30 janeiro 2012

5 meses de ti...

Hoje fazes 5 meses pequenina. Uma mão cheia de tudo e mais alguma coisa. 
Trouxeste à minha (nossa) vida mais do que alguma vez pensei que seria possível um filho trazer. Continuas a cara chapada do teu Papá. Desconfio que sais a ele em muito mais coisas que a aparência física e fico grata por isso! És muito calminha e super simpática. Sorris para toda a gente, não estranhas ninguém. Adoras que conversem contigo, respondendo às questões na tua língua, indecifrável para nós. Por vezes, pões até entoação nos teus longos discursos, como se estivesses a proclamar a restauração da República de novo. Dás gargalhadas giríssimas. Gostas que te cante Deolinda para adormeceres. Adoras beber o nhé (biberão) virada para mim e que te dê a mão enquanto bebes o leitinho, olhando-me com esses olhos cheios de ternura. Comes sopa e fruta cozida maravilhosamente bem, desde que percebeste para que serve a colher. Adoras tomar banho mas dá-te os 5 minutos quando tens de vestir as mangas da roupa, é uma panca muito tua.  
5 meses minha doce Francisca. Parece que o tempo demorou a passar e no entanto escorreu-me entre os dedos.  
Hoje deveria ser também o dia em que regressaria ao trabalho. Mas quis o destino (ou lá o que se chama a esta merda que controla tudo e todos e que foge das minhas rédeas) que ao invés de regressar à vida laboral, estivesse aqui, à tua cabeceira, a pedir, a suplicar que fiques boa depressa. A noite foi terrível, passada quase em branco, sobressaltada por essa tosse pavorosa que te encharca. Já chorei, já me culpei, já me perguntei o que fiz de errado para que isto acontecesse. Procuro vezes sem conta na minha mente o que fiz de errado que fizesse com que tu adoecesses. Provavelmente, nada. O teu Papá diz que acontece. Mas na minha cabeça, dou voltas e mais voltas para encontrar uma justificação. Porque tudo tem de ter uma explicação lógica, precisa, concisa... ou talvez não filha, já não sei em que acredito. Sinto-me perdida, impotente. Peço que a tua respiração volte a ser tranquila. Que essa tosse que te sacode toda e que te deixa sem fôlego desapareça. Que o teu sono volte a ser descansado. Que os teus olhos, lindos lindos lindos, voltem a brilhar intensamente. Que voltes a beber o nhé com a mesma sofreguidão de sempre.  
Lamentei-me que iria trabalhar hoje... Mas preferia mil vezes estar a trabalhar desde as sete da manhã do que te ver passar por este sofrimento. Acho que o destino ou o que se chama à coisa, tem uma maneira muito estúpida e cruel de me fazer relativizar as coisas. Já percebi a lição, já tinha percebido muito antes... Já estou faaaaaaaaaaarta de levar com as "tuas" lições. Podes pegar nelas e ir para o raio que te parta. Não sou burra, chego às mesmas conclusões sozinha, sem precisar de chapadas de luva branca... 
A minha menina faz 5 meses hoje. Oferece-me (-nos) todos os dias uma mão cheia de tudo.  E eu hoje sinto que só tenho uma mão cheia de nada para a ajudar...  
Parabéns pelos 5 meses, Maria Francisca Texuguinha... A Mamã adora-te tanto, tanto, tanto...
Imagem retirada daqui... 

3 comentários:

M.P. disse...

Parebéns a ti e à tua Francisca Texuguinha:-)
Desejo as melhoras rápidas da pequenina, para que as coisas acalmem em breve.
Quanto ao vestir mangas, aqui em casa também é berreiro ns certa sempre que chega essa parte. Mesmo quando, segundos antes, estava a rir às gargalhadas...
Beijinhos para as duas.

raquel disse...

Beijinho muito, muito grande.
Parabéns à Francisca linda e à mamã. Parabéns por estes 5 meses cheios de tudo. Cheios deste amor que cresce a cada dia.

E as melhoras da princesa. :(
Imagino o teu sofrimento, querida. Mas vai passar logo, logo.
E não foi por nada que fizeste ou que não fizeste, é mesmo assim.
Mas percebo o que sentes, minha amiga.

Um abraço do tamanho do mundo para ti, para vocês*


(Em relação às mangas, por aqui é tal e qual. O António parece que o estão a matar quando chegamos às MANGAS!. Até pensei em falar com o pediatra com medo que ele tivesse algum problema num ombro, ou mesmo no braço! Imagina como é a cena!)

raquel disse...

Ah! O destino também tem pregado umas partidas por aqui!
E acha que é assim que aprendemos a relativizar, a deixar de nos queixar.
Enfim...

E o pediatra? A consulta como correu?

Beijoca*