21 julho 2016

Embirranços diversos



Sou uma espécie de devora livros, tenho muita pena de não conseguir esticar mais o tempo para poder ler mais. E também a carteira porque, para dinossauros como eu, que só gostam de ler em papel, dobrar lombadas e cantinho de folhas, a coisa não sai barata. Leio de quase tudo.*, mas sobretudo livros sobre gente quinada da cabeça e policiais. Leio um ou outro romance mas têm de ser mesmo meeeesmoooo bons para me convencerem a comprar, estórias de faca e alguidar e suspiros de amor não são, de todo, a minha cena. O meu pai, quando eu era miúda, zangava-se imensas vezes comigo por causa da velocidade a que lia os livros que me dava. Tive a sorte e a felicidade de crescer com a possibilidade de ter criado uma biblioteca jeitosa, tendo os meus Pais alimentado sempre o meu gosto pela leitura.
Há uma regra em relação a idas ao supermercado com a Francisca: não há brinquedos, esses ficam para os Avós darem (já desisti da cena do "só em datas especiais" e mimimimimimi), guloseimas etc e tal mas, se pedir um livro, tem. Não consigo dizer que não a livros. Gosto de lhe por livros nas mãos, é das coisas que mais gozo me dá. A Francisca não tem tablet e no que depender de mim, vai passar muito tempo sem ter um. Na escola, tem o seu tempo dedicado à coisa, que também não quero que pareça que a muda vive numa gruta e não saiba o que é e como funciona, estamos no século XXI. Mas fora isso, debaixo da minha alçada (na Lalaland a estória é outra mas eu já assobio para o lado, admito) não há cá tablet, pokemon go e vai e chega ou o baralho, jogos manhosos e corpo curvado sobre um pequeno ecrã. Há livros e jogos de tabuleiro (em que é uma batoteira do pior). E é se quer. 
Se lessem mais, tenho em crer que não havia tanto Dr. e Dra. que não sabe escrever sem erros ortográficos. Pronto, ler a Dica ou a Máxima é melhor que nada, mas tentem, de vez em quando, pegar num livro. Não dói, de verdade! Poderiam poupar umas verdadeiras naifadas na gramática... (E não, não foi o auto corretor, porque ou se sabe ou não se sabe quando é "há", "à" ; "cosa" e "coza", etc e tal. )


* excepto a porra de livros de auto-ajuda. Dão-me vontade de espetar garfos nos olhos " ame-se a si e o mundo tomará as cores que quiser", "confie na sua força interior", "você é capaz porque tem em si a capacidade de mudar e lálálá"., " encontre o seu pónei interior e faça dele um unicórnio"... Oh vai-me à loja! E livros de dietas!!! São hilariantes, vale sempre a pena folhear um para ver as "Dicas e Truques" das nutricionistas, com ingredientes que só se encontram na fase da lua cheia,  nas montanhas atrás do sol posto e onde pastam cabras albinas. Ah e Pedro Chagas Freitas, credo em cruz! Vai-se a ver, e até sou uma bocado nojinhas em relação ao que leio. 




1 comentário:

M.P. disse...

Cá em casa seguimos a mesma filosofia. O João também não tem tablets, mas ele não estranha, jogamos dominó, o jogo da glória, perde horas com os legos. E já não se deita sem a 'sua' leitura diária. Claro que, muito ocasionalmente, lá o deixo jogar os angry birds no telemóvel, mas sempre com os minutos contados.
Costumo dizer que ler é um bem essencial. Não sou contra a tecnologia, mas acho que actualmente grande maioria dos miúdos é viciada em tablets. Até ficam agitados e nervosos. Ainda há pouco tempo discutia esse assunto com um médico com quem trabalho que acha que, dentro de poucos anos, os casos de esquizofrenia se multiplicarão, muitos deles por estas razões. E realmente, dá que pensar.