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13 janeiro 2014

Já disse tanta barbaridade (em tão pouco tempo) que vou dormir masé!

Sentei-me a encetar (palavra fina, upa upa!) uma tentativa de ah-e-tal-vou- trabalhar-agora-recuperar-o-tempo-perdido-nestes-dias-e-agora-é-que-vai-for. Quando sento o meu rabo (ainda) partido no meu "quelósete" (desde que habemus pardieiro novo, tenho um "quelósete"que, basicamente, é o sítio onde habitam os meus sapatos, roupas e cenas diversas, assim como a secretária onde sento o meu rabo para trabalhar de casa. Também tenho vidros duplos e muito menos humidade mas isso já não tem nada de fino para dizer, portanto, o "quelósete".), é isto que vejo, a foto acima, que vos mostro. Acho que resume tudo: o bloco (não que alguma vez eu tenha feito bolachinhas, não lhe dou muito nisso), o pisa-papéis (onde tem pintado Francisca) e a moldura. Maneiras que, após fazer de conta que ia trabalhar, fui fazer coisas muito importantes, como: 
- rever o fato do Messi deste ano e pensar que com tanto dinheiro bem que podia pagar a conta da luz para não se vestir às escuras. Também gostei mais do das bolinhas, tinha um je ne sais quoi; 
- procurar o que a Irina usou no "balão de oiro" que é muito mais interessante para mim, moça horrorosa de gira, não há direito; 
- rever e babar com o vestido da Cate Blanchet nos Globos de Ouro e pensar que eu também quero um mas só não tenho porque depois não tinha onde o usar, sendo esse única e exclusivamente o factor que impede a coisa de acontecer; 
- fazer olhinhos a umas peças da Bijulândia AF
- perceber se a encomenda da Zara vem ou não vem… É que o jum-pe-sui-te tive de o caçar numa Cidade, mas a nova malunfa pode vir pelo correio e perceber se vem ou não vem é da máxima urgência. 
Deve ser por isso que tenho a secretária no "quelósete"… para me lembrar que se quero mesmo adicionar mais um parzinho ali às prateleiras ou uns trapos nas cruzetas, então que trabalhe para eles. Mas vou guardar este último pensamento, muito inspirador  e digno de estar numa daquelas fotos que populam no feed de alguns trausentes do facebook, uber inspiradoras (ou não), para amanhã. Vou masé recolher-me ao meu leito, no meu pijama de vaca, todo um glamour fashionista, que pensais? Tenho sono. Pareço a minha Avó que faz 87 (e não 85 anos como disse algures) este mês. Com a diferença que eu até percebo que o Benfica tenha ganho ontem e lhe tenha dito que era pela alma. Ao que ela me respondeu, no seu Trasmonstano perfeito, algo que traduzido seria como "atira-te aos cães masé!" Não me atiro aos cães mas atiro-me aos sonos. E agora que vejo o que escrevi, reparo que não disse nada de jeito. "Nada desta bida", como dizia a outra. 

Sei lá, não me apetece ou vou fazer 30 anos este mês #8

Há uns tempos li num blog a expressão "sentar e jantar com a vida" (creio ter sido no "Panados e Arroz de Tomate", de que muito gosto, mas não tenho a certeza absoluta). Não me sentei a jantar com a vida, até porque acho que seria uma refeição que terminaria em indigestão ou para mim ou para a vida. Ou para ambas. Tenho estado adoentada, tenho rins que são muito bons a produzir cristais, mas que, com muita pena minha, não são Swarovski. Ontem telefonei a uma Amiga que fazia anos e quando lhe disse que tinha estado a faltar ao trabalho por estar doente, ouvi do outro lado um "então estás mesmo mal". Também não sei muito bem o que diz isso sobre mim e não me apetece saber, sei lá, que diferença faz? Tenho tido tempo para pensar, entre dores e efeitos secundários de medicamentos, que não me apetece sentar e jantar com a vida. Não me apetece quase nada, verdade seja dita. Vou fazer 30 anos na quarta feira. Também me perguntaram, inocentemente, há umas semanas, o que ia fazer agora aos 30. "Já fizeste tudo antes dos 30… e agora, que vais fazer?". O que é fazer tudo? O que vou fazer? Sei lá, não sei. Suponho que hei-de continuar a rir-me, nem que seja de mim. E a chorar desalmadamente às escondidas quando me apetece, porque sim. Aprendi antes dos 30 também isso, a chorar escondida mas a chorar quando me apetece. Podia chorar à frente de plateias, escrever no facebook que estava a chorar ou coisas variadas. Mas não me apetece. Gosto de chorar, por estúpido que pareça, mas tem de ser em solidão e solitária. Hoje fiquei em casa, toldada por efeitos secundários de medicamentos para dores. Podia dizer que estou a curtir a moca que me dão, mas não, estou bastante nauseada e cansada. Apetece-me dormir e talvez o faça, estou verdadeiramente cansada, mas também não sei bem do quê.  Ouvi a minha Filha sair para a Escola de manhã e o meu coração quase me engoliu a capacidade de ser racional. Chorei. Não faz sentido, mas também não me apetece que faça. Chorei ao lembrar-me que a Francisca ontem me fez festinhas no cabelo e disse que a "Mamã era super valentona". Aos olhos dela, deve ser qualquer coisa como a Mamã é uma espécie de super herói. Aprendi que não posso chorar em frente à minha Filha. Se quando era bebé quando muito poderia sentir-me mais frágil, agora fica muito preocupada quando a Mãe chora ou lhe parece que tem cara de choro. A Francisca cresceu muito nos últimos meses, ou pelo menos, assim me parece. Mas sei que ainda quer a Mãe. Eu vou fazer 30 anos e tem dias em que olho para o telefone e quero a minha Mãe. Se calhar é isso, vou ligar à minha Mãe. Gostava que a minha Mãe estivesse mais perto por vezes. Tenho (muita) pena de não festejar os 30 perto dos meus Pais e das minhas Pessoas. Se calhar, vou mesmo ligar à minha Mãe. Por isso, se me sentasse a jantar com a vida e tentasse descobrir o que vou fazer depois dos 30 que chegam quarta feira, acho que viver seria a opção. O que vou fazer? Sei lá. Nunca soube muito bem. Há vidas planeadas ao pormenor, com guiões meticulosamente estudados. A minha nunca foi assim e não me parece que vá começar a ser agora, depois dos 30 de quarta feira.