescado por um aguaceiro. Antíteses que se aprendem a amar e que se entranham em nós. 
E o tempo passa. E ela cresce. E eu cresço com ela, enquanto pessoa e enquanto Mãe. E peço, nem sei muito bem a quem, que não perca tão cedo (ess)a inocência que traz nos olhos, nos mimos desajeitados, nessa capacidade de se maravilhar com o que o dia (lhe) traz no leito. Sei que dor e desilusão também existirão na sua vida, que ninguém vive verdadeiramente sem provar o seu travo amargo. Mas que demorem a roubar-lhe a inocência, que demorem muito... por favor. E peço que nunca, nunca perca a capacidade de sorrir tão abertamente. 
E nesta Sexta 30, são 15. 

29 novembro 2012

...


De saudades (também) se fazem os dias...

Fazem-me falta, de verdade. Fazem-me falta os meus cúmplices de tropelias. Faz-me falta olhar across the room e saber que nos estamos a rir da mesma coisa.Que aquele sorriso atravessado ou aberto é isto ou aquilo. Ou que estamos a pensar na mesma coisa, regra geral, asneira. Sem ser preciso dizer, explicar, dissecar, analisar. Fazem-me falta. De verdade. O Inz, o Sid, a Babe, as Bacas, o Matt. E outros. Espalhados de Norte a Sul, espalhados por fusos horários diferentes, por diferentes latitudes e longitudes. Fazem-me falta. De verdade. Saber que se aparecer de manhã com aquela cara, ninguém abre a boca e procura descobrir a ferida. Porque sabem que choro. E sabem que eu não gosto de chorar, muito menos em público. E sabem que eu gosto de Sextas e odeio Segundas. E que bebo café a mais mas que não adianta, sou assim. E sabem que eu estou aqui. Longe, mas pertinho.  
Gosto de vocês. Vocês sabem, mesmo que não o diga muito. Fazem-me falta. De verdade. 

E eu, cheia de boas intenções...

 
Comprei um biberão (ou biberon, ou biberone ou _fill the gap_. Whatever...) novo. Todo giro, todo colorido, todo com animaizinhos. Que são nossos amigos e aprende a respeitá-los Piquena. Aprende de piquena que, quem não é bom para os animais. também não o é para as pessoas. Todo fofo, todo grande, enche o bandulho criatura que o teu Avô diz que estás mui enfezadinha. Logo ele, o homem da Extrema Unção aos 3 dias de vida. 
A intenção até que era boa. O problema? Francisca, pastelona já de si que a genética matinal corre-lhe no sangue, demora agora o quádruplo do tempo a beber o leite de manhã. Porquê? Porque Francisca agora aponta para os animaizinhos (que são nossos amigos Piquena, respeita-os) e repete o som de cada um. Ou aponta e espera que a Mãe muja. Ou que a Mãe solte um balido. 
Coisa séria estas minhas manhãs em que gano de atrasada e mujo para a convencer que a vaquinha faz Múuuu. Mas bebe o leite Piquena, bebe o leite... 

28 novembro 2012

Talvez quando crescer...

... seja capaz de perceber a necessidade de fama, a crème de la crème do "falem bem ou falem mal, mas falem, look at me, look at me, damn look at me". A capacidade humana de se expor brutalmente. Para quê? Para obter os 5 minutos de fama? Para o aplauso dos pares? Para sentir que, afinal, até que a vida faz algum sentido?  Não gosto. De fama, da spotlight, do centro das atenções. Respeito quem goste. Mas não percebo. Nem quero... nem mesmo quando crescer. 

Amor, curiosidade...

Estar fechada em casa faz-me mal. Não sei quando isso aconteceu, mas sinto que uma certa loucura insana se apodera de mim nos dias em que somente divago de divisão em divisão. As mesmas paredes, os mesmos quadros. Piquena corre atrás dos gatos,  piquena procura a Mofli para disputarem o Leãozinho, piquena explora os veios da madeira, piquena vive (agora) os seus dias sôfrega de beber o Mundo que o meu regaço (já) não alcança, mas ao qual voltará sempre, uma e outra vez, em busca de conforto quando o mundo lhe parecer ao contrário. 
Descansei os olhos nas estantes de uma dessas divisões por onde desperdiço (o meu) tempo enquanto a Francisca ainda dormia. Descobri-o num cantinho, escondido por entre livros pesados de encadernações apelativas, de letras douradas, de porte imponente. Há muitos anos atrás, encontrei-o numa qualquer livraria e o título pedia que o trouxesse para casa. Devorei-o. Ao revê-lo, lembrei-me do porquê de tanto me ter marcado. Em mim, há também um bocadinho de cada uma daquelas irmãs, talvez mais de uma que das restantes duas. Todas mulheres de vidas incompletas, mas sobretudo, Mulheres de paixões... 

27 novembro 2012

Coisas românticas que Mêhóme me declama...

...após subir dois andares a acartar lenha e a deitar os bofes pela boca: 
" -Porra pá, comes mais lenha que um castor..." 

Porque às vezes me esqueço de agradecer...

... à Natureza, por me ter dado a possibilidade e a alegria incomparável de gerar uma Vida sem intervenção da Ciência e da Medicina. 
Aos casais que passam por toda a dor que a Infertilidade gera, deixo aqui o meu sincero carinho e força. E desejo que, de uma maneira ou de outra, a Maternidade a Parentalidade sejam um dia a realidade que tanto anseiam, independentemente do caminho que escolhem. Seja ele o recurso às FIVs, a qualquer outra técnica de reprodução medicamente assistida ou mesmo à adopção. Testemunhos que me fizeram parar, pensar e agradecer, aqui.

Uma mão tira, a outra dá...

Troca roupa. Limpa vomitado. Limpa criança. Limpa Mãe. Dá chá. Dá pão. Troca roupa. Limpa vomitado. Limpa criança. Limpa Mãe. Repete all over again que é para não esquecer. E depois... depois tocam-me à campainha. Leis da compensação do Universo, em que se leva com vomitado o dia inteiro mas se está em casa para acolher Os sapatos. 
(Mêhóme, se me der o abafo nos entretantos, já sabes o que o diabo quer que eu leve calçado, ok? )

And I burn...

Ouvi-a ontem, por acaso, enquanto esperava que o EndNote não fosse the ultimate nail in the coffin para os meus nervos. I'm reading old letters/ I thought it would be better. Lembrei-me das minhas cartas antigas. Tive um namorado que me escrevia uma carta todos os dias. Longa, melada, com uma caligrafia retorcida. You said that you loved me/ You wrote it down. O meu primeiro namorado digno de assim ser chamado. Tinha nome de santo mas pecava a cada oportunidade. Roubava-me beijos descaradamente. My body is weak/ And if my body is sick/ I don't want to get out/ I don't want to stay at home (I don't wanna be alone). Às escondidas de um Professor Pai do outro lado do vidro do Polivalente. I don't want to burn them/ I don't want to read them. Não foi amor eterno. Mesmo assim, durou aí uns 2 anos. Depois, cada um foi à sua vida. Eu queimei as cartas com a dignidade que lhes devia, encharcando-as em álcool e ficando a ver aquela chama azulada a consumir aquelas palavras ali perdidas, sem o fogo de outrora. Old letters/I don't want to read them. Meses mais tarde, soube que começou a namorar com quem fora a minha confidente das parvoíces da idade, das borboletas na barriga, das mãos que tremiam, da vertigem a cada beijo. Estiveram anos, muitos anos juntos. 10? 15? Por aí... Separaram-se há meses. E ao ouvir esta música lembrei-me deles. E senti tristeza por todos os anos e  por todas as cartas que partilharam não terem sido eternas. Extinto. Terminado. But I do/ And I burn/ For you... 

26 novembro 2012

...


E dress code para "isso"?

Mango 
E depois, até que era rapariga para me meter em passagens de anos xpto e coisinhas e assadas só para ter desculpa de botar um destes dois no pelo. Mas depois lembro-me que acabo sempre no mesmo estado, para o qual o outefite não é condição sinequanone e  olha, passa-me. 

Agora sim, Bom dia!


(...) 
floating with you seems to be so easy
so come on you better act fast, or swim slow. 
Winter's coming to this town
and my pool is closing down, for you.
On the surface it looks bright and clear
but deep down there's room for all my fears
melting slowly, as you go 
I'm not waiting for another swimmer
life's an ocean for a diving dreamer
so come on you better act fast, or swim slow... 
(...)

Dear Monday...


... estou capaz de matar por café. Nas veias... 

E era tudo muito bom...

... e mesmo que vivido na pressa do tic-tac-doc, é sempre bom. Recarrega forças para rumar a Sul, de novo
No tic-tac-doc dos dias, ficam as memórias de dias (e noites) assim...  

23 novembro 2012

Coisas que me fazem por som no tâfone...

Crias vomitantes e pneus de carro furados... 
Podiam ser em separado, mas juntas dá mais "emoçón" ao começo do fim de semana... 
Arghhhh!

Coisas que eu gosto e não me levam à falência...

Chalada de todo, mas por este chá em particular. Dessa loja onde me perco e de onde quero tudo e mais um par de botas. E à qual, como verdadeira Farm Barbie, irei nesta ida À Cidade... 

Ah, sexta-feira...

 
A luz sombria e tímida dA Cidade faz-me falta. Acende em mim um fogo bom, quente. A sensação de ser acolhida de novo no colo que me viu nascer. A cada rua por onde passo, encontro memórias. A última Queima das Fitas, a primeira saída à noite, o primeiro beijo. As saídas com elas, as aventuras trocadas, o álcool tão doce nas veias que, por momentos, se esquecia de quem era e se deixava levar nesse sussurrar. 
Podemos viver em todo o lado, a condição humana assim o permite. Mas nem todos os sítios conseguem viver em nós, entranhar-se na pele. E o pulsar do meu coração, pulsa com a luz dA Cidade para onde regresso hoje. Por pouco tempo, mas tempo bom... 
Bom fim de semana! 

...


... (sem palavras)


No trânsito de Lisboa e a caminho de mais um dia de trabalho, faço mentalmente a lista de colegas e amigos cientistas que emigraram nos últimos anos. Somo uns quantos e sei que serão mais em breve. Como em qualquer outra área, sempre houve gente a emigrar em busca de melhores oportunidades. Dizem uns que até é bom porque aprendem lá fora e a maioria irá voltar. Concordo com a primeira parte, é bom aprender lá fora. Duvido da segunda; a maioria que vai, hoje mais do que nunca, não volta tão cedo, simplesmente não pode.
É gente qualificada que parte. E é Portugal que mais perde. Falo principalmente de jovens outrora bolseiros de investigação científica. O país investiu nestes jovens, através de um ensino superior de qualidade (sim, ainda há ensino superior de qualidade em Portugal) e de bolsas de formação avançada, tudo isto num esforço digno de registo na última década. E esta gente não é ingrata com o país, mas, graças às idiossincrasias da própria natureza, precisam de comer e ter um tecto.
Bolseiros de investigação, de doutoramento, de pós-doutoramento deparam-se hoje com atropelos à sua dignidade. Presos num contrato que exige exclusividade, são os primeiros a sofrer as consequências da instabilidade no financiamento, atrasos na gestão de processos e nas transferências de verbas para as instituições. Falta liquidez? Não faz mal, atrasam-se os pagamentos aos bolseiros e, de preferência, sem avisar. As instituições e o Governo refutam responsabilidades e, enquanto isto, estes jovens adultos e com rendas para pagar desesperam. Nada podem fazer, é a exclusividade patente no contrato que os impede de considerar qualquer outra hipótese viável e imediata de rendimento. Ninguém os ouve. Não há amor à ciência que resista assim. E não importa a justificação oficial, porque ela não serve como talão de desconto no supermercado. A responsabilidade não é de um, é de todo um sistema que falha, agora quando todos mais precisam.
E quando até há pouco o tempo os “felizardos” bolseiros podiam contar com o apoio da família para sobreviver nos meses sem bolsa; agora nem isso lhes vale. A família já não pode ajudar. Alguém lhes disse que viveram acima das suas possibilidades e por isso foram-lhes cortados salários e aumentados os impostos.
Defende-se hoje um modelo de financiamento da ciência de excelência. Não poderia estar mais de acordo. Mas na base de sustentação dessa tão almejada excelência está o trabalho científico de base, que, não sendo outstanding como gosta de se dizer, não deixa de ser fundamental. Ora esse trabalho científico fundamental é, frequentemente, suportado por bolseiros de investigação em formato de “formação avançada subsidiada”. Na realidade, esses bolseiros somam no seu currículo uma “avançada” lista de bolsas ao longo de anos, espaçadas por meses em que nada recebem enquanto esperam pelo início de um qualquer novo projecto.
Este modelo de prestação de trabalho científico fundamental precisa ser reformulado e integrado numa visão estratégica de futuro científico sustentável e sustentado em Portugal. Um desafio para a ciência portuguesa e, reconhecendo dificuldades que o país enfrenta, é o de não confundir excelência com elite. É que o trabalho científico de excelência não se reflecte necessariamente em publicações em revistas científicas internacionais.
Por outras palavras, há ciência de excelência que escapa na malha dos indicadores científicos tradicionais utilizados pelos painéis de avaliação. A cegueira do publish or perish (publica ou desapareces, numa tradução livre), se desenraizada da especificidade de cada ramo da ciência, conduzirá à extinção de áreas da ciência fundamentais para o desenvolvimento do país. A consequência é a já visível fuga para outros países de toda uma geração de gente qualificada. Outros países, como a Alemanha, agradecem.
Os números da OCDE indicam um acréscimo de emigração por parte de portugueses com formação superior. A OCDE suspeita ainda de que os dados sobre Portugal como país de origem estejam subestimados relativamente ao fluxo real de emigração. No caso dos jovens investigadores, não custa imaginar porquê. Como se contabiliza a emigração de cientistas em regimes precários? Como pode o país contabilizar a fuga destes cérebros? Assim de repente, contabilizo sete jovens em fuga nos últimos dois anos só no meu pequeno grupo de colegas que não ultrapassa a vintena.
Imersa nestes pensamentos, ouço a canção Boa Sorte (Vanessa da Mata/ Ben Harper). Nunca como hoje a letra fez tanto sentido para mim, fala de uma despedida entre gente jovem e capaz e do seu país que já mais não os pode segurar. “É só isso/ não tem mais jeito/acabou, boa sorte (…)/tudo o que quer de mim/irreais/expectativas/desleais(…).” 

22 novembro 2012

Mas os blogues das "outras" são, o arquétipo da perfeição...

Este estaminé é meu, "sou eu". Diz quem associa o nome à cara. Poucos, que é o que se quer. 
E eu? Bem, eu acordo despenteada, praguejo de manhã, penso muitas vezes no que ando a fazer da vida e nunca chego a uma conclusão, não faço listas de nada e esqueço-me de tudo, como da chave do carro na ignição, das chaves dentro de casa, do nome daquele que passou. Eu acho um desperdício gastar um ordenado em roupa de crianças que se remelam no chão, que brincam e se sujam e fazem jabardice à hora da refeição porque são crianças porra, são crianças. E eu? Bem, eu tenho dias que não me suporto, dias que não suporto o mundo, dias que o quero abraçar de uma só vez e beijá-lo amargamente, perdida em doçuras proibidas. E eu? Bem, eu fico feliz quando vejo que ainda há sopa para a piquena, que saí de casa sem uma malha nas meias, que ainda há restos para o jantar da noite. E eu? Bem, eu apetece-me fustigar-me numa esquina quando a piquena passa a noite a choramingar e eu tenho de atravessar o corredor no frio da madrugada e acalmá-la sem dar meia dúzia de gritos, que não se me dá para os delicodoces nesses cenários. Ela não é perfeita e eu gosto dela assim. Eu não faço bolos, mas como com verdadeiro agrado os que me dão. Eu não gosto do Natal, não gosto de enfeites de Natal, não gosto de músicas de Natal, não gosto de doces de Natal, não gosto de Árvores de Natal e pondero este ano nem fazer semelhante, que não me apetece ver dois gatos, uma micro canina e criancinha a treparem por ela acima e a comer as luzes que seriam do chenês. 
E eu? Bem, eu sou assim. Aqui não há espaço para a perfeição. Há espaço, muito espaço, para viver... 

Uma "lade" na mesa...


Entre mortos e feridos...

... alguém há-de escapar, coisa que a minha Avó sempre disse na saúde e na doença, mesmo que a situação fosse um velório, o que resultava num cenário muito caricato. Isso e quando me dava para chorar qual Maria Madalena o: "Chora, chora minha filha. Quanto mais choras, menos...". Não que me dê para chorar ultimamente, mas se desse, seria bem aplicado. É o one size fits all das pérolas ... 
Maneiras que entre o meu part-time de fazer pedras preciosas de Ca2+ e enfiar uns drunfes  get-high-life-is-on-pinkish-shades no sistema, a vida volta ao normal. Porque quem manda "aqui", ainda sou eu... 
Bom dia!!! 

Bom dia... (ah, os drunfes)...

Nobody does it better 
Makes me feel sad for the rest 
Nobody does it half as good as you 
Baby, you're the best 
I wasn't lookin' but somehow you found me 
I tried to hide from your love light 
But like heaven above me 
The spy who loved me 
Is keepin' all my secrets safe tonight

21 novembro 2012

Tão natural como a sua sede...

Quando a minha Mãe dizia tal, achava que era uma estupidez pegada. Agora, dou por mim na mesma linha de pensamento. M e d o.... 
Mas pronto, deixa-me lá ir arrumar a casa que amanhã é dia de empregada...

Quem te avisa...

... rim direito fofinho... Inútil...

Perguntai: Princesa sem Reino, curtiu a night?

Então não? Foi sempre a bombar. Acho que sempre tive o sonho de sair de casa à uma da manhã, ceguinha da vida e cerrar as mandíbulas, para me enfiar no hospital do Burgo. E olha, foi tudo com que sempre sonhei. Vá, fui muito bem tratadinha sim senhor, como uma verdadeira Princesa, não esta dada ao proletariado. Maneiras que após pica no rabo, pica na mão (olhe que coisa gira, veja aqui, está a ver? Não santa, não vejo nada. Nem a porta vejo de dores quanto mais o pichebeque de pedra que produzo com certificado de qualidade), soro de medicação get high, get well e o mundo voltou a estar no seu devido lugar, enquanto fazia campeonato de boca-aberta-baba-estou-toda-comida com o velhinho que tombava do cadeirão ao lado. Ainda tive tempo e capacidade para explicar ao Sôr Enfermeiro que sendo ele daqui, desta terra do inferno, e eu nascida e criada em terras D'ouro, era impossível ele conhecer-me, que nem da escola nem da faculdade. Fui ainda  evangelizada por um outro hóme, de meia idade diria, que me falou sobre deus e jesus e djasus e as invejas do belzebu que sobre mim caíam e que ai pobrezinha não te esmoreças (oh amigo eu não tive dores de parto não sei se esta merda dói mais ou menos, mas segundo o que dizem é muito semelhante... Dói para baralho, 'tá?) e que hoje iria estar fina. 
Pois que não estou, estou mas é bem deitadinha, com uma botijinha feshione de água nas costas e bem quietinha. Se estiver quietinha, não dói tanto. Ou pelo menos, desde pequena que me convenço disso. Tenho a corte da animália a meus pés, os drunfes na mesa de cabeceira e muito disparate non-sense na cabeça, ajudado pelas maravilhas farmacêuticas. Quase um dia normal... 

...


20 novembro 2012

Alguém normal seria pedir muito?

 
Chico nas nuvens de Francisca.  
E eu que alombe com o peso dos seus 9kg "ò pra baixo", que todos os santos ajudam ... 

Eu? Muitas!

Veste capa de sopeira. Arruma a casa (tanto brinquedo senhores, tanto brinquedo espalhado pelo chão), mete louça na máquina da loiça, alimenta animália e Chica deixa os secos da Mofli, és algum cão? Despe capa. Veste capa de Mãe. Dá leite, dá miminho, muda fralda, respira fundo, conta até 10, não até 20, ri muito, ri muito e alto, derrete-se mas ninguém vê, e a Teté na Quinta da Tia Luísa. Despe capa. Veste capa de Mulher, arranja-se minimamente , ai córrore soltem o Javali não tenho nada que vestir, tanto trapo, não gosto de nada, nada me assenta, põe blush, põe rímel, põe perfume (o mesmo desde sei lá quando, sempre o mesmo cheiro, sempre meu), procura sapatos e o drama de já não caberem todos na sapateira (Mêhóme, temos de resolver a questão asap). Despe capa. Veste capa de Mãe-que-também-trabalha-fora de casa (o que não significa que seja na rua, que isto o Português é o que se sabe), certifica-se que não deixa a cabeça em casa, entre outras coisas que muito úteis me são. 
E depois, lá saímos "todas" juntas pela manhã. Uma algazarra é o que é, tanta mulher junta dá trabalho a carregar escada abaixo. Credo! 

Coisas bonitas que me apetece dizer por manhã...

 
O amor era verde e a vaca comeu-o. 

19 novembro 2012

Aos filhos da put@ da Gaiurb...

Obrigada por usarem herbicidas nas ruas de Gaia. Obrigada por terem assassinado uma cachorra muito adorada na família, a prima da Mofli. Sabeis que mais, as ruas continuam uma merda, nojentas que só elas, mesmo com o vosso herbicida assassino. Obrigada pela vossa incúria. Os meus canais lacrimais agradecerão quando o dique que lhes pus, ceder, logo à noite. 

Tristeza não tem fim...

Há notícias que deixam um rasto de tristeza. Como uma mancha de óleo que alastra em mim. O trigger (de que não precisava) para desmoronar 
Não se chora em público, não me permito isso. Nunca. Hoje não será excepção. 

Olha, até pode ser segunda, mas "isto" não me levam...

Your guess is as good as mine
Where do we go nobody knows?
Don't ever say you're on your way down... when
God gave you style and gave you grace
And put a smile upon your face
Ah yeah

Bom dia... (acho eu!)

Acordo já a pensar em dormir. Fico ali, na cama quente, largos minutos a discutir com alguém que nem sei quem, que mais cinco minutos, deixai-me, tende piedade.  Arrasto-me da cama a praguejar, de olhos fechados, vá semi-cerrados que tanta nódoa negra nas pernas já dá direito a considerações de esteticista mais fofa sobre eventuais maus tratos caseiros. Grunho qualquer coisa ao gato que se me mete (sempre) na frente e à Mofli que anda sempre tão feliz da vida que me dá náuseas. Tomo um café. Sento-me e espero que a droga comece a bombar na veia. Levanto-me do sítio onde me encostei, não necessariamente uma cadeira. Tomo banho de água a escaldar enquanto continuo nas minhas negociações matinais para que a piquena não acorde sem eu me ter vestido. Está frio de mais para andar a passear em lingerie pela casa. Visto-me, boto qualquer coisa na cara ao estilo"ainda-não-morri-não-se-assustem-olha-o-blush-dá-me-um-ar-compostinho-e-menos-anémico-não-achas-Chica?'. Parva da bicha não me responde, não percebe nada de feshionices. Acordo  a piquena, caso esta ainda não esteja a debitar leis do seu poleiro, com entoação tropa, digna de registo para lembranças e enxovalhamentos futuros (a adolescência me espera...). Dou leite, mudo fralda, visto, penteio, lavo dentes, Francisca: pára de comer o pente, Francisca: deixa-me por a fralda, Francisca: ainda nem nove da manhã são, clemência. E depois? Olha, depois sento-me a tomar o pequeno-almoço. Com calma. Café com leite ou qualquer coisa que leve café. Torradas. Ou em dias bons, um qualquer bolo trazido dA Cidade, para me matar as saudades e acabar com as misérias da barriga. Enquanto isso, Francisca lê na sua cadeirinha, atentamente, um qualquer livro, provando (literalmente) o gosto pelas palavras . Ah e tal, mas e não andas sempre atrasada? Ando. Mas isto é tudo uma questão de prioridades. Além do mais, aqui não há engarrafamentos do demo, o que impede os também (quase) tão famosos pequenos-almoços on the go-que-ainda-nem-do-carro-saí-e-já-levo-nódoas-de-iogurte. A não ser, claro, quando apanho a carroça a subir a rua. Rush hour in the burgo... 
Bom dia! 

18 novembro 2012

E era tudo muito bom...



Baralha e volta a dar...

... que o saber não ocupa lugar... 

Deve ser de não ter sido pop star preg...

Depois de ter sido mãe de gémeos, no ano passado, Mariah Carey temeu não conseguir recuperar dos 25 quilos que engordou com o parto. Por isso, decidiu investir numa vasta equipa, desde médicos a nutricionistas, dietistas e personal trainer. Desde então, faz questão de manter os cuidados. (nesta fonte de conhecimento inesgotável)
Então o parto engorda? Oh diacho! 

Lazy mornings...

You gave me back the paradise 
That I thought I lost for good 
You helped me find the reasons why 
It took me by surprise that you understood 
You knew all along 
What I never wanted to say 
Until I learned to love myself 
I was never ever lovin' anybody else
Na preguiça dos acordes... Bom dia!!!

17 novembro 2012

Eu cá, sou sempre a favor da opção da escolha...

Dúvidas? 

Absolutamente...

... perfeito!  
(aqui)

Blá, blá, blá, whiskas saquetas...

Toque de alvorada quando estava no primeiro sono, mania parva de me deitar a horas de canalha adolescente. Maaaaaamãaaa, Maaaaamãaaa!!! Heil, Francisca. Arrasta da cama, bate na ombreira da porta, aquece leite, dá leite, muda fralda, lava os dentes, calça sapatilhas. Francisca, não comas a sapatilha, isso é de estar na chuleca, não na boca. Café, pelo amor de Deus, café as in para ontem. Francisca, deixa a Chica em paz. Mete a máquina da roupa a lavar. Clara, escura, de cor, malhas, brancos, separa, baralha e volta a dar. Blá, blá, blá, whiskas saquetas. Francisca, não mordas o rabo ao Chico. Está um tempo miserável. Está bom para dormir. Francisca, não atires o osso à Mofli que lhe rachas a cabeça. Blá, blá, blá, whiskas saquetas. Córrore, que a máquina de lavar louça está possuída da vida, que isto é espuma em todo o lado, o Titanic na minha casa, calem-me a Céline que eu pego na faca da manteiga. Desliga máquina, procura toalha, procura esfregona, seca o chão. Francisca, não comas os secos da Mofli. A pastilha da máquina da roupa não serve para a máquina da louça. Testado e Aprovado. Blá, blá, blá, whiskas saquetas. Por minha conta e risco o dia inteiro, até às manhãs preguiçosas de Domingo. Apetecia-me ir à rua, na loucura da alma vagabunda que sempre tive, mas depois a logística da coisa e onde vou e Francisca, olha os Hoobs. Blá, blá, blá...whiskas saquetas. Podíamos ir a Évora as duas. Ou dormir. E o trocar a cadeirinha de carro, carrega para o outro, bate com a mona na porta pela enésima vez, lê instruções para passar os cintos e dar nós marinheiros, que carro a gasolina é luxo, teria de ser o de gasoil, mas olhe, não me parece. Blá, blá, blá, whiskas saquetas. Francisca sai da lareira, pareces o limpa chaminés. Não, no sofá não, com as mãos cheias de fuligem. Rico sofá creme, que ideia de merda. Ideia de gaja imaculada de parideira, está bom de se ver. E as nódoas do aero-om, que nunca saíram, dão todo o ar pop com que sempre sonhei. Dava-me jeito trabalhar mas parece que não. Também tenho a cabeça desligada, diz que foi à revisão dos 100000. Francisca: não; Francisca: não; Francisca não. Miminho para a Mãe, bom de se comer. Mais um sorriso, mais uma gargalhada, mais a vaquinha faz múuuuuuuuu e o patinho quá-quá e a história da Teté na Quinta da Tia Luísa e era tudo muito bom e sim, a Mãe embala a Fanny, agora a Francisca. Mete roupa na máquina de secar, certifica que desta vez não tem E.T lá dentro, não queremos gatos quentes. A malta é mais hot dogs... 
Blá, blá, blá, whiskas saquetas... E, ainda nem meio dia é... 

16 novembro 2012

Vamos lá a ver se a gente se entende...

Pablo, a gaja já te perdonou, o povo já te perdonou, a malta já te perdonou, até a Mofli já te perdonou
Agora p'lo amor dos santos e santinho e macumbeiros: vai pregar para outra freguesia que me dás vontade de enfaixar a testa numa esquina aguçada.