20 janeiro 2013

Sal...


 
Para alguns dos que sabem o meu nome, a cor dos meus olhos, se sou alta ou se sou baixa, continuo a ser uma perfeita desconhecida. Nada sabem "sobre a pele que há em mim". Nada. Zero. Um dia, decido em consciência que basta de ter segredos, porque me afeiçoei e decido saber se saberão viver com a verdade do sal. Não é justo não por as cartas todas na mesa, porque as marcas existem. Sento-me. Respiro fundo. Uma vez e depois mais outra. E o sal que me corre veloz nas veias e nas marcas, que me dá uma vontade de viver quase desgarrada, queima os que continuam a querer desconhecer o que há debaixo desta minha pele branca, tão branca... E para alguns, continuarei a ser a anónima da qual sabem o nome, a cor dos olhos, se sou alta ou se sou baixa. Mais nada, eu continuarei escondida em mim mesma. E depois... Ah, depois há os que bebem o sal das minhas lágrimas, das palmas das minhas mãos, dos meus lábios, sofregamente. Porque o tornam também deles, porque o conseguem neles encaixar, aceitar. E esses, ficam em mim, num abraço sentido, apertado, num beijo depositado na fé dos sentimentos. 

1 comentário:

Magui disse...

Adorei ler, mesmo mesmo... Não há nada como nos conhecerem até à alma, mesmo que só alguns consigam... Eu também tenho muito sal :D...