06 abril 2013

Se calhar, sou eu...

O problema talvez esteja em mim. Tenho duas colegas grávidas. Desejo que tudo lhes corra bem. Mas dispenso mesmo falar do assunto. Mesmo que esteja a tomar café. Sinto- me desconfortável quando uma, Mãe de primeira viagem, me pergunta alguma coisa. Porque não tenho muito na minha estória que lhe queira contar ou que ache que a pode ajudar. Porque me pergunta "também te aconteceu? " E eu encolho os ombros e sorrio. Digo só que cada pessoa é diferente. Porque me pergunta se amamentei. E eu encolho os ombros e sorrio. Digo só que cada Mulher é diferente, reage diferente, pode tomar a sua opção e que cada criança é única. E que mais vale um biberão com amor que amamentar em sofrimento. Porque me pergunta porque fiz uma cesariana programada, se é melhor. E eu encolho os ombros e sorrio. Digo só que será como terá de ser mas que não é nenhum bicho de 7 cabeças. Porque me pergunta se o pós-parto foi tranquilo. E eu encolho os ombros e sorrio. Digo só para estar atenta também a si. Porque alguém faz os 1 % das estatísticas e eu fiz parte dele. E ela pergunta, curiosa, cheia de dúvidas e receios. E eu opto por não contar. Porque é a minha estória. Com a Francisca a ser o final feliz. Porque o resto, não importa. Porque não traria nada de novo às suas dúvidas. Só medos. Talvez o problema esteja em mim, mas falar da gravidez alheia é coisa que muito pouco me apraz. 

3 comentários:

M.P. disse...

Siga!! Faz de conta que ninguém viu!

Ana Rita Gil disse...

Bom, coisa semelhante comigo se passa. Mas eu é mais: não vais estar preparada para o que aí vem minha querida. Não vais estar meeesmoooo. É o que penso de cada vez que vejo grávidas com ar encantado e seus maridos embevecidos no meio da rua. Mas isso acho que tem mesmo a ver com a minha sad sad story...

Magui disse...

Acho que há de tudo... Eu fui daquelas grávidas que preferia não ouvir, até porque só ouvia que é um estado de graça e não era de todo o que eu sentia, mas há as que querem ouvir tudo, como que a tentar adivinhar o que as espera... Como se fosse possível, como se algum dia a história se repetisse... Também prefiro não falar na maior parte das coisas!