18 novembro 2013

Shit happens.

Tem dias que não percebo. De verdade. Devo ter um íman poderoso para desastres, que é como quem diz, quedas diversas, patologias variadas e azares que não lembram ao menino Jesus. Primeiro, apanhei uma infecção num dente e fiquei com a cara em obras. Depois, fiquei com uma gripe e com uma otite, passei uns dias muito zombie e em modo "não me apanham nas urgências a não ser que esteja com os pés na cova". Coisas da vida. Ontem já estava bem melhor, maravilha, de volta à "normalidade", oba oba, palminhas para a Miss Train Wreck. Depois, bem, depois foi a risada até às lágrimas, as lágrimas nos meus olhos que não deixei cair entre uns "ais" e uns palavrões que abafei para a piquena não ouvir e a criatura a correr casa fora a gritar " a Mánhe tem dói-dói no rabo". Basicamente, mandei uma valente cuzada, uma valente pandeirada com o pandeiro. Coisas que tem dias que acho que só me acontecem a mim, não percebo. Bem, lá gani o que tinha para ganir e fui-me sentar quietinha e com uns anti-inflamatórios no bucho. Passei uma noite de merda, com as dores. Hoje, levantei-me e com dores no rabo. Isto dito assim, parece muito labrego, por isso vou antes dizer que me levantei e constatei que continuava cheia de dores no cóxis (parece melhor, não?). Sentei-me para conduzir e ia vomitando com a dor, mas lá me arranjei e siga, vamos embora que isto não é vida. Mas porque é que estas coisas só me acontecem a mim? E a Francisca no banco de trás a dizer que "a Mánhe tem dói dói no rabo e na mão. Nas duas mãos". Pronto, trilhei um dedo há uns tempos e agora está todo negro e ainda estou a cicatrizar uma ferida que fiz há umas semanas, quando me deixei cair de tanto sono, devido a sua Alteza me passar a noite aos gritos. Voltando ao meu rabo, ou melhor, ao meu cóxis, para não ser estrebeira. Há muitos anos atrás, a andar de patins em linha, estalei o dito.  Lembro-me de ir às urgências arrastada pela minha Mãe e de me sentir bastante desconfortável com todo o aparato em volta do meu rabo. Passei um mês a sentar-me numa daquelas almofadas tipo donuts, muito à senhora idosa.  Nunca mais me armei em patinadora artística a descer a rampa só numa perna. Agora, aqui, não há Mãe nem as colegas da Mãe para me virem prestar auxílio. Estou a pensar, enquanto enfio no bucho mais uns anti-inflamatórios, se vou às urgências ou não. E chego lá e digo o quê? "Olhe, desculpe, era para as urgências de ortopedia, dói-me o rabo?" O cóxis desculpem. Ou digo, "olhe, caí e dói-me para burro o rabo a ponto de quase não me conseguir sentar? e me apetecer gregar com a dor?" Também posso dizer, "olhe fui de rabo ao chão e estou que nem posso". Parecem-me todas coisas muito giras de dizer à entrada da urgência.  Imagino a risota à minha volta e sei lá, a senhora da recepção a gritar para a triagem, "está aqui uma com dores no rabo, óh Maria". Maneiras que continuo aqui meia sentada, à espera que passe. Não me apetece ter gente à volta do meu rabo, perdoem-me, cóxis. Nem de me por de rabo para o ar para fazer raio-x ao dito. Para verem o hematoma (palavra fina, atentem) já eu o vi de manhã ao espelho e está uma categoria, fiz uma bela merda no rabo (lá se foi a finesse). O mais giro é que se isto não se tivesse passado comigo, não estivesse eu cheia de dores, também me ria como uma tolinha da situação. Sim, sou uma pessoa terrível. Mas sabeis que mais? Pimenta no cú dos outros é refresco. Literalmente. 

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