17 fevereiro 2012

Ah, Sexta feira... #2

Começa-se o dia já atrasada. Cai-se literalmente da cama, espeta-se as canelas já negras nos móveis que a vista toldada pelo sono não enxerga. Alimenta-se a piquena, muda-se fralda e volta a por-se na cama. O banho é a correr. Enfia-se umas coisas no corpo porque ir trabalhar de pijama às vaquinhas não está com nada. Se sua Alteza Texuguesa estiver disposta a colaborar não há-de sujar com leite azedo a roupa da Mãe. Se não estiver, há que arranjar outra coisa qualquer num armário cheio de roupa e sem nada para vestir. Come-se o que se apanhar na cozinha e empurra-se com leite, se não for quente é frio, o importante é não ficar embuchada. Pinturas na cara (ahahah longe vão os tempos de pinturas cuidadas e póneis) para disfarçar o ar de zombie só se se apanhar trânsito ou uns sinais vermelhos que ajudem à causa. 
Se for dia da piquena ficar com a Tribo dos meninos perdidos, Mommy is off duty. Se for dia de ir até à Lalaland ainda há que meter a criança no ovo, prendê-lo no carro e ir buscar mantas para proteger do frio que faz na rua.  
Encontrar a chave do carro na Tribo é algo laboroso e delicado, quasi quasi tarefa digna do MI6 (sem reino, Princesa sem reino). Exige ter imaginação suficiente para pensar, que se calhar, a porra da chave está escondida numa caixa qualquer de sapatos porque-os-ladrões-podem-vir-e-assim-não-têm-a-chave (sim, porque os ladrões só levam carros se tiverem a chave.Sem chave, nada feito! E os senhores ladrões ainda deixam um post-it com um pedido de desculpas pela sua incompetência...). Encontra-se a chave, abre-se o carro para se perceber que o bicho não tem gota. Se atrasada estava mais atrasada fico e em substituição do aroma Light Blue emana-se cheiro a gasóleo. Ainda tenho tempo de rogar pragas aos preços dos combustíveis e pensar que, se calhar, era mais económico ter uma carroça puxada por um burro sustentado a pão de ló.  
Chego ao trabalho esbaforida, como quem já correu 3 maratonas de saltos altos (saudades). Penso que agora tem de ser, força nisso, está quase... Eu pensar, penso... fazer é outra história. Saio pseudo a correr, a rezar às alminhas todas para que o trânsito não esteja caótico e conseguir chegar a tempo de ser eu a dar o banho e a sopa. Brinco com a Francisca, dou-lhe o leite e meto-a na cama de novo. Peço-lhe que não se arme em galo marado ou em Amália, que a Mãe anda bêbada de sono... ( e ela diz que sim, que está muito bem, tudo que a Mãe quiser... para às seis da manhã dar o ar de sua graça...)
Ligo o computador com o intuito de trabalhar na tese (crente) mas o cansaço acaba por falar mais alto (estúpido, besta...).
E tudo se repete, dia após dia. 
Mas hoje é Sexta feira, praise the Lord!!! Dia de SuperMaridão voltar ao nosso encontro. As forças? Arranjam-se. Nem que se faça das tripas coração.  Mas o sorriso, esse é fácil... 
Imagem retirada daqui...

1 comentário:

raquel disse...

:)

eu ainda estou para ver como vou estabelecer a minha/nossa rotina, mas avizinham-se tempos difíceis!
Beijinho enorme*