31 maio 2014

Quereis um programa para o fim de semana?

Podeis ir à praia, andar a cavalo, ir ao Zoo ou o que bem vos apetecer. Mas, arranjem 5 minutinhos para passar num qualquer hiper ou supermercado e ajudem a alimentar esta ideia. O pouco que seja de todos, fará muito. E toda a diferença a quem realmente precisa de ajuda para colocar alimentos na mesa. Obrigada! 

30 maio 2014

Momento "o que dizem os teus ojólhos"?

Diz que que se me deu uma coisa e fiz extensões de pestanas. Vou ter dois casórios em breve e maneiras que aproveitei isso  para experimentar a coisa umas semanas antes. E sabeis que mais? A-do-ro! Mesmo de pijama e remelosa, sinto-me uma "mobie estar". Não fosse o preço e a necessidade de manutenção da coisa a miúdo, era gaja para fazer do rímel utensílio do passado. Mas como não roubo carros nem fundos de investimento em part-time, será coisa de semanas. Mas pronto, sempre posso dar numa de rock star do pijama durante umas semanas! 

Sem papas na língua.

Ide ler a (grande) Leididi  aqui ! 
Mais nada! 

28 maio 2014

Bom dia, bom dia...


Viciada

A primeira vez que a ouvi, estranhei. Depois, entranhei. Acho o videoclip o má-xi-mo e filmado num dos sítios mais giros do Mundo e arredores. 
(sim, sim, sou bairrista e então, há problema?) 
Brinca na barriga, lai lai lai

O supermercado, os bafos e coisas assim.

Se há coisa que me aborrece nas filas de supermercado, para além das próprias filas (bem, sempre dá para ler uma revistinha da cusquice, pronto), é aquela gente que se cola a nós. Suponho que devem achar que por mandarem o bafo ali para a nuca, a menina da caixa vai registar tudo muito mais rápido, tipo Mach 2. Ou que os vamos deixar passar à frente, porque estamos ali a levar com o bafo na nuca e a sentir a pressão que um bafo pode fazer. Não percebo, verdade, mas eu também sou uma pessoa muito limitada. Só sei que me dá vontade de virar para trás e desatar ao estaladão. É muito sinistro sentir bafos de estranhos na nuca, eu cá acho. Pior, virar para trás e ver a cara de "eentãoooo 'miga?" (não sei porquê, mas imagino sempre que digam 'miga. Se fosse uma personagem com o boné de pala dobrada, talvez um "óh sócia". Não sei, adiante) como se por isso e pelos bafos, a fila fosse andar para a frente. Também gosto dos corta-filas, os que passam à frente e dizem "ah, desculpe, tava na fila?", ao que me apetece responder "Olhe, não. Estou aqui com o carrinho cheio de compras a ver esta gente toda tãaaaaao bonita e giríssima porque a minha vida é muito triste sabe, e este é o ponto alto do meu dia, encher um carrinho e por-me aqui, percebe?" Adoro! Também gosto dos que têm um pacote de sumo e eu, munida de uma estupidez qualquer de boazinha deixo passar à frente, para depois perceber que a porra do sumo era a ponta do iceberg e que afinal, vem lá o Manel com o resto das compras. Mais uns minutos de bafo no pescoço que é só para não me armar em boazinha. Maneiras que nos meus devaneios de grandeza, além de ter uma Maria que me cozinhasse as refeições todos os dias, também havia de ir às compras de mercearia ('ca fino, compra de mercearia!). Tudo, só para não levar com bafos variados. 

27 maio 2014

"Nos" não quer mais não.

Eu não sei se é NOS, se é nós, se são eles ou raio que os parta a todos. Mas eu, pessoa muito apreciadora de Queen e que acha um desperdício o Fred ter batido as botas tão cedo, já não aguenta a música a todo o santo intervalo do noticiário (sou muito culta, vejo as notícias na TV e digo que vejo o noticiário, 'tá?)…. don't stop me noooow, e a moça a correr feita tolinha, no meio dos cavalos, das éguas, no elevador, na rua. Arre. Stop! Já não s'aguenta!!! Parou!!! 

26 maio 2014

Animais de rua.

(Até podem vir dizer que são spots muito fortes. Eu até acho bem ligeirinho. Quem abandona um animal, nem bicho é, nem besta é, é zero. Porque o cachorro cresceu, o gato mia, o bebé nao pode ter animais. Nem bestas serão, tão pouco, quem tem coragem de abandonar um animal. Porque quem não é bom para os animais, também não é bom para as pessoas) 

24 maio 2014

"Ciência: o seu a seu dono".

"Apesar de haver uma certa noção, nas sociedades ocidentais, da importância da ciência, o pensamento científico ainda não foi capaz de ocupar a sua devida posição no mundo. Não só existem muitas culturas que ainda olham de esguelha para a ciência como proliferam, na civilização ocidental, subculturas que não a respeitam.
 
A verdade é que, pensado em termos históricos, a ciência é uma forma de interpretar o mundo muito recente e tem feito um percurso de afirmação cheio de obstáculos e dificuldades: porque obriga as pessoas a repensarem as suas crenças e porque força mudanças nos poderes instalados. E mais, a ciência não consegue oferecer a tranquilidade da certeza absoluta que tantos outros discursos apregoam (como os religiosos, os do oculto, os ideológicos ou mesmo os da auto-ajuda). E como o ser humano exibe uma obsessão pela busca das certezas absolutas como forma de conforto mental, a ciência (que é, por definição, o discurso da dúvida, do relativismo e das certezas temporárias) vê a sua capacidade de "doutrinação" muito afectada.
 
Por isso, a única forma que a ciência tem encontrado para se conseguir impor é através das provas irrefutáveis e resultados objectivos que vai produzindo.
 
Basta olhar em redor para se perceber que o nosso modo de vida não existiria sem ciência. É que sem esse método de pensamento não teríamos auto-estradas, carros, aviões, comboios, habitações modernas, arranha-céus ou hospitais. Não existiria a televisão, a rádio, os telemóveis, os computadores, a internet ou qualquer outra tecnologia de comunicação de que nos possamos lembrar. Não teríamos sequer conseguido aproveitar a electricidade nem efectuar a refinação do petróleo. Não conseguiríamos ter a produção e a produtividade agrícolas que permitem alimentar a população mundial. Não teríamos os medicamentos, os testes de diagnósticos ou os cuidados higiénicos que permitem que vivamos, em média, até aos 80 anos e que não morramos alarvemente à nascença.
 
Enfim, sem ciência, hoje seríamos apenas uns quantos milhares de seres humanos no planeta a viver em pequenas tribos espalhadas pela floresta, savana ou outros habitats, e a morrer, em média, aos vinte e poucos anos com uma qualquer infecção dentária.
 
Por isso inquieta-me aperceber-me que ainda há muita gente disponível para acreditar nas retóricas pseudocientíficas que fazem da convicção da mensagem e dos mensageiros a sua poderosa arma doutrinária. E os exemplos abundam: assustam-me as pessoas que não vacinam os seus filhos, promovendo o reaparecimento de doenças já erradicas; assustam-me as pessoas que querem ter os partos em casa, causando mortes completamente evitáveis às crianças recém-nascidas; assustam-me as pessoas que defendem o ensino caseiro, incutindo nos seus descendes dogmas e mitos que mais não fazem que perigar a sã convivência social; assuntam-me as pessoas que recusam os tratamentos oncológicos por acreditarem em teorias da conspiração; preocupa-me as pessoas recorrem a crendices para tentar resolver problemas do quotidiano quando, provavelmente, a solução passaria por uma ida ao psicólogo.
 
Devíamos ser capazes de reconhecer os contributos da ciência para a nossa vida e para o nosso bem-estar, e a sua supremacia na explicação e resolução de tantos problemas. Quanto ao resto, àquilo que a ciência ainda não explicou ou que nunca vai conseguir dar resposta, cada um deve seguir o seu caminho, escolher a sua filosofia, na certeza porém de que o “só sei que nada sei” é a única postura intelectualmente honesta."

22 maio 2014

Desculpem qualquer coisinha, sim?

Já corri mas deixei de o fazer. Não tenho joelhos nem tempo para isso. Tenho de por uma prótese num joelho, mais dia menos dia, mas fujo de médicos como o diabo foge da cruz, apesar de lá bater com os costados de mês a mês, na melhor das hipóteses. Eu sei que o Obama corre porque se levanta às 6h da manhã ou o raio que seja, mas eu gosto de dormir e não me vejo a acordar dez minutos mais cedo para correr.  Há uma publicidade qualquer que fala dos benefícios de dormir. Não comprovo nem desminto, mas quando estou com a telha o melhor anti-depressivo para a minha neura é mesmo dormir. Tenho de tomar comprimidos para a queda de cabelo e estou cheia de brancas, que prefiro ignorar. Já fui loura platinada mas decidi que agora serei morena, na minha cor natural raiada de brancos. Desculpem qualquer coisinha, sim? Sou viciada em gomas e fumo o meu cigarro, com os 348 cafés que me encharcam todos os dias. Não sou um poço de saudável, nunca fui nem me parece que venha a ser. Nem pouco mais ou menos. Sofro no corpo e na monha tudo aquilo que me fiz  nos anos adolescentes e nos genes que carrego, também, no sangue. Sou desnorteada e nem me perguntem onde é o Norte que não sei, aponto para um lado qualquer e digo que deve se para ali, mais coisa menos coisa, mas mete uma Torre dos Clérigos. Não gosto de lambe botas, nem de as lamber, gosto é de saltos altos, mas não das dores nos tornozelos. Já nem sei se são pisocossomáticas, mas há dias em que os meus tornozelos me doem para lá do mau. Mas também uso crocs nas horas que passo de um lado para o outro, na minha bata branca e no cabelo amarrado com dois ganchos. Não posso ter repas que tenho um remoínho que me faz ficar com um pala anos 80 e muito medo. Gosto de vinho em geral, de sangria em particular, mas tudo desce, menos zurrapa. Gosto de Francesinhas não só porque não renego o Porto que me bate na pulsação bradicárdica mas porque são divinais, se bem feitas, claro. Desculpem qualquer coisinha, sim? Sou letalmente alérgica a marisco e tenho zero aspirações a ser in, a ser bem, a ser chique. Divirto-me a chocar terceiros com as  minhas divagações de  Maternidade mui sui generis, mas sou louca pela minha Filha e sei dar tudo o que é xarope sem a acordar, sendo que também dou uma perninha em administrar supositórios sem importunar descansos e a curar tudo e mais alguma coisa com o meu colo. Gostava de voltar para os Estados Unidos, de viver lá, mas não há mar como o do Norte de Portugal e consomem-me as saudades dos meus Pais, das quais sou muita coisa única, como Filha, desculpem qualquer coisinha. Como croissants e brioches qual Marie Antoinnete mas fico-me por aí que pouco dada sou a fazer bolos. Desculpem qualquer coisinha. Não sou perfeita. Nem quero ser. E por isso, não peço desculpa. 

Portugal é um dos países mais seguros para nascer.

(ou nós, Portugueses, também temos (muitas) coisas boas… 


"Portugal está entre os dez países mais seguros para os recém-nascidos, com uma das taxas de mortalidade neonatal mais baixas do mundo, revela um estudo publicado na revista The Lancet, esta terça-feira.
Numa série especial sobre a mortalidade neonatal, que reúne o contributo de 54 especialistas de 28 instituições em 17 países, a revista científica britânica diz apresentar o quadro mais claro de sempre sobre as hipóteses de sobrevivência de um recém-nascido e os passos que devem ser tomados para reduzir as mortes de bebés.
Já se sabia que Portugal estava entre os melhores na taxa de mortalidade infantil (crianças até aos cinco anos), mas o que a Lancet vem agora mostrar é que Portugal tem também uma das melhores taxas de mortalidade neonatal (crianças com menos de 28 dias).
Com 1,8 recém-nascidos mortos em cada mil nascimentos, Portugal surge no nono lugar dos países mais seguros para se nascer, em dados relativos a 2012.
No topo da lista, que inclui 162 países, surge o Japão, com 1,1 recém-nascidos mortos em mil nados vivos, ao qual se seguem Singapura, Chipre, Estónia, Finlândia, Coreia do Sul, Suécia, Noruega e Eslovénia, este último com uma taxa idêntica à portuguesa.
No extremo oposto surge a Serra Leoa, com uma taxa de mortalidade neonatal de 49,5 em cada mil nascimentos.
Ainda assim, em Portugal morreram 170 recém-nascidos em 2012, revelam os dados da Lancet.
Segundo a revista, o país teve uma redução de 74% na taxa de mortalidade neonatal entre 1990 e 2012 e é o sétimo país do mundo onde aquela taxa mais caiu anualmente.
No estudo, a Lancet recorda que a Suíça, o Canadá e os EUA são os países de alto rendimento que menos progressos têm feito na redução da mortalidade neonatal.
Na Suíça, por exemplo, a redução da taxa de mortalidade neonatal foi de apenas 16% entre 1990 e 2012, ano em que ainda morriam 3,2 recém-nascidos por mil nascimentos. Isto apesar de a redução da taxa de mortalidade nas crianças com um mês a cinco anos ser de 76% (em Portugal é de 77%).
Com efeito, a revista sublinha que a nível global, na última década, a taxa de redução da mortalidade neonatal foi cerca de metade da redução alcançada na mortalidade infantil (crianças até cinco anos).
Como resultado disto, os recém-nascidos representam hoje uma maior proporção na mortalidade infantil (44% em 2012, contra 36% em 1990). Em Portugal, esta percentagem é de 49%.
Outro dado analisado no estudo é a taxa de nados mortos, que em Portugal foi de 2,7 em cada mil nascimentos, colocando o país na 12.ª posição entre os 162 considerados."
in Life&Style, Público 



… independentemente de cada vez nascerem menos. Frutos dos tempos modernos, na opinião de quem já deu e não volta a dar para o peditório).  

Oksana segue as tendências féshione.

Diz que a última tendência é fazer "mixes", assim riscas com bolas e quadrados e zebras, sei lá. Oksana está completa e totalmente in: fez-me a cama da criança com lençol de baixo às bolas, lençol de cima aos quadrados e fronha às riscas. Tumbas! Oksana 1- Mundo 0! 

Cama para 1 e seus 4375 bonecos.

(Ikea)
Não tarda, Francisca vai precisar de uma nova cama. Ainda cabe na actual mas não por muito mais. Também porque dorme com a Maria, o João, a Mimi, o Minhoco, o não-sei-quem e o primo do coiso e o tio e o camandro, tal é tamanha a catreifada de coisas que se juntam para dormir. Maneiras que será uma destas 4, sendo que a que parece uma tenda de circo me parece a mais apropriada para o espetáculo dos 3471 bonecos a que assisto toda a santa noite.

21 maio 2014

É arte (ou a prima afastada).

(é masé o salva os resquícios da minha sanidade, que não s'aguenta o canal "disenai" mais do que 2 dias. Quer-me cá parecer que 'mha rica filha puxa a mim no jeitinho para o desenho, digo eu...)

...


20 maio 2014

Só porque m'apetece

... (e herdei o desarranjo intestinal da criança)
- Roupa é roupa. Não são kits. Kits só de montar ou coisas assim, sabeis? Kit de pachorra faxfavore! Desamparem a loja com isso dos kits;
- Papas all day, toda a semana, só para petizes. Ou velhinhos desdentados. Ou quando se partem maxilares ao aterrar no fundo de umas escadas, sim?;
- Sementes são para os passarinhos. Não enche bucho e esvazia a carteira.

Sou tão brega... E eu com isso, está bom de ver. Não s'aguenta! 

E se (não) chover…

Chove. A verdade é que eu gosto muito de dias de chuva. De dias de chuva e vento.  De ver a chuva cair, batida pelo vento. Gosto, de verdade. Claro que hoje, apesar de não ser pelos melhores motivos, gosto muito de a ver cair lá fora. Gosto da forma como a Francisca me informa se chove ou não, enquanto avalia pela janela as condições meteorológicas, de forma meticulosa e com critérios bem definidos do alto dos seus quase (quase?!?!?) 3 anos. De me ludibriar com estratégias para fintar a sesta. De se sentar ao meu lado, com aquele sorriso meigo e safado de quem quer algo e já aprendeu que com mel a coisa vai lá, num assertivo e desconcertante "Mamã, preciso de ti…  põe a Doutora, põe, pûbabore". Não gosto da sua tosse, da febre intermitente, do aspecto amarelado, da dor de barriga que acusa e a faz choramingar. Mas gosto de ver a chuva, pelos olhos da minha Filha. 

Peach mood


19 maio 2014

...

Em avessos do mesmo.

Há semanas que começam do avesso. Senti-o quando acordei de madrugada, noite escura. Francisca tem febre e queixa-se de dores de barriga.  Há Disney e monstros felizes de Doutoras de brinquedos na TV e um telemóvel com o email constantemente a descarregar. O egoísmo de pensar que vou falhar no trabalho a que me propus, o egoísmo de não saber curar magicamente dores de barriga e febres, a impotência de beijinhos que são milagrosos... ma non troppo. Há semanas que começam mais devagar do que preciso, mais depressa do que o que quero. Por vezes, gostava de parar. Não sei bem o quê, não sei bem aonde, nem porquê. Mas, às vezes, gostava de parar. Não gosto de semanas que começam do avesso, semanas em que olho para o calendário e prevejo que os dias terão mais horas e menos minutos, dias assim, dias assado. Por vezes, só gostava de parar. Mas nem sei bem o quê. 

14 maio 2014

A vizinha de cima :ao vivo e a cores.

Ao fim de muitos meses de ter mudado de casa, ontem vi a minha vizinha de cima. Até agora, conhecia-lhe apenas o andar e a voz esganiçada. Por norma, só a ouço, histérica, sempre aos gritos. Ou ouço os seus saltos, a aspirar a casa. Maioritariamente, assim, 98% do tempo que partilhamos o prédio, ouço-a gritar. Muitas vezes não percebo com quem ou que grunhe, desculpem, diz, mas a mulher grita que se farta. Grita, berra, de manhã e à noite. À tarde não sei, que não fico em casa durante o dia para a ouvir e em boa verdade ouço-a todas as manhãs a gritar escadas abaixo e aos seus saltos, pelo que suponho que só volta ao fim do dia. Com quem grita ela? Não sei. Tanto quanto sei, até pode ir a gritar com o seu amigo imaginário. Ontem, ao fim destes meses, vi-a. E ficou tudo muito mais esclarecido na minha cabecita oca. A começar nas calças justas(símas), padrão tigresse-zebrovski ou uma cena assim e no cabelo os-anos-oitenta-telefonaram-e-querem-a-permamente-caniche-de-volta. Pronto. Agora sei que, muito possivelmente, a mulher grita e berra tanto porque se vê reflectida em várias superfícies, como espelhos e vidros, quando está em casa. Eu quase que também gritei mas foi-se-me o pio, tamanho o susto.

(Sim, eu sou uma pessoa terrível. Pelo menos, vou ficar uma brasa, já que vou pós Infernos ou coisa que o valha.)

Brincar a sério. De verdade.

 Brincar é a actividade mais séria que as crianças fazem. 
" Há muitos anos, lembro-me bem, ainda brincávamos na rua, melhor dizendo, ainda brincávamos. É certo que muitos de nós não tiveram grande tempo para brincar, logo de pequenos ficaram grandes. Não tínhamos muitos brinquedos, mas tínhamos um tempo e um espaço onde cabiam todas as brincadeiras, quase sempre na rua.
Entretanto, chegaram outros tempos. Tempos que, para além das mudanças muito significativas nos estilos de vida das famílias, também parecem estar a criar outras ideias sobre o brincar e as brincadeiras. As questões relativas à segurança, obviamente importantes, não chegam para explicar a razão pela qual as famílias portuguesas usam tão pouco tempo em actividades de ar livre ainda que o clima seja favorável boa parte do ano. Aliás, nos países nórdicos, apesar das diferenças climáticas, verificam-se os níveis mais altos de actividades ao ar livre com implicações positivas na qualidade de vida, nas suas várias dimensões, de miúdos e crescidos.
Embora consciente, repito, das questões como risco, segurança e estilos de vida das famílias, creio que seria possível tentar “devolver” os miúdos ao circular e brincar na rua. Talvez com a colaboração de tantos velhos que estão sozinhos, alguns morrem mesmo de "sozinhismo", as comunidades e as famílias conseguissem algumas oportunidades para ter as crianças por algum tempo fora das paredes de uma casa, da escola, do centro comercial, do banco de trás do automóvel, do ecrã ou dos “espaços estereotipados” que o mercado criou.
No imperdível O Mundo, o mundo é a rua da tua infância, Juan José Millás recorda-nos como a rua, a nossa rua foi o princípio do nosso mundo e nos marca. Quantas histórias e experiências muitos de nós carregamos vindas do brincar e andar na rua e que contribuíram de formas diferentes para aquilo que somos e de que gostamos.
Como muitas vezes tenho escrito e afirmado, o eixo central da acção educativa, escolar ou familiar, é a autonomia, a capacidade e a competência para “tomar conta de si” como fala Almada Negreiros. A rua, a abertura, o espaço, o risco (controlado obviamente), os desafios, os limites, as experiências, são ferramentas fortíssimas de desenvolvimento e promoção dessa autonomia.
Talvez, devagarinho e com os riscos controlados, valesse a pena trazer os miúdos para a rua, mesmo que por pouco tempo e não todos os dias.
Eles iriam gostar e far-lhes-ia bem.
Por outro lado, ao que parece, afirmam alguns que não percebem de miúdos, os tempos não são de brincar, são de trabalhar, trabalhar muito, em nome da competitividade e da produtividade, condição para a felicidade, entendem. Roubaram aos miúdos o tempo e o espaço que nós tínhamos e empregam-nos horas sem fim nas fábricas de pessoas, escolas, chamam-lhes. Aí os miúdos trabalham a sério, a tempo inteiro, dizem, pois, só assim, serão grandes a sério, evidentemente.
Às vezes, alguns miúdos ainda brincam de forma escondida, é que brincar passou a uma actividade quase clandestina que só pais, educadores ou professores “românticos” e “incompetentes” acham importante.
Muitos outros miúdos vão para umas coisas a que chamam “tempos livres”, que, em algumas circunstâncias, de livres têm pouco e onde, frequentemente, se confunde brincar com entreter e, outras vezes, acontece a continuação do trabalho que se faz na fábrica de pessoas, a escola.
Também são encaixados em dezenas de actividades "fantásticas", com designações "fantásticas", que promovem competências "fantásticas" e fazem um bem "fantástico" a tudo e mais alguma coisa. A vida de alguns miúdos transforma-se numa espécie de sobrecarregada agenda cujas vantagens serão poucas e os riscos são de considerar.
Era bom escutar os miúdos.
Na verdade, se perguntarem aos miúdos, vão ficar a saber que brincar é a actividade mais séria que eles fazem, em que põem tudo o que são, sendo ainda a base de tudo o que virão a ser." 

13 maio 2014

Estou a transformar-me no meu Pai.

Estou a transformar-me no meu Pai. É um facto. Nunca percebi porque o meu Pai em vez de meter a louça na máquina a lavava à mão. Fazia-me comichões cerebrais. Até ao dia em que começei a ter de a tirar da máquina. Podia tirar e ir usando mas e depois que fazia à suja? Djasus, que imagem tão ... má (pelo menos). Sou (muito) pouco dada a sopeirar mas das coisas que m'enlouquecem, além de passar a ferro (benzádeusantaoksana) está tirar a louça da máquina. Também não primo por gostar de a por, mas tirar ainda pior. Maneiras que me encontrei com este pensamento profundo entre a espuma do detergente: estou a transformar-me no meu Pai. Isto, enquanto lavava a louça à mão (mas com luvas). A sopeirice um dia interna-me ( já que eu não a posso internar). Ou isso, ou começo a achar talheres e pratos descartáveis the new black. 

Yellow mood.

Cada um sabe de si.

Tenho-me encontrado (esbarrado, capotado) com muita coisa, muita imagem, muito texto, muito farrabadó, sob o signo de "mudança de mentalidade(s)". Não sou avessa à mudança, a mudanças, mas confesso que, apesar de não ser avessa, toda a mudança me causa alguma inquietação, o medo do desconhecido, a incerteza. Mas não sou avessa a mudanças, sejam quais forem, com excepção de cortes de cabelo. Lamento, mas sou irredutível neste ponto. Mas, ultimamente, tenho visto muita coisa web fora, coisas que não gosto, coisas que não percebo, coisas que não fazem sentido na minha pequenez acéfala de quem não percebe, muito provavelmente, o conceito de "mudança de mentalidades". Não percebo o que uma mulher barbuda tem que ver com "mudança de mentalidades". Desculpem lá, travesti é uma coisa, mulher barbuda é isso e só isso, mulher barbuda. Não tenho nada contra, nem a favor, cada um sabe de si, mas não façam disso uma bandeira do que quer que seja e uma questão de "mudança de mentalidades". Quem se recusa a ingerir alimentos de origem animal, pois muito bem, estão no direito deles. Quem se recusa a abdicar dos alimentos de origem animal, como eu, pois muito bem, estou no meu direito. Onde é que aqui tenho de encaixar a etiqueta "mudança de mentalidades"? Cada um sabe de si. Claro que acho que há uma série de coisas em que a mudança de mentalidades se aplicaria. Sobretudo, na capacidade de deixar os outros viverem a vida deles, sob o signo do "cada um sabe de si" e do "a minha liberdade começa onde a do outro acaba"… o que, se formos bem a ver,  (não) nem sempre é assim tão simples. 

12 maio 2014

...

(se ainda fossem os sapatos…)

Dramas do primeiro mundo.

Encomendei (como quem diz, comprei) duas saias de tule ao preço da chuva. Uma pelo joelho, outra compridona. Uma azul tchanan, uma nude. Estou agora tipo criancinha histérica à espera que as ditas me cheguem às mãozinhas. O problema (e o cerne da coisa) é que diz que vêm por correio normal, de onde o sol nasce ou coisaqueovalha. Estou para ver se de facto as ditas chegam. Diz que se não chegarem no prazo de 50 dias (credo, djasus, que até me benzo…50 dias?!?) me devolvem o dinheiro. Em minha defesa, digo que foi uma compra baratíssima, uma verdadeira pechincha. Não espero que as ditas me durem mais que um Verão, é só mesmo para tirar a panca da coisa e me divertir a usá-las Burgo acima, Burgo abaixo e "óh prá aquilo, de saia de tule rua fora, é louca, fujam!". Pois que sim, que muito me encantei pelas ditas. Pela nude e pela azul tchanan. Resta saber se de facto me chegam às mãozinhas. Dramas dos envios em correio normal, que devem vir de mula zarolha numa canoa. Verdadeiros dramas que se me acometem de vez em quando. 

11 maio 2014

Admirável Mundo...

... onde um tubo de cartão, antes um rolo de papel de alumino, é tudo o que Francisca imagina: uma baqueta, uma batuta, um monóculo mas, preferencialmente, um megafone.

09 maio 2014

...


Sometimes I get lost inside my mind…

Durante a minha adolescência, poucas vezes fui à praia. Claro que ia ver o meu mar, eu preciso de mar, daquele azul sem fim, da sensação de calma revolta que trago em mim. Mas ir à praia, estender-me ao sol até tostar, não. Por vários motivos, tais como ter uma capacidade qualquer brutal para ficar cor de lagostim ao invés daquele tom bronzeado. Outro motivo, prendia-se com a sensação de estupidificar, enquanto se vira na areia como sardinha na brasa. Jogar o que quer que fosse, também nunca me puxou. Mas, sobretudo, o que me afastou da praia durante mais anos foi a incapacidade de lidar com o meu corpo, que a certa altura se tornou numa doença. Cheguei a ir à praia com amigos, do alto dos meus 40 e poucos kg e ficar completamente vestida. Não queria que me vissem assim, sendo que o que eu via reflectido no espelho era uma alucinação da minha cabeça, soube-o quando consegui ver-me com os meus próprios olhos e não os da doença. Em boa verdade, gosto do azul imenso e da calma revolta que me traz, mas nunca primei por gostar de praia. Saio aos meus Pais, suponho. Ou não me foi incutido esse gosto em pequena, tanto faz. O Verão está a chegar e como tal, é ver os anúncios a suplementos para emagrecer, a dietas estranhas, livros com as mais variadas receitas para perder peso, blogues que crescem como cogumelos e em como perder 20 kg e ser feliz. Não duvido que haja muito boa gente que precise de emagrecer, por questões de saúde. Que precise de motivação para isso e a procure das mais variadas formas. Em mim, já não restam se não as marcas que nunca conseguirei apagar desses anos em que cobria o esqueleto em que me transformei. Mas ouço e vejo miúdas a falarem destes comprimidos. Desta dieta que está neste livro, que também está online. De comerem um iogurte com não sei o quê de nome fino "porque assim fico cheia o dia todo e tem todos os nutrientes e mais alguns". Os anos trouxeram-me rugas, trouxeram-me cabelos brancos. Mas trouxeram-me também a capacidade de aceitar o meu corpo, o meu nariz que não aprecio. Trouxeram-me a capacidade de me olhar ao espelho e agradecer este corpo, que é o meu. Que mesmo depois de tudo o que lhe fiz, foi capaz de gerar, contra todas as probablidades, uma vida e me dar a possibilidade de ser Mãe. Tudo isto para dizer que não tenho absolutamente nada contra livros, blogues, sites de dietas. Mas que a falta de bom senso com que se escreve e se dão dicas, irrita-me. Irrita-me a falta de moderação, de equilíbrio. Irrita-me a leviandade com que se fala em perder 10, 20 kg, sem que a lembrança de que, infelizmente, os distúrbios alimentares existem, passe na cabeça de tanto guru de lifestyle. Afinal de contas, é a profissão do momento: guru de lifestyle. Seja lá o que isso signifique.

08 maio 2014

Dúvida existencial.

Serei eu já caduca de mais para umas jardineiras destas? 

Umas têm empregadas que usam farda… eu tenho a Oksana.

Há quem tenha empregadas que usam farda para trabalhar. Achava que era coisa do passado até numa conversa com Amigas tal ter vindo à baila. Muito in, muito chique, muito de bem. Eu cá tenho a Oksana, que hoje trazia mais uma das peças que levou do meu armário. Pensei que a dita iria para a Filha, moça dos seus vinte e poucos. Mas não. Oksana hoje apresentou-se de manhã com uma ex-T-shirt minha, que dizia o seguinte: "Sexy is always in style". Faleci-me de manhã, tal a visão da T-shirt cor-de-rosa, toda esticadinha e coladinha no corpinho. Ela não está a trazer sexy back, ela não usa farda, mas Oksana Maria faz-me sempre rir. É o que é preciso. Isso e saudínha da boa! 

Bom dia, bom dia!

07 maio 2014

Olhó robot.

Estava a tentar comentar um blog em que, para se deixar um comentário, tem de se provar que não se é um robot, inserindo para isso uns caracteres que aparecem de forma um bocadinho manhosa no ecrã. Foram precisas 6 tentativas para a coisa se dar, que é como quem diz, para eu provar que não sou um robot. Ou talvez seja. Sim, prefiro pensar que sou um robot do que sou lerda todo o santo dia. 

( E agora só me lembro do "olhó robot é 'prá menina e 'pró menino".)

Bom dia, bom dia!

06 maio 2014

Coisas do zapping (do demo).

Estava eu a cozinhar o jantar (tão sopeirinha) e resolvi ligar a TV da cozinha. Nisto, aparece um spot de um dos 4 canais. A Júlia Pinheiro e o João Baião juntos. A visão do Inferno, a entrarem pela casa de gente incauta, aos gritos, a perguntar se estavam prontos para não sei o quê. Eu cá não sei das vidas dos pobres incautos, mas comigo levavam logo com um testo no focinho só por causa das coisas. Credo, córrore! Valha-me santa bimby ou até tinha esturrado o refogado! Valei-me!!!

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(Tem dias, que é como quem diz manhãs, mas tardes também serve, em que não sei onde pus o que quer que seja. Todos os dias de manhã não sei da chave do carro e todos os dias à tarde também não sei onde a deixei para me poder ir embora, maneiras que tenho de revirar a minha secretária que prima pela desarrumação, dá-me assim um ar louco e não mexam que mordo. Entre outras coisas, nunca sei onde pus a desgraçada da chave do carro. Devia usá-la ao pescoço, com um fio extensível tipo aqueles dos óculos dos velhinhos, sabeis quais são? Se fosse extensível o suficiente dava para chegar à ignição, mas dava-me um ar um bocado estranho e pouco "féshione". Tem dias que também não sei o que hei-de vestir porque não sei onde Oksana Maria decidiu guardar o que quero vestir e tem de ser aquilo porque sim, se não temos caldo entornado logo de manhã, que isto uma pessoa acorda e pensa que hoje está um rico dia e quero aquelas calças de ganga porque eu digo. Oksana Maria confunde ainda muito facilmente roupa da rua com roupa de me arrastar por casa e tem especial predilecção por me por o que uso para dormir junto da roupa de andar na societé, o que um dia destes resulta em graves acidentes visuais e desastres de moda, que de manhã não sou imputável pelos meus actos. Resumindo sou uma pessoa bastante desorganizada a variados níveis, sendo que mentalmente seria um caso de estudo ou um estudo de caso, qualquer coisa assim. Mas uso sempre a minha tiara. E pouco me importa que seja imaginária. )

Bom dia, bom dia!

05 maio 2014

O melhor do meu dia.

Blue mood.

De e a kms.

Fui ao Norte em contra-relógio, os minutos contados, as horas escrupulosamente divididas e não sobra um segundo. Já me pesa a viagem nos ossos. Conheço as estradas como a palma da minha mão. Dei um beijinho à minha Mãe no dia da Mãe. Recebi um beijinho e um abraço bem repenicado da minha Filha, junto com a prenda deliciosa que fez na Escola, no dia da Mãe. Mas acho que todos os dias são dia da Mãe, que já diz o Povo que quem tem uma Mãe tem tudo. E eu concordo. Fui a uma loja e o que mais gostei foi o que estava escrito na saca de papel: "um dia vou ser capaz de explicar-te porque me sinto tão feliz".  Fiz a viagem de volta. Já me pesam os kms nos ossos. Mais 100. Mais 200. Mais 300 e ainda faltam 150. E a estrada sempre a estender-se, num alcatrão sem fim e algures pelo meio não sou mais de lado nenhum. Gosto de Casa, do azul daquele mar, da pronúncia em cada esquina. Das pessoas sem merdas, sobretudo, das pessoas com o coração na boca. Pesam-me os kms e a Dra. Brinquedos no banco de trás agonia-me as sinapses. Descobri que a Dra. Brinquedos posta como Doc McStuffins tem o mesmo efeito na Francisca mas é ainda mais irritante. E às vezes, entre um carro que passa e um carro que se ultrapassa, percebo que me começa a custar fazer tantos kms, nas dores que sinto nos tornozelos e na dor invisível de me despedir dos meus Pais, mais uma vez, enquanto a Neta lhes implora para virem no carro com ela. 

01 maio 2014

De queixo no chão e as maravilhas das bio-coisas.

Francisca andava a brincar. A correr, a saltar, a curtir a sua tarde. Francisca foi de queixo ao chão e acertou em cheio num brinquedo dos muitos espalhados pelo seu território. Sangue por todo o lado. Óh válha-me alguma coisinha. Limpar, desinfectar, tentar que o sangue parasse de pingar. Um lanho jeitoso. Bem, mais uma voltinha nas urgências, coisa gira de se fazer em dia feriado. Francisca rija, sem lágrimas, a dizer olá a toda a gente e a contar o seu episódio e eu aí valha-me qualquer coisinha, meu passarinho de queixo aberto. Cola no lanho. Adoro estas maravilhas das bio-coisas, como bioengenharia e biomedicina. Nada de pontos, nada de gritos, nada de cuidados extra, que diz que aquilo cai quando cicatrizar. Francisca preocupada que ia perder o seu episódio de Dra. Brinquedos. E eu a pensar valha-me qualquer coisinha, meu passarinho de queixo aberto. Mais um cromo na caderneta e a certeza de que a miúda é rija, pá!
( gosto especialmente desta coisa retorcida que as Mães têm, esta coisa chamada culpa non-sense. Só se acolchoasse o chão e almofadasse o Mundo, repito para mim. Ou não a deixasse ser criança e brincar. Ah, a culpa non-sense, coisa maravilhosa. Isso e a dor de cabeça com que eu fiquei, tamanha camada de nervos que se me pôs quando a vi estendida numa poça vermelha no chão. Meu pequeno passarinho.  ) 

Bom dia, bom dia!