31 maio 2012

Textos deliciosos no Portugal da era amarga...


"Uma boa ideia pode dar um bom negócio. Mas o mais provável é que não dê. Uma boa ideia pode conseguir aplausos do Governo, apoio comunitário, financiamento de empresários altruístas. Mas o mais provável é que isso não aconteça. Isto é um artigo de opinião, mas aqui há factos: em 2011, só 0,5% dos desempregados arriscou criar o próprio emprego, o que significa que quase todos ficaram quietinhos na sua zona de conforto.
Entretanto, o "coiso" não pára de crescer e nós, portugueses preguiçosos, não temos mesmo jeito nenhum para esta ‘coisa’. Perdão, para o D. Sebastião-salvador-da-economia-mundial, o empreendedorismo.
Mas valha-nos a juventude. Valha-nos a geração mais bem preparada de sempre, a do mundo global. Falamos inglês e temos internet, fazemo-nos ouvir nas redes sociais. E temos licenciaturas, mestrados, pós-graduações e doutoramentos. Estudamos fora. Emigramos. Perdão, internacionalizamo-nos.
Um dia, quem sabe, havemos de salvar o mundo. Mas para já não. Para já não temos emprego, não sabemos o que é um contrato. Vamos trabalhando “a projecto” – uma ironia, nós que nada podemos projectar ou programar.
O que mais me revolta na crise são os buracos que ela cria. Revolta-me, por exemplo, que me tenha levado os amigos – os que tiveram mais sorte foram para Lisboa (onde ainda se vê uma luz bem fraquinha no fundo do túnel), os mais decididos atravessaram o mundo. Outros voltaram a casa dos pais, cheios de talento e vontade de trabalhar, mas uns preguiçosos, está claro, incapazes de criar o próprio emprego.
Quando a minha amiga viaja da terrinha até ao Porto nós já não vamos ao cinema, nem ao teatro, nem almoçamos ou jantamos fora. Fazemos qualquer coisa "low cost" lá por casa e vemos séries ou filmes via "web", que em boa hora os pais ofereceram, já que a tv só tem quatro canais e apenas um nos vai valendo.
A minha amiga não tem emprego e não pode criar a própria empresa. O trabalho, que devia ser um direito, tornou-se numa variante psico-económica de depressões generalizadas. Ela aguenta-se. Tem tanto talento que me recuso a acreditar que isto não seja passageiro (espero que ela se recuse comigo).
Os nossos governantes lavam as mãos, as mesmas que estendem a bancos e que retiram aos que mais precisam.
Revolta-me. O desânimo à minha volta e a colar-se a mim. A etiqueta de obrigatoriedade que se grudou ao empreendedorismo, qual fórmula mágica capaz de salvar o mundo. A etiqueta que se descolou do Estado, como entidade com obrigação de fazer rodar a economia. Talvez seja hora de perceber que a receita está errada. Que a ideologia do cada um por si e o Estado só por alguns nos vai levar à ruína. Que já nos está a levar à ruína. Portugal tem um milhão de desempregados, 154,4 mil com menos de 25 anos. Em 2011, cerca de 150 mil terão emigrado. Por dia, 100 jovens desistem do ensino superior.
Apetecia-me citar Saramago.
(“Privatize-se tudo, privatize-se o mar e o céu, privatize-se a água e o ar, privatize-se a justiça e a lei, privatize-se a nuvem que passa, privatize-se o sonho, sobretudo se for diurno e de olhos abertos. (...) E, já agora, privatize-se também a puta que os pariu a todos.”)
Mas não vou fazê-lo."
Mariana Pinto Correio in P3, aqui 

...

(... vá-se lá perceber porquê...)

30 maio 2012

Das reflexões que custam a digerir...

 
No fim da Faculdade, a média obtida e a vontade de sempre de fazer algo a que os meus Pais torceram o nariz levou-me a começar um Doutoramento numa área que gosto. Gosto muito
Comecei com a força e a alegria dos vinte e poucos, determinada em que poderia ajudar pessoas nos bastidores. Chegada à recta final deste percurso, falham-me as pernas, faltam-me as forças. O desgaste destes anos pesa-me nos ossos. Mas quem corre por gosto não cansa. Não fosse agora que vejo a meta ao fundo, bem lá ao fundo, aperceber-me que tanto esforço e sacrifícios pessoais, talvez tenham sido em vão e continuaria com o mesmo ânimo com que comecei. 
Mudei-me para o outro lado do Mundo neste percurso, acompanhada "apenas" da Mofli. Não conhecia ninguém. Nem sequer sabia onde era o supermercado ou como chegar do ponto A ao ponto B sem me perder horas a fio. Foram meses que me pareceram anos. Ganhei Amigos e descobri em mim uma pessoa com mais garra do que a que sabia ter. Vivi numa cultura que para mim, europeiazinha de gema, me dava alguns ataques de caspa em certos aspectos, como o sistema de saúde.  Chorei muitas vezes pela solidão que me cercava, com saudades de casa, do Marido, da Família, dos Amigos. Mas sempre acreditei que seria por um futuro melhor.  
Hoje, começo a cada vez menos acreditar nisso. Vejo Amigos que partem com o desalento que um País mergulhado num marasmo de crise lhes tem para oferecer. Talvez sejam a nova geração de emigrantes. Uma geração altamente qualificada, capaz de feitos extraordinários mas que nos dias de hoje são nada, zero. Porque a crise, sempre a merda da crise, lhes atira com as malas para fora de fronteiras e lhes diz para dar uso ao que tão bem sabem fazer num outro País. E o mesmo País que lhes dá um chuto de desprezo regojiza-se quando o seu trabalho é aplaudido no estrangeiro, batendo no peito e dizendo que são Portugueses, orgulho da Nação. Pudesse eu, também voltava a fazer as malas, pegava no Marido, Filha e Cadela e fazia-me à vida num outro País. Mas por motivos profissionais de quem comigo caminha nesta estrada da vida, não é opção. E ir sozinha, seria arrancar-me o coração do peito a sangue frio.  
Hoje, nos vinte e muitos, quase nos -intas, apercebo-me de que as capacidades que me abriram portas são as mesmas que agora me fecham oportunidades. A mim e a tantos outros da geração rasca, mileurista. Porque não há verbas, porque não há vontade, porque sim, porque não, porque a crise "come tudo e não deixa nada"
Mas como dizia um querido Amigo, preocupa-te com o agora. Talvez esse seja o caminho a seguir, pensar no hoje, que o amanhã vem depois. Ou não dissesse já a Scarlett, "after all, tomorrow is another day..."

Estamos para o ácido...

Bebi tanta mas tanta limonada-de limão-e-lima-e-erva-coiso-que-não- hortelã-mas-faz-o- mesmo-efeito que tenho para mim que o pH deste corpinho abaleado ronda os píncaros do ácido. Mais do que o azedume normal dos meus dias anormais. 
Como me cheira que a noite promete, devia era ter-me dedicado a beber mojitos... 
E as saudades que eu tenho da Pink Lemonade das Terras do Tio Sam.

Do que dá ler sites de cusquices...


 
"A ama do meu filho ligou-me muito nervosa a dizer que o Vítor estava cá em casa com dois colegas. Do escritório levou todos os troféus, arrancou a televisão, os quadros, computadores, as minhas jóias e algum dinheiro. O valor de tudo junto não é pouco", diz ao CM Elisabete Carvalho. O material foi todo carregado para uma carrinha estacionada à porta.
"Tentava não deixar a casa sozinha, porque ele já tinha vindo cá, na minha ausência, para levar champanhe. Mas ele sabe todas as minhas rotinas e os horários do filho e aproveitou isso. Ele levou-me tudo e só fiquei com o que trazia. Pelo chão ficou roupa espalhada e tudo desarrumado", acrescenta." 
Esta notícia sórdida fez o meu dia. Não que me interesse se ele lhe levou tudo ou pouco ou lhe deixou a casa desarrumada, que falta de aprumo. Isso é lá com eles e com a respectiva roupa suja. Mas o que me fez rir a bom rir foi o pormenor de ele ter ido buscar champanhe o que deu indício a que a seguir ia buscar outras coisas à moça, tipo tostas ou paté de atum. Ah e claro, olha a lata do gajo em levar os troféus dele, é com cada um, ómessa!
Lido nesta fonte inesgotável de (des)conhecimento, o Vidas 

Quem vai escrever a Tese, quem é?

Nem mais nem menos que Sô Dona Maria Francisca Texuguinha. 
Tenho para mim que consegue fazer melhor que a Mãe, tão esperta esta minha rica filha (que se um dia chega a casa e diz que quer seguir as pisadas da Mãe, deserdo-a sem dó nem piedade... Ai se a minha rica Mãezinha me ouve a dar-lhe razão...shiuuuu). 
E assim se entreteve a cria uns minutos, ao melhor estilo "no Tempo dos Vickings". Sim, que eles também usavam Mac. Mas na época em que a maçã ainda estava inteira... 

9...

Hoje completas tantos meses como aqueles em que te carreguei e protegi no meu ventre.  
E confesso que estes 9 meses em que te vejo o sorriso nos olhos todos os dias foram muito, mas muito mais felizes do que aqueles em que me perguntava como seria o teu rosto... 

29 maio 2012

E na quarta noite...

 
... sem dormir, acordada pelos berros da cria a cada 5 minutos (não, não estou a exagerar), estou mais morta que viva. Não vejo um palmo à frente dos olhos. À conta disso já fiz um corte no pé e duas nódoas bem negras sem saber ler nem escrever. 
A minha criancinha que dormia a noite toda desde o primeiro mês de repente acorda a berrar desesperada. Durante o dia, se saio do seu campo de visão, parte a louça toda aos gritos. Esperneia, berra, guincha. Passa-se dos carretos, basicamente! Quer estar sempre em contacto físico, agarra-se com um desespero fervoroso a mim. 
Dentes o camandro é o que é, que dentes doem ao colo e quer se esteja ou não no quarto da cria. 
O Dr. Google diz que é ansiedade da separação, que acontece por esta altura... 
 
Gente boa que passa aqui no estaminé, podem dar uma ajudinha a esta Mãe à beira de um ataque de nervos em como lidar com isto por favor? 

Dúvidas de gaja...

Tenho uns casórios a chegar. Tenho uma bacia desmanchada que não tolera saltos altos. 
Tenho vestidos gírissimos que podia reciclar (e está na moda reciclar peças já usadas, diz-me a Kate-bochechas-de-vinho). Mas todos eles ficam para lá de mal com sabrinas ou sandálias rasas. 
E se... comprasse este trapito e o conjugasse com umas sandálias rasas prateadas? 
Pindérico ou aceitável? 


(os casórios são todos de tarde, por volta das 16h...) 

É a treva...

... quando o bicho avesso à cozinha acha a ideia de por as mãos à obra e fazer uma tarte de maçã só porque sim maravilhosa. Ou cozinhar qualquer coisinha. porque todas as opções parecem melhores do que continuar a dar com a mona sleep deprived num documento word que já se vomita por todos os poros... 

2!

 
Sò Dona Maria Francisca Texuguinha passou com distinção no berreiro a bidente! 
(será que se lhe puser umas gânfias sinistras de enormes e lhe der um baralho de cartas a piquena me debita os números do euromilhões ou me diz váaaa fazer a cirurgia que já lhe disse que está na menopausa e vai correr tudo maravilhosamente bem ???) 

It's escargots season...


E o "mêhomê" delira com os bichos.
Eu cá sou mais gelados. Não dou para o peditório de coisas viscosas ... 

26 maio 2012

Coisas que me apoquentam verdadeiramente...

 
... a moda das cores néon. Nas camisolas, nas calças, nos sapatos, nas malas, na lingerie, nos vernizes, no papel higiénico...  
Se é para ser avistada ao longe, uso o colete que trago no porta luvas, um must em todas as estações. Agradecida. 

...

(algumas usam pijama o dia inteiro, olheiras até perder de vista e cabelo desgredenhado: yay !)

Guilty...

... pleasure! 
(e das coisas que mais saudades tenho de viver nos states...)

25 maio 2012

Ah, Sexta feira...

 
Depois de um fim de semana e semana with best regards from hell, ei-la all shinny and happy: Sexta feira, coisa mai linda da vida, dê cá uma grande beijoca repenicada. 
O bichedo já "só" se manifesta no ar vaquinha malhada da piquena, já passou a fase de contágio. 
E por isso mesmo, vamos arejar, apanhar ar fresco, fazer raid a umas lojas, comer sushi e o mais que me der na gana. Não sou bicho de zoo está visto, ficar muitos dias fechada em casa come-me as ideias. 
A modos que tal, a "única" coisa que pode suceder é Sô Dona Maria Francisca Texuguinha ter um ataque de gritaria histérica, a sua maneira de comunicar. 
Se virem uma família com uma micro cadela, uma criança berrante que insiste em ir o tempo tooodo a cavalgar no assento do carrinho (querem ver que a piquena tem queda para a equitação?) um Marido com ar quase normal e uma Mãe completamente alucinada, somos nós!!! Não se assustem, a  doidice ainda não se pega! 
Boa Sexta feira :) 

What's your beauty secret?

... pois claro! 

24 maio 2012

Outro, que bom!

 
Mais um selinho cá para o tasco, enviado pela Vanilla. Obrigada! Com ele, vêm estas perguntinhas : 
Diz qual é o teu clube: Porto, carago!!! 
Qual é o teu maior sonho?  Não tenho só um. Mas poder ver a minha filha crescer é um desses grandes sonhos. 
Qual é o teu animal favorito: Cães e gatos. E todas as crias, o que é pequenino mete sempre graça! 
O que mais irrita? Sou mulher dada a muitos "irritanços". Mas irrita-me que me acordem aos berros.  
Que tipo de filme preferes?  Acção e Suspense 
Qual a rede social que mais gostas? Já tive mais paxorra para o Facebook, a única rede social a que aderi. Hoje em dia, prefiro os blogs.  
Quais as palavras que estás sempre a repetir: Sinistro!  
Diz um desporto que adores: Natação. 
Se pudesses pedir um desejo ao génio da lâmpada, qual seria? Se fosse só um desejo, desejava que ele me concedesse todos os meus desejos. Se é para pedir, que seja em grande, verdad? 
Qual é o teu nome:  Princesa (ahahah, começa por P também ...)  
Oferecer o selo a 8 blogs (e a quem mais o quiser apanhar...)

Do concerto de Coldplay (e não só)...

Valeu cada centavo que SuperMaridão gastou na minha prenda de Aniversário. Valeu muito a pena esperar de Janeiro a Maio para a desfrutar. Tudo o mais sobre esta banda que adoro já foi dito.  
Mas valeu também a pena conhecer Marina & the Diamonds. Uma voz lindíssima, que agora se ouve em repeat por estas bandas. 
E agora que a piquena adormeceu e o berreiro cessou, sabe-me ouvir esta voz enquanto tento por as ideias no sítio... 


Há dias assim...

Por entre lágrimas e gritos, misturam-se as dela com as minhas. As dela nem sei se é do bichedo, se dos dentes, se de me ter por Mãe, se porque estamos para aí viradas.  
As minhas? Porque não sei que faça. Porque me apetece fugir, meter-me no carro e conduzir horas sem fim ou até se acabar o combustível. Porque me sinto desesperada. Porque tenho uma vida às costas e não posso simplesmente dizer quero lá saber. Apetece-me chorar porque sim. E espernear e gritar e soltar um chorrilho de maledicências. E sou Mãe e não posso. E porque tudo me começa a afligir e tenho um nó no estômago e uma melancia no lugar da cabeça. Porque as pessoas me desiludem e cada vez mais me retraio e fico no meu canto. Porque tenho saudades de algumas pessoas e não sei lidar com isso. Porque tenho um nó cerebral que não me deixa pensar claramente e vejo tudo difuso. Porque por muito que tente, acho que nunca vou sair da cepa torta. 
Se a criança que fui me visse agora, processava-me e ganhava. É "só" mais um dia mau...

Coisas que me apoquentam verdadeiramente...

Sempre que vejo um sketch dos Homens da luta apetece-me enfiar qualquer coisa pontiaguda e perfurante na jugular... 

23 maio 2012

...


It's hilarious...

Ahahah, pois que estou cheia de vontade de me rir. Ahahah. Não dormi na-da. NA-DA! Directa no toutiço é o que a malta precisa para voltar à forma. E café. E um cigarro. Dispenso o bagaço. Piquena criatura berrou noite dentro como... nem sei. Não sabia que uma coisa tão pequenina e fófinha era capaz de emitir semelhantes gritos. 
Portanto, estou cheia de vontade de me rir. 
E tenho a Tese para entregar até Agosto. E artigos para escrever. E projectos. Ahahahahah. É hilariante, mesmo. E já fomos às urgências para pequeno-almoço a ver se a pintalguice seria do bichedo.  Diz que sim, pois então. E agora acordou e continua a berrar. Tanto faz colo como cama, berra que berra. Esperneia-se, faz o pino, puxa os gritos bem cá do fundo da goela. 
Pronto, apetece-me rir como se não houvesse amanhã e rebolar-me no chão. Ou dar com a cabeça na parede. Ahahahah. Aim for the head... 

22 maio 2012

(não tenho inspiração para título)...

 
Adorei a noite de hoje. Foi ao estilo recém nascido meets the almost toddler. Amei mesmo, do melhor. 
Entre o micro caminho do meu quarto até ao da piquena em modo zombie ainda consegui a proeza de me enganar e entrar na casa de banho. Demorei uns minutos a perceber porque não encontrava a cama.  Essa cama pónei do Ikea que me pareceu fofa e bonitinha mas vai-se a ver e é um major no no partilhando assim da opinião da minha querida Magui.  Começa no facto de ser impossível de a fazer sem arranhar as minhas mãos de fada porque o designer se esqueceu que dá um jeito bestial deixar uns míseros mm entre o colchão e as grades para por lençóis e essas coisas. Melhora substancialmente no Inverno, onde ainda há que acrescentar umas mantas para a cria não entrar em hipotermia à roupa de cama. Claramente quem a desenhou nunca fez a porra de uma cama na vida. Ou eu sou mesmo muito burra. Depois os piquenos crescem e há que baixar o estrado se não queremos acordar pela manhã e dar com eles pendurados no dossel, ou no mobile ou a ver se os tacos do chão estão bem envernizados. Todo um novo mundo! Agora a piquena dorme no chão, num estilo digno de acampamento (logo para mim que detesto acampar a não ser em hóteis com boas camas). Para a deitar tenho quase que a atirar lá para dentro. Ou debruçar-me de tal modo que quase aterro de cabeça nos lençóis às bolinhas. Tudo isto para dizer (perdoai-me mas dormi 4 horas, sim? Sem dormir sou pior que um Tir sem travões)  que esta nova função torra-paciências da cama que outrora achava linda e pónei é particularmente boa quando a meio da noite a cria não chora mas berra a plenos pulmões e é preciso dar-lhe colo e mimo sem que acabemos a partilhar o leito. 
Adiante. 
A cabeça pesa-me (gostava eu de dizer que é da sabedoria, mas mentir é feio e a minha Avó diz que dá direito a entrada Via Verde no Inferno) tenho de ir ao dentista e a modos que tal, abanquei-me com o computador ao lado da máquina de café. 
Fora isso, piquena está sem febre (yay) mas suja fraldas a uma velocidade impressionante (nay), deixando o quarto impróprio para quem respira oxigénio (NOJO).  
It just gets better by the minute. 

Agora que o nevoeiro se começa a dissipar...

 
Olhando para trás, apercebo-me que as primeiras três semanas de vida da minha filha são um absoluto nevoeiro cerrado para mim. Não me lembro de lhe dar banho quando chegamos do hospital, de que lençóis tinha no berço, de lhe mudar fraldas, não me lembro de tantas outras coisas que só fotografias me fazem acreditar que as fiz. Foi como teve de ser, adiante. 
Não sou leiga no assunto, a depressão é minha velha conhecida. O que me leva a pensar... E se fosse leiga? Se não soubesse nada de nada sobre esta doença? Se as pessoas à minha volta não tivessem tido o discernimento de ver que alguma coisa estava mal e assumissem que era normal, que com o tempo passava? Qual teria sido o desfecho?  
Não acho que se deva massacrar as futuras Mães com as perspectivas do que pode correr mal, não vamos por aí. A gravidez já acarreta uma série de ansiedades per se, não é necessário adicionar mais. Mas falar sobre o que pode correr menos bem, alertar para os eventuais bumps on the mommyland road seria bom. Ser Mãe é maravilhoso, mas não é cor de rosa all the way all the time. Seja porque se sofre com DPP, seja porque há outras alterações ao percurso inicial que ocorrem e para as quais não se prepara... E talvez assim, a vergonha associada a este tipo de situações deixe de existir. 
É só uma opinião, vale o que vale... 

21 maio 2012

Dentes o camandro "masé"...

 
Afinal diz que sim, que Sô Dona Maria Francisca Texuguinha está em processo de dentição activa. 
Mas diz que não, que piquena não padece de febres, mal estar e olho vermelho por causa dos white pearls. É bichedo vírico que aí anda. Manter a medicação e se daqui a 3 dias a febre não ceder, nova incursão às urgências. 
Para a coisa ficar ainda melhor e como sou solidária, o bichedo também veio visitar-me. Padeço agora de dores de cabeça fortes e febre. Oba oba!!!
Lá está, é tudo a ajudar o Pai que é velho...  
P.S- Obrigada pelos desejos de melhoras da Texuguinha. Muito obrigada mesmo!!!

É tudo a ajudar o Pai que é velho...


A febre não baixa. Agora também não quer comer. Dorme aos soluços e acorda a chorar e a contorcer-se... 
Não fosse o terem achado giro na Quinta feira passada fazer sessão fotográfica com outra criancinha que tossia cheia de expectoração e até era capaz de engolir a explicação one size fits all: dentes. 
Gostei particularmente do "ela só tossiu quando vocês vieram cá, foi a única vez. Ela esteve doente Segunda e Terça mas hoje (Quinta) só tossiu agora mesmo".Claro, aquela expectoração apareceu ali, naquele momento, só para dar emoção e suspense.  Odeio que me atirem areia para os olhos. Odeio que não pensem direito ou que simplesmente não pensem. Odeio ainda mais a pergunta do "onde será que ela apanhou isso para ficar assim?". E porem a mão na consciência? Caríssimos, se fosse para a piquena estar com crianças doentes, tinha ido para o infantário. Ficava com os bolsos mais leves mas com a cabeça mais sossegada em vez de estar sempre a pensar nos ses e a ter de dar satisfações. 
Até podem ser dentes, não digo que não. Mas desconfio que este cenário não se deve só a dentes... 
Se até ao fim do dia a febre não ceder, vou visitar as urgências... Já vamos no terceiro dia de febre acima de 39ºC, mesmo com paracetamol.
O trabalho acumula-se, tenho a cabeça em água e o coração pequenino. 
É tudo a ajudar o Pai que é velho, como diz a minha Avó... 

20 maio 2012

Adenda ao post anterior...

A não ser que SuperMaridão e eu sejamos late bloomers no que à dentição toca, não me parece que "Dentes" seja a explicação para a coisa... 

Habemus dente... e febre...

Not so wonderful... 
Pode ser dos dentes (óh pra mim a ceder à tentação do dentes-solve-all-your-questions-and-doubts). Pode não ser.  
Mas a piquena continua com febres altas. Baixam com paracetamol mas ao fim de umas 4 horas voltam a subir.  
Não gosto nada, absolutamente nada. Se for do dente, raios parta o dente. Se for bicho, vá de metro Demo... 

19 maio 2012

Habemus dente!

 
Ma-ra-vi-lha.  
Dona Maria Francisca Texuguinha é oficialmente monodente!  
Agora sim, posso dizer que tudo o que me apoquentar, são dentes, 'táver?

17 maio 2012

Textos deliciosos no Portugal da era amarga...

Que o desemprego é uma oportunidade, disse ele, talvez pensando no mercado de trabalho como um ambiente líquido, onde se navega na fluidez absoluta, ou saltando de nenúfar em nenúfar, abrindo janelas a cada novo emprego.
 Que alegria, imaginais melhor sorte do que ter tempo para as promoções ou os descontos ou os saldos ou a feira ou a orgia ou a dinâmica de grupo ou lá o que é aquilo do Pingo Doce, podeis agora saltar, pular, esfaquear, comer as migalhas da casa grande e esquecer a luta de classes; que oportunidade para sairdes da caverna e receberdes a luz do liberalismo, o mundo é vosso, o futuro é vosso, há "low-costs" como dantes havia as auto-estradas para quando abandonardes este país, aliviando a panela de pressão. Ide e levai a boa nova deste reino onde a flexibilidade é a lei, uma corda que nunca rompe, que estica sempre e até sempre. Ide e levai o dízimo.  
Que o desemprego é uma oportunidade, disse ele, mas pensava nos empresários, que assim podem baixar salários e exportar mais, qualquer dia a China e a Índia pedem-nos a receita, como é bom explorar em Portugal. Que não ter dinheiro para os tratamentos ou o transporte ao hospital é uma oportunidade, para desintoxicar, abrir horizontes, amar a ecologia, des-medicalizar, combater o bio-poder e viver das ervinhas medicinais.  
Que deixar o curso por não ter dinheiro para as propinas é uma oportunidade, pode o rapazola procurar emprego e se não há emprego há oportunidade e se não há oportunidade talvez haja oportunismo.  
Que a pobreza é uma oportunidade, para ser-se honesto, humilde, servil e os pobrezinhos, já se sabe, vivem no coração das damas caridosas. 
Que mexer, reformar, reestruturar, relançar, desmontar, inventariar é uma oportunidade para ferir a rotina de morte, não há nada como a instabilidade, a adrenalina de não saber o amanhã, o imprevisto é "sexy" e mobilizador, agora todos somos radicais, extremistas da economia, revolucionários da mais-valia, ai este erotismo de mercado, salivo com a oferta e a procura como bestas sádicas à solta, que frenesim, que excitação.  
 Que morrer é uma oportunidade: o défice melhora, as agências funerárias facturam, os padres oram e os campos agradecem."
João Teixeira Lopes, aqui

Procura-se...

... sapatos com cunha baixa. 
E nem sei se esses quasi-rasinhos a minha bacia remodelada por Sô Dona Francisca Texuguinha, designer de interiores maternos since 2011, aguenta.   
Agradecida! 

16 maio 2012

Das name badges...

Queira o acaso que quando o Alemão se me instalar na cuca tenha eu acabado de sair de um Congresso ou algo que exiga o uso de uma name badge (a.k.a Boby's I.D card). Se há coisa de que me esqueço sempre é de a tirar. Vou feliz da vida rua fora com o meu próprio nome a pender-me ao peito. Chego a ir ao supermercado e passear-me pelo shopping nesses propósitos. 
Por isso, queria a vida que no dia em que o Alemão assentar por estes lados, tenha saído de dar para um desses peditórios. Irá facilitar muito a vida a quem me encontrar deambulando rua fora...  
Tirando o facto de 99% das vezes escreverem mal o meu apelido de solteira... 

Coisas que me apoquentam verdadeiramente...

... a moda do modelito acima exemplificado (este é da Zara, local onde há destes espécimes a pacotes. Já agora, a Zara podia ir roubar para a estrada com aqueles preços, sempre era mais honesto...):  saia curta à frente com rabo de tecido grande atrás
Desculpem lá, mas não houve tecido para a saia toda? Ou o rabito de grilo que fica ópatrás é para tapar as celulites? Mulheres felizes essas que só têm celulite atrás, mamíferas que se prezem como eu é all over! 
Não percebo e não gosto nem um bocadinho. Desculpem lá as fashionistas. Eu cá prefiro ser brega e demôde. Saias ou vestidos aba de grilo, é cousa que não me assiste!

15 maio 2012

E depois...

... nos silêncios que existem em mim deixo que o (meu) mundo se desmorone. 
Ou porque pensamos demais, ou porque estamos cansados demais. Ou porque sim, apenas.  
Ou então porque simplesmente, num rasgo de lucidez arranhado de insanidade,  nos apercebemos que a vida lá fora toma todas as tonalidades menos cor de rosa. 
Que a crise, sempre a crise, nos molda o rosto e nos assalta as conversas. Que o desânimo dos jovens não é o desânimo dos outros mas também o meu. 
Nos (poucos) silêncios que a mim me autorizo há sons ensurdecedores. 
Por muito que não se queira um dia a realidade volta para nos morder no rabo. 

Quando for grande...

... vou ganhar juízo e começar a dar nomes decentes aos ficheiros quando os guardo. 
Até lá, vou continuar nesta emoção de tentar descobrir se o ficheiro com o nome 67etkAG ou o tt3rAGS é o que preciso. Para ontem... 

Dos "Sem noção", take 4998...

Sem noção agarra-se à cria, à vossa cria, com unhas e dentes e cabelos e tudo mais um pouco. 
Sem noção, vislumbrando uma diminuta possibilidade de poder ficar com cria a sós mais um poucochito, faz de tudo. Inventa de tudo.  
- Se quiserem, vão sair que eu fico com ela. 
(se eu quisesse sair, dizia. Mas agradecida pela atenção... ) 
- Não é preciso, obrigada. Vamos ficar por casa. 
-Mas se quiserem vão!!! 
( e aqui, fosse tal possível, teríamos sido gentilmente atirados porta fora)
- Mas eu nem trouxe lanche para a piquena e está quase na hora de lho dar... 
(No problem Princesa sem Reino, "Sem noção" é o cilit bang (é assim que se escreve?)  dos dramas alimentares infantis) 
- Não tem mal. Eu faço uma papa com bolacha Maria e leite (WTH???). 
-Mas a piquena ainda não pode beber leite de vaca. 
- Ah, então faço uma papa de bolacha Maria e água... 
Sô Dona Maria Francisca deve estar, sem eu saber, a preparar o corpo para caber no seu triquini (muito mais pónei que biquíni)... Agora filha, comes bolacha Maria com água. E não digas que vais daqui!

Good night dear, sleep tight...

... is all we need. 
Paletes dele. Mesmo quando tudo, especialmente quando tudo o resto se esfumar pelas brumas da incerteza... 
Boa Noite G. 

14 maio 2012

Das passwords...

Não tivesse eu já sarna suficiente para coçar o lombo assimcómoassim decidi mudar passwords. Pela primeira vez na minha (des)interessante existência criei uma palavra passe com uns 20 caracteres e com nível de segurança bom. 
 Seria inteligente e revelador de zelo na segurança fosse eu agora capaz de me lembrar da dita. 
Soubesse o que sei hoje tinha decidido dissertar sobre a catota do nariz. Mas talvez até para isso precisasse da porra do acesso VPN que me é negado por não me lembrar da nova palavra passe. 
It just keeps getting better...

Perguntas absolutamente geniais com respostas para lá de parvas...

 
- Então, que vais fazer depois de seres Dótora? 
- Se conseguir defender (-me) para passar a ser Dótora de la mulex russa, o que implica entregar a Tese, o que pressupõe que a escrevi, o que se traduz em que as doses industriais de cafeína a circular nas veias ajudadas por açúcar em estado puro que enfardo na forma de ursinhos fófinhos não me matou nos entretantos e não comecei (ainda) a alucinar que o meu computador é primo afastado do Alien...
Não faço a mais pequena ideia. 

Bah...


11 maio 2012

O cúmulo do compromisso...

... acontece quando clubes de futebol fazem  protocolos com agências funerárias.  
Deve andar na base do até que a morte vos separe... 

Ah, Sexta feira...

E de todas as promessas de calor que o fim de semana traz, o único que desejo é o calor do teu abraço. 
Porque é Sexta feira. 
Tudo o resto, são promessas de Primavera em nós.... 

10 maio 2012

Coisas que me apoquentam verdadeiramente...

... não saber se me apetece vestir (enfiar) um par de calças ou um vestido amanhã. Os meus apetites são decididos no dia anterior, que de manhã nunca me apetece nada. Ou melhor... apetece-me todas as santas manhãs, nesta mui nobre residência, ficar de pijama cor-de-rosinha às vaquinhas, cabelo apanhado num coque (sim, o coque dá o glamour que falta a este post. Quando era eu piquena, não vai assim para tantas décadas atrás,  dizia-se puxo e fazia lembrar algumas religiões e piquenas bailarinas. Agora é coque, não seja brega Princesa sem Reino). 
Mas pronto, voltando a apetites que não interessam nem ao menino Jasus: calças ou vestido? 
Ou, melhor ainda, adiro à moda de andar de pijama na rua? 
Quiçá, amanhã ir para a labuta de  pijama cor-de-rosinha às vaquinhas e cabelo apanhado num coque seria o meu momento de visionária. 
Verdadeiramente avant garde... 

09 maio 2012

Quando for grande...


... quero ser uma daquelas criaturas que acordam de manhã com o cabelo sempre impecável, vestem uns jeans e uma t-shirt branca e ficam maravilhosas... 
Até lá, vou ver se encontro um saco para meter na cabeça. Hoje, meto medo ao susto. 

08 maio 2012

Good night dear, sleep tight...

 
Se, por um lado, escasseia o tempo que posso emprestar ao que mais gozo me dá, por outro lado, o tempo, esse bandido, arrasta-se para que seja o tempo de voltar ao teu conforto. 
No final de contas, sei que o tempo não será bondoso comigo. Serei eu então bondosa com ele. E aprenderei a domá-lo mais uma e outra vez. As vezes que forem precisas. Até que o tempo, esse bandido, se aninhe aos meus pés como leão velho e cansado.  
Boa Noite G. 

Someone, please...

... leve esta senhora ao Mac mais perto. Stat.