03 novembro 2011

Do que a medicina me pode(ria) oferecer...

Ontem foi também dia de voltar ao ortopedista. Quando ainda estava grávida, fui vista por um. "Como está grávida, não tenho muito para lhe oferecer a não ser um diagnóstico: diástase da sínfise púbica". Nessa altura, a medicina ofereceu-me apenas Ben-u-ron e repouso absoluto. E aguentar as dores e a inexistência de qualidade de vida com muita paciência e pensar que era pela melhor causa do mundo, a Texuguinha
Depois do parto (cesariana, pois claro), estava cheia de esperanças que o osso voltasse ao sítio (apesar de sempre me terem alertado que isso não iria acontecer, mas a minha cabeça gosta de se enganar a si própria). A Francisca vinha para os meus braços e o meu osso voltava, como que por magia, para o sítio de onde nunca devia ter saído. Doce engano... No dia seguinte ao parto, constatei que me doía mais o osso aos pinotes do que a cicatriz. 
Fui enfaixada na anca, para ajudar o osso a supostamente cicatrizar. Como a amamentação não correu como deveria, a medicina ofereceu-me anti-inflamatórios e mais maravilhas farmacêuticas para atenuar a dor. Aos poucos, voltei a andar tipo pata e a conseguir fazer coisas que desde os seis meses de gravidez eram mentira. No entanto, dois meses volvidos após o nascimento da piquena, a dor e muitas limitações mantiveram-se. 
Regresso ao ortopedista para perguntar o que a medicina me poderia oferecer agora que já não estava grávida. Que solução milagrosa teria para mim, para voltar a ter qualidade de vida como antigamente. Depois de muito aperta daqui, aperta dali, mexa a perna assim e a agora assado, a resposta foi simples... 
solução para o meu problema, mas é muito agressiva. Envolve cirurgia e a possibilidade de ter sérias complicações numa futura gravidez (hipótese cada vez mais remota na minha cabeça...), uma vez que a cirurgia passa por "soldar" o osso aos outros dois ossos da bacia de tal forma que nunca mais sai do sítio (o que iria impedir o alargamento natural e não deslocamento parvo como no meu caso que ocorre com o avançar de uma gravidez e o crescimento do feto). Por isso, por ainda ser muito nova e mulher, a solução milagrosa e agressiva foi-me desanconselhada. Segundo o médico, será sempre algo crónico. Resta-me paciência e aprender a viver com a dor. Com o tempo, já nem devo dar conta que ela existe (duvido muito). Importante agora, é que o osso não se afaste mais. Fazer raios-x periodicamente e controlar o afastamento. Se afastar mais, a conversa será outra. E ter uma série de cuidados. Saltos altos e exercício físico, nem pensar nos próximos meses. E mais uma catreifada de restrições...
Por isso, hoje, (e enquanto espero por ouvir uma segunda opinião) , apetecia-me enfiar a cabeça na cama, e dormir... dormir. Porque estou triste, muito triste. Mas sei que não o posso fazer, pois tenho a minha Filha que precisa de mim. Por isso, vou sentar-me a ver a chuva e o vento lá fora e chorar tudo o que me apetecer enquanto a Francisca dorme. Porque quando ela acordar, não quero que veja e sinta a Mamã assim... 

1 comentário:

Anónimo disse...

Nem sei o que dizer... Nem consigo imaginar o que estarás a sentir...
Mas tenta não desanimar, vais ver que amanhã será um dia melhor e verás as coisas de outra forma.

Beijinhos :)