22 julho 2015

É só estilo (#sóquenão)!

Desde que cortei o meu cabelo num LOB, o corte do momento, numa promessa salva Nicky (foi o que ocorreu primeiro, whatever), que toda eu sou um poço de estilo no que toca a hairstyles. Alterno entre o rabo-de-cavalo-sopeirissimo e o rabo-de-cavalo-metade-apanhado-metade-caído-porque-não-tinha-espelho. Tudo porque a porra lá do LOB até pode ficar giro nas gajas das revistas mas em mim, além de me dar um ar de trambolho, mete-se-me nas golas das camisas, das T-shirts, dos casacos e apoquenta-me! Maneiras que ando a rezar a santos padroeiros de cabelos para ver se o dito cresce depressinha. É que ultimamente toda eu sou um poço de estilo no que toca a penteados, upa upa! 

21 julho 2015

O meu carro tem um sentido de humor mais retorcido que os vossos.

Uma pessoa traz o carro à inspecção no último, assim úl-ti-mo dia para fazer a inspecção legal ao bicho. Uma pessoa está confiante que o maquinão passa a cena na boa. Uma pessoa fica na fila com o carro ligado. Espera pela sua vez. Finalmente, chega a dita e mandam desligar o carro. Papel para cá, papel para lá "ligue lá o carro". Tsssss. Nada. Tsssss. Nada. Tssssssssss (pega bicho, pega!!!). Nada. Bateria com os porcos ali, quando estava prontinho para fazer a inspecção. Carro empurrado dali para fora e parado, convenientemente, ao lado de uma carrinha funerária... 
Bom dia para vocês também, sim? 

20 julho 2015

Uma espécie de bom dia, bom dia... ( e boa semana)

De férias ou de trabalho, de descanso ou de cansaço, de dias longos ou de noites curtas... Bom dia (e uma boa semana) ...
Everybody's gotta learn sometime 

16 julho 2015

Cenas que atrapalham a vida desta Mãe.

Ter pensado fazer um jantar gourmet para a Cria de: 
filetes de pescada crocantes no forno em cama de ervilhas com arroz de jasmim ;*

e descobrir que já comeu isso ao almoço na Escola.

 Não há condições. 

* Vulgo douradinhos com arroz de ervilhas. Uma pessoa tenta, está bem? 

Sometimes I get lost inside my mind

I know there's so much left to seeI know I have so much left to giveBut the memories remain, yet the scars don't feel the sameFilling page just one by one, in the warmth of other suns

(A Francisca começou a perguntar pelas minhas cicatrizes. Digo que são feridas que a Mãe fez há muito tempo e ela pergunta se doem, passando a mão nos meus braços. Não Filha, não doem. )
Lembro-me de uma vez, há muitos anos, a minha Avó ter partido uma boneca de porcelana (horrorosa) mas que, nem sei muito bem porquê, a minha Mãe lhe tinha estima na altura. Fez-me "shhh, a Avó vai colar e tu não vais dizer à Mãe, está bem? É o nosso segredo!"*. Anui e continuei na minha vida, atarefadíssima, própria de quem tem 4, 5 anos. Uns anos mais tarde, encontrei a boneca, agora já na classe de cangalhada. Olhei para ela e recordei-me que se tinha partido e de toda a estória. Ao primeiro olhar, estava intacta e feia como sempre tinha sido. Mas, se passasse o dedo por ela, sentia-se perfeitamente o rebordo da fractura, a imperfeição da cola, as partículas minúsculas em falta que faziam com que a porcelana não unisse por completo. Demorava para perceber tal imperfeição. De relance, estava impecável. Era só uma boneca mas talvez seja essa a grande diferença que existe entre perceber as quebras e as marcas que a Vida traz a quem nos rodeia: a capacidade de ver em vez de só olhar. 
(A Francisca começou a perguntar pelas minhas cicatrizes. Digo que são feridas que a Mãe fez há muito tempo e ela pergunta se doem. Já não doem as cicatrizes Francisca, mas há feridas que se sentem apenas vendo com os olhos da alma, que é o coração. )

* Não fiquei nada caladinha. A primeira coisa que fiz quando o meu Pai chegou foi logo ir contar-lhe. Queixinhas!  
 

15 julho 2015

"Dormir bem é tudo".


"Canta-se muito o espírito e a vontade e o sonho mas bastam duas noites mal dormidas para percebermos que, se algum determinismo existe, é o fisiológico. 
"Está cheio de sono" é a desculpa eterna dos pais para o comportamento psicótico das paridas criancinhas. Reivindico esse mesmo queixume para os adultos. 
Basta dormir bem uma noite para o dia seguinte ser uma espirituosa alegria, cheia dos mais nobres sentimentos. Podem dizer que é triste que tudo dependa de contingências fisiológicas. É mentira: é apenas deprimente. Por ser verdade. 
O velho conselho "sleep on it" afinal não significa "dá tempo ao tempo; adia a decisão até amanhã" mas apenas, prosaicamente, dorme 7 ou 8 horas e sentirás, erradamente ou não, que a coisa não é tão negra como tu pensas. 
É verdade que a coisa mais importante é a saúde. Mas a saúde não é a ausência de doenças: é uma satisfação fisiológica que se repôe ou retira de um dia para o outro. 
Quando se está muito doente - quando não se tem vontade de comer, beber ou fazer seja o que fôr - a única coisa que fica é uma vontade de viver. Mas mesmo essa vontade é coisa pouca. Por estarmos doentes. Por sabermos como é não ter saúde bastante para acharmos imperativo esforçarmo-nos muito (ou mesmo pouco) para nos salvarmos. 
Salvar quem? Salvar o quê? A única coisa que vale a pena salvar é a saúde. E a saúde é, no fundo, um problema de cansaço que vai podendo, enquanto pode, ter soluções tragicamente temporárias. 
Até não ter."

De manhã, no meio da rua, para quem quisesse ouvir.

- Mánhe?

- Sim, Francisca?

- Hmm... olha Mánhe, sabes, o teu carro está a precisar mesmo muito de tomar um banhinho!!! Está mesmo blhaca! 

- ...

(raça da miúda...) 


14 julho 2015

Ide chorar a rir, que vale a pena!

Estou que nem posso de tanto me rir!
 Ide ler o resto, ide, que aqui ficam só algumas das "10 modas parvas"

Selfie Sticks
"Os famosos paus de selfie. Pau de selfie faz lembrar uma espécie de condimento para comida ou um brinquedo sexual para auxiliar a masturbação, mas não! É aquele cabo para as pessoas tirarem fotos a elas próprias. No meu tempo, pedia-se a alguém que fosse a passar para tirar uma fotografia e dizia-se "Carregue aqui neste botão". Aquele botão igual em todas as máquinas, mas que nós sentimos sempre necessidade de dizer, não vá a pessoa carregar no flash ou no botão que ejecta a bateria. Devo dizer que reconheço a utilidade dos paus de selfie, acho que até criam um efeito giro e são práticos de utilizar em várias situações. Isso não quer dizer que não sejam ridículos. São. Andar com o telemóvel preso na ponta de uma moleta é só estúpido. Mas o pior não é isso, o pior é que as pessoas andam muito obcecadas com elas próprias. Eu, quando vou a algum lado, estou mais interessado em tirar fotografias às paisagens, aos monumentos, às pessoas na rua e a momentos únicos, do que a mim. Parecem a Cristina Ferreira que tem que aparecer sempre na capa da sua revista. Se querem tirar uma foto do pôr do sol em Belém, para que é que a vão estragar com o vosso focinho?"


(...)

Running
Toda a gente corre, mas já ninguém diz que corre. É muito mais fino dizer "Hoje não vou poder ir ao teu jantar, porque tenho que ir fazer running". Aliás, aqui na Buraca, efectuam-se manobras de fuga em running! Muito mais fino que dizer que se fugiu a correr dos bandidos. "Ontem fiz mais cinco quilómetros em 53 minutos", partilha-se amiúde no Facebook. Mas quem é que quer saber? O que é que a mim me interessa qual a distância que vocês percorreram a pé, enquanto eu estava sentado ao computador a comer donuts?! Correram? Efectuaram um running gostoso? Epá, que bom para vocês! Levaram o iPhone no braço e foram vestidos com roupa de marca que vos custou cem euros? Epá, bom para vocês! Não, não me interessa a marca dos vossos ténis. Eu não vos chateio com os meus feitos, pois não? Aliás, no outro dia também fiz 6km. De carro. Para ir buscar três pizzas. Não me viram a vangloriar-me disso, pois não? Vou começar a colocar no Facebook "Guilherme Duarte, acabou de efectuar fucking durante 3 horas e 22 minutos. 670 kcal gastas. 1 orgasmo masculino e 14 femininos. Subiu de nível para master fucking warrior." 

Sumos detox
Nunca experimentei nenhum, mas até sou gajo para o fazer um dia destes. Um sumo detox no fundo é uma sopa fria. Uma espécie de gaspacho mas com "super-alimentos", que são também eles, por si só, uma moda parva. As mulheres acham que beber sumo detox as vai fazer expelir pelo ânus toda a porcaria que comem durante o dia. "Bem, vou comer dois Big Macs, que mais logo bebo um sumo com chia, bróculos e sementes de girassol tresmalhado do Zimbabwe, mando isto tudo cá para fora". Os homens bebem às escondidas, tendo medo de ser rotulados como quem tem um piquinho a azedo, como tem a maioria desses sumos. Mais uma vez, nada contra, bebem à vontade, até fazem bem à saúde. O que mais me irrita é o orgulho com que gritam aos sete ventos que acabaram de beber um sumo. "



Para levar melhor o dia...


You put a big bird in a small cage and it will sing you a song...

13 julho 2015

Diz que é moda e chiquibem.

Um dia destes, estava a falar com uma Amiga minha sobre convites de casamento. Já nem sei muito bem como a conversa foi aí parar, mas também não interessa nada (deve ter sido por causa do convite de batizado da Francisca. Ide ao Etsy minha gente, que há lá de tudo: giro, feio, horroroso, uber cute, lálálá e a preços muito interessantes. Satisfeitíssima, eu.) Diz que agora é moda fazer festas de casamento "adults only". Ou seja, quem tem criancinhas das duas uma: ou tem quem tome conta da canalha ou então olha, não vão (e até poupam uns trocos). Por acaso, ainda não me calhou nenhum convite desses. Por acaso também, a Francisca não foi a nenhum dos casamentos* (já somo 3 só este ano e falta, pelo menos, ainda um) pelo simples facto de que havia família que pudesse ficar com ela (a minha pessoa, a Mãe, fica sempre muito desconfiada daqueles Mickeys e Minnies manhosos que se disponibilizam a levar as criancinhas para salas contíguas). Mas voltando aos convites "adults only"...  Eu percebo que ter crianças numa festa pode ser chato. Elas gritam, berram, choram, gostam de limpar as mãos no vestido da noiva, pedem para fazer chichi e cócó muito alto no meio da cerimónia e ficam, quase sempre, a tirar catotas do nariz nas fotos. Uma chatice, que sim. Mas não faz sentido nenhum convidar alguém e logo a seguir dizer "a tua Filha não pode vir, mas faço todo o gosto em que venhas". Antes de ser Mãe, até era capaz de encolher os ombros e perceber a lógica e mimimimi. Hoje em dia, faz-me confusão. Até acho mais aceitável dizer que "não podes vir à praia connosco porque cheiras mal dos pés" ou  "nunca mais vou jantar com a tua irmã porque ela manda muitos perdigotos a falar, além de o hálito tresandar". Todos sabemos que as criancinhas, especialmente se forem muitas, fazem barulho. Mas fazem parte (se não forem mesmo a parte mais importante) da vida da pessoa a quem se endereça o convite. E o que não falta são tipos de eventos em que facilmente (e educadamente) se descartam as crianças, essas pequenas usurpadoras de meio metro... 

*Ah, espera, foi ao do Padrinho dela. Encheu a pança nas entradas e depois foi toda feliz para casa com os Avós, que foram uns queridos e a vieram buscar, já ela tinha decidido que por o patê na tosta era trabalho a mais e vai de colher-patê-boca-repete. Um olho no burro e outro no cigano minha gente, é o que vos digo... 

12 julho 2015

Sometimes I get lost inside my mind...

Deveria ser a paisagem que mais serenidade poderia trazer. Plano. Geometricamente, faria também muito mais sentido que assim fosse, que o plano que se estendia à minha frente fosse capaz de me serenar ao invés das ruelas íngremes e sem ordem aparente. Que o infinito, com a sua linha a perder-se no horizonte do céu muito azul, estendido à minha frente sem pudor ou curva, me desse essa sensação. Não dá. Não sou daqui. Não pertenço aqui. Não quero ser daqui. Quero as minhas ruas desniveladas, o céu encoberto, o cinza, o nevoeiro cerrado. Quero o pão,quero as repas, a cruzeta e a carteira, não mala, não quero mala a ser carteira. E quero as sapatilhas e os cordões, quero dizer à Francsica que aperte o cordão da sapatilha e nunca de outra forma qualquer. Recordo-me muitas vezes de um outdoor que existia à entrada da Ponte da Arrábida, há muitos anos atrás (da Nike, acho eu): this is my planet, this is my world". Na época dos cidadãos do mundo, pode-se viver em "planetas" diferentes, mas nunca serão o Mundo. Nunca serão Casa. 

08 julho 2015

Quem fala assim não é g(r)a(e)go.

Apesar de me ter divertido muito com este senhor: 

hoje deliciei-me a ouvir Guy Verhofstadt, um belga sem papas na língua (podem ver aqui). Eu, que nem costumo aguentar 5 minutos de um discurso politico,desta vez estive quase 8 minutos maravilhada com o discurso desta personagem.  Ai a banca, ai os credores, ai os sacaninhas do costume, ai, ai, ai, não pago, chamem a polícia, quero a minha Mãe. Meus amigos, o banco que vos emprestou dinheiro para comprarem a casa  e ao qual têm de pagar religiosamente ao final do mês, sob pena de irem ver se debaixo do viaduto corre uma aragem, também não quer saber se estão com uma dívida de 200% nem, tão pouco, emite perdões dos tostões (em comparação com a divida de um país) se não cumprirem com a vossa obrigação, aquela que assumiram no momento do empréstimo. É muito giro falarmos em democracia, opressão, lálálá, temos de ser todos amiguinhos, dividir a riqueza por todos e paz e amor e carneirinhos cor de rosa. Também fica muita bem dizer que a Grécia ajudou a reconstruir a Alemanha no pós II Guerra Mundial e que coitadinhos, agora ninguém os ajuda a eles, umas vítimas do sistema capitalista, o dinheiro não faz falta para nada, basta ar puro e fé no futuro. Mas, tanto quanto eu sei, a Grécia não foi assolado por nenhuma Guerra ou evento catastrófico que não a má governação nas últimas décadas. Foram ajudados duas vezes já. Agora querem a terceira. Mas sem pagar e sem explicar que diabo tencionam fazer... muito na base do "dá cá o guito e depois logo se vê". Claro que, e isto sim, irrita-me, as taxas de juro que são cobradas são de uma má vontade enorme e de exploração, estando muito perto do agiotismo, mas a questão agora é a seguinte: Tsipras vai vender a Grécia a Putin? Tsipras nunca pensou estar no poder e agora está à nora? Pena dos Gregos? Eu tenho é pena de quem todos os dias luta por uma vida melhor, como daquelas alminhas que arriscam tudo e fogem para a Europa e acabam em Lampedusa, na melhor das hipóteses. Desses sim, tenho pena. Dos Gregos? Oh gente, vamos todos crescer e deixar de brincar às casinhas comunitárias, sim?

Coisas que m'apoquentam a mioleira.

A ver se eu me consigo explicar sem me começar a rir tipo tolinha (vocês não vêem mas eu cá tenho assim uns ataques de riso incontroláveis volta e meia. Por norma, até são nas piores alturas, em coisas solenes e assim e pronto, a maluca dá-se-lhe para rir e está o caldo entornado). Onde ia mesmo ? Ah, já sei! Então: o que me apoquenta hoje severamente as ideias? Passo a expor: 
a) Virou moda(?)* ser runner/correr/fazer exercício físico/ (____) fill the blank com a atividade que quiser, padel, TRX, lálálá. Nada contra. Em absoluto. Até acho que fazem lindamente em mexerem o fofo. Faz, na minha modesta e humilde opinião de sostra-mor, maravilhas à cabeça para além dos benefícios físicos. Admiro quem consegue correr 21km de uma vez mas admito que isso não é para mim, quase me benzo só de pensar. Para além da colecção de lesões na minha caderneta e mais umas quantas outras coisas à parte, acho que me aborrecia de morte, tanto tempo para chegar a um sitio, credo!!! Mas  em verdade vos digo que sim, que acho que fazem mesmo muito bem em se mexerem e não serem parte integrante do sofá lá de casa. 
Mas é no ponto seguinte que a coisa descamba: 
b) Maltinha do ginásio/runners/lálálá-whatever: expliquem-me: como é que são capazes de gastar 200 euros numas sapatilhas, 50 num bom soutien (acho bem que salvem as ta-tas), 50 numas calças xpto para correr ou o diabo a quatro e tudo somado dá um uso diário de quê, duas horas?. É que existe a espécie que o faz mas que depois são in-ca-pa-zes, absolutamente incapazes, de se vestir bem na rua, assim no dia-a-dia normalzinho!!! Uáaaaai????? Porque não investem em roupa para irem trabalhar, para irem a um jantar, a uma festa, qualquer coisa da vida fora do exercício, como investem para ir suar as gordurinhas??? Expliquem-me, p'lo amor da santa, a lógica da coisa!!! É que a modos que eu, mas também sostra me confesso, se tiver de escolher entre uns brutos de uns sapatos para o meu dia-a-dia, uma carteira xpto (ou mala, porra que esta gente moura diz mala e também não sabem o que são repas, estrelinha que os guie masé) ou mais um vestido/calças/camisas/and so on and so forth, não tenho a mínima dúvida. Para ir deitar bofes pela boca e ficar com ar de banho de azeite, prefiro ir ali à Primark e, quando arder, lixo e venha novo. Em bom, invistam nos dois lados se são mesmo aficionados de desporto, mas, se tiverem de escolher um sitio para despejar os vossos euros, amiguinhas: vestir bem e estar bem arranjada é, também, uma forma de boa educação. E já não há cú que aguente para gente que me espeta garfos nos olhos com os seus "autefites de passeio". 
* para modas piores, antes esta. Bem melhor que as calças da Resina do meu tempo do liceu ou pelos debaixo dos sovacos. 

06 julho 2015

Anúncios que me encantam ( e músicas e carros também)

Tudo em bom. TU-DO. Ele é o título, ele é o carro, ele é a paisagem, ele é a música. Tudo, pronto. Tudo. 


( o meu carro de sonho: um Volvo C70. Não peço muito, não quero um carro de milhares, não quero um carro para me olharem. Quero um carro que seja a minha cara. E continuo, ao fim de anos desta crush, a achar que nenhum carro nunca me vai assentar tão bem como um C70.) 

05 julho 2015

Ah, toda uma vida "paroleira" que me andava a passar ao lado...

... mas ainda há esperança para mim,  quando trauteio esta ma-ra-vi-lha da vida parola que vive em mim! "o leeeeepoooo leeeeepoooo"! 

aqui: 
https://m.youtube.com/watch?v=AHVS5DW434g

02 julho 2015

Um mês depois.

Passou um mês desde que escrevi aqui. 
Não aconteceu nada que me impedisse de o fazer. Não estive doente. Não tive ninguém doente. A minha Avó está doente mas são 88 anos e para já, está bem dentro dos dias que lhe (es)correm. Adoptei um cão para os meus Pais, o tal que falei e que queria, acabou por ser para mim (nós). Fui buscá-lo a um domingo. Lavei-o, esfreguei-o, desparasitei-o, brinquei, alimentei. Levei-o à rua na minha hora de almoço, debaixo de um calor de terra do inferno. Na 5a feira seguinte, fui com ele no colo para o veterinário. Esteve internado 5 dias entre a vida e a morte (parvovirose) e eu prometi que ia cortar o cabelo e ele se salvava. Dei uma valente tesourada nos meus cabelos longos e tenho-o acima dos ombros agora. Pode ter sido a promessa mais fútil da história, o abdicar da coisa mais idiota de sempre, mas foi o que me ocorreu na altura. O Nicky salvou-se, está bem, óptimo, maravilhoso e vive já com os donos "a sério", os meus Pais. Já foi vacinado, chipado e mimado até mais não. Acho que lhes vai trazer alegria, ao meu Pai e à minha Mãe. Não gosto de me ver com o cabelo assim. Sinto-me "não eu". Não tem mal, voltará a crescer. É "só" cabelo. A minha Mãe está com um ar extremamente cansado e eu, que sou má de demonstração de afectos, apetece-me dar-lhe um abraço. Ainda não dei. Mas vou dar.  Voltei temporariamente aonde cresci muito profissionalmente. Cresci mais em 15 dias do que nos últimos 3 anos. Fico muito tempo absorta em mim, nos meandros da minha cabeça. A Francisca foi para a praia. Voltou ao otorrino e ficou sem sequelas, recuperou totalmente a audição após a cirurgia do ano passado. A Francisca vai ser baptizada em breve no sitio com a vista mais bonita de todas da Cidade que é a nossa Casa. E em breve fará 4 anos. 
Passou um mês desde que aqui escrevi. 
A vida decorreu no seu ritmo... não tive vontade de aqui vir, confesso. Não tive vontade de vir contar as minhas angústias, as minhas alegrias, as lágrimas que chorei, as decisões que tomei ou o que vou fazer da e na vida. Os casamentos a que fui, os sustos que levei, as saudades que sinto e que senti. As amizades que cimentei e às que disse boa noite ao freitas, encolhendo os ombros e seguindo em frente. Fast healer, fast forward. Não aconteceu nenhuma mudança drástica, a terceira guerra mundial ou descobri a cura do cancro. Não me apeteceu vir reclamar com os idiotas que não vacinam as crianças. Chamem-me o que quiserem, atirem pedras, calhaus e pedregulhos... quero nem saber: os Pais da criança que morreu com difteria vão ficar para sempre com a culpa da morte do filho e eu não consigo sentir empatia. Sou um monstro talvez, mas não consigo. Tenho pena da criança inocente, não tenho para com os Pais. Nenhum Pai merece enterrar um filho, mas os Pais devem proteger os filhos de todas as formas possíveis. Morreu porque não foi vacinado. Estupidez humana no seu melhor, modas que não entendo. Vamos todos voltar ao tempo da peste negra, varíola e morrer de constipações. Voltemos também ao tempo em que as Mães morriam no Parto e as crianças de desnutrição porque a Mãe não tinha leite para dar de mamar. Não sei qual é esta nova sociedade que me passa ao lado, mas fico muito contente por me passar ao lado. Vá de retro, xô. Sou uma mulher da ciência, pragmática q.b, mas se for preciso dizer que corto o cabelo e que acredito que isso vai mover qualquer força no universo para salvar um (O) cão, faço-o. Estou farta de gente saudável, de gente que não manda uma caralhada e que está sempre bem disposta. Ou dos que estão sempre mal dispostos, de beicinhos empinados, de olhares de gatos das botas. Um mês depois, cá estou. Hoje, quis voltar a escrever. Não quer dizer que amanhã ou daqui a duas horas o queira de novo. 
A tabanca vai continuar. Ao sabor dos meus dias, ao sabor de mim, ao ritmo em que decidir deixar os meus dedos voltarem a teclar.