24 maio 2012

Há dias assim...

Por entre lágrimas e gritos, misturam-se as dela com as minhas. As dela nem sei se é do bichedo, se dos dentes, se de me ter por Mãe, se porque estamos para aí viradas.  
As minhas? Porque não sei que faça. Porque me apetece fugir, meter-me no carro e conduzir horas sem fim ou até se acabar o combustível. Porque me sinto desesperada. Porque tenho uma vida às costas e não posso simplesmente dizer quero lá saber. Apetece-me chorar porque sim. E espernear e gritar e soltar um chorrilho de maledicências. E sou Mãe e não posso. E porque tudo me começa a afligir e tenho um nó no estômago e uma melancia no lugar da cabeça. Porque as pessoas me desiludem e cada vez mais me retraio e fico no meu canto. Porque tenho saudades de algumas pessoas e não sei lidar com isso. Porque tenho um nó cerebral que não me deixa pensar claramente e vejo tudo difuso. Porque por muito que tente, acho que nunca vou sair da cepa torta. 
Se a criança que fui me visse agora, processava-me e ganhava. É "só" mais um dia mau...

5 comentários:

Magui disse...

Um beijinho muito grande... Compreendo-te bem! Também precisava tanto de desligar um dia, ou umas horas... Fazer reset para voltar à vida em condições!

Vanilla disse...

Coragem minha querida. É como dizes á dias bons e menos bons, aqui por casa é a mesma coisa. Agora as piquenas já aprenderam a fazer birras de nos por os cabelos em pé. Aqui por casa as birras são por causa do sono, do calor e claro por causa dos dentinhos. Já as reconheço e consigo atenuar a coisa. A B não é bébe de colo e miminhos quando está nos dias não dela. Fica mais irritada se tentar dar-lhe miminhos! Já notei tambem se chego ao pé dela o choro intensifica. Ninguem consegue suportar o choro de um bébe, mas a minha acalma muito bem quando está sozinha na cama dela, com o seu doodoo e a musica a tocar, vai choramingando, mas acaba por ficar, se volto ao pé dela começa o terror novamente.
Tenta descobrir o que a acalma, melhor que ninguem conheces a tua piquena. Beijinho grande.

S. disse...

Revejo-me às vezes nesse desespero.
Fico tão cansada que não sei pensar. Normalmente, depois das primeiras boas horas de sono que consigo ter a seguir a desvarios deste género, tomo decisões. Algumas custam, porque é complicado meter na mona que não dá para fazer tudo. E vai-se a ver, as pessoas à volta até nos podem falhar, mas nós é que somos as nossas piores inimigas.
Às vezes também é muito difícil encontrar a ponta do fio do novelo emaranhado que é a vida de mãe/mulher/profissional/amiga/whatever. Aqui acho que entram novamente as escolhas. Temos que optar. Pelo que é melhor para nós. Beijinhos

M.P. disse...

Um beijinho

raquel disse...


um beijo minha querida!
cheio de carinho, mimo e amizade.
estou aqui para o que precisares! e tens este ombro (ou os dois) sempre que queiras!
mesmo. de coração.