07 maio 2013

Carta aberta à minha Mãe enquanto mato tempo no lab....

Mãe,
Tu nunca achaste ponta de piada a estas coisas que me entretenho a fazer em dias úteis, não úteis, horário laboral e horário pós "move-I'm-a-Mom". Em boa verdade, achas um desperdício da minha cabeça e do meu tempo. Em boa verdade, sei que nunca chegarei a rica e estou-me a borrifar. Mas a ti, faz-te profunda confusão. Agora que me cheira tudo a meio de cultura e me sinto nauseada, até que te reconheço uma certa razão. Eu odeio este cheiro. Entranha-se e dá-me dores de cabeça. Também estou consumida da vida pelo facto de ter calçado umas luvas de látex e não umas de nitrilo e estar com comichão e as mãos a arder. Além de que fora cremes-pó-rabinho, tanta luva, tanta hora, tanto lava-desinfecta-esfrega-sai-bicheza, me come o verniz. Estou verdadeiramente desgostosa com a porra do verniz. E tenho as mãos secas, assim tipo lixa exfoliante. Já dizia a outra que uma senhora se reconhece pelas mãos. Estou para aqui em absoluto desgosto com o verniz e essas coisas lady-like que talvez um dia seja, assim uma lady, óh-pra-mim. Estou agoniada  com o cheiro do meio de cultura. Mas pronto, fora isso Mãe, está tudo bem. Vou-me continuar a desperdiçar e a nunca ser rica. Vou sendo só feliz neste meu parque de diversões que há quem chame de laboratório. Tapo o nariz e vou à manicure quando puder. Bem depressinha de preferência. É que gosto muito destas coisas , também gosto das minhas mãos. E de verniz inteiro, sem bocados a faltar. E agora vou fazer mais coisas de nariz tapado. E com as luvas certas que finalmente descobri onde estavam. E o verniz.... Óh drama! Tudo isto para te dizer que está tudo bem.
P.S-ela nem sabe que este estaminé existe... who cares?!?!

3 comentários:

Magui disse...

Ai como eu odeio esse cheiro... E o cheiro das luvas... Mas o meu trabalho não é lava-desinfecta e tenho as mãos numa lástima na mesma :D!

Magda disse...

hehe... agr fizeste-me lembrar a minha ex-patroa. Adorava o laboratório mas volta e meia andava a queixar-se.

Maria disse...

Podia escrever essa carta à minha mãe, simplesmente sem luvas e sem culturas, mas com bastante terra à mistura...