06 agosto 2016

Eu sofro dos nervos.

Ah, a seita da "amamentação é um ato tão natural como a sua sede". 
(Prólogo: querem amamentar? Fixe para vocês. Não querem amamentar? É lá convosco! Tenho uma criança criada a leite artificial e não saiu burra, socialmente inadaptada ou enfezadinha. São escolhas, forçadas ou não, e só dizem respeito a quem as toma.) 
Agora... querem amamentar para quem quiser ver a Mãe Natureza em todo o seu esplendor? Eh pá... Tenham lá calma... Eu sei que as mamas são vossas, que todas as mulheres têm um par delas e mimimi. Acontece que eu não tenho de as ver. Eu não as quero ver, ponto final. E eu também estou no meu direito de estar sentada a tomar um café sem ter de levar com um mamaçal à minha frente.  Se querem que seja respeitada a vossa vontade de amamentar, então respeitem a dos outros quererem estar num restaurante sem terem de estar a ver a vossa criança a tomar a sua refeição diretamente da "fonte". Há muitas outras coisas que são atos da natureza ou tangas diversas, debaixo de nomes socialmente correctos, que são feitas com alguma privacidade. Ponham um avental de amamentação, uma fraldinha, qualquer coisa p'lo amor da santa! Não precisam de se fechar numa sala, num quarto escuro ou pensar em cenários semelhantes para alimentarem a vossa cria, da maneira mais natural possível. Até podem (e devem, se assim o desejarem) continuar a ter a vossa refeição/conversa/whatever... Só não precisam é de sacar a mama para fora e, enquanto eu como o meu bife, estar a assistir à natureza fazer o seu trabalho. É que por essa ordem de ideias, então eu, do outro lado da mesa, também podia começar a comer de boca aberta, mostrando o quão eficiente o meu sistema digestivo é em transformar um bife de meio kilo em algo digerível, porque afinal, é algo natural... Não querem ver o interior da minha boca enquanto mastigo, pois não? Então, eu também não quero ver a vossa mama enquanto alimentam. Simples.

2 comentários:

Pitú disse...

Acho que é das poucas vezes que a li e não concordei com o que escreveu!
Aliás, correndo o risco de ser mal interpretada e espero mesmo não o ser, não percebi o tom do post. Acho-o uma critica quase agressiva Princesa! Eu acho que cada um, ou melhor cada uma, deve fazer o que entende, com o devido "decoro" por assim dizer. Claro que o lógico é não por "a mama em cima da mesma do café", mas também não acho necessidade alguma de fraldas e coisinhas a tapar. Dei de mamar ao Guilherme até aos 6 meses, muitas vezes em locais públicos e nunca achei que incomodava alguém. Nunca o evitei e nunca o tapei, mas acho que nunca ninguém me viu "as mamas". Não sou defensora da amamentação nem do não. Aliás, acho que há demasiado fundamentalismos à volta do assunto. Sou defensora da liberdade de escolha e da liberdade de o fazer, quando se quer,naturalmente e sem fitas!
Já agora, folgo em voltar a ler-te, mesmo sem concordar! :)

Princesa sem Reino disse...

Olá Pitu,

Não foi, de todo, uma crítica agressiva. Foi escrito em tom irónico... Não me faz confusão nenhuma ver uma mãe alimentar o filho, seja de biberão, seja a amamentar. A questão aqui é mesmo o "colocar a mama em cima da mesa do café". Acho que isso já vai da educação de cada um , como disseste e muito bem, do decoro. Enquanto há pessoas que o fazem com imensa naturalidade, sem "exibicionismo" nem precisarem de fraldinha ou avental de amamentação, há pessoas que conseguem transformar o que devia ser um gesto natural e bonito em algo profundamente constrangedor, simplesmente pela maneira como o fazem. Despirem a parte de cima do que trazem vestido para amamentar, em alguns contextos, como numa esplanada, pode ser um bocadinho constrangedor para quem só queria mesmo tomar um café. Obrigada pelo teu comentário e por "me receberes" de volta!

Um beijinho !