12 agosto 2013

Quedas

Os joelhos da minha Filha são uma orgulhosa caderneta de nódoas negras. Francisca corre, pula, salta. Às vezes, cai. Levanta-se, sempre. Mais ou menos chorosa, reclama com o sitio onde se espetou e segue na sua alegria. Olho para estes episódios e penso que um dia, cairá por força da gravidade da vida. É inevitável. O truque das quedas é saber levantar-se. Francisca aprenderá que ser uma fast healer é o melhor a fazer num Mundo que não sustém a respiração num tombo. Aprenderá que as feridas resultantes dessa gravidade apenas sangrarão o que ela permitir. Aprenderá a vive-las mas a sará-las o quanto antes, fechando-as, suturando-as, estancando rapidamente, impedindo assim que possíveis infecções surjam. A vida ensinou-me a ser uma fast healer. Suturo as minhas feridas o mais depressa que consigo. Não preciso de cicatrizes perfeitas, preciso de seguir em frente. Porque o Mundo não pára no desiquilibrio de uma queda, mas segue no momento em que se se levanta e se segue. Francisca aprenderá isso de mim, comigo. A ser uma fast healer. Quando eu não conseguir travar a inevitabilidade de alguns tombos. 

3 comentários:

Anónimo disse...

Um dia, escrevi ao filho de um amigo: "Pilas: dos teus pais espero bom-senso, sabedoria, e vontade de te mostrar que a bola azul é muito bonita! Cheia de piquinhos, mas muito bonita! Desejo que eles te mostrem a maravilha da vida em cada trambolhão que vais dar e de que eles não vão conseguir safar-te! Sei que te vão dar tudo isto e muito mais, em cada "bom dia", cada "boa tarde", cada "porta-te bem!"... aproveita-os! SÊ FELIZ!" Se me permite, SÊ FELIZ, Francisca!

raquel disse...

Tão verdade,Princesa.
Tão verdade.
Eu gostava de ser assim,mas infelizmente não sei...

M.P. disse...

Eles gostam de andar assim, livres! Esfolar os joelhos, sujarem-se, correrem sem destino faz parte do crescimento deles. Eu tambem penso assim.