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24 março 2014

Bom dia, bom dia...

(Está um frio do camandro mas diz que é Primavera. Não dormi decentemente, tenho a Cria ainda doente, tosse pleura, dói ouvido e desarranjos intestinais. Disseram que ia chover mas até ver só me chove é sono. Sempre achei que os metereologistas não eram de fiar. Tenho sono e isso é uma ciência exacta, o eu ter sono. E o estar frio também. Mais o estar constipada porque está frio e querem ver que sou flor de estufa e a mudança de temperatura me achacou? A minha Cria está virosa até à quinta casa. Mas diz que é Primavera. Só que eu gosto é de túlipas, que não são de Primavera, por isso tanto me dá de quem é que a tipa é Prima. Tenho sono, frio e a minha Cria ainda doente...)

22 janeiro 2014

Se mal de burro...

… pior de arado. Isto de mudar de casa tem o seu quê. Não se muda só de casa, muda-se de pessoas. Nunca me tinha apercebido. A maior parte da minha vida, morei numa moradia onde os vizinhos estavam do lado de lá da cerca e quando muito, só os da moradia abaixo me irritavam, adeptos fanáticos do Benfica (blach). Adorava ver o desânimo deles quando a equipa perdia, mas isso é porque eu sou má. No meu prédio antigo, nunca tive problemas com barulho. Nunca. Tinha um vizinho estranho e vá, o meu vizinho de baixo volta e meia bebia de mais em dias de festa e havia festival nas escadas. Mas era pontual e eu ria-me. também porque simpatizava com a pessoa em questão. Pelo menos, o mínimo para me rir das bebedeiras. Os meus vizinhos, mesmo o estranho, eram pessoas "silenciosas". Não faziam barulho, não chateavam ninguém, tudo na paz. Dois dos três vizinhos eram Amigos. Os meus antigos vizinhos do lado eram meus Amigos e ainda hoje me custa terem ido embora. Tinham um bebé que pouco se ouvia, eram prestáveis, ajudaram-me muitas vezes quando me vi em apertos diversos. Tenho-lhes muitas saudades. Mudei para um casa melhor, mais confortável. Mas mudei também para outras pessoas. Nunca tinha pensado nessa questão. E até ver, não gosto. Já falei dos meus vizinhos de cima, que gritam tipo cabras do monte, martelam no chão, não têm chinelos para calçar e por aí. Mas ontem descobri que se mal de burro, pior de arado. À uma e meia da manhã, os meus vizinhos do lado acharam por bem ir correr na sua passadeira. Gente adepta do desporto, sim senhor, dá saúde. Correr na passadeira, uau, upa upa. Ora, mas e a passadeira onde está? Na arrecadação por baixo do meu apartamento. Uma e meia da manhã. Vão ser fanáticos de desporto para o raio que vos parta (para não dizer pior) de madrugada. Quero dormir. A Francisca quer dormir. Eu preciso de dormir. Tum-tum-tum. Música aos berros "weeeeee fooooound love in a helpleeeeeeesssssss place". Desejei que tropeçassem na porra da passadeira de uma vez por todas, mas isso é porque eu sou má. Tum-tum-tum-tum. Pensei em levantar-me, por a mão na anca e dar o meu ar de mulher do Norte cheia de sono, do alto do meu robe de vaca. Mas, por questões que aqui não são chamadas, não o posso fazer. Uma e meia da manhã. Tum-tum-tum-tum. "Weeeeeee foooooooound love in a helpless plaaaaaaaceeeeee". E usar phones, será que não conhecem o conceito? Camafeus do… . A minha casa nova é muito mais confortável, tem mais luz, mais sol, parece-me mais minha do que a antiga. Mas as pessoas que me rodeiam dão-me vontade de voltar a empacotar tudo e dizer que afinal, esquece lá vidros duplos e ares condicionados, quero o meu sossego de volta. 

20 janeiro 2014

É uma espécie de "suínitóde"...

Acordei. Com uma motosserra. A podar a porra das p@#$=  das árvores lá fora. As que ficam perto da janela do quarto. Acordei com uma motossera. Lembrei-me do "suínitóde". Está muito frio. E eu de robe de vaca. E a motossera. E quis arrancar a cabeça a alguém. Muito "suínitóde". 

17 dezembro 2013

Um dia vou ser...

… uma daquelas Mães que quando tiram os filhos da cadeirinha, à porta da Escola, os tiram ainda impecavelmente limpos, ainda com o laço do cabelo (no caso das meninas) no sítio certo, todos au point. Sim, um dia vou ser capaz de não ter de limpar o ranho que foi arrastado para as bochechas no trajecto de 2 minutos casa-Escola ou restos de pasta dos dentes no canto da boca que me passaram ao lado nas pressas. Sim, um dia não vou ter de sacar da toalhita, quando existente, ou de um bocadinho de saliva, assim muito disfarçadamente, para limpar coisas infantis. Ou não. Muito provavelmente, fico mesmo pelo ou não, que manhã minha que se preze é desengonçada. Quem nasceu para lagartixa…

26 novembro 2013

Diga bom dia com o carteiro...

Maneiras que hoje, atrassadíssima, atrasadérrima da vida, chegada tardiamente de mais uma viagem pelos caminhos de Portugal e oh pá já são horas de acordar, snooze para cá, snooze para lá, arruma mochila, arruma lanche, ressona aí mais um bocadinho Filha, que a tua rica Mãezinha está atrasada até à quinta casa, tocam-me freneticamente à porta. Assim como se um ataque de zombies estivesse iminente e eu pudesse salvar o planeta Terra. O meu apartamento não dá para abrir cá de cima nem perguntar o costumeiro "quem é?" (também, quando se pergunta, costuma ser o "eu", como dizia o Bruno Nogueira). Toca de descer os dois andares em pijama, porque achei (duh) que deveria ser alguém (bem) conhecido, tal o toque de "há fogo, fujam". Era o carteiro. Ora, eu em trajes pijamescos, com uma vaca ao peito a dizer "Moooooody in the morning" e o homem, esbaforido do frio, a perguntar se eu era a Senhora Mimimi enquanto me empurrava para dentro do prédio "entre, entre que está frio". Eu colada de sono, vaca ao peito e malhada nas pernas, meia estúpida a olhar para o homem que me estendia um papel e pregava qualquer coisa sobre letra legível. Cartinha registada dos senhores da ANSR a comunicar-me que sim senhor, pagou a coima voluntariamente (uma "multazinha" de "excessozinho" de velocidade, quem anda à chuva, molha-se, mea culpa, mea culpa) e vá, leva a sanção acessória com pena suspensa, isto dito no último parágrafo de 4 folhas em que li qualquer coisa como não respeitou, agiu de forma consciente, negligente e por aí fora. Está bem fófinhos, mea culpa, mea culpa. Podiam poupar no papel, digo eu. Mas a modos que eu estava mais colada no me ter aparecido o carteiro do que propriamente com a carta que sabia que haveria de chegar. Quero acreditar piamente que o homem se ria para fazer face ao frio e não pelo figurinha que fiz, do alto do meu pijaminha polar, de vaca ao peito a dizer "Mooody in the morning" e pelas minhas pernas de vaca malhada. Eu cá gosto de vacas, está bem? Das malhadas. Pelo menos, aqui não há essa publicidade, porque se fosse nos estates o homem ainda me tinha perguntado "Got milk?". Isto há manhãs dos demos, senhores! 

22 outubro 2013

E com o tempo...

... this too shall pass. Foi o que repeti depois de a deixar na Escola, quase a fugir escadas abaixo, com as lágrimas a escorrerem-me pela cara abaixo. Eu não choro em público nem para público. Repeti vezes sem conta, and in time, this too shall pass. Afinal, sempre choveu esta madrugada. E hoje de manhã. Por algum motivo, a privação de sono é usada como tortura. Dói-me tudo no corpo, sinto que a pele me dói. Tenho o coração tão pesado que me custa a respirar. É uma fase. And in time, this too shall pass. Paciência. Calma. Aguentar. Não vacilar. And in time, this too shall pass. No alarms and no surprises... Silent... This too shall pass. 

21 outubro 2013

Vai tudo na vassoura.

Quero comer chocolate até me sentir agoniada. E gomas. Quero comer chocolate e gomas  até me sentir agoniada. E juntar tudo com vinho tinto até me sentir agoniada. Quero que chova, que chova muito, mas sapos e rãs dispenso. Quero que ou seja Outono ou Inverno e não este tempo que não é carne nem é peixe. Quero dormir e babar-me a dormir e quero pouco saber se é assim meio ao nojento eu dizer que quando estou a dormir profundamente me babo. Ba-bo. E sabe-me muito bem porque é o melhor sono de todos. Mas eu quero mesmo é dormir, nem preciso de me babar, não me vou por com esquisitices. E comer chocolate e gomas e misturar tudo com um (-ns) copinho(s) de vinho tinto. Até pode ser zurrapa que eu hoje estou pouca dada à finesse. Não que tenha muita mas tiram-me o dormir, aquele em que me babo e fico ainda mais estrebeira e eu quero é que vá tudo rebolar no feno. Isto porque se fosse dizer que queria que fosse tudo para o inferno,  rimava com aquecer neste Inverno e isto nem é carne nem é peixe, é tempo nhónhó, cócó, qualquer coisa assim. Em boa verdade, eu quero mesmo é dormir. E se hoje alguém me diz que vais ver que esta noite dormes como um bebé eu convido-os a passarem a noite em minha casa. Ou atiro-lhes com a coisa que estiver mais à mão à cabeça. Os bebés não sabem dormir, ensinam-se a. E tal como ensinei uma bebé enfezada a dormir, hei-de conseguir ensinar uma criatura nos seus terrible two a dormir calada. Até pode não dormir, mas calada tem de estar. Porque eu gosto muito de dormir. Especialmente se me babar. E eu fico disfuncional sem dormir. Estou embriagada de sono. 

19 outubro 2013

Esta deve achar que é o Macgyver...

Francisca voltou e no seu melhor ao estilo "se-eu-não-durmo-acompanhada-ninguém- dorme-nesta-casa!-(mais ou menos, vá, o que eu gostava de ter um y em vez de outro x)-nem-cão-nem-gato-nem-periquito-se-o-houvesse". Acho que tem assim uma queda para o  regime ditatorial, a catraia. Está enganada, que isto aqui é uma democracia e quem manda, sou eu!  É ouvi-la do seu quarto, quando faz shift gears no sono, porque até meio da noite ressona que é uma categoria, "Mánheee, anda cáaaa!" (já vou, quando forem horas de ir, dorme criatura), "Mánhe, senta na cadeira" (sento na cadeira o catano, que sento na cadeira), "Mánhe, quer fazer xixi e cocó" (o que tu queres sei eu minha Menina, que na Escola onde tu andaste já eu fui Professora (ditado Transmontano adaptado para não chocar ninguém), "Mánhe, olha a mosca" (deixa-a estar, tem proteína, é nutritivo), "Mánhe, dói a barriga" (yayayayaya), "Mánhe, dói as maminhas" (espera pela puberdade para isso, criatura). E mais um rol infindável de tentativas de persuasão a ver se alguém cai na ideia de lhe entrar quarto dentro e se sentar na cadeira a adorá-la. Vai-se ouvindo... da sala, do corredor, da cama, da sala outra vez, da varanda e vai-se ao vício, da cozinha e tenho de pedir à Oksana que limpe os azulejos, córrore, do corredor, da cama. Nisto, as horas vão passando e eu a vê-las e a ouvir o meio metro e mais uns cms de criatura ululante, que oscila entre a argumentação lógica e os gritos de birra. Até que às seis da manhã de hoje, estava o filme "não dei más noites em bebé, come com elas agora" a passar desde as quatro da manhã, comecei a ouvir a voz da piquena mais perto do quarto. Pensei para comigo que tinha ficado chalupa de vez e agora é que vai for. Cada vez mais perto aquele "Mánhe, anda cá! Óh, Mánhe, anda cá!". Pronto, pifei, o fusível queimou e o ratinho enforcou-se na roda. Mas não. Pela porta do quarto espreitava uma cabecinha de cabelo encaracolado, com os seus olhinhos de azeitona, meio a medo. Francisca ainda dorme na cama de grades, toda ela gradeada. Francisca não caiu porque se o tivesse feito eu tinha ouvido o tombo. Francisca tem dormido com a cabeceira ligeiramente elevada devido a uma tosse. Francisca deve ter aproveitado isso para alçar a perna e deslizar para o lado de fora da cama, abrir a porta do quarto e deixa cá ver onde esta marmanja se enfiou que isto assim não está com nada. Pois ali estava ela, com cara de quem sabe que fez asneira e fofinha e a sorrir e a pestanejar-me e olha, porra, eram seis da manhã, eu tinha sono, tinha frio, hoje estou a trabalhar e ela com aqueles olhinhos a olhar para mim, zumba, anda cá, whatever. Aninhou-se no meu peito e dormiu a fazer-me festinhas na cara. Se me soube bem? Até podia dizer que não, mas soube. Cedi, fui mole e não pode ser. Hoje, a Nazi do Colo e agora Nazi da cama volta a baixar em mim. E vai-se baixar também a cabeceira da cama, que ela nunca viu o Macgyver, por isso que não se ponha a inventar. Era só o que me faltava. Em dois anos, dormiu a primeira vez comigo. E a Nazi da cama diz que foi a última. Para ditadora de meio palmo e mais uns trocos, Nazi de salto alto. É a vida. Habemus pena. 

11 outubro 2013

A noite foi madrugada...

Francisca não usa mais fralda durante o dia. Francisca mente com quantos dentes tem quando lhe pergunto "Quem tirou as meias, Francisca?" e me responde, a rir "Num sei". Duas vezes seguidas. À terceira descai-se e diz "Foi a Paquica!". Não percebo como com dois anos tem esta capacidade de mentir, mas já dizia o meu querido MEC que "Quase todas as mentiras são provocadas. As principais culpadas são as perguntas que se fazem". Quem me manda a mim perguntar quem tirou as meias?  Francisca acorda a meio da noite porque quer fazer chichi. Francisca faz chichi. Francisca, depois da ida à casa de banho, lamuria-se madrugada dentro que quer a Mãe. Só quer a Mãe, a Mãe, a Mánheeeee. A Mãe vagueia entre a sala, o corredor, a varanda e o vício e o sono que a irrita porque não encontra o isqueiro. Vai dizendo que a Mãe está a fazer ó-ó e que a Francisca também tem de fazer, que a Mãe está ali e está tudo bem. As Árvores que se vêem da varanda são sinistras aos olhos do meu sono e da dor de cabeça.  Francisca continua numa morrinha de birra "A Máaaanhe, a Máaaanhe!". A "Mánhe" arrasta-se, vagueia pelas divisões porque é inútil voltar para cama. Francisca apercebe-se ao fim duas horas de birra que não vai levar a melhor e que tem de dormir. A Mãe apercebe-se que são quase seis da manhã, o que é uma valente merda. Volto a adormecer. Acordo. Uma vez. Depois adormeço de novo, em sonhos. Depois acordo, definitivamente. Francisca acorda e tem a lata de me dizer" tanta preguiça que a Paquica tem, Mánhe!". Apetece-me soltar um palavrão porque tenho sono, mas rio-me da lata da míuda. Dá-me um beijo de bom dia de uma doçura profunda que só as Mães percebem. Francisca deixa-me com birras de sono. Mas eu não chamo pela minha Mãe, penso antes num par de sapatos. Francisca é o Amor maior da minha Vida, nesta ternura quase insana e desconcertante que não só sobrevive a noites que são madrugadas, como cresce. Exponencialmente. 

03 outubro 2013

Spots de rádio e eu hoje não digo nada de jeito!

Há um spot publicitário na rádio que versa sobre a energia e que não sei que acorda às seis da manhã (djasus, tenho a sorte de não ter de o fazer), trabalhar e coiso e chegar a casa e ainda fazer o resto. Sei que mete ginásio também, que é coisa a que sou alérgica. Mas isto tudo para dizer que dizem que a melhor energia é a sua e há sempre. Pois eu trabalhei o dia todo, fui a correr buscar a criança antes que o estaminé fechasse, tratei de banhos, pijamas, roupas, sopa, jantar e mais uns quantos derivados. Se me colar ao interruptor se calhar sinto a energia que apregoam. É que ainda nem é hora de a deitar e eu já não posso com uma gata pelo rabo e ainda vem o pós-cria time. O que me remete para um outro spot publicitário, o da Dona Inércia. Hoje apetec(ia)e-me ser a Dona Inércia. Mas diz que não vai dar. Estou a olhar para o interruptor. Talvez seja má ideia. Estragava-me as unhas. E isso, é que não. 

02 outubro 2013

De manhãs, Mofli, Francisca, Nestun voador e a minha Avó.

Por vezes, o primeiro "Bom dia" daquela voz que reconheceria a milhas, não é para mim. Por vezes, enquanto bebo depressinha a "1/10 de leite com 9/10 de café", encostada a um qualquer canto para não cair de sono, a primeira coisa que a Francisca diz quando desperta não me é dirigida. Talvez seja uma questão de prioridades, em que a Mãe fica abaixo de cão, mas honestamente, não me importo. Deixa-me feliz. Sim, por vezes, o primeiro "Bom dia" que ouço do outro lado do corredor é "Bom dia, Mómóooo". E Mofli vai, disparada, ter com o bom dia que a chama. Ficam ali num namoro pegado por entre as grades da cama. "Mómó!!!!Mómó!!!" (seguem-se gargalhadas e gritinhos de felicidade). Mofli dá beijinhos (lambidelas desgovernadas) e Francisca estica a sua mão para lhe fazer festas no pelo. Hoje, aconteceu isso. Veio-me à cabeça um dito que a minha Avó muito diz, que o "cão e o Menino vão para onde lhe dão carinho". Eventualmente, ouço um "Bom dia Mánhe!! Boooom dia Máaaaanhe". Tem dias que desconfio que lá lhe ocorre que se não chamar a gaja da comida, a "Mómó que tem patinhas" de certo que não lhe vai aparecer com um prato de Nestun. Entro no quarto, peço o meu beijo (melado) de bom dia, que me enche de ternura e a coisa prossegue, entre o Nestun pela goela abaixo e um "Mánhe, cááaaanta, cáaaanta a Mánhe 'quida da bida!!!", de boca cheia, o que se traduz em pedaços semi-mastigados da coisa na minha direcção e pronto, ainda não vai ser hoje que vai "das nove às cinco" que ainda tenho de trocar de roupa (e pensar que o Mánhe 'quida da bida começou na brincadeira de desespero do "Francisca-deslarga-me-5-segundos" e pronto, a brega agora adora a coisa e eu ainda me rio que nem perdida por cima. Só nível, há dúvidas?). E entre Mofli, mães queridas, beijos melados, Nestun voador, lembro-me de uma imagem. Um destes dias, aboborei em frente à TV. Não faço ideia do que estava a ver mas lembro-me de uma cena de uma família qualquer, a tomar o pequeno almoço, guardanapos de pano, sumo de laranja acabado de espremer, croissants e sei lá eu mais o quê. Um "Mánhe quida da bida, Mánhe", trouxe-me de volta à minha realidade. Não há sumo acabado de espremer e muito menos guardanapos de pano. Mas há muito, muito mais e muito melhor neste desengonçamento que são as minhas manhãs. Porque "even if it ain't all it seems I got a pocket full of dreams". E não, não sou de Nova York. Mas os sonhos fazem-se em nós, não nos lugares. E durante a manhã, recorrentemente e sem eu fazer a menor ideia do porquê, o dito da minha Avó ecoou na minha cabeça: "o cão e o Menino vão para onde lhe dão carinho".

25 agosto 2013

Bom dia, bom dia... ou...

... 'tá a acordar bem depressa "óh-gaja-da-comida", 'tá em sentido, direita, volver e um prato de Nestun. ( Estou acordada, estou acordada. Não estou nada, nãaaaaoooo, mais 5 minutos, mais 5 minutos, já vou).  Mánheeeee aaaaandaaaaa, Mánheeeeeeeeeeee Booooooooooooom diaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa. Eu sabia que as minhas meias de leite minadas com cafés durante a gravidez iam ter algum efeito... Credo... Whatever... Just "shake it out, shake it out, shake it out, ohh whoa, 'Cause it's always darkest before the dawn..."
P.S- a bem da justiça, a minha rica Filha acordou eram quase dez da manhã, após ressonar desde as 21h30. Mas pronto, eu sou um bicho bastante dado ao sono. Não é defeito, é feitio mesmo. 

01 julho 2013

É uma questão de esperar.

Há uma torneira que não pára de pingar. Faz aquele som rítmico, irritante, perturbante a altas horas da noite. Ping ping ping. Não a consigo encontrar. Não sei qual é a torneira que pinga para a fechar. Ping ping ping. O barulho dos relógios a altas horas da noite começa a incomodar também. Tic tac tic tac tic tac. As horas a escorrerem-me pelas mãos, o tempo que me foge. O dia que nasce lá fora. Ping ping ping. Tic tac tic tac tic tac. O sol a entrar desavergonhado pelas friestas da persiana aberta. Tic tac tic tac tic tac. O choro intermitente que vem do quarto da Francisca, um mal estar qualquer que a incomoda e que eu não sei identificar. Talvez seja do calor. Talvez seja porque sim. Talvez seja birra, quase de certeza que é birra. A birra de querer-me a tempo inteiro para si, dia e noite, noite e dia, dia e noite, noite e dia. Se puser os phones tudo melhora. A noite não engoliu a Mãe, Francisca. A Mãe só quer dormir. A Mãe precisa de dormir, por favor. A Mãe tem um limite porque é humana e e esse limite já está bem lá atrás. A birra a subir de tom. A Mãe está aqui, a Mãe estará sempre aqui enquanto o tempo lhe permitir estar. Mas por favor, a Mãe precisa de dormir. O colo que ela quer mas que eu já não consigo dar. A minha Filha pesa mais do que eu consigo aguentar em dores. Não sou de ferro. A dor de não lhe poder dar colo. Não é sempre por opção que lhe nego o colo, muitas vezes é por uma questão de saber o que depois se segue. E uma Mãe não cala sempre a dor. A dor das palavras que me atiram. Faço de conta que nem as ouço. Sou melhor que isso. Ping ping ping. Tic tac tic tac tic tac. Já é dia e eu quase não soube o que era a noite mais uma noite. Pesa-me o meu próprio corpo. Pesa-me o barulho na cabeça. Tic tac tic tac tic tac. Se puser a almofada em cima da cabeça talvez volte o silêncio. Não, não resolve. É dia. Acorda. Acorda. Acorda. Anda, deixa-te de ser queixinhas, ninguém quer saber. Aguenta. Levanta-te. Ninguém quer saber se a torneira pinga. Acorda. Há horários a cumprir. Tens deveres a cumprir, tens exigências a satisfazer. Acorda. Acorda. Acorda. Depois, a água bem quente no corpo lava mais uma noite mal dormida. Entro-lhe no quarto em desassossego com um sorriso no rosto e digo-lhe "Bom dia, Filha". Ela responde " Bom dia, Mánhe". E o dia recomeça sem nunca ter verdadeiramente terminado. Com o sorriso que ela me empresta. E com a certeza de que mas dia menos dia, o silêncio na noite regressará. 

25 junho 2013

Porque há dias assim...

Em conversa com uma colega grávida, eis que tudo volta à minha memória. Porque ela tem medo. Medo do que vem depois. Medo da depressão pós-parto. Medo da amamentação. Hoje em conversa com ela, veio mais uma vez a porcaria do sugar coating da Maternidade à baila. Deixem-se de tretas. Ser Mãe é maravilhoso. Mas não é uma estrada sem buracos. Não é um caminho perfeito. Nem sempre tudo é doce e harmonioso. Hoje, pela segunda noite consecutiva em que fui contemplada com gritaria desenfreada noite fora, com pouco mais de três horas de sono, pela segunda noite consecutiva, sleep deprived, ela abriu-se comigo. E eu, que fico desbocada quando me roubam o sono, disse-lhe a minha vivência. Disse-lhe que podia contar comigo para falar. Porque um dia, talvez haja mais gente com coragem de admitir que às seis da manhã, quando se vê o sol raiar e os ouvidos são invadidos por zumbidos, há nada onde por sugar coating. É duro. É desgastante. É extenuante. Apetece chorar. Apetece pedir por favor. Apetece cair no chão. Apetece pedir ajuda. Apetece pedir conforto para a Mãe que (também) sou. Ela abriu-se comigo. E eu ouvi. E ajudei como pude, com a verdade, sem sugar coating. Porque no dia em que houver mais gente a explicar que sim, é a melhor coisa da tua Vida, mas será a que mais te exigirá, te levará aos limites, haverá menos gente a achar-se estranha porque quando vê o sol raiar, às seis da manhã, lhe apetece chorar de cansaço. Mas não se chora. Aguenta-se. Admite-se o cansaço, mas não se chora. Não se desiste. Não é opção sequer. Lava-se a cara. Põe-se tapa olheiras em quantidades industriais. E a vida decorre. Ela abriu-se comigo. E eu respondi, de sorriso no rosto e voz trémula e olhos com água. Porque tudo voltou à memória, hoje, em que o cansaço fala mais alto. 

04 junho 2013

A porra dos passarinhos...

Há quem tenha como sonho de vida acordar com os passarinhos chilreando na janela. Ah, a paz, que tranquilidade, qualidade de vida. Até há quem ponha como som de despertador passarinhos cantantes. Atrás de casa no desterro, há uma espécie de mata, com algumas árvores. E toda a gente sabe que as árvores são a casa dos passarinhos. Tão lindo, que idílico, só cá faltam as harpas. Eu digo raios partam os passarinhos. Com o calor, tenho cantoria desde as seis da manhã. S e i s da manhã, sabeis a dor que isso é? Não bastasse as noites de merda que cria dá porque está doente, pois claro, e os jogos de lençóis que se me esgotam na gaveta madrugada dentro, ainda tenho de levar com a porra dos passarinhos desde as s e i s, seeeeeis da manhã. Ah, tão fófnha, pensais, a ouvir os passarinhos. Porra lá para os passarinhos todos, é o que eu digo. Tenho sono. 

20 maio 2013

Francisca e o seu humor retorcido...

Ora, o último entretenimento de 'mha rica filha é mandar a sua pepé borda fora, que é como quem diz, cama abaixo. Cheguei a pensar que se queria ver livre da coisa mas isso era eu com sono de madrugada. Não, ela tem é mesmo um sentido de humor muito retorcido. Vai daí, pepé fora. Gritaria: "pepéeeeeee!!! peeeeepéeeeeee!!!". Mãe levanta-se mas a dormir. Encontra cria pendurada nas grades... " pepéeeeee!!! peeeeeepéeeee". Eu que ache, no escuro, de olhos fechados de sono, às apalpadelas e a coleccionar nódoas negras. " Pepéeeeee, pépeeeeee"... ( à laia de despacha-te lorpa). Maneiras que hoje me ocorreu arranjar mais uns 4 exemplares da bicha e espalhar cama fora. Sempre demoraria o quadruplo do tempo a guinchar. E quem diz 4 diz, sei lá, 6. Ou 7. Uma ideia a ponderar... Ou não...

17 maio 2013

Ela é a Rainha da oportunidade...

Pois que na noite antecedente à manhã em que tinha m-e-s-m-o de arrastar o rabo para fora da cama a horas imprórprias à minha pessoa, 'mha rica Filha deu numa de desinço da louça. Berrou, esperneou, gritou, chorou noite fora. Não direi à la recém nascida porque  me deu mais más noites desde que entrou em processos de dentição do que até esse ponto. Sim, em caso de dúvida, em testes de escolha múltipla é a opção (b) e em caso de criancinha ululante são dentes. Maneiras que eram 4h23 da manhã e andava eu a implorar por cama. Caaaaamaaaa. Causa-efeito da coisa: hoje foi filme de terror para acordar. A horas impróprias para ela, a sostra e para mim, a sostra mor. Mas a muito custo, tudo fora da cama, alimentado, vestido (acordado é que nem por isso, mais em modo automático). A bem das tradições a coisa já se levava atrasada desde que o terceiro despertador tocou, sendo que o quinto foi a ordem de despejo. Noves fora nada, 'mha rica Filha é mesmo a Rainha da oportunidade. Enquanto tentava descobrir onde estava a porra da chave do carro (eu acho que ela se esconde de mim, de verdade) ouço "aquele" som. Pânico. "Francisca, agora não, 'plo amor da Santa, agora não, estamos estupidamente atrasadas!". Óbvio que ela acabou o que começou. Fiquei ali a olhar para o relógio. Para ela. Para o relógio. Para ela (e a porra da chave??? raios partam a chave!). Ponderei pegar nela ao colo, ir à minha vida escadas abaixo e fazer de conta que não era nada comigo (a chave apareceu nos entretantos, milagrosamente, no bolso de um casaco, onde até podia dizer que sabia que a tinha posto, mas além de me dar um ar senil, seria mentira). Mas achei que depois de uma noite de merda, deixar a Piquena começar o dia com cocó na fralda, não seria a melhor opção. Resumindo, está tudo vivo, alimentado, a meio gás e quase a desfalecer de sono. E é isto, a minha vida... 
P.S- visto da perspectiva de alguém que anda a farejar café em todo o lado, poderia dizer-se que 'mha rica filha se estava literalmente a cagar para mim... 

01 abril 2013

A cancela...(ou grade... ou barreira...) Whatever... Bom dia, bom dia!

Numa das portas da sala existe uma cancela. Ou grade. Ou barreira... Whatever, é daqueles coisos que se mete para impedir criancinha em fuga do sítio destinado. Tem ainda diversas outras utilidades, como:
- fazer Francisca passar horas a fazer elevações de braços, enquanto me rio das tentativas de fuga (sim, sou uma pessoa horrível que se ri dos esforços da piquena);
- deixar cada um dos bilontras de seu lado da coisa, a olharem-se horas a fio, tipo " woooow, que cena marada";
- deixar a Mofli de um dos lados e os bilontras do outro, enquanto ela ladra à laia de " andem, andem, óh pra mim que valente e forte, não tenho medo de ti Chico, anda, anda". No momento que se abre a coisa, Mofli goes MIA;
- deixar sempre um dos 4 patas fechado na sala, tendo de ser resgatado de madrugada ( em dias de sorte e sono leve);
- serve ainda, como razão única da sua mísera existência, para eu me espetar todas, TODAS as santas manhãs que venho agarrada da vida do café. T o d a s. TODAS! Não há manhã de despejo da cama que se preze sem que eu enfaixe a anca esquerda nas laterais da coisa. Devia por-lhe um sinal sonoro. Ou umas barras reflectoras... Ou isso, ou acordar menos vezes à bruta e está a começar o dia acorda acorda acooooooooorda Mááaaaaaaaaanheeeeeeeeee, minha Máaaaaaaaaaaanhê ( the latest). Tudo o que eu queria era café e menos nódoas negras. E um pónei. Há póneis que tiram café? Não interessa... Bom dia, bom dia!

31 março 2013

Ai, agarra que é ladrão!

Roubaram-me uma, UMA, hora de sono. Uma. Está bem, está bem, eu sei, os dias vão ficar maiores, horário de Verão e mimimimis. Daqui a bocado ou eventualmente passa-me. Mas agora mesmo,  vou ressabiar para o sofá a hora de sono que me levaram...