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06 maio 2014

Coisas do zapping (do demo).

Estava eu a cozinhar o jantar (tão sopeirinha) e resolvi ligar a TV da cozinha. Nisto, aparece um spot de um dos 4 canais. A Júlia Pinheiro e o João Baião juntos. A visão do Inferno, a entrarem pela casa de gente incauta, aos gritos, a perguntar se estavam prontos para não sei o quê. Eu cá não sei das vidas dos pobres incautos, mas comigo levavam logo com um testo no focinho só por causa das coisas. Credo, córrore! Valha-me santa bimby ou até tinha esturrado o refogado! Valei-me!!!

24 abril 2014

Cenas que me embrutecem as ideias.

Não percebo porque é que há quem cumprimente com um "Olá, bom dia! como está?" se não esperam para ouvir a resposta. 

08 abril 2014

Já não se a-guen-ta. Mesmo.

O regresso às origens. Não se a-guen-ta. Eu percebo que a malta queira regressar às origens, de verdade que sim. Eu cá hei-de um dia, espero eu, mesmo que seja já velha caquética e choné, voltar ao meu Porto. Mas quando falo no regresso às origens, falo na moda do "vou viver do que a natureza me dá, cultivar a minha batatinha, não vou vacinar os putos, vou beber água do poço que fervo antes de beber numa fogueira, nada de coisas chiques como gás, quanto mais placas de indução, que nas origens não havia gás nem electricidade, não tomo medicamentos químicos só coisas naturais, vou deixar de ter internet e telefone e nos entretantos, caço na mata e pesco de madrugada". A moda até que tem a sua certa piada, a sério que sim, mas suspeito que para tal se tenha as costas quentes (vulgo: uma conta recheadíssima, mas não se usa cartão multibanco porque nas "origens" não havia disso). Ou isso ou então se um dia lhes der uma dor de barriga, passa logo a vontade da missa sobre "as origens". É que uma pessoa, por muito idealista que seja e que acredite que as fadas moram nas árvores, não vive sem dinheiro. Pode viver com menos ou com mais, ser atleta olímpico de gerir o pouco, pode ser dada a luxos ou minimilista, who cares, mas viver sem um tostão, não estou a ver como. De todo. E já agora, esperemos que não se piquem num prego ferrugento. É que nas origens, também se morria de tétano e era a modos que… chato. Perdoem-me quem acredita que se pode viver sem nada. Eu acredito que se possa viver com pouco. Mas nasci no século XX, onde morrer de tétano está démode, a mortalidade infantil e materna decresceu como nunca antes, se vive mais e melhor. Porque até a minha Avó, que nasceu no que muitos chamam de "as origens", vive hoje em dia muito melhor com a próteses que lhe "instalaram". Por isso, posso ser canastrona e muito dada às maravilhas do admirável mundo moderno (e não novo, mas já agora, um excelente livro, o Admirável Mundo Novo), mas não tenho pachorra. Mesmo. 

04 abril 2014

Vai tudo na vassoura.

Quando era miúda, nunca me afectou grandemente as picardias dos cognomes, como por exemplo, caixa de óculos. Sim, passei por uma fase na minha vidinha em que usava óculos sempre, tous les dias. Vá, devia continuar a fazê-lo mas uso-os maioritariamente para estar a trabalhar no computador ou quando me apetece ficar com um ar de intelectual cool. Isto tudo para dizer que nunca me fez muita aflição que brincassem, gozassem, debochassem de coisas físicas, digamos assim. Agora, brincar com a minha inteligência, capacidade de raciocínio, perspicácia e por aí, sempre foi coisa que me apoquentou. Piorou com a idade até. Se há coisa que me deixa com vontade de arrancar cabeças à dentada, é que me façam de burra. Ou me atirem areia para os olhos. Ou acharem que passo os meus dias a comer sono. Que sou tótó de todo. Enfim, se há coisa capaz de me tirar do sério, é acharem que me podem comer as papas na cabeça. Mas pronto, há quem ache que comer mioleira faz bem, por mim, tudo bem. Desde que sejam as de vaca, não a minha. No sentido figurativo, claro. 

22 março 2014

Já não s'aguenta.

Tanto sumo verde, detox, tisanas e mil e uma coisas de beber que estão, diz-se, "in". Sou uma nódoa. Gosto de água e vinho tinto. 

15 março 2014

Gritaria com afocinhanço se paga?

É gritaria de manhã. É gritaria à noite. São portas a bater a toda a hora. Móveis a arrastar. E marteladas. Já para não falar no colchão de molas estragado que se ouve em minha casa. Surgiu-me uma ideia. Sei a que horas saem. E a que horas entram. Da minha porta, vejo perfeitamente as escadas. Fio de pesca. Invisível. Atado de ponta a ponta no primeiro lanço de escadas. Puf. Caiu. Como diz a Francisca, "fêze pumba". E eu a rir-me como perdida de dentro de minha casa. Toma lá as portas a bater, agora afocinhas nas escadas. Seria épico. Mas isto são só devaneios de quem já está pelos cabelos com as criaturas. Mas seria épico. Creio que ia rebolar no chão a chorar a rir. Sim, sou uma pessoa terrível em agonia com os vizinhos de cima! 

07 março 2014

Extremos? Não, obrigada.

Francisca tem dois anos e meio. Já provou um Happy Meal. Já provou batatas fritas sem serem de Happy Meal. Já provou chocolate. E gomas. E adora um bom croissant. E panquecas. E quando vai à Capital, acha piada a ir à Starbucks, vicio por mim adquirido nos tempos em que vivi em Terras do Tio Sam. A minha Filha vê (alguma) televisão, com bonecada adequada à idade dela. E adora. Dança, canta, bate palminhas. E adora ver os Ursinhos carinhosos (carinhosamente apelidados pour moi de "remelosos") em viagem. A minha Filha está habituada a viajar de carro desde muito pequena. Sozinha, na sua cadeirinha, no banco de trás. A minha filha tem brinquedos didácticos, brinquedos inúteis e capazes de estrafegar a paciência a um santo e brinquedos que serão sempre e só brinquedos. Ou coisas do quotidiano que se transformam em brinquedos, como a vassoura que vira um cavalo e a galope vai feliz Francisca pelo corredor fora. Mas também brinca com o iPad da Mãe. E sabe o que é o Skype e que (também) serve para falar com os Avós. A minha Filha vai à Escola desde que tem um ano, com todas as vacinas tomadas, incluindo as extra plano nacional de vacinação. Porque eu acredito na ciência e nas maravilhas da medicina moderna. Porque, por alguma coisa, já não se morre de tétano ou rubéola. Francisca só não foi antes para uma Escola, com meses ainda,  porque tinha Avós por perto, que agora se encontram a quase 500km de distância. E eu não nasci para estar em casa. Nada me impede de ser Mãe e Profissional, mesmo que às vezes conciliar ambas se torne um quebra-cabeças. Não sinto culpa de a levar todas as manhãs para a  Escola. A minha Filha é uma criança feliz, saudável, alegre e sobretudo, é criança. Não tenho pachorra para fundamentalismos, para os 8 ou os 80. Aceito, respeito, mas não me pode ser pedido que concorde. Habemus pena. Como em tudo na vida, existe o meio termo. Tenho-me deparado, cada vez mais, com fundamentalismos no que toca a temas tão variados como alimentação, vacinação, educação… Cada Pai deve decidir em consciência aquilo que considera melhor para os seus Filhos. Salvo raras excepções, acredito (tenho de acreditar) que todos os Pais têm o melhor interesse dos seus Filhos sempre no topo da lista. Assim, respeito profundamente opiniões diferentes da minha. Mas sou e serei sempre livre de não concordar. Assim como apenas peço que respeitem a minha posição no que respeita a como ajudo Francisca a construir o seu mundo próprio e a crescer. Francisca faz tudo o que acima descrevi, com conta, peso e medida. Não vive de Happy Meals, mas se comer uma batata frita aqui e outra ali, não me parece que o mundo vá implodir. Muito menos, por se esconder debaixo da mesa da cozinha a comer as gomas que habilmente roubou à Mãe. Acredito no bom senso e no meio termo. Creio que ambos são os principais responsáveis pela minha descontracção e calma enquanto Mãe. E até ver, acho que me tenho saído bem. Ou não fosse o sorriso maravilhoso com que ela me brinda  todos os dias. 

28 fevereiro 2014

Bom dia, bom dia e ai que estou cheia de comichões.

Hoje de manhã, a correr, atrasadíssima desta vida ( e o que há de novo no mundo, hein?), liguei o carro e o rádio, ou o rádio e o carro, não interessa a ordem cronológica, sim?. No Burgo onde habito, costumo trazer sintonizada a Comercial, pelo simples facto de que é das poucas estações decentes que apanho. Também apanho umas espanholas do melhor, que gostam muito de passar aquela épica moda "Burbujas de amor", que até se me abafo de agonia. O rádio é que apanha estas coisas quer dizer, não eu, só para esclarecer a coisa. Quando a Norte, costumo ouvir a Smooth, gosto muito. Mas estava a dizer que estava a ouvir a Rádio Comercial e calhou de estar a dar o "Homem que mordeu o cão" (é assim que se chama, certo?). Na minha modesta opinião, acho que já teve mais piada. Não sei, às vezes parece que aquilo sai a modos que um bocado a ferros e ahahah sou tão engraçado e tudo o que digo é hilariante (not!). Mas lá vinha eu a ouvir aquilo, selfies e coiso quando de repente começam a falar de piolhos. Qualquer coisa sobre o facto de existirem muito mais piolhos agora com a moda das selfies. E pelo meio, entre um "Francisca não dês chutos nisso que abres o vidro" e "sim a Mãe tem cuidado" (tão zelosa da minha condução a cachopa), para além de piolhos ouço qualquer coisa como ah e tal eu até tive um bem grande de estimação e isso era mas é uma carraça e não sei quê. Não sou o cúmulo da normalidade, mas caramba, logo de manhã piolhos e carraças, senti-me num Zoo ou coisa que o valha. Nada contra Zoos, mas já agora que veio ao de cima, também não aprecio. Leões são para andar na selva, não a rebolar numa jaula. Adiante e resumindo: com tanta conversa de piolhos e carraças deram-se-me umas comichões no couro cabeludo, abafos e estou até agora a coçar-me. É que dissertações sobre essas coisas fazem-me chocapics na cabeça e fico em modo toda comichosa. 

10 fevereiro 2014

Serão as bichas os novos dentes?

Francisca queixa-se que lhe dói a barriga. Há dias que ouvia a ladaínha do "Mánhe, dói a barriga". Volta e meia, comida fora. Febre intermitente. Eu não percebo nada de maleitas infantis. Tempos houve em que quando não sabia o que era, apostava na máxima "são dentes, senhor". A única coisa que me ocorre agora é que são bichas. Bichas, sim. Sei lá, as crianças têm bichas, não? Insiste que lhe dói a barriga. E volta e meia, comida semi-digerida para a roupa e o mais que estiver no caminho de sucos gástricos. A-do-ro. De-li-ro. Pronto, estamos em casa. Francisca agarrada à barriga, amarela, olheirenta e encolhida a ver os "desanimados". Desanimada estou eu, pá. Eu sei que as crianças ficam doentes. Faz parte, têm de construir o sistema imunitário e eu secretamente desejo que o dela sejam bem melhor que o meu, que é uma nódoa de resistências. Talvez sejam bichas, sei lá eu. Também não vou em pressas para a urgência infantil porque honestamente a coisa (ainda) não se justifica a uma nova incursão no mundo maravilhoso das urgências pediátricas. Mas caramba, podia construir o sistema imunitário de sexta a domingo. Vai na volta e o sistema imunitário in construction dela tem um sentido de humor retorcido e acha que é giro ficar choné aos domingos e capotar a semana toda da Mánhe. Bem, vai na volta e agora em vez de dizer "sei lá o que é, são dentes" passo a dizer "não faço ideia do que seja, devem ser bichas". A coisa sobe de glamour com a idade, querem ver? 

08 fevereiro 2014

06 fevereiro 2014

É todos os anos a mesma coisa.

Sempre os mesmos emails com promoções "fantásticas" para o dia de São Valentim, tipo umas cuecas vermelhas e uma caixa de chocolates em forma de coração, com o brinde de azia diversa. Sempre a mesma coisa all over the internet e corações vermelhos e merdas tipo "Lov u". Ainda para mais, fazem os corações todos perfeitinhos e simétricos e coiso, o que não corresponde, de todo, à realidade. O coração é um órgão assimétrico, imperfeito diria eu, e não, não é todo cutchi cutchi rosinha pónei. Não tenho pachorra. Nunca tive. Cada vez tenho menos. Hoje de manhã dei de trombas com uma coisas qualquer que dizia que Fevereiro era o mês dos amores ou do amor ou do raio que parta. Eu cá acho que Fevereiro é um mês mais curto e que me dura mais o ordenado. Não há paxorra. De todo. 

16 janeiro 2014

Porque não devo usar óculos para ver o site da Zara.

Era mais feliz antes de ver isto. Não sou infeliz mas fiquei agoniada e a precisar de água com gás. É que não sei bem por onde comece... Se pelo cenário da foto, muito elaborado e muito ala psiquiátrica. Ou se pela pose da "modelo", que me faz lembrar que alguém lhe disse algo como anda-lá-podes-sair-do-quarto-e-ver-pessoas-mas-não-as-assustes-que-isso-não-vale. Se pelo cabelo da moça, que parece que foi penteada por Rosé, a vaca que é choné, numa lambidela descuidada e amarrado com um elástico daqueles de por no papel, dos de borracha, estais a ver? Se pela conjugação "altamente fashionista" da saia com os chenatos-que-são-da-minha-Avó-são-"bintáge"-não-percebes-nada-de-moda!. Se pelo ar completamente deprimido da "modelo", que parece gritar Prozac, Prozaaaac… Fluoxetina, fluoxetina!!!. Claramente, não percebo nada de moda. Mas pelo menos, este ano o meu ar fantasmagórico Neoblanc parece estar in, tal a alvura da moça. 

19 outubro 2013

Esta deve achar que é o Macgyver...

Francisca voltou e no seu melhor ao estilo "se-eu-não-durmo-acompanhada-ninguém- dorme-nesta-casa!-(mais ou menos, vá, o que eu gostava de ter um y em vez de outro x)-nem-cão-nem-gato-nem-periquito-se-o-houvesse". Acho que tem assim uma queda para o  regime ditatorial, a catraia. Está enganada, que isto aqui é uma democracia e quem manda, sou eu!  É ouvi-la do seu quarto, quando faz shift gears no sono, porque até meio da noite ressona que é uma categoria, "Mánheee, anda cáaaa!" (já vou, quando forem horas de ir, dorme criatura), "Mánhe, senta na cadeira" (sento na cadeira o catano, que sento na cadeira), "Mánhe, quer fazer xixi e cocó" (o que tu queres sei eu minha Menina, que na Escola onde tu andaste já eu fui Professora (ditado Transmontano adaptado para não chocar ninguém), "Mánhe, olha a mosca" (deixa-a estar, tem proteína, é nutritivo), "Mánhe, dói a barriga" (yayayayaya), "Mánhe, dói as maminhas" (espera pela puberdade para isso, criatura). E mais um rol infindável de tentativas de persuasão a ver se alguém cai na ideia de lhe entrar quarto dentro e se sentar na cadeira a adorá-la. Vai-se ouvindo... da sala, do corredor, da cama, da sala outra vez, da varanda e vai-se ao vício, da cozinha e tenho de pedir à Oksana que limpe os azulejos, córrore, do corredor, da cama. Nisto, as horas vão passando e eu a vê-las e a ouvir o meio metro e mais uns cms de criatura ululante, que oscila entre a argumentação lógica e os gritos de birra. Até que às seis da manhã de hoje, estava o filme "não dei más noites em bebé, come com elas agora" a passar desde as quatro da manhã, comecei a ouvir a voz da piquena mais perto do quarto. Pensei para comigo que tinha ficado chalupa de vez e agora é que vai for. Cada vez mais perto aquele "Mánhe, anda cá! Óh, Mánhe, anda cá!". Pronto, pifei, o fusível queimou e o ratinho enforcou-se na roda. Mas não. Pela porta do quarto espreitava uma cabecinha de cabelo encaracolado, com os seus olhinhos de azeitona, meio a medo. Francisca ainda dorme na cama de grades, toda ela gradeada. Francisca não caiu porque se o tivesse feito eu tinha ouvido o tombo. Francisca tem dormido com a cabeceira ligeiramente elevada devido a uma tosse. Francisca deve ter aproveitado isso para alçar a perna e deslizar para o lado de fora da cama, abrir a porta do quarto e deixa cá ver onde esta marmanja se enfiou que isto assim não está com nada. Pois ali estava ela, com cara de quem sabe que fez asneira e fofinha e a sorrir e a pestanejar-me e olha, porra, eram seis da manhã, eu tinha sono, tinha frio, hoje estou a trabalhar e ela com aqueles olhinhos a olhar para mim, zumba, anda cá, whatever. Aninhou-se no meu peito e dormiu a fazer-me festinhas na cara. Se me soube bem? Até podia dizer que não, mas soube. Cedi, fui mole e não pode ser. Hoje, a Nazi do Colo e agora Nazi da cama volta a baixar em mim. E vai-se baixar também a cabeceira da cama, que ela nunca viu o Macgyver, por isso que não se ponha a inventar. Era só o que me faltava. Em dois anos, dormiu a primeira vez comigo. E a Nazi da cama diz que foi a última. Para ditadora de meio palmo e mais uns trocos, Nazi de salto alto. É a vida. Habemus pena. 

10 outubro 2013

Aquele momento estranho em que...

... estás numa reunião de Pais e tens de morder a língua. Eu sabia que vinha de lá com uma dor de cabeça. Eu quando me irrito e tenho de comer e calar, fico com dores de cabeça. Fiquei no meu canto porque, como sempre, gosto muito pouco de meter conversa. Fico a ver, só. Sou um bicho anti-social, eu sei. Adiante. Duas Mães conversavam entre si sobre o tempo que os Meninos passavam na Escola. Uma até inquiriu a Auxiliar se era normal ainda terem Meninos depois das 17h30 (wtf?!?!). Isto veio no seguimento de às 19h, hora para que estava marcada a reunião, ainda lá estar um Menino. Comentavam entre si que "ai eu no máximo às 16h30 venho buscar o meu". A outra assentia com a cabeça e que "a Mãe (Avó da criança) que a costuma ir buscar também o fazia e que quando ia às 18h era repreendida porque coitadinha são muitas horas". Eu não sei da vida dos outros. Se podem ir cedo, porreiro para elas. Se têm família que apoie, porreiro. Sei da minha vida. Tenho uma profissão que me permite alguma flexibilidade nos horários, o que dá margem de manobra a que a Francisca vá para a Escola quase às dez, dormindo 12 horas e (quase) sempre, acordar por si, bem disposta. Mas tanto posso sair às 17h, como ter de meter os pés pelas mãos para conseguir ir até às 19h. Ou dias em que fico a trabalhar até mais tarde e quase não a vejo. Ou aos fins de semana. Ou noite dentro no computador. A minha Filha não é nenhuma "coitadinha" por ficar na Escola quase até ao fecho. Não lhes reconheço direito nenhum de apelidarem de "coitadinho" o tal Menino. Podia ser a Francisca. Não sou melhor Mãe que elas. Nem pior. Não era comigo a conversa, mas não sou surda, lamento. Comi e calei. Mas honestamente, quem lhes dá o direito de dizerem que tal criança é "coitadinha"?!? Está entregue aos lobos por acaso? São coisas assim que me fazem sentir estranha numa reunião de Pais. E a incapacidade de me por a contar as gracinhas da minha Filha a quem apenas conheço de dizer "bom dia" ou "boa tarde". Talvez seja mesmo estranha. Mas sei a Mãe que sou. E a Francisca não é nenhuma "coitadinha". Quem a conhece, sabe-o bem. Ninguém tem o direito de julgar os outros. Muito menos de rotular de coitadinho uma criança que está bem entregue e a ser cuidada. Dói-me a cabeça. Haja pachorra! 

Hmmm...reunião de Pais... Hmmmm....

Hmmm... Hoje tenho reunião de Pais na Escola de Bicho Bom desta Mãe... Hmmm... Eu nunca fui a uma reunião de Pais. Ena, ena, sou uma crescida, até já vou a reuniões de Pais, u-a-u. A do ano passado estava eu ainda no Porto, maneiras que me baldei e fui depois perguntar como é que a coisa se processava. Claro que quero saber o que Sô Dona Francisca anda a fazer e se pinta a manta (que aposto que sim, que a catraia mal fala mas mente que é uma categoria, raça da miúda...), se há novas regras, indicações e pedidos aos Pais. Gosto de saber das coisas vá, não sou assim tão anarca e desnaturada. Mas a ideia de uma reunião de Pais... Hmmm... Agora lembrei-me que em toda a minha Vida os meus Pais nunca foram a uma reunião minha. Por um lado, porque o meu Pai era Professor na Escola onde andei até ao 9º ano e achava que se os colegas precisassem de falar sobre mim, iriam ter com ele. Mas ele também se esqueceu durante todos esses anos que os meus Professores descobriram que eu era Filha do meu Pai (parece saída de uma novela mexicana esta última frase) estava o 9º ano a acabar. Por outro lado, também não havia nada de muito interessante na minha vida escolar: boas notas, nunca fui apanhada a fazer trinta por uma linha, coisas diversas. Bem, adiante. Hmmm... estou com a imaginação a fervilhar, cada cenário melhor que o outro. Aposto que é uma reunião de Mães. Hmmm.... Os cenários na minha cabeça não são os mais interessantes. Hmmm... Imagino uma série de Mães juntas a falarem sobre os filhos, cujos nomes era suposto eu saber, mas que não sei, salvo umas 4 excepções, bem como o nome das progenitoras, que salvo duas excepções, também desconheço... Hmmm... Será que são todas Mommy style? Que vão perguntar e escrutinar tudo? Será que há alguma do estilo "o-meu-Menino-é-o-mais-bem-educado-do-mundo-onde-foi-buscar-a-ideia-de-que-morde-as-outras-crianças-está-a-pensar-que-é-um-cão-hein?!?!" Hmmmm... Outro cenário envolve trocas de receitas culinárias. Ui, ainda pior, tirem-me esta imagem da cabeça. Hmmmm.... Vai na volta e é tudo tranquilo. Mas enquanto isso, imagino cenários para me rir. Pelo sim pelo não, o lugar mais atrás e escondidinho que arranjar, bem no fundinho da sala, é meu. Move! 

05 setembro 2013

De brinquedos e limites...

A Francisca tem muitos brinquedos. A maioria, oferecidos. Há a regra de no Natal e Aniversário receber um brinquedo mas já se sabe que regras são para ser quebradas, sobretudo por aqueles seres fantásticos mas desprovidos de sentido crítico no que toca a netos, os Avós. Muitos bonecos, muitos brinquedos "educacionais", muitos brinquedos que nenhuma de nós percebe para que servem, tirando nos dias em que ando a nanar e servem para eu lhes dar chutos e praguejar. A Francisca é uma privilegiada sem ainda ter essa noção. A noção de que há muitos Meninos que não têm um único brinquedo. Mas, o facto de ela ainda não ter essa noção, não faz com que eu me esqueça disso enquanto Mulher e Mãe. E por isso, tenho zero de problemas em ir prestando atenção aos seus brinquedos favoritos para poder separar aqueles que nunca foram alvo de interesse ou curiosidade por parte dela. Sei que adora os Legos, a (idiota) da boneca baptizada de Fanny (estava espirituosa nesse dia), o seu pipiá (cavalinho) de madeira da Carrossel  (para quem ainda não conhece, espreitem aqui), a sua "mala chica mala" ( eu tenho uma maaaala chique ou como os Avós são uns seres estranhos), o escorrega que vai lindamente (ou não) com a decoração da sala (como é que eu cheguei ao ponto de ter um escorrega no meio da sala?!?), a sua tenda de circo (apelidada por mim de casota) que me fere as vistas, a sua mesa de actividades, o KikoNico e os seus amigos, a sua motinha cor de rosa, a bola, o seu Mickey e a Mica ( já desisti de lhe explicar que é a Minnie, Mica parece-me bem) e mais uns quantos livros. Fora estes, muitos mais se amontoam em cestas, sem ela lhes prestar dois segundos de atenção. E isso, faz-me muita confusão. Ver aqueles brinquedos todos ali, amontoados, a ganharem pó, quando poderiam fazer outras crianças felizes. Não sinto que lhe estou a tirar o que quer que seja. Enquanto Mãe, na minha maneira de ver as coisas, sinto que lhe estou a dar algo, apesar de saber que do alto dos seus dois anos ainda não o compreende. Não sinto que a esteja a privar da magia dos brinquedos, porque há um limite razoável entre ter brinquedos ou uma pequena loja dos mesmos. Por isso, é altura de voltar a encher umas quantas sacas e deixar que aqueles brinquedos vão para outras mãos pequeninas que os acarinhem. Não quero que a Francisca cresça com a ideia de que precisa de uma loja de brinquedos para brincar e ser feliz. Não quero que ela cresça com a ideia de que só tendo cestas e cestas cheias de brinquedos é que a coisa é gira e porreira. Quero que ela estime os que gosta, que os suje, que os use, que aprenda e sobretudo, que se divirta a ser feliz com eles, com os que gosta e dá valor. Porque ela ainda não tem essa noção mas é desde pequenina que tem de começar a conhecer os seus contornos, é hora de usar algum do meu tempo para fazer outras crianças felizes, com o que ela tem para lhes oferecer, sem épocas especiais para o efeito (como me irrita isso no Natal, credo, mas eu detesto a época, não vamos bater no ceguinho). Porque fazer o Mundo melhor não é (só) nas grandes coisas, mas muito nas pequeninas do dia a dia. E o meu (nosso)  Mundo, fica mais bonito por partilhar alegria e sorrisos por quem irá receber uma boneca, um livro, um jogo. 

09 agosto 2013

Sim, eu sou uma pessoa terrível.

Maria Francisca, bicho bom desta Mãe, irá completar dois anos no final deste mês. Assim num repente, ocorre-me que o ter-me nascido no final de Agosto foi, em termos de timming, perfeito: festas com colegas da Escola, a correrem-me casa fora e tudo a isso associado, creio que será coisa que pouco me apoquentará de futuro. Claro que quando for Adolescente pode-me correr mal e "festivais de Verão porque faço anos e eu quero de prenda" podem vir a ser o outro lado da moeda. Mas por agora e em anos futuros, fico toda contentinha com o panorama do final de Agosto. Sim, eu sou uma pessoa terrível. 

28 junho 2013

Até me abafo só de olhar!

Quem, hein, quem, no seu perfeito juízo e capacidade mental plena, faz jogging rua fora com quase 40ºC? Quem, senhores, quem?!? Só de olhar dá-me uma coisinha má. Estão quase 40ºC! You gotta be freaking nuts! 

27 março 2013

Coisas de alergias...

Pronto... ai a Primavera córrore as minhas alergias e sai mais um espirro em direcção a mim, obrigadinha (eu não vejo prima de ninguém mas eu preciso de ir comprar óculos, deve ser por isso). Parece-me que tudo tem alergias. Sou mesmo ralé, pobre de mim. Não tenho alergia a pó. A pólen. A flores. A campo. A cidade. A perfumes. A cheiros bons. A ácaros. A leite de vaca, mas o leite de soja sabe mal que dói. A doces. A salgados. A animais, menos a coelhos como já disse, mas isso é da cabeça. Olha, alergias da cabeça tenho bastantes mas essas não contam para Zyrtec. Ah, espera afinal tenho alergia a marisco ao ponto de já ter precisado de andar com uma caneta gira daquelas para espetar na veia que me davam os abafos. Depois, com os anos, melhorou. Ou isso ou foi o eu  nunca mais me ter dedicado a jogar roleta russa e ver se me sufocava a coisa. Melhor não, pode correr mal e a caneta já nem sei dela. Afinal tenho uma alergia. Das de cabeça, mais que muitas. Mas não entram neste rol de espirros santinha, benzá Deus.