31 janeiro 2014

A minha gata aderiu à "moda" dos anti-depressivos.

Eu não estou a brincar ou a ser irónica. Estou mesmo a falar a sério. Chica, a gata quadrilontra, gorda na quinta casa, está a tomar anti-depressivos. Sim, anti-depressivos, não me enganei a escrever. Eu nem sabia que os gatos podiam tomar anti-depressivos. Diz que a bicha ficou muito afectada pela mudança de casa e porque o irmão, o Chico, teve de se mudar de volta para o Porto. O Chico voltou às origens porque, basicamente, capotou das ideias. Um dia acordou e começou a achar giro virar bully e vai de porrada na Mofli e na Francisca. Um dia, o bicho capotou das ideias e por muito que me custasse, não dava para continuar a assobiar para o lado e a fazer de conta que aquilo lhe ia passar. Era pancadaria a toda a hora e ousasse a Francisca passar-lhe perto, tau, arranhadela. Pronto, voltou para o Porto, para junto de um outro irmão, onde se diz estar feliz da vida. Já comprovei e sim senhor, bicho está satisfeito. Mas diz que a Chica está em processo de desgosto. Começou a ir à areia 3481 vezes por dia, a fazer casa de banho de onde lhe parecia bem e quem ia tendo um ataque de nervos era eu. Diz quem sabe de gatos que tem uma infecção urinária e está em stress, ansiosa e coisas gato-psiquiátricas, por isso, o veterinário deu-lhe uns drunfezinhos. Eu até tinha vontade de me rir. Mas como de cada vez que tenho de lhe enfiar o comprimido goela abaixo fico sem um dedo (e a manicure, senhores, a manicure!) perco logo a vontade de me rir. E menos me dá ainda quando a Francisca vem, curiosa e diz que também quer remédinho da Chica (agarrada esta rapariga, adora tomar remédinhos, credo!). Fez-me lembrar uma estória que me contaram da filha de dois psiquiatras: um dia, estava a criança sentada no sofá, muito quieta e perguntaram-lhe o que tinha. Ao que a criança, de uns 4 anos, respondeu solenemente "estou deprimida". A mãe saltou para a beira dela e disse "não estás nada deprimida, percebes? Estás só um bocadinho triste está bem? Um bocadinho triste!" Maneiras que eu tem dias em que me sinto num filme do Kusturica, até porque gato branco nem vê-lo, mas gato preto é o Chico. Agora a gata Chica toma anti-depressivos, a Francisca está doente, tosse noite dentro, febre estrela-ovos-na-testa e parece a miúda do exorcista em vómitos. Eu nem sei se me ria ou se chore. Depois penso que é melhor a gata não quinar ou precisar de psicoterapia. A minha vida não dava um filme. Só se fosse de humor negro. 

30 janeiro 2014

Eu sei que sim, mas eu tenho coração.

Hoje, fui às urgências com a Francisca. Apanhei um susto. Eu sei, eu sei, não é nada de catastrófico, mas dizerem-me que a miúda já não estava com a saturação de oxigénio como devia e que estava em esforço, fez o meu coração parar. Para logo a seguir, numa fracção de segundos, a adrenalina o voltar a obrigar a bater. Disse a mim própria para não ser mariquinhas. Para usar a cabeça e não o coração. Eu sei, eu sei, coisas de crianças. Um bocadinho de oxigénio para ajudar a respirar melhor (e para mim? respira, respira mariquinhas, mantém a calma, tu sabes que não é algo do outro mundo, respira, dá-lhe calma, dá-lhe conforto, aguenta-te que motherhood is not for sissies!). Medicação, resguardo, mimo, carinho, paciência. Eu sei, eu sei, não é nada de muito grave e há coisas muito piores. Limpa-se vómito e ranho, diz-se que já vai passar tudo com o "remédinho", aguenta-se as más noites de choro pela doença, limpam-se as lágrimas de desconforto, vela-se a respiração, medicação certinha e tudo vai passar. Eu sei, eu sei, eu sei que isto passa e não tarde está de novo aos pinotes e não foi nada com ela. Mas como dizia o meu querido Matt, quando a filha de um colega nosso foi submetida a uma pequena cirurgia, as pequenas cirurgias são as que são feitas nos outros, não em nós ou nos nossos. Agora, Francisca dorme, de respiração ofegante.  Deixou-se dormir no sofá, encolhida sobre ela mesma. Levei-a ao colo para a cama, a cabeça encostada no meu peito, tão pequena a minha Menina grande, tão minha, tão de mim. De cada vez que a Francisca fica doente e a vejo com aqueles olhos fundos, parte de mim também adoece. E eu sei que é a melhor parte de mim. 

Bom dia, bom dia... (quase em versão fófinha, quase…)

Pronto. Está tudo janado. Mete cãezinhos. 

(Sim, eu sou um bicho que se derrete com animais. Gosto mais deles do que de algumas pessoas. E sim, dormi muito mal e muito pouco e fico um bocadinho menos cubo de gelo  quando estou podre de sono e agora vou ali passear a minha cria às urgências. E nem sei o que é pior, se gramar com a malta e o ambiente sinistro das urgências pediátricas desta terra do inferno ou ter a Oksana aqui a zumbir-me os ouvidos que eu sou uma bicha má porque lhe disse que era preciso limpar o forno e as juntas da tijoleira, ai a minha vida ou o baralho...) 

29 janeiro 2014

O melhor do meu dia.

Confesso que hoje não foi fácil encontrar o melhor do meu dia. Não é a primeira, nem será a última vez que a Francisca está doente. Mas custa. Cansa. Aperta o coração. Tanto vómito, tanto ranho, tanta febre, tanta impotência, tanto nada e vai tudo na vassoura. Hoje o melhor do meu dia, foi mesmo ouvir esta música. 
() 
Believe me when I say  
It's not about your scars 
 It's all about your heart
(…) 

Eu sabia que o problema era o não fazer a cama!

Eu adorava ser capaz de ter mais 5 minutos todas as manhãs. Claro que podia acordar mais cedo, mas também podia gostar de bacalhau e abomino o dito. Também se os tivesse, era menina para os usar para dormir, que eu sou uma pessoa muito dada a sonos. Não é defeito é feitio. Assim, claramente, o problema de ser destrambelhada advém de não fazer a cama. Assim, respondendo ao inquérito (?) que encontrei no Querido mudei a Casa , vejamos: 

Todos os dias, desfazemos a nossa cama e no corre-corre das tarefas diárias, pode muitas vez surgir a questão: porquê fazer a cama todos os dias? 
- a acção de fazer a cama reposiciona-o no momento "aqui e agora", numa espécie de meditação e ritual.  
Muitos dias, demoro imenso tempo a perceber onde estou. Quando percebo onde estou, procuro o telemóvel às apalpadelas e tento desbloqueá-lo, o que nem sempre é simples. Depois, vejo as horas. Quando vejo as horas, percebo que já estou atrasada. É um ritual também, certo? A minha meditação passa por pensar como vou não chegar muito atrasada e mesmo assim fazer tudo o que gosto de manhã. 

- é algo que pode fazer de imediato e dá-lhe uma "injecção de organização" para começar o dia com a sensação de que está tudo "em ordem". 
Prefiro injecções de cafeína. Mas sou organizada porque tenho o caminho livre entre a cama e a máquina de café, fruto de vários acidentes, mas isso não interessa agora.

- é um bom hábito que traz outros bons hábitos. Uma rotina de bem-estar provoca produtividade. 
Café também dá produtividade. 

- ao fazer a sua cama está a criar um espaço agradável e convidativo, está a cuidar do quarto destinado ao seu descanso. Isso produz uma ambiência de beleza e bem-estar, ainda que para alguns o caos seja inevitável. 
É isso, eu sabia!!! Eu cresci no caos da Tribo, nunca vou chegar a jacaré. 

- a sua cama reflecte o que se passa dentro de si. Uma cama caótica, o que quererá dizer de si próprio? 
Ahahahahah, não faço ideia. De verdade! Move, train wreck!!! 


- vai ver que vai dormir melhor! Há sensação melhor do que entrar numa cama feita com cuidado, os lençóis cheirosos e bem esticadinhos? De acordo com um inquérito realizada pelo National Sleep Foundation, as pessoas que fazem suas camas todas as manhãs, têm um sono melhor à noite. 
Eu cá durmo muito bem. Não sejam dores diversas, a minha criança ululante ou os meus vizinhos de cima, quero lá saber se fiz a cama ou não. Sou dada a dormir. Já disse? 

Não são privilégios convincentes para uma tarefa que leva cinco minutos,  no máximo?
Naaaaaa!!!  


28 janeiro 2014

O melhor do meu dia.

Febres e vómitos à parte, o melhor do meu dia foi vê-la correr para mim, quando a fui buscar mais cedo à Escola, a gritar feliz e com cara de doente "Mamã!!!" O melhor do meu dia foi poder dar-lhe colo, ser o porto de abrigo. O melhor do meu dia, foi ter a minha Filha perto. Hoje, foi impossível não ver o vídeo da Mãe do Rui Pedro, a Filomena, e  sentir o coração pequeno pela dor inimaginável daquela Mãe. Hoje, não pude não agradecer por ter a minha Filha perto, por poder ser (A) Mãe para a Francisca. Em coisas "simples" como dar "remédinho", "cupusitório" (nem comento…), velar o sono e ouvir a respiração ofegante, enquanto penso que doença infantil será desta vez. O melhor do meu dia, foi poder ser o porto de abrigo para a minha Filha, ser-lhe (A) Mãe. E desejar que nunca, nunca, nunca me roubem esse direito. 

O curioso caso de Benjamin Button.

Gostei do filme. Já passaram uns anos e ainda me recordo plenamente dele. Ontem, ouvi algo que me levou de volta ao "Curioso caso de Benjamin Button": "para que quer um velho um Ferrari? Devia ser possível viver ao contrário, ter um Ferrari enquanto se é novo, trabalhar quando se é velho, para ter a sabedoria de o saber fazer. E claro, os reflexos para conduzir o Ferrari no auge da juventude". Fiquei a pensar nisso. Não sei bem ao certo o que me prendeu nessa conversa de café, que ouvi porque não sou surda, mas algo me fez não esquecer. Não aspiro a ter um Ferrari. Mas, gostava muito de um dia ter a sabedoria da minha Avó. Talvez se a conseguisse ter hoje, tudo fosse diferente. Mas "o caminho faz-se caminhando" e a sabedoria não se passa em meia dúzia de conversas, letras de livros e palestras. A sabedoria a que me refiro, claro, não é a dos livros e papéis onde passeio o cérebro grande parte do dia. Talvez só sejamos mesmo capazes de aprender com os erros. Ou nem assim. Talvez a experiência seja a condição indispensável. Não a dos outros ou a do meu laboratório, mas a experiência que dói no corpo e sobretudo na alma. Viver ao contrário seria uma paródia. Porque tenho para mim que, por muito que alguém muito mais velho não tenha os reflexos que eu tenho hoje, tenho a certeza que será muito mais capaz de aproveitar o carro que tem nas mãos. Sobretudo, porque muito provavelmente já aprendeu que o que importa não é o destino, mas sim a viagem. 

Eu é mais atum.

Vir de casa dos meus Pais é como ter ido ao supermercado sem pagar. Não, não meto coisas às escondidas na mala do carro. E sim, tenho zero de vergonha de dizer que os meus Pais me atestam a mala do carro (e me oferecem um depósito de gasóleo) quando vou a casa deles. Mimada, dirão. Defeitos de filha única, talvez. A-zar, eu cá agradeço imenso a ajuda deles, porque como diz o senhor meu Pai, se não me der a mim vai dar a quem, à Mofli? Bem, esta vez, senhora minha Mãe passou por mim, directa à mala do carro e disse qualquer coisa como "o Pai comprou atum para ti que estava em promoção". Não liguei e disse "ya ya ya poreiro, fixe, obrigada" que de borla até injecção na testa. Ontem estive a arrumar as coisas. Contei as latas de atum. 56 latas de atum. Cin-quen-ta e seis latas de atum. Em caso de cheias, tremores de terra ou cataclismos variados, estou assegurada. Tenho 56 latas de atum. 

27 janeiro 2014

De praxes, vidas e o que o mar roubou nunca mais trará de volta.

O texto abaixo não é meu. Partilho-o porque sou Mãe. Porque me dá um nó no peito pensar naqueles Pais que precisam de uma resposta, de algo que ajude a atenuar a dor, porque passar, nunca vai passar. Porque não quero estar no lugar deles e porque sou incapaz de saber o que estão a passar. Mas, sou Mãe. E saberem o que aconteceu não trará de volta o que o Mar lhes roubou... mas trará alguma paz, algum conforto. Porque sou Mãe e sei o que sou capaz de fazer pela minha Filha. E porque acredito que os Pais não devem nunca ficar órfãos de filhos. Nunca. 
Dux:

Ando aqui com esta merda entalada há já algum tempo. A ouvir as diferentes versões, a pensar nas dúvidas e a pôr-me no lugar das pessoas. Tento pôr-me no lugar dos pais dos teus colegas que morreram. Mas não quero. É um lugar que não quero nem imaginar. É um lugar que imagino ser escuro e vazio. Um vazio que nunca mais será preenchido. Nunca mais, Dux. Sabes o que é isso? Sabes o que é "nunca mais"?

A história que te recusas a contar cheira cada vez mais a merda, Dux. Primeiro não falavas porque estavas traumatizado e em choque por perderes os teus colegas. Até acredito que estivesses. Agora parece que tens amnésia selectiva. É uma amnésia conveniente, Dux. Se calhar não sabias. Ou então andas a ver se isto passa. Mas isto não é uma simples dor de cabeça, Dux. Isto não vai lá com o tempo nem com uma aspirina. Já passou mais de 1 mês. Continuas calado. Mas os pais dos teus colegas têm todo o tempo do mundo para saber a verdade, Dux. E vão esperar e lutar e espremer e gritar até saberem. Porque tu não tens filhos, Dux. Não sabes do que um pai ou uma mãe é capaz de fazer por um filho. Até onde são capazes de ir. Até quando são capazes de esperar.

Vocês, Dux... Vocês e os vossos ridículos pactos de silêncio. Vocês e as vossas praxes da treta. Vocês e a mania que são uns mauzões. Que preparam as pessoas para a vida e para a realidade à base da humilhação, da violência e da tirania. Vou te ensinar uma coisa, Dux. Que se calhar já vai tarde. Mas o que prepara as pessoas para a vida é o amor, a fraternidade, a solidariedade e o civismo. O respeito. A dignidade humana e a auto-estima. Isso é que prepara as pessoas para a vida, Dux. Não é a destruí-las, Dux. É ao contrário. É a reforçá-las.

Transtorna-me saber que 6 colegas teus morreram, Dux. Também te deve transtornar a ti. Acredito. Mas devias ter pensado nisso antes. Tu que és o manda-chuva, e eles também, que possivelmente se deixaram ir na conversa. Tinham idade para saber mais. Meco à noite, no inverno, na maior ondulação dos últimos anos, com alerta vermelho para a costa portuguesa? Achavam mesmo que era sítio para se brincar às praxes, Dux? Ou para preparar as pessoas para a vida? Vocês são navy seals, Dux? Estavam a preparar-se para alguma missão na Síria? Enfim. Agora sê homenzinho, Dux. E fala. Vá. És tão dux para umas coisas e agora encolhes-te como um rato. Sabes o que significa dux, Dux? Significa líder em latim. Foste um líder, Dux, foste? Líderes não humilham colegas. Líderes não "empurram" colegas para a morte. Líderes lideram por exemplo. Dão o peito e a cara pelos colegas. Isso é um líder, Dux.

Não sei o que isto vai dar, Dux. Não sei até que ponto vai a tua responsabilidade nesta história toda. Mas a forma como a justiça actua neste país pequenino não faz vislumbrar grande justiça. És capaz de te safar de qualquer responsabilidade, qualquer que ela seja. Espero enganar-me. Vamos ver. O que eu sei é que os pais que perderam os filhos precisam de saber o que aconteceu. Precisam mesmo, Dux. É um direito que eles têm. É uma vontade que eles precisam. Negá-los disso, para mim já é um crime, Dux. Um crime contra a humanidade. Uma violação dos direitos humanos fundamentais. Só por isso Dux, já devias ser responsabilizado. É tortura, Dux. E a tortura é crime.

Sabes, quero me lembrar de ti para o resto da vida, Dux. Sabes porquê? Porque não quero que o meu filho cresça e se torne num dux. Quero que ele seja o oposto de ti. Quero que ele seja um líder e não um dux. Consegues pereceber o que digo, Dux? Quero que ele respeite todos e todas. Que ele lidere por exemplo. Que ele não humilhe ninguém. Que seja responsável. Que se chegue à frente sempre que tenha que assumir responsabilidades. Que seja corajoso e não um rato nem um cobardezinho. Que seja prudente e inteligente. E quero me lembrar também dos teus colegas que morreram. Porque não quero que o meu filho se deixe "mandar" e humilhar por duxezinhos como tu. Não quero que ele se acobarde nem se encolha perante nenhum duxezinho. Quero que ele saiba dizer "não" quando "não" é a resposta certa. Quando "não" pode salvar a sua dignidade, o seu orgulho ou até a sua vida. Quero que ele saiba dizer "basta" de cabeça erguida e peito cheio perante um duxezinho, um patrãozinho, um governozinho ou qualquer tirano mandão e inseguro que lhe apareça à frente. É isso que eu quero, Dux. Quem o vai preparar para a vida sou eu e a mãe dele, Dux. Não é nenhum dux nem nehuma comissão de praxes. Sabes porquê, Dux? Porque eu não quero um dia estar à espera de respostas de um cobarde com amnésia selectiva. Não quero nunca sentir o vazio dos pais dos teus colegas. Porque quero abraçar o meu filho todos os dias da minha vida até eu morrer, Dux. Percebeste? Até EU morrer. EU, Dux. Não ele.

Eu o facebook. Eu e a porra do facebook. O problema, sou eu.

Volta e meia, sou acometida por nervos variados e azias diversas e digo que vou acabar com a conta que possuo no dito. Ai córrore já chega, já chega, não serve para nada e atirem-se aos cães que não me vêm as trombas por lá. Nem da 'mha rica Filha, que com a idade, comecei a ser muito chata, ou conscenciosa e eu é que escolho o que partilho ou guardo. Pronto, talvez vá pelo chata e démode, bicho do mato também serve. Sim, volta e meia sou atacada de um qualquer surto psicótico e digo que é hoje, é hoje, é hoje segurem-me que vou acabar com a coisa. Argh. Blach. O problema não é o facebook, sou mesmo eu. Depois, calha de estar aborrecida da vida e lá abro a coisa. E descubro que a minha Afilhada tem namorado e quase caio da cadeira. Está bem que a rapariga vai fazer 18 mas eu preferia não dar com o focinho em certas coisas no facebook, tipo fotos e declarações de amor do mais piroso possível. Deu-se-me algo parecido com um afrontamento. Já passou, que já fiz um check de quem é a personagem, além de interrogatório completo, olhos nos olhos. Creio que encostei a "miúda" literalmente à parede, apesar de ela ter mais um palmo de altura que eu. Depois, bem depois, o problema não é o facebook, sou mesmo eu. Também como vou lá quando o Rei faz anos, fico sem perceber 90% das coisas que ocupam o meu feed de notícias e sinto-me uma info-excluída que vive numa caverna. Além de que não tenho nada de interessante para escrever no facebook. Quem é que quer saber se hoje estou muito mal do meu cóxis ou que está um rico dia se não chover? O problema não é o facebook, sou mesmo eu. E então, porque não acabas com a conta e te calas com isso? Simples. Resumindo, na óptica desta utilizadora, o facebook serve, basicamente, para: 1) me dar afrontamentos; 2) ver coisas que não quero/não preciso/ não tenho de/ não era suposto saber; 3) descobrir que estou fora de moda em diversas áreas e 4) descobrir lojas como esta ou esta (ah mas esta é para a Piquena, não conta. Conta?) ou ainda esta e estourar dinheiro. Maneiras que o problema não é o facebook, sou mesmo eu e a minha tara com compras. Assim, enquanto o propósito número 4 se mantiver, a conta de facebook vai ficando. Fútil. Fútil. Tem dias que não quero ser mais que fútil. Processem-me. 
*no dia em que acabar de vez com a conta, vou continuar a saber das Pessoas por onde mantenho contacto exclusivamente via facebook. Porque gosto delas e as procurarei.  Simples. 

26 janeiro 2014

O melhor dos meus dias ( em modo fim de semana)

O Porto. Nas suas diversas dimensões. Nas suas dimensões que são em parte minhas, o Porto das minhas Pessoas. O Porto num cheesecake da Ribeiro onde me cantaram de novo os parabéns nos e aos 30. No nevoeiro e na chuva, no cinza contínuo e na marginal tão calma, tão presente. O Porto, nas ruelas de luz difusa e de encantos comprometedores. Na Francesinha e no copo (enorme) de vinho do Porto que cravei ao Empregado. No riso incontrolável. O Porto do Dragão, onde levei a minha Avó a comemorar os seus 87 anos, feitos Sábado e festejados com gritos de golo (e muitos palavrões pelo meio). O Porto. Não é só a minha Cidade. Mas é também o meu Mundo. 

25 janeiro 2014