31 maio 2013

Alimente esta ideia!

 
Nunca senti fome. Não sei o que é ter fome. Não sei o que é querer comer e não ter para. Não sei o que é não ter leite para a minha Filha. Felizmente, eu não sei o que isso é. Mas infelizmente, há muitos que sabem a que sabe ter fome. Por isso, este fim-de-semana, ajudem a alimentar o Banco Alimentar contra a Fome. Por pouco que pareça o que se pode dar, uma lata de atum faz a diferença para muitos. Um pacote de leite faz a diferença para muitos. Um pacote de bolachas faz a diferença para muitos. O pouco de alguns é o muito de outros. Para ajudar a que muitos passem a desconhecer de novo o que é ter fome, este fim-de-semana, alimentem esta ideia!!!

30 maio 2013

Hoje é dia 30

Hoje é dia 30. Se eu fosse uma Mãe fófinha, diria que hoje a minha Filha faz 21 meses (tive de contar pelos dedos para ter a certeza se eram mesmo 21). Mas eu deixei de lhe contar os meses quando fez 12, ou seja um ano. Depois fez ano e meio, que é como quem diz, 18 meses. E agora há-de fazer dois anos, em Agosto. Isto de contar meses faz-me confusão à cabeça e quando me perguntam a idade da cachopa digo que tem quase dois anos. E não é mentira. Mas hoje é dia 30 e mesmo que não celebre, comemore, faça um balanço do mês que passou, do que aprendeu de novo, lembro-me a cada 30 que os 30 de cada mês me são dela. Quando a fui acordar (mais arrancar à força da cama, sostra) de manhã, parei uns segundos o relógio que na minha cabeça fazia tic-tac-tic-tac-estás-atrasada-e-depois-o-que-há-de-novo-no-Mundo. Parei-o e sentei-me no cadeirão ao lado da cama branca de grades, protegida com o dossel. Fiquei a olhar para ela. Não teve nada de idílico, desenganem-se, estava destapada, com uma meia calçada e uma MIA. Ressonava de boca aberta, atravessada na cama e com a cabeça onde deviam estar os pés, fazendo uso da sua nova panca: dormir ao contrário. Whatever, desde que durma, por mim tanto me dá. E ali não estava a minha bebé. Já não tenho uma bebé. É uma Menina. Cresceu. Vai continuar a crescer. Tenho uma Menina de caracóis, com um sorriso rufia mas também doce. Que diz que prefere iogurtes (Mánhe qué gûte!) ao invés de papa (Papa não, Mánhe). Tenho uma Menina que me vira costas quando a deixo na Escola, independente, feliz, segura de si e me acena como que a dizer ainda aí estás? Uma Menina de nariz empinado, mas que diz Xi, Mánhe, Xiiiii enquanto me aperta o pescoço. Mesmo que ainda dê para lhe contar os meses a cada 30 de cada mês, a minha Menina tem quase dois anos. E eu? Eu tenho o Mundo para lhe mostrar, pela minha mão, para que ela o sinta e veja pelos seus olhos. Tenho estórias e histórias. E canções inventadas. Para a minha Menina. 

Ideias giras!

Sou fã desta marca Portuguesa. Além de ter peças lindas, a qualidade é muito boa. E a cereja no topo do bolo? Iniciativas como esta! É que para além de ajudar, ainda se recebem uns miminhos por o fazer! 'Bora lá? 

29 maio 2013

Sítios onde (ainda) hei-de ir...

Cape Cod. Martha's Vineyard. Napa Valley. O último, veio à memória porque agora me caía muito bem um copo de Zinfandel. Os dois primeiros, porque são um sonho antigo. Mas enquanto me falta "tempo" para os tornar uma realidade, penso que sim, que um dia vou. Porque fazem parte da minha Travel Bucket List. 

Eu não dou para este peditório...

Fiquei em casa com Sô Dona Texuga, mais numa de precaução, uma vez que a respiração de ontem não estava do meu agrado. Está melhor (a drunfes ainda), reguila, refilona, mau feitio, tralheta e sorridente. Maneiras que passei o meu dia a modos que meia carcomida de sono, meia carcomida de qualquer coisa. Dei por mim às três da tarde, em pijama, no sofá, a ver um canal generalista e nem digo qual o programa porque é mau de mais. Mas também fiz coisas altamente produtivas, como por 4 máquinas de roupa a lavar, 2 a secar, 1 da louça. E mudei os lençóis às camas. E separei a roupa que já não uso. E arrumei os meus sapatos. Tirem-me de casa. Este filme não é para mim. 

Do que não recordarás quando cresceres...

Quando cresceres, não te vais lembrar das noites em que me acomodei ao horário dos teus medicamentos. Nem te vais recordar da maneira como aprendi a dar-tos sem ser preciso acordar o teu sono, mais agitado e choroso nestes dias. Quando cresceres, não te vais lembrar do que os meus olhos procuram nos teus olhos quando te sabem doente. Quando cresceres, felizmente, não te lembrarás de nada disto. Nem do que no fundo de mim guardo por te ouvir respirar e tossir na outra ponta da casa. Porque, apesar de todo o sangue frio, fica sempre escondido o medo. Aquele que se aprende a gerir e a guardar. E a calar, esperando que o silêncio imposto a certos medos os afaste de uma vez por todas. Quando cresceres, terás vagas memórias, se algumas, dos dias de sol por estes dias.  E é tudo o que importa. 

28 maio 2013

Ela gosta é de cenas alternativas...

Francisca está a fazer ventilan para uma tosse "de cão" que nunca mais lhe (nos) desamparava a loja. Pela primeira vez, vai às bombas de corticosteróides. Mãe não tem nebulizador. Nunca precisou, ómessa. Pediatra fofa e linda do coração, do mais prática que há e só assim dá para a minha cabeça, diz para ir comprar uma câmara expansora que também serve e custa um terço. Mãe faz o périplo das farmácias. Mãe lá encontra após 347 tentativas. Mãe pensa que vai ser um filme desgraçado para por a miúda a respirar  e 'sogadita enquanto faz os pufs e conta até dez devagar entre cada um. Mãe começa a ficar preocupada após o primeiro puf. Francisca adora a coisa. Delira. Ri-se. Abre a boca para respirar os drunfes, bate palminhas e ri-se mais. A minha Filha tem uns gostos um bocado estranhos... acho que vai ser uma adolescente tãaaaao engraçada... 

Olha, diz que é para aguentar...

Meio mundo se espanta quando digo que sim senhor, viajo de noite sozinha com a 'mha cria. "Ai córrore, não tens medo? Ui, ai, ui. "Não tenho medo. Escolho viajar de noite porque me é mais simples: ela dorme, ressona, baba e eu conduzo enquanto penso nas mais variadas coisas, desde o que ela vai vestir amanhã, a concentrações de ácidos, o carro não tem água no esguicho e como diz o outro "como é linda a puta da vida". Mas há um piqueno pormenor. Imaginem que beberam muita água no vosso dia. Coloquem agora a hipótese que vão precisar de ir a uma casa de banho numa área de serviço qualquer. Agora façam dessa hipótese a hipótese nula, porque simplesmente não vai acontecer. Ou seja, not in a million years me passava pela cabeça acordar Sô Dona Sostra e carregá-la comigo, porque depois ia ter choradeira e gritaria e rebéubéu pardais ao ninho. Maneiras que a malta vai vendo os km que faltam, distrai-se com qualquer coisinha e são-só-mais-200km- não-seja-mariquinhas-Princesa e agradece o carro não ter água nos esguichos. E é isto, a minha vida... 

27 maio 2013

Do que a gelatina une...

Durante o fim-de-semana, a minha Mãe fez gelatina verde. Deve ser de tutti-fruti mas para mim é "da verde". Faz-me lembrar pega-monstros. Tive uns quantos que tinham sempre o mesmo fim trágico: serem lavados com detergente da louça pela minha Mãe, ficando sem utilidade para agarrar as lixezas e enojar a minha progenitora . A gelatina verde faz-me lembrar pega-monstros. A minha Mãe fez gelatina para a minha Filha. E para a minha Avó. Ambas partilharam ao jantar uma taça de gelatina verde, a que me faz lembrar pega-monstros. E partilharam tempo e gracinhas e xi coração-peito-de-rola-que-sabe-a-leitão. Com a gelatina que a minha Mãe fez a unir os anos das décadas que as separam. Que a mim me faz lembrar pega-monstros.

26 maio 2013

'Cause the older you get...

Quando se quer, quando se pode, do perto se faz longe. E sim, o mundo das telecomunicações dá uma ajuda muito, muito grande. Mas não é a mesma coisa. Nunca será. Porque há brindes e risadas que não se passam através do virtual. Porque há desabafos e desaforos que só     sentidos frente a frente. Porque quanto mais longe estou e mais velha vou ficando, mais as quero no meu Mundo. Porque fazem parte dele. No matter what. Mesmo que se dance ao som do rádio " she's up all night to geeeet lucky...". ' Cause the older you get, the more you'll need the people you knew when you were young... E como dizia a outra, elas são as minhas pessoas. Neste meu Mundo.

24 maio 2013

De comunhões, casamentos e baptizados...

Diz-se que a tais eventos só vai quem é convidado. E insistem em convidar-me. Eu não quero parecer anti-social, bicho do mato, antipática, mal agradecida e por aí adiante. Mas a verdade é que eu não gosto. Pronto, eu admito com todas as letras: n-ã-o gosto de comunhões, casamentos e baptizados. Aborrecem-me. Especialmente comunhões e baptizados. Costuma ser oferecido almoço nesses aborrecimentos eventos sociais e a oferta de bebericagem é muito inferior, para além de que querer emborcar mojitos à uma da tarde dá um aspecto de agarrada. Pronto, eu assumo que não gosto desse género de eventos sociais. Não me aprazem. Tenho um carinho particular por algumas fotos de baptizados para onde fui arrastada. Fotos giríssimas, em que me botaram um piqueno ser nos braços, imensas vezes gritante, e eu a pensar que lá-se-vai-a-renda-do-vestido-se-sai-a-papa-e-tirem-a-foto-'plo-amor-da-santa, acabando para os anais da posteridade eu com cara de tirem-me deste filme, stat. É que na altura não tinha 'mha rica cria e o meu instinto maternal roçava o do calhau da vossa rua. Mas são aborrecimentos eventos sociais que muito me apoquentam. Em especial comunhões e baptizados, já disse? Casamentos até que gosto, quando me são pessoas queridas, daquelas que trago guardadas bem cá dentro. E mete bebida com fartura e danças e coiso. Inconfessável...? Sabem aquela gaja que nunca, nunca está dentro da Igreja, Registo, o que quiserem? Pois, sou eu. Não por despeito. Não por desrespeito. Mas porque comunhões, casamentos e baptizados me aborrecem. Não gosto. Pensando bem, as vezes que fiquei dentro ou era madrinha ou era a noiva e não dava jeito estar cá fora. Maneiras que em breve diz que terei de ir arrastada a um casamento. Conheço para lá de mal os noivos. Não conheço quase mais ninguém. Estou com tanta, tanta vontade de ir que já estou aborrecida só de pensar nisso. 

Ah, Sexta feira...

Como papos secos. E popias. E queijadas. E pães de leite. E migas. Mas contínuo a gostar  de regueifa. E de mariaizinhas. E nem tentem que nada bate os biscoitos da Padaria Ribeiro ou os bicos de pato daquela padaria manhosa em Santo Ovidio. Ou as Francesinhas dos tascos mais "refundidos" como se diz em certos dialectos. Mas hoje também gosto de queijadas. E de migas. Deixo este Alentejo ir-me conquistando os sentidos... Mas nada bate os biscoitos da Ribeiro. Ou as Francesinhas das tascas mais improváveis. Ou o azul imenso do meu mar., esse que carrego nas veias. Mas há um azul imenso lindíssimo, azul céu, a perder de vista. Só que não é o meu. Este, não me pertence. 

23 maio 2013

Não pode!

Pedi um papo seco. Eu. Eu pedi um papo seco com manteiga em vez de um pão com manteiga. Estou em choque. Estou a ficar herege. Aaaaaaaaaaiiiiiiiiii!!!! Pão!!! É um pão. Aaaaaaaaaaiiiii!!!!

22 maio 2013

É por isto que (também) gosto dela...

Um destes dias, esqueci-me de por a tranca na parte do congelador. Passou-se-me, pronto. Sucedeu-se que piquena criatura se foi à coisa e a deixou aberta, descobertas boas p'la manhã. Ora, Oksana reparou e disse logo que tratava da saúde à coisa amanhã. Sabendo do que a casa gasta, ontem enquanto bufava porque eu tenho muitas camisas e as uso (sou uma pessoa horrível, eu sei, onde já se viu ter camisas e usá-las?!?), disse-me que hoje me lembrava de desligar a coisa para descongelar. Pensei cá para mim: sim, sim, é porque sim. Acabei de receber uma mensagem, altamente elaborada, na qual consta apenas o seguinte:  "frigorifico". Eficiente ( e sim, eu já não me lembrava de puxar o fio da tomada). 

Habemus grandes aspirações!

Ontem levei Sô Dona Cria a uma Loja de trapos. Foi o delírio... Agarrou-se a puxar as roupas penduradas nas cruzetas, remexendo-as, agitando-as ao mesmo tempo que proferia no seu dialecto verdadeiros discursos. Bem alto e com entoação na coisa. Vejo-lhe ali alma de feirante! Vai-se a ver e debitava um " comprem meninas, comprem!". Meteu uns xixis e cocós lá no meio mas isso eram piquenos apartes do seu discurso incentivador à economia. Ah, riqueza de sua Mãe! 

Coisas póneis que eu me dedico a testar (depois de as pagar e é se quero...)

Move over BB cream! Então que andei uns tempos a ser fina e dizer que o meu BB cream era da Dior. Ai tão fina, Dior, uber chique, quase tia eu. Mas depois de umas semanas de testar a coisa, cheguei à conclusão que não nos damos. Vai na volta sou muito pouco digna de tia-Dior-style. Adiante. O creme até que me dava um ar saudável e mais compostinho... mas a minha pele ficava a pingar óleo. Bah. Ficava brilhante e com um aspecto de batata frita mal escorrida. Fartinha da coisa (e ainda com mais de meio frasco que vou empalar a alguém) fui-me a uma daquelas lojas de onde me apetece trazer tudo e mais alguma coisa. Estou tão evoluída que agora sou a feliz proprietária de um CC cream. E perguntam vocês: "qual é a diferença?". E eu digo-vos, do alto da minha sabedoria nesta área... Não faço a mais pequena ideia. Desta vez, veio um Clinique morar comigo. A favor, tem o ter SPF 30, o que para quem tem cor de neoblanc é uma mais valia. Juntamente, rendi-me a um novo tapa olheiras, o Fake up da Benefit. Este sim, apesar dos poucos dias que leva de test-drive, posso dizer que é uma ma-ra-vi-lha. A pele do contorno dos olhos chega ao fim do dia hidratada, sem aquelas marcas de creme estalado que ficam sinistras, sente-se um fresquinho bom e a cobertura é aceitável no meu caso, que ostento olheiras escurinhas e fundas. É que de vez em quando, alargo os interesses de investimentos na área do pónei para lá de sapatos (claro que mal saí da loja deitei fora o talão para não me virem as lágrimas aosjólhos e borrar o que a menina da loja tanto tempo levou a fazer).

21 maio 2013

Tenho saudades de andar de comboio...

Tenho saudades de andar de comboio. De sentir que vou a algum lado. Que vou para algum lado. Que me levam para algum lado. De ver a paisagem correr em sentido contrário. De pegar na saca e esperar numa plataforma. De o ver chegar. De ir. De sentir o doce embalo sem adormecer. De por a música que me apetece e ir. De ir buscar um chocolate e o saborear. No doce embalo de um comboio, de olhos fechados, música minha e doce na boca. De ver as pessoas passarem. Umas carregadas. Outras com pouco. Umas com ar de quem vai em trabalho. Outras de passeio. Das crianças que andam pela primeira vez de comboio e do espanto na cara delas. Da alegria na cara delas. De ouvir o apito de partida, talvez o de chegada para alguns. O de despedidas ou o de reencontros para outros. Tenho saudades de pegar na minha saca e ir. De me deixar embalar sem adormecer. Saudades de sentir que me levam para algum lado, num doce embalo, quase pela mão, quase ao colo. Tenho saudades de andar de comboio. 

Eu, o desastre

Na minha cabeça: 
Francisca não chames Xigana à Oksana.  
Francisca não chames Xigana à Oksana. 
Francisca não chames Xigana à Oksana. 
Francisca não chames Xigana à Oksana.Francisca não chames Xigana à Oksana. Francisca não chames Xigana à Oksana. Francisca não chames Xigana à Oksana. Francisca não chames Xigana à Oksana.

Na minha boca: 
- Francisca, já disseste bom dia à Xigana?

Alguém me meta um saco na cabeça. E pimenta na língua. E um buraco para me enfiar... Anyone?

20 maio 2013

Como chocar alguém...

... que insiste na cena do para-quando-um-maninho-maninha-(tudo muito -inho)-para-a-Francisca-sua( pensamento alto)-cabra-egoísta-pobre-da-criança-filha-única-sua-insensível-e-não-tem-jeito-nenhum-hein?!? ... 
-Ah, sim claro! Mas a ser... será assim quadrúpede e peludo... Está a ver a ideia? 
Eu juro que não percebo desde quando o meu útero é propriedade alheia... Eu, a dona da coisa, não, n ã o quero. E ninguém tem ponta que ver com isso. Não quero e estou no meu direito, sem ter de dar justificações! " Deslarguem-me", ide, ide, ide arranjar uma vida. Arre!

Francisca e o seu humor retorcido...

Ora, o último entretenimento de 'mha rica filha é mandar a sua pepé borda fora, que é como quem diz, cama abaixo. Cheguei a pensar que se queria ver livre da coisa mas isso era eu com sono de madrugada. Não, ela tem é mesmo um sentido de humor muito retorcido. Vai daí, pepé fora. Gritaria: "pepéeeeeee!!! peeeeepéeeeeee!!!". Mãe levanta-se mas a dormir. Encontra cria pendurada nas grades... " pepéeeeee!!! peeeeeepéeeee". Eu que ache, no escuro, de olhos fechados de sono, às apalpadelas e a coleccionar nódoas negras. " Pepéeeeee, pépeeeeee"... ( à laia de despacha-te lorpa). Maneiras que hoje me ocorreu arranjar mais uns 4 exemplares da bicha e espalhar cama fora. Sempre demoraria o quadruplo do tempo a guinchar. E quem diz 4 diz, sei lá, 6. Ou 7. Uma ideia a ponderar... Ou não...

Não estraga o ...

Pois que estou em profundo desgosto pónei. "Ah, isto dura três semanas e não estraga e mimimimi". Yeah, right... Tenho as unhas que parecem papel. Durou três, três dias, até se estalar ou partir ou sei lá eu. Maneiras que fora com invenções de gelinhos desta vida. Vamos mas é voltar aos básicos. Verniz normal. Estala-se-me o verniz, o das unhas claro, acetona com ele. Fica aqui escrito, de novo, para o caso de me voltar a parar o cérebro. Não estraga... Não estraga o baralho masé! Bah! Bah! Baaaah!

19 maio 2013

Coisas muito estúpidas...

... que eu faço quando saio de casa( isto dito assim dá a ideia que venho à rua uma vez a cada três quinze dias...) : pensar em deixar a TV ligada para a Mofli. Maneiras que o fazia na 'Mérica... Mas nunca atentava em que canal deixava para a bicha assistir. Dado que nunca consegui que ela sentasse, desse a patinha ou rebolasse, tenho em crer que várias vezes se me estupidificou a ver TLC. Só por causa das coisas, hoje ficou a ver Family Guy... Maneiras que coisas muito estúpidas que me passam nas ideias!

18 maio 2013

As mamas não são do povo...

Vá-se lá perceber porquê mas parece que as mamas de cada Mulher são do Povo.  Porque se é Mãe e amamenta e pouca vergonha que o faz em público. Ou se não o faz e se decide ao recato é porque é preconceituosa. Porque se não amamenta, porque não quer, porque não lhe apetece, porque não pode, leva logo o carimbo the worst Mom ever. Porque se uma Mulher decide fazer uma plástica por questões meramente estéticas, toda a gente tem de escrutinar, comentar, avaliar, quase dar bitaites sobre o número e a copa. Porque se decide fazer uma mastectomia e reconstrução por motivos clínicos, latest being Angelina Jolie, é logo alvo do devia, não devia, está tola, fez muito bem, fez muito mal, precipitou-se, é porque tem dinheiro e mimimimi. Eh pá, as mamas são dela. A decisão é dela. Assim como todas as outras referentes a um par de mamas. Só cabem a quem as tem. E depois minha gente, é só um par de mamas, ok? Todas as Mulheres à face da Terra têm um. Move on! 

17 maio 2013

Ela é a Rainha da oportunidade...

Pois que na noite antecedente à manhã em que tinha m-e-s-m-o de arrastar o rabo para fora da cama a horas imprórprias à minha pessoa, 'mha rica Filha deu numa de desinço da louça. Berrou, esperneou, gritou, chorou noite fora. Não direi à la recém nascida porque  me deu mais más noites desde que entrou em processos de dentição do que até esse ponto. Sim, em caso de dúvida, em testes de escolha múltipla é a opção (b) e em caso de criancinha ululante são dentes. Maneiras que eram 4h23 da manhã e andava eu a implorar por cama. Caaaaamaaaa. Causa-efeito da coisa: hoje foi filme de terror para acordar. A horas impróprias para ela, a sostra e para mim, a sostra mor. Mas a muito custo, tudo fora da cama, alimentado, vestido (acordado é que nem por isso, mais em modo automático). A bem das tradições a coisa já se levava atrasada desde que o terceiro despertador tocou, sendo que o quinto foi a ordem de despejo. Noves fora nada, 'mha rica Filha é mesmo a Rainha da oportunidade. Enquanto tentava descobrir onde estava a porra da chave do carro (eu acho que ela se esconde de mim, de verdade) ouço "aquele" som. Pânico. "Francisca, agora não, 'plo amor da Santa, agora não, estamos estupidamente atrasadas!". Óbvio que ela acabou o que começou. Fiquei ali a olhar para o relógio. Para ela. Para o relógio. Para ela (e a porra da chave??? raios partam a chave!). Ponderei pegar nela ao colo, ir à minha vida escadas abaixo e fazer de conta que não era nada comigo (a chave apareceu nos entretantos, milagrosamente, no bolso de um casaco, onde até podia dizer que sabia que a tinha posto, mas além de me dar um ar senil, seria mentira). Mas achei que depois de uma noite de merda, deixar a Piquena começar o dia com cocó na fralda, não seria a melhor opção. Resumindo, está tudo vivo, alimentado, a meio gás e quase a desfalecer de sono. E é isto, a minha vida... 
P.S- visto da perspectiva de alguém que anda a farejar café em todo o lado, poderia dizer-se que 'mha rica filha se estava literalmente a cagar para mim... 

Sometimes I get lost inside my mind...

Os "mal-amados" fazem dos dias de chuva dias tristes, em vez de dias de cheiro a terra molhada. Os "mal-amados" acomodam-se à sombra de dias felizes, à espera que estes perdurem, sem procurar outros, sem querer mais. Os "mal-amados" depositam a fé nos outros mas nunca em si. Os "mal-amados" nunca serão os culpados de nada mas sim sempre as vítimas das injustiças do Mundo, aquele que gira em seu torno, em volta do seu umbigo. Os "mal-amados" fazem da solidão amargura, em vez de silêncio precioso, silêncio de barulho, silêncio de ouvir. Os "mal-amados" escolhem olhar para os outros sem os verem, mas com a esperança de serem vistos e não só olhados. Os "mal-amados" escolhem depositar as esperanças de felicidade em alguém, alguém que os faça felizes, sem reclamarem por si o querer sê-lo. Os "mal-amados" nunca conhecem o amargo da derrota. Porque, pura e simplesmente, para perder, há que lutar por algo. Seja o que for. 

16 maio 2013

Mas não contem a ninguém...

A minha estagiária hoje armou o circo. A vida não lhe correu como queria, deu tudo para o torto e vá de chorar. Cho-rar. Choooorar. Deu-me vontade de rir. Não dela ( um bocadinho, vá) mas da situação. Tanta coisa que pode valer lágrimas e acreditem que aquela não é uma delas. Not in a milion years. Aliás, acho que há muito pouca coisa na Vida que valha a pena chorar. Não que de vez em quando não estupidifique e me meta num canto escondido a chorar. Choro o que me apetece e siga. Bem, isso agora não interessa nada. A verdade é que não havia motivo nenhum para chorar. Nem eu lhe ralhei tão pouco. Repeti que nem sempre ( quase nunca) a coisa corre bem nestas andanças laborais. Queria desistir. O drama. O horror. Disse-lhe que não era Mãe dela e que ela é que sabia, já é crescida. Que por mim, estava ali para a ajudar. Mandei-a beber água e apanhar ar. Lá voltou. E depois passou-me a vontade de rir. Porque passou o resto do dia a dizer " obrigada, obrigada, é impecável comigo, obrigada". Aliás, ,mandou-me agora um email. Eu não estou habituada a estas manifestações assim. Fico embaraçada. E vim para casa a pensar que espero que ela aprenda em tempo útil que a Vida, laboral ou não, nem sempre corre como planeado. E que aprenda de uma vez a gerir a frustração. É que por fora, mantive a postura de sempre (bitch!)... Mas por dentro, ficou o ver uma miúda que não está preparada para a Vida. A de verdade, não a dos livros...

Aguentar à bronca...

Quando era pequena, lembro-me muito, muito, muito bem da vez em que levei a minha avante e correu muito, muito, muito  mal. Devia ter uns 5 anos. Os meus Pais tinham-me levado a jantar fora. No final, o meu Pai pediu um café e juntamente veio uma aguardente velha. Lembro-me da cena que fiz porque queria porque queria provar aquela coisa transparente. Pintei a manta. Queria porque queria provar aquela coisa. O meu Pai disse-me não, não, não. Esperei até o apanhar distraído e virei o copo goela abaixo, anos mais tarde aprendi que é beber de shot. Lembro-me muito bem do que se seguiu a sentir o esófago queimar. A cara do meu Pai em pânico por ver a cena absolutamente nojenta que fiz num restaurante xpto, chiquitérrimo, fancy até ao último guardanapo bordado. E eu, a labrega, a pintar a toalha de linho. A cara da minha Mãe, escandalizada. Porque eu queria porque queria provar aquele líquido estranho que estava num copo giro. Lembro-me de chorar como uma desalmada e ouvir um "eu bem te avisei minha Menina. Agora, não chora mais, aguenta. Não berra, não chora e não há colo para o carro. Aguenta porque desobecedeu ao Pai!"Saí pelo meu pé, de olhos inchados do restaurante pónei para onde me tinham levado. Deve ter sido a primeira vez que aprendi o que é aguentar-me à bronca. Serviu-me de lição. Eu e aguardente velha não dá. E aprendi desde nova a aguentar-me à bronca. Seja ela qual for. 

14 maio 2013

Tem tudo para correr para lá de bem...

Hoje foi dia de Oksana. Oksana, dizem-me, é Susana em Português. Francisca gosta da Oksana. Oksana gosta de Francisca. Per-fei-to. Francisca gosta de debitar discursos em tom de piquena ditadora, nos quais percebo meia dúzia de coisas. Mas digo que sim Filha, maravilhoso, continua que estás a ir bem na arte de botar faladura. Tudo impecável. Ou não. Quero um buraco. Bem fundo. 
- Xauuuuu Xigana, xáaaaaaauuuuuu!!!
- Que diz, Francisca? (Oksana de olhos arregalados...)
- Xáuuuuuuu Xigana, xáaaaauuuuuu Xigana!!!  
Já desconfiava que ela me afumava a casa quando viro costas. Agora tenho medo que afume mais que uma divisão... 

13 maio 2013

Estados de alma

Há um componente nos meios de cultura que permite que solidifiquem abaixo de certa temperatura. Agar. Acima de uma dada temperatura, o meio fica líquido, mesmo na presença desse componente. Abaixo, solidifica. Agar. Em analogia de geek, diria que não sou muito diferente enquanto pessoa. Sei ser uma heartless bitch. Com uma pinta desgraçada. Consigo transparecer uma insensibilidade maravilhosa. Em estado sólido. Mas tal como o agar não consegue solidificar um meio de cultura acima de determinada temperatura, também eu desvio a capa de durona na presença de quem quero e me derreto em estado puro, em estado líquido. Na presença de quem me quer bem da maneira como sou. Sem me querer mudar, afinar, aperfeiçoar. Felizmente, a bem do que guardo debaixo da pele, é um processo reversível. Do quente se faz frio. Chama-se protecção.

12 maio 2013

Os meus dramas são fúteis de quando em vez...

Pois que andava triste "comá" noite à conta dos meus dramas com o verniz. Um desconsolo profundo por ao fim de 2 dias o dito ficar mau de mais para ser verdade. Isto no que toca a dramas fúteis sou do melhor. Eu não gosto destas coisas de verniz de gel, tenho medo que me estrague as unhas. Mas também não gosto de de dois em dois dias andar de acetona na mão. Acenaram-me com 3 semanas. 3, gente, 3 semanas de verniz impecável. E que não estraga nada a sua unha, não seja saloia e retrógrada. Pronto, as 3 semanas lá me fizeram dar o benefício da dúvida. Espero não me dar uma vaipe e enjoar a cor nos entretantos. Isto a cumprir-se a premissa das 3 gente, 3 semanas. É esperar para ver. No máximo, segue-se mais um drama profundo de desgosto com verniz.

De Fátima, de Fado(s) e de Futebóis...

Todos os anos, por esta altura, volto a pensar que gostava muito de um dia ir a pé a Fátima. Não sou uma pessoa com a felicidade de ter uma Fé profunda e inabalável, com muita pena minha. Acho que deve ser reconfortante, a Fé profunda. Pensando melhor, nem sei muito bem em que(m) é que tenho fé. Poderia dizer que tenho Fé na ciência. Sei lá, que acredito piamente na ciência. E acredito, mas não é uma Fé que possa girar em torno de dogmas, não é uma Fé cega e inquestionável. É uma Fé muito relativa, sujeita a mudanças constantes e a uma velocidade estonteante. Pior ainda, é uma Fé baseada nas pessoas que a fazem. E as pessoas são seres muito pouco dados à linearidade que o género de Fé que eu gostava de ter precisa incondicionalmente. Mas todos os anos, lá me lembro que um dia vou a pé a Fátima. Só para tentar perceber que espécie de Fé é capaz de fazer pecorrer kms a pé, muitas vezes num sacrifício de lágrimas de dor. Imensas vezes ultrapassando a barreira da resistência física. Depois lembro-me de outras fés como por exemplo, a malta da fé no futebol. Essa fé que não tenho, nem quero ter. Uma fé oca e tão volátil. Tão agressiva em palavras duras. Uma fé dos 90 minutos vividos de coração na boca, coração na mão, insultos na ponta da língua e a fé que se o jogo for ganho o Mundo é um lugar bem melhor só porque sim. Uma fé cheia de dogmas esquisitos, porque, quanto mais não seja, o árbitro há-de ser sempre o cabrão de serviço e isso é uma verdade absolutamente inquestionável. Mas depois, parece-me que tudo isto da fé é Fado. Porque aprendi que o Fado não tem necessariamente de ser triste. Porque um dia parei e ouvi, com calma. Porque aprendi que o Fado tem é de ser sentido, de coração na boca e por isso, calculo que ter Fé, verdadeira Fé, seja muito assim. O sentir bem dentro algo que reconforta e dá segurança. E no fundo, sentir é todo um Fado que não é triste. Eu, vou continuar a todos os anos me lembrar por esta altura do ano que um dia vou a Fátima pé. Até ao dia em que for de verdade. Ou até ao dia que descubra o que é ter Fé. Até lá, vou acreditando em mim e escolhendo acreditar que o Fado de quem comigo se cruza é o Fado de gente de Fé. Quanto mais não seja, na bondade humana. 

10 maio 2013

Houston, ela acha que temos um problema de nutrição...

Ora, Sô Dona Cria acha que eu, sua Mãe, padeço de problemas de nutrição. Sô Dona Cria acha que isto agora é uma colher para ti, uma colher para mim, olá olá ( era qualquer coisa assim, não era?) Maneiras que estamos um nível acima dos restos de Menú infantil: agora acha que tenho de partilhar do seu repasto. Isto por cá, vai do melhor. Quanto mais não seja, diz que a nutrição está assegurada.

Bom dia, bom dia!

Apesar de quase de partida das manhãs frias de nevoeiro. Apesar de a Dona Fátima quase ter caído para o lado quando me viu a pé, vestida e a mendigar café antes das nove da manhã. Apesar de me ter dito que nem mais um café, fora da minha cozinha... Com esta logo de manhã, só pode dar um Bom dia, bom dia muito bem disposto! Bom dia, Mundo! And don't you worry 'bout a thing!  
Everybody's got a thing 

Accepting the things not worth having but 
Don't you worry 'bout a thing 
Don't you worry 'bout a thing, mama 
Cause I'll be standing on the side 
When you check it out 
They say your style of life's a drag 
And that you must go other places 
But just don't you feel too bad 
When you get fooled by smiling faces but 
Don't you worry 'bout a thing 
Don't you worry 'bout a thing, mama 
Cause I'll be standing on the side 
When you check it out...Yeah 
When you get it off...your trip 
Don't you worry 'bout a thing...Yeah 
Don't you worry 'bout a thing...Yeah 
Don't you worry 'bout a thing 
Don't you worry 'bout a thing, mama 
Cause I'll be standing on the side 
When you check it out... 
When you get it off...your trip 
Everybody needs a change 
A chance to check out the new 
But you're the only one to see 
The changes you take yourself through 
Don't you worry 'bout a thing 
Don't you worry 'bout a thing, pretty mama 
Cause I'll be standing in the wings 
When you check it out 

Eu, aos olhos da minha Filha...

"Passou uma rapariga com uns brutos saltos altos. Ela saiu disparada a correr atrás dela  e a gritar "Máaaaanhe, Máaaanhe"". Portanto, aos olhos da minha Filha a Mãe é a gaja que anda de saltos. Está certo...

09 maio 2013

Sem espaço a culpa...

Claro que ontem vinha a pensar naquela mão pequenina e que hoje não me daria um "bom dia, Mánhe". Claro que sentada ao volante ( onde me sinto sempre muito bem) olhei vezes sem conta pelo retrovisor, a querer saber do seu sono e conforto nos kms de volta a Casa. Claro que quando acordei fiquei alerta a ver se a ouvia em vias de acordar ou se podia ficar no quente mais 5 minutos. Claro que quando me meti no carro hoje de manhã paniquei 5 segundos e soltei um " oh pá, mas o que é que fiz à cadeirinha desta vez?!?". Claro que me mói saber que me chamou o dia inteiro " Mãe? Mánhe? Mánhe?". Mas eu fiz a opção de não deixar que mudanças a Sul me roubassem o que fui construindo a Norte, mesmo isso implicando viagens e ausências pequenas. Porque ela tem-me sempre, incondicionalmente, não há espaço a culpas. Ao fim deste dia, tem uma Mãe que se sente realizada. E só por isso, uma Mãe melhor.

08 maio 2013

Pára tudo que a moça errou no Curso!

Tenho uma estagiária. Stop. Que é um postal. Stop. Mas eu mereço? Stop. Não sabe fazer nada. Stop. Sabe calçar as luvas e vestir a bata. Stop. E contar a vida toda dela. Stop. Na qual tenho zero interesse. Stop. Mandou-me a semana de trabalho para o espaço. Stop. Respirei fundo. Stop. Disse-lhe que os erros acontecem. Stop. Com a calma toda deste Mundo e dos arredores. Stop. A moça começou a dizer que lhe apetecia matar-se. Stop. Histérica. Stop. Quase a chorar. Stop. Da próxima tento fazer cara de má e voz de muito zangada. Stop. Pode ser que assim não lhe dê para o drama. Stop. Não há paxorra para drama queens. Stop. Eu pelo menos não a tenho. Stop. Apetece-me ganir. Stop. Nem eu mereço. Stop. 

When in Rome...

Eu digo bico de pato. Éh pá, na minha terra é um bico de pato. A Senhora do Bar parte-se sempre a rir quando me vê chegar. E diz: "bico de puáaaaato, esta malta lá do Norte e os bicos de puáaaaato! " E depois, vira-se para trás e diz: " é um pão de leite com queijo aqui para a menina dos bicos de puáaaaato". Eu não digo puáaaaato. Mas na minha Terra, são bicos de pato. Dialectos. Mas a malta lá se entende, mesmo eu batendo no ceguinho e continuando a falar a minha língua. Para quê mudar? Tenho a barriga consolada à mesma...

07 maio 2013

It's all dark and twisted and mimimimi...

Estava ali a olhar para os DVDs de Anatomia de Grey porque basicamente estava aborrecida com o comando. Já fui muito feliz a vê-los. Até à quinta temporada. Depois deu-se-me uma vaipe e comecei a enjoar. Fui vendo por entre a náusea de tanto rosa a surgir com voltinhas pseudo-macabras mas muito hilariantes aos meus olhos. Fui dando o benefício da dúvida. Mas a coisa acabou-se entre nós quando pegaram na Yang e decidiram que sim senhor, ela tinha um coração e o mundo haveria de ver que sim senhor, a Yang tinha coração. Tenho panca por personagens all dark and twisted and mimimimimi. Vai-se a ver e eu cá gostava era do Severus Snape no Harry Potter. E sim senhor, Severus Snape tinha coração e muito mimimimi ali dentro mas foi muito bem elaborado. Também até hoje sou capaz de passar horas, hooooooras a dissertar como o Harry-sou-tão-bonzinho-e-fófinho havia de ter padecido. Levo sempre com o argumento que ah e tal não sejas idiota que era uma cena para crianças. Vai-se a ver e o meu lado infantil também é muito all dark and twisted. Havia de ter padecido ao invés de o terem casado com a ruiva e coroarem o enlace com um par de fedelhos. Maneiras que isto tudo para dizer que eu cá acho que se uma personagem é dark and twisted é dark and twisted e ponto. Toda a gente tem coração. Mas de um dia para o outro, não acorda, dá com a moleirinha numa esquina e decide que "ai-que-emoção-vou-mostrar-que-sou-sensível-ao-povo". E ai que "sou-tão- sensível-e-choro-e-pânico-em-público-porque-parti-uma-unha". Pior que isso, é porem uma personagem tipo Yang a rastejar por um homem. Roça o ridículo. E vai na volta, quero nem saber se ele rastejou de volta e viveram felizes para sempre, com ou sem fedelhos. Bah. Bahhh. Blach. 

Carta aberta à minha Mãe enquanto mato tempo no lab....

Mãe,
Tu nunca achaste ponta de piada a estas coisas que me entretenho a fazer em dias úteis, não úteis, horário laboral e horário pós "move-I'm-a-Mom". Em boa verdade, achas um desperdício da minha cabeça e do meu tempo. Em boa verdade, sei que nunca chegarei a rica e estou-me a borrifar. Mas a ti, faz-te profunda confusão. Agora que me cheira tudo a meio de cultura e me sinto nauseada, até que te reconheço uma certa razão. Eu odeio este cheiro. Entranha-se e dá-me dores de cabeça. Também estou consumida da vida pelo facto de ter calçado umas luvas de látex e não umas de nitrilo e estar com comichão e as mãos a arder. Além de que fora cremes-pó-rabinho, tanta luva, tanta hora, tanto lava-desinfecta-esfrega-sai-bicheza, me come o verniz. Estou verdadeiramente desgostosa com a porra do verniz. E tenho as mãos secas, assim tipo lixa exfoliante. Já dizia a outra que uma senhora se reconhece pelas mãos. Estou para aqui em absoluto desgosto com o verniz e essas coisas lady-like que talvez um dia seja, assim uma lady, óh-pra-mim. Estou agoniada  com o cheiro do meio de cultura. Mas pronto, fora isso Mãe, está tudo bem. Vou-me continuar a desperdiçar e a nunca ser rica. Vou sendo só feliz neste meu parque de diversões que há quem chame de laboratório. Tapo o nariz e vou à manicure quando puder. Bem depressinha de preferência. É que gosto muito destas coisas , também gosto das minhas mãos. E de verniz inteiro, sem bocados a faltar. E agora vou fazer mais coisas de nariz tapado. E com as luvas certas que finalmente descobri onde estavam. E o verniz.... Óh drama! Tudo isto para te dizer que está tudo bem.
P.S-ela nem sabe que este estaminé existe... who cares?!?!

Das Queimas e do que o tempo queimou...

Hoje, é dia de Cortejo. Lá longe, onde fica Casa. Onde ficam os meus cheiros e o que pulsa nos meus cantos escondidos, aqueles que abafo em saudades que calo como posso, como consigo, entre murmúrios interiores que nem à Mofli confesso. Lembro-me do meu primeiro Cortejo e de passar a Tribuna, não de quatro, porque tinha sido operada havia pouco. Mas lembro-me de chorar copiosamente por deixar de ser caloira. Eu, que pouco ligava às praxes, chorei desalmadamente, no meio daquele que viria a ser o núcleo duro de Amigas dos tempos de Faculdade. Esse núcleo que foi ganhando satélites e como tal também os perdeu. A minha Avó sempre me ensinou que quem se vai embora é porque não era para ficar. E nada é mais verdade que isso. Lembro-me do meu último Cortejo como se fosse hoje. Da minha Cartola que ainda guardo. Da t-shirt preta feita de propósito para o dia que ainda uso por casa. Da bengala com as cores do curso que vejo todas as manhãs. Das calças de ganga que usei que nunca mais me serviram. De estar quente e de alguém brincar a dizer que era desta que ia ao chão. Lembro-me das cantilenas e da alegria de quem tem o futuro à espera depois de mais uma noite de copos. Hoje, imagino os caloiros e finalistas que se passearão naquelas ruas. Imagino os seus sonhos e ambições no que esperam do fim que dita o começo do que se diz ser a vida adulta. Hoje, à distância de já alguns anos, sei que muitos meus ficaram para trás. Por opção, por escolha e porque a Vida assim o quis. Olho para o núcleo de Amigas e acredito que sintam o mesmo que sinto bem cá dentro. Eu era a Maria das festas. Se havia festa, estava no ir. Também era aquela que em época de exames se fechava em casa e não via mais nada à frente. De todas, a Mãe mais improvável. De todas, a primeira a sê-lo. Mas, se perguntassem àquela miúda de t-shirtt preta e calças de ganga claras, se se via assim no futuro que começou no fim daquela Terça, ela ria-se até às lágrimas. E no entanto, esta é a minha Vida.  A miúda ganhou rugas na testa. Olheiras fundas que disfarça a muito custo. Ainda passa muitas noites em claro, mas muitas poucas entre uma sangria e um cigarro ou outra coisa qualquer. A miúda, perdeu-se e reencontrou-se vezes sem conta. Todas as que o tempo e a vida queimaram com o seu preço, aquele também de vermos, todas nós, que nada foi o planeado. Porque os anos foram queimando sonhos. Mas também foram ateando o fogo de sonhos novos. Porque afinal, no final da Terça de Cortejo, o futuro estava à espera. Talvez apenas não aquele que sonhamos. Talvez um melhor. Talvez um que nos ensinasse bastante mais. E hoje, à distância dos anos que me separam da míuda naquela Terça, sei que cá dentro, muito mudou. Mas muito permanece igual. Em estado puro. 

06 maio 2013

Já comeste fruta hoje?

Já. E ontem. E anteontem. Os restos do boião da fruta dela. Às vezes acho que passei a alimentar-me de restos de menú infantil. Isto por cá, é só glamour...

Estou que nem sei...

Francisca disse-me " Bom dia, Mánhe". Assim. Depois de berrar por a ter acordado. Estou que nem sei.

05 maio 2013

Porque é doce...

... como só um coração de Mãe sabe ser, hoje, fica esta. Porque de vez em quando, até me lembro de uns lullabies... Nem que seja no caminho de saudades que ambas já vamos conhecendo de cor. Em cada km, ficam as saudades. Agora, ela dorme. Calma. Ressona também... Mas é a minha Filha. O meu Anjo de caracóis e sorriso rúfia. 
Goodnight my angel, time to close your eyes
And save these questions for another day
I think I know what you've been asking me
I think you know what I've been trying to say
I promised I would never leave you
Then you should always know
Wherever you may go, no matter where you are
I never will be far away

Goodnight my angel, now it's time to sleep
And still so many things I want to say
Remember all the songs you sang for me
When we went sailing on an emerald bay
And like a boat out on the ocean
I'm rocking you to sleep
The water's dark and deep, inside this ancient heart
You'll always be a part of me

Goodnight my angel, now it's time to dream
And dream how wonderful your life will be
Someday your child may cry, and if you sing this lullaby
Then in your heart there will always be a part of me
Someday we'll all be gone
But lullabies go on and on

Era qualquer coisa assim...

Até aos 11 anos, mais coisa menos coisa:
- Mãe, Mamã, Mãe, Mamã, mimimimi mimimimi mimimimi feliz dia da Mãe, feliz dia daaaaaa Mãeeeeeee. (Havia sempre qualquer coisa que se fazia na escola para oferecer. Invariavelmente, devido à minha incapacidade para artes manuais, coisa digna de estudo, saía sempre uma borrada. Também não fazia grande diferença... Eventualmente , acabavam MIA. Ou no lixo. Adiante...)
Dos 11 aos 18:
-Ena, ena, almocinho fora! Ah, Feliz Dia da Mãe, Mãe. Toma, comprei com a minha mesada mas temos de discutir o valor dela, não chega para nada! Quero gelado de sobremesa! Tenho " cenas" marcadas de tarde, já pediste a conta? Feliz dia, Mãe.
Dos 18 aos 23
- Mãe, gosto muito de ti, feliz dia e tal mas fala mais baixinho. Sim, fui para a Queima. Podemos jantar em vez de almoçar? Comi qualquer coisa que me fez mal... Sim, sim, comi qualquer coisa na Queima que não caiu bem.
Dos 23 aos 27
- Mãe, feliz dia. Sim, está tudo bem. Sim, tenho-me alimentado. Sim, Mãe. Mãe, feliz dia sim? Sim, Mãe estou a ouvir mas vou fazer tudo ao contrário. Sim, de acordo com a minha cabeça. Sim Mãe... Não tens razão... Mãeeee já sou adulta, deslarga-me!
Dos 27 ao dia de hoje
- Mãe, tem um muito bom! Obrigada por tudo . E não, não te vou dar o braço a torcer e admitir que tinhas razão. E por muito adulta que seja, às vezes ainda preciso de colo.

04 maio 2013

Porque amanhã é dia da Mãe...

Sou uma Mãe imperfeita. Sou Mãe de muito mimo e pouco colo. Porque lhe quis dar a sensação de segurança. Porque também o corpo me falhou e determinou o preço de ser Mãe. A dor crónica de uma bacia irremediavelmente afectada. Por vezes, sozinha, choro essa dor. Não a física mas a do corpo me impedir de dar todo o colo que gostaria. Fui apelidada de Nazi do colo. Porque nunca permiti que a Francisca fosse adormecida ao colo. pelo bem dela. E pelo meu. Sou uma Mãe imperfeita. Chorei dias e noites após ter a minha Filha, achando que ela estaria melhor sem mim. A Mãe que não a podia pegar ao colo. A Mãe cujo corpo lhe falhou no amamentar, tendo de escolher ou sucumbir à infecção ou viver. Sou uma Mãe imperfeita. Nem sempre tenho a calma que gostaria. Sou uma Mãe imperfeita. Que se recusa a deixar entrar o sentimento de culpa que assombra a Maternidade. Sou uma Mãe imperfeita. Uma Mãe que escolhe não deixar de ser Mulher acima de tudo. Uma Mãe que não adopta o uma Mãe cala como lema de vida. Sou uma Mãe imperfeita. De lágrimas escondidas no engolir em seco e respirar fundo. Sou uma Mãe imperfeita. Que quer o melhor deste Mundo imperfeito para a Filha. Sou uma Mãe cheia de imperfeições. Mas sou a melhor que sei. A melhor que posso ser. A melhor que consigo em aprender a ser Mãe. Porque a Maternidade é um caminho por onde vou às apalpadelas. A minha Filha tem o sorriso que me dá a certeza de que apesar das minhas imperfeições, vou bem neste meu papel.Porque é de ouro de alegria aquele sorriso. Não sou a Mãe perfeita. Mas sou a melhor das imperfeições para ela. E é o que me importa.

Realidades (pouco) virtuais...

Criei o blog antes de partir para os Estados Unidos. Achei que seria uma maneira de exorcizar a solidão. Nunca nele escrevi. Um dia, quando as dores fruto da gravidez da minha Filha eram de mais para a cabeça aguentar, lembrei-me da existência dele. Comecei a escrever para matar a solidão das horas sozinha numa cama e para esquecer a dor física. Comecei a seguir alguns blogues e a descobrir os que gostava de ler. Aqueles em que me revia e me davam algo. Ao príncipio, falava quase só da gravidez e da Francisca que ainda não conhecia o Mundo. Depois, descobri que gostava de escrever. Comecei a falar de mim, da minha vida, das minhas coisas. Descobri que este bocadinho de mim, sou eu, porque escrevo o que quero, o que sinto, o que me vai na alma. Sou eu, sem rosto ou nome próprio. Sempre sob a capa do anonimato que tanto gosto. Mas a curiosidade de saber quem eram algumas caras, como seriam as suas vozes, levou-me a aceitar um convite. A sair do Princesa sem Reino e dizer o meu nome. Foi um final de tarde bem passado. Porque há gente por detrás dos teclados. Com sorrisos e estórias de verdade. E por vezes, o virtual é muito mais real que o palpável...

02 maio 2013

Questão rápida...

Sou só eu que, quando vejo os novos spots publicitários do Continente, sinto variadíssimas coisas como vergonha alheia, vontade de rir e chorar e... wtf?!?!

Coisas que eu gosto e não me levam à falência...

Omoletes. Ou omoletas. Fosse fancy, seriam omolettes. Omoletes simples. Ou de chouriço. Ou de fiambre. Ou de salsa. Ou de espargos. Ou de salsichas. A preferida? De queijo. Com muito queijo. Acompanhada com salada. Não tem nada de extraordinário. Mas eu gosto. Muito. (E não, não padeço de "mau" colesterol a entupir-me as veias. Ainda)

01 maio 2013

Sei nada sobre ser Mãe...

Não sei as respostas a porque chora, muitas vezes. Não sei perceber tudo o que me diz. Não sei cantar canções de embalar. Não sei de cor todos os truques para evitar birras. Não sei não ter vontade de fugir de cada vez que vomita. Ou que a fralda me faz querer ficar inconsciente. Não sei não ter de contar até três, para evitar palmada certa, de cada vez que atira alguma coisa à cabeça da Mofli e eu tenho pavor que a canita se me desfaleça. Não sei outro lema que não quando a coisa passa os limites que chamá-la de volta à Terra e ao "Reino do quem ainda manda aqui minha Menina, sou eu". Não sei perceber como é que é possível fazer tanto barulho. Ou destruir tanta coisa. Ou comer tanta porcaria do chão em segundos. Ou querer fazer miminho e acabar a levar uma valente bofetada. Não sei costurar e fazer bolos maravilhosos. Não sei ter prazer em cozinhar ou fazer sopa. Não sei não ficar com vontade de voltar para a cama quando chora às 3 da manhã. E às 5.  E às 6. Não sei não ranhosar baixinho entre um quarto e o outro um "dorme, dorme pelo amor da santa....fazer ó-ó". Não sei não pensar que "eh pá, dorme lá mais dez minutos que tenho que fazer". Não sei ponta de psicologia infantil. Também não sei achar piada a quando decide pendurar-se no meu cabelo. Ou pisar-me porque sim. Ou gritar na rua e fazer olhos alheios notarem a minha presença. Mas sei sentir vida quando me sorri. Quando me procura o colo e encosta a cabeça no meu peito. Sei fazê-la rir. Sei os seus pratos preferidos, os iogurtes que mais gosta, a papa que detesta. Sei que gosta mais da pepé azul para chuchar e da castanha para morder e trazer enfiada no dedo. Sei as vaidades que vai criando e como gosta de por perfume de manhã e dizer "chiqui" quando a borrifo. E como gosta de abrir as tampas dos iogurtes e de as lamber. Sei-lhe os olhos pestanudos. Sei-lhe as músicas que a fazem abanar a cabeça e as pernitas e as que a fazem rodopiar. Sei-lhe a panca da Segunda e as pancas que já teve e as que tem. Sei-lhe o cheiro de cor. Sei-lhe o ritmo da respiração. Sei-lhe a voz entre muitas outras. Sei-lhe a mão pequenina que procura a minha antes de adormecer, enquanto me murmura "mão, mão". Sei-lhe as bochechas rosadas e o sorriso fácil. Sei que é uma criança feliz. Sei nada sobre ser Mãe. Só sei ser Mãe da Maria Francisca. 

São só coisas...

Lembro-me de, há uns anos, ter visto um filme em que a personagem principal era viciada em compras. Doente mesmo. Não o sou, nem pouco mais ou menos. Mas consigo retirar verdadeira alegria do ver coisas bonitas. Compro-as quando posso e se posso, obviamente. Mas, tal como a personagem do filme, acho que o Mundo é um sítio mais bonito quando se tem coisas bonitas. Mais reconfortante. Mais fácil de enfrentar nos dias em que tudo é um desafio e o caminho parece uma corrida de obstáculos. Nos dias em que cinza não é cor de céu, nem cor de roupa mas sim, cor de alma. As lágrimas secam-se melhor com uns sapatos bonitos calçados. Como diria Coco Channel, "the best things in life are free, the second best are expensive". Pelo menos, vou sempre ao mesmo "covil" dar azo aos devaneios compatíveis com o meu bolso. E há algo que me encanta nuns sapatos novos, na sola imaculada, sem marcas. As roupas sem forma minha ainda, com as etiquetas até serem usadas pela primeira vez. Todas sem estória, à espera de uma. E olho-as e espero dar-lhes estórias bonitas, com as formas do corpo que as vai usar. Para passarem a ser verdadeiramente minhas e deixarem de ser só coisas.