25 junho 2014

Sometimes I get lost inside my mind...

Não seria capaz de largar tudo e ir viver para o campo. Literalmente, para o meio do campo. Também não creio que seria capaz de me tornar vegetariana. Gosto do meu telefone. Gosto do meu computador. Gosto da internet e da televisão. Gosto de cremes (não testados em animas, sempre), de roupas, de me pintar. Gosto dos cremes para o meu cabelo, de verniz nas unhas, do cheiro do meu perfume de sempre. Gosto, também, de sol, de chuva, de mar, mas não de praia. Gosto de vento, gosto de verde também, mas muito mais de azul sem fim. Gosto do cheiro da terra molhada, do cheiro a maresia. Irritam-me as gaivotas, irritam-me profundamente. Gosto dos avanços da medicina, dos novos medicamentos, de novos procedimentos, menos invasivos, menos dolorosos, de recuperação mais rápida. Gosto da ideia da liberdade no ser Mãe, com tudo o que isso envolve e acarreta. Gosto muito de ser Mãe mas gosto ainda mais da minha Filha. Gosto dela e não sei explicar como ou quanto. Gosto da lata dela, do sorriso mimado e do chantagismo no seu "Mamã querida?" Gosto de andar de cara fechada e sorrir abertamente quando me apetece. Gosto de andar de carro (enquanto o puder sustentar, claro) e prefiro mil vezes as auto-estradas a estradas nacionais. Não gosto de pagar para circular mas gosto muito menos de estradas nacionais. Gosto da Via Verde. Gosto do som que o turbo do carro faz. Gosto de roupas com folharecos e laços para a Francisca, mas não me importa minimamente a etiqueta, desde que, aos meus olhos, seja bonito.

Dizem que há toda uma nova geração dentro da minha: mais green, mais desprendida, mais ligada a eles próprios. Dou por mim a pensar que não evoluí, talvez, o suficiente para esse estado. Talvez seja um espécime da minha geração que regrediu. Eu, como (quase) todos que fazem parte do meu Mundo. Talvez tenhamos parado no tempo, naquele limbo que separa o que é ser cool do ser démode. Sou como sou. E curiosamente, deste lado da barricada, por assim dizer, nunca senti que tenha deixado de me ouvir. De me saber. De me conhecer. 

1 comentário:

Magui disse...

Bom, se é assim eu também não evoluí...