Diz que será o último grito em preparar biberões, a versão downgrade de uma Nespresso...
Genius!
Já aqui dissertei sobre as maravilhas farmacêuticas que me assistem...
Só há um pequeno problema associado (não há bela sem senão, não é?)... Uma das bombas maravilhosas que me ajuda a não ganir pelos cantos dá-me uma moca desgraçada...
Ao jantar, lá tomo a dita cuja... Depois do biberon das onze da noite e enquanto adormeço a Francisca, adormeço eu também... Até aqui nada de extraordinário...
A meio da noite quem prepara a papinha da piquena é o meu Marido (obrigada Querido!). É claro que acabo sempre por acordar com o choro, mas fico como que... num estado de transe. Sento-me na cama, digo meia dúzia de alarvidades enquanto o meu Marido se debate com uma Francisca esbracejante como se estivesse a morrer de fome (já lhe chamamos a "estou-cheia-de-fome-mas-só-vou-beber-40mL"... É óbvio que é uma luta para que ela beba o resto, mas a coisa vai indo) e me manda para a cama, que ele trata de tudo... E eu completamente noutra, deito-me e continuo a dizer umas barbaridades...
Até que o meu Marido me acorda feliz da vida e mostra-me o biberon...
-Não chega, tem de beber mais...-O quê?-Tem de beber mais para crescer, não chega!-Tu estás bem?-Quê?-Olha lá para o biberon!!!-Ah?-Não estás a ver?-Ahhhhhhhhh (ar de alucinada) 5 min depois consigo perceber que a Francisca tinha, depois de muita luta, bebido o biberon TODO!
Pérolas às 4h30 da manhã não nos faltam...
Aviso: este post é uma lavagem da alma. E um desabafo sentido...
O plano (agora sei que não se podem fazer deste tipo de planos) era amamentar a Francisca até aos 4 meses. Depois ir introduzindo alimentação diversificada se o Pediatra não visse problema. Em breve teria de regressar ao trabalho e tirar leite para guardar seria complicado por uma série de motivos. O plano era esse. A saca de fraldas do carrinho foi comprada com esse plano em mente, uma saca pequena porque não é preciso muita tralha... Durante a gravidez comprei arejadores de mamilos, mamilos de silicone, creme xpto...uma parafernália de coisas para me preparar para a amamentação. Porque esse era o plano. E na minha cabeça estava tão bem delineado que rondava a perfeição...
A Francisca nunca pegou bem na mama. Nunca. Desde o primeiro momento que rejeitava a maminha da Mãe. Com muito muito muito esforço meu e da equipa de enfermagem lá lhe conseguiam abrir a boquinha de passarinho e po-la na mama. Dez segundos e duas sugadelas depois, rejeitava de novo. Vinha nova enfermeira...mais uma espremedela, aperta daqui, aperta dali, tenta esta posição, tenta aquela. Tempo interminável depois e a Francisca acabava a beber suplemento. E passado duas horas, tudo se repetia. Com o colostro a coisa ainda foi indo, não muito bem, com a Mamã já com os mamilos em ferida total, mas com a esperança que a próxima mamada corresse melhor que a anterior.
Sexta feira tivemos alta de manhã e viemos para casa. E o pesadelo começou...
Tive uma subida de leite apelidada pela médica das urgências e pela minha Mãe como fora do normal... Comprei uma bomba para extrair o leite. A Francisca continuou a rejeitar a mama... Tentamos de tudo para que ela pegasse... Até aerom nos mamilos de silicone...até na mama...Todas as posições... Toda a estimulação possível... Mas a natureza decidiu que eu iria produzir muito leite. E a minha bebé não o queria tirar da maminha. Tirava imenso leite de cada peito, tanto que já congelávamos. Logo após retirar o leite, o peito empedrava de novo... Massagem, pachos de água quente, nova espremedela da minha Mãe...Berros de dor, lágrimas a cair pela cara abaixo... Passado uma hora, voltávamos ao mesmo porque o peito empedrava de tal maneira que a bomba já não conseguia extrair o leite. Nem vou referir o estado dos mamilos, porque era mau demais...
A certa altura as mamas começaram como que a arder por dentro. Quentes... Eram como facas a cortarem por dentro seguidas de mil alfinetes a arder... E o ritual acima descrito continuava. A Francisca estava a ser cuidada pelo Papá porque eu já não conseguia. Só chorava e e tremia de dor...
Até Domingo de madrugada cerrei os dentes e aguentei. Tinha de melhorar, não podia não melhorar. Achava que já tinha batido no mais baixo e depois seria sempre a subir... Mas não melhorou, só piorou...
A partir daqui não me lembro muito bem do que aconteceu... Honestamente, não quero lembrar-me, porque se a minha mente decidiu bloquear isso será por algum motivo... Sei que acabei nas urgências desmaiada de dores, com febre e suores gelados mas não faço ideia de como lá cheguei. Lembro-me de ter 3 enfermeiras e uma médica à minha volta. De me picarem na mão e no rabiosque. De me despirem. De ver gelo... De ouvir "Vamos enfaixar este peito, já". E "mastite"...
Aconselharam-me a secar o leite. Deram-me a medicação necessária e disseram para reflectir e decidir o que fosse melhor para mim e para a minha filha. Deram-me todo o aconselhamento possível e imaginário... Nessa noite, sedaram-me também para conseguir descansar.
Domingo chorei muito muito muito...não sabia o que fazer... Chorei de dores, de desespero, de inquietação. Pensei que iria melhorar depois da medicação dada no hospital... Nada, zero, à tarde voltamos ao mesmo ritual. E não podia dar leite à Princesa porque estava medicada... Chorei muito muito muito... E decidi, em conjunto com o meu Marido, secar o leite. Porque a amamentação é o ideal para o bebé...quando tal é possível. Não o foi no meu caso... E porque à minha volta todos imploravam para acabar com o meu sofrimento de uma vez por todas... Porque nunca me tinham visto sofrer assim... nem cólicas renais, nem cirurgias... Nunca senti tanta dor na minha vida toda. NUNCA! E pela minha Texuguinha sou capaz de aguentar tudo, mas não quando implica por em risco a minha saúde e bem estar a todos os níveis, porque depois, quem irá ser a Mamã que ela precisa?
Ainda não consigo que me toquem no peito, assusto-me ao ver pessoas a aproximarem-se de mim, ponho as mãos à frente a proteger o peito numa espécie de reflexo instintivo... Ainda não consigo encostar o meu pedacinho de céu junto a mim e isso deixa-me profundamente triste...
Dei de mamar 5 dias à minha filha. Não foi como eu queria...mas ela tem de comer. E eu tenho de ser capaz de cuidar dela e para isso tenho de ficar bem a todos os níveis. Ela adora o biberão e a Nestlé, come que é uma maravilha. Dorme tranquila...
Tive o apoio de toda a minha família. Tive o apoio incondicional do meu Marido, sem ele teria enlouquecido de dor. E sem a minha Mãe por perto não teria conseguido aguentar também...
Sei que poderei ser julgada e apelidada de má Mãe por algumas pessoas. Volto a dizer que não amamento a Francisca não porque não queira mas porque não posso (atenção, eu acho que amamentar é uma decisão de cada Mulher e ninguém tem nada a ver com isso. A decisão é, em última instância, da Mulher e deve ser respeitada).
Tentamos de tudo... Até o meu corpo e mente não aguentarem mais e o corpo reagir ficando doente. Mas quem quiser atirar pedras, força! Estou de cabeça erguida e não serei menos Mãe para a minha Filha, Nunca serei menos Mãe por não amamentar. A Francisca está alimentada e feliz. Dorme serena e tranquila.
Se choro? Sim, muito, todos os dias... Mas vai tudo melhorar. Tem de melhorar. Porque eu não tenho o direito de privar a minha Filha do sorriso e da alegria da Mãe. Nem de privar o meu Marido da Mulher com quem casou.
Nem sempre os planos são possíveis de concretizar. E a nossa capacidade de nos adaptarmos é essencial para avançar em frente... E espero que este post e esta lavagem da alma me ajude a isso...
Food first, then morals...
Relembro o dia do teu nascimento com um carinho indiscritível Maria Francisca Texuguinha...
Desde que chegamos ao bloco e começaram a fazer recortes na barrigona da Mamã, demoraram 10 minutos a trazer-te a este mundo (segundo o teu Papá, um mundo louco onde há "papa-reformas" tunning...).
Quando ouvi o teu choro, algo cá dentro se expandiu para se encher de amor, carinho, ternura, devoção... Nunca esquecerei quando te trouxeram à minha beira e te vi pela primeira vez...Essa imagem ficará para sempre gravada na minha mente... O único comentário que consegui fazer foi "Ela é tão pequenina!!!"... Depois o Papá (que esteve sempre ao lado da Mamã) levou-te para te vestir e para a pediatra te examinar, para longe de mim pela primeira vez em tantos meses... E eu fiquei ali, a ser mimada e acarinhada por uma equipa 5 estrelas... Até que a Mamã começou a entrar em nóia porque nunca mais te traziam. Pediu a uma enfermeira muito amorosa se podia ir ver se estava tudo bem com a minha enfezadinha... Quando voltou disse para não me preocupar, que era o teu Papá que te estava a vestir e que por isso estava a demorar...(o Papá é um mega Papá, não é filha?). Achei que o terminar a cesariana estava a demorar eternidades...mas quando pude ver o relógio e disseram que podia ir para a tua beira, reparei que foram apenas 50 minutos :)
Não posso aqui fazer um relato trágico do que é um Parto por cesariana. Já sabia que teria de ser assim devido à pubalgia que me atirou para a cama desde as 30 semanas de gravidez. Nunca me fez confusão nenhuma ter de ser ou não cesariana, nunca tive grandes opiniões em relação ao tipo de parto que queria. Na minha cabeça, sempre pensei que seria o que tivesse de ser, mesmo antes de ter ficado entrevadinha. Nos dias seguintes não tive grandes dores. O cateter da epidural ficou colocado até ao dia seguinte por onde injectavam uns drunfes que me ajudaram a não ter dores. Levantar da cama pela primeira vez custou um bocadinho, mas nada que me apetecesse rebolar ou queixar de dores. Devagar devagarinho arrastava-me pelo quarto para cuidar da minha pequenina com a ajuda do Papá (ficou seeempre comnosco, mega Papá!!!). Ao fim do segundo dia descobri que me dói mais a pubalgia que a cicatriz da cesariana.
Para mim, foi uma grande decepção perceber que não fiquei recauchutada instantaneamente...continuo com imensas dificuldades em mover-me, mas terei em breve tratamento adequado.
Quanto à maminha, para já não quero falar disso. Apenas posso dizer que não correu bem... Acabou com idas às urgências a meio da noite e decisões difíceis que tiveram de ser tomadas... Mas isso fica para outro dia...hoje não!
Quero também partilhar que fomos muito muito muito bem tratadas por toda a equipa de Obstetricia do Hospital da Cuf Porto. Recordo a nossa estadia no "hotel" com o maior carinho e ternura. Toda a equipa de enfermagem foi um doce e incanssáveis com a Francisca, comigo e com a maminha. Sempre prontas a ajudar, a acarinhar e aconselhar... O médico que me assistiu durante a gravidez e no parto é um doce. Por isso, só posso dizer que a minha experiência de parto foi fantástica!
Não sei se há alguma futura Mamã a ler este blogue...se houver e estiver aterrorizada com a ideia de cesariana...não esteja! Não é como a Mãe natureza manda...mas nem sempre as coisas são como é suposto, não é? E para isso há a medicina e a ciência para ajudar!
A minha filhota linda está aqui a dormir ao meu lado, com o ar mais sereno do mundo... e agradeço a Deus a dádiva da vida que me deu para cuidar. Agradeço o meu Marido incansável que tanto me apoia e Pai extremoso. Agradeço o carinho e paciência da minha querida Mamã, de quem tanto tanto gosto, mas que não lhe digo tantas vezes quanto gostaria e ela merece. Agradeço o meu Pai e Avô babado para a neta que tanto mima... Tudo o resto não importa agora...
E a cada dia que passa, estou mais apaixonada por ti, Francisquinha...
O meu pedacinho de céu chegou dia 30 de Agosto, pelas 11.55 (veio para o almoço), com 2780 gramas e 47.7 cm.
E o meu mundo nunca nunca nunca mais será o mesmo... porque a vida faz ainda mais sentido quando a seguro nos meus braços.
Finalmente (e após as 37 semanas... nem é digno de comentário) tenho as malas (quase, pseudo) prontas...
A minha já há algum tempo que está pronta e arrumada, faltando apenas as quinquilharias de última hora... A da Piquena é que nem por isso... E a culpa não é minha...
Passo a expor o caso: todos os dias recebo mais um fofo, um body, umas meias hiper mega fofas etecetra e tal que podem vir a fazer pandant com este ou aquele conjunto, todos tamanhos pequeninos para a minha enfezadinha. Todos com o propósito de serem usados nos dias seguintes ao nascimento, porque ela é pequenita e tenho horror a ver a minha rica filha perdida nas roupas...Todos os dias me arrasto pela casa com uma micro peça de roupa para passar por água nas mãos. Todos os dias a minha Mãe lá se apercebe da minha figura ridícula e passa a peça por água. E depois a ferro... E depois de dobrada a dita acaba na mala da Francisca...
E assim, todos os dias a mala da Francisca engorda... Mas enquanto couber (que com muito boa vontade cabe sempre, teoria comprovada por mim e milhentas mulheres) , vou pondo mais qualquer coisinha lá dentro. Porque pode dar jeito, porque é muito bonito, porque combina com isto ou aquilo... porque simplesmente não sei, mesmo, de todo, fazer micro malas... (shame on me)
"Panças" update...
Depois de mais uma visita ecográfica à inquilina do T0 , viemos todos contentes por te ter visto. Estás toda encolhidinha no teu loft de luxo. E confirmamos, mais uma vez (correcção: a Mamã confirmou dado que ainda tinha esperanças que fosses sair daí uma texugona... o Papá até acha giro tu seres mais um elemento da dinastia dos enfezadinhos) que és saudável, perfeitinha e pequenina. 2.600 kg de Francisca para 37 semanas, mais coisa menos coisa, percentil 15. Whatever... estás benzinha de saúde, "mai nada" importa...
E aqui ficam uns mugshots da pança à data de hoje... A ver se não tenho que criar cadastro para a semana 39 (Nosso "sinhore" me livre e guarde da 40)... Para a 38 a Mamã ainda te dá o desconto... minha Patisca Gominha Texuguinha Pastelona... (diz lá que não tens um nome artístico sui generis???)
Nunca fui boa a fazer malas... Organização: zero...Por mim, levava sempre o armário tooooooodo comigo porque nunca se sabe o que vai acontecer ou se vai ser preciso isto ou aquilo... Felizmente, o Maridão é querido e partilha sempre a sua mala comigo (fica com 30% do espaço disponível, sou amorosa, não sou?)...E mesmo assim pagar excesso de bagagem ou ter de arrastar uma mala que pesa tanto como eu é já um clássico...(nota: eu não arrasto a mala, arranja-se sempre alguém para o efeito...)
E espera-se que agora eu, a Maria-levo-umas-botas-para-o-caso-de-ficar-frio-em-Agosto, seja capaz de fazer uma micro mala para levar para o hospital para o nascimento da minha rica filha... Sim, eu sei que a mala já devia estar pronta dado que em menos de 5 semanas a Francisca deixa o seu luxuoso T0 mas... não consigo. E o problema agora não é decidir o que eu vou levar.. As minhas indumentárias passam por camisas de dormir sabiamente conjugadas com roupões e claro, os meus chinelos com vaquinhas... (estou nos píncaros do sexy...). Vamos ser francos: ninguém quer saber da Mãe assim que a criança pipoca cá para fora..., por isso o que eu visto não interessa muito para o caso (não vou divagar sobre o facto de o que eu uso ter de ser prático por uma série de motivos inerentes às alegrias da maternidade). O problema agora é escolher a roupa para a Princesinha ...Ponho-me a olhar para as gavetas repletas de micro roupas mega fofas e não passo muito daí...Não consigo decidir quais devem ser os 4 magníficos outfits que devo levar... E conjugar com os micro sapatinhos a sorrirem na gaveta? E escolher entre este vestido e este fatinho? Não dá, é torturante!!! Não posso levar tudo e decidir o que vestir depois? Não? Too much pressure folks !!!
Além do mais, sinto que o ter a mala pronta é como se dissesse aqui à inquilina que pode sair quando lhe der na real gana...Nada disso...Minha menina, quem manda aqui sou eu!!! (faz lá a vontade à Mamã, pode ser?)
Por estes lados, os devaneios continuam...mas mala pronta...nem por isso.
Sou um caos de ideias. Ter uma linha de pensamento linear e coerente tem-se revelado difícil (tarefa quase impossível para ser honesta) nas últimas semanas...
Supostamente, estamos a entrar na recta final desta viagem minha pequenina. Não me parece que vá ter grandes saudades de estar grávida (não me parece meeeesmo...e se alguém fica chocado, temos pena...), mas vou ter saudades, imensas saudades, de seres só minha, de te sentir nas tuas brincadeiras e de saber que te posso proteger de quase tudo e todos...só minha...
Todos os dias, e mais do que uma vez por dia, penso em como será a tua carinha, como passas o teu tempo na minha barriguita (quando não estás brincar com a minha bexiga ou a espalmar-me as costelas quando te espreguiças). Como será o teu choro (daqui a umas semanas talvez haja um post a dizer que tens uns belos pulmões de soprano), a cor do teu cabelo... Como será ter-te sobre o meu peito pela primeira vez quando nos separarem e deixares de ser a Francisca na barriga da Mamã e passares a ser tu, só tu... E logo a seguir penso que não sei se serei capaz de cuidar de ti como é suposto, de saber o que precisas, de te acalmar, de te fazer feliz, imensamente feliz bebé... E que ainda falta muuuuuito tempo e que me deveria dedicar a pensar em outras coisas...(sugestões são bem-vindas, não se esqueçam é que estou encostada às boxes e ando muito muito muito chatinha)!
E nesta dualidade de coisas vamos passando os nossos dias...eu a fazer produções cinematográficas à lá Steven Spielberg na minha cabeça e tu a pontapear-me a bexiga...(já agora, podes por favor NÃO fazer isso??? Sinto que vivo na casa de banho Francisca...tem dó!).
Ainda na barriga (e muito bem instalada no seu sofá-costela) e tenho de admitir que a Francisca já é muuuuito esperta. A sério, muito mesmo (sai à Mãe, está visto...e as hormonas estão a lentamente a devorar o pouco bom senso que me restava!!!). Distingue clara e indubitavelmente a noite do dia.
De dia, dorme. Não há menina... O suficiente para eu entrar em pânico e andar a pedir em tom suplicante ao Marido ou à Mãe que ouçam o coraçãozinho da Piquena no estetoscópio de Pinard (uma maravailha emprestada pela Mãe e conhecida pelo Marido como a Vuvuzela...). Dorme e dorme e dorme...
Quando o Sol se põe, parece que o despertador toca e finalmente se liga à corrente... Rebola para um lado, rebola para o outro, chuto na bexiga (isso NÃO é um balão de água minha menina!!!), rabiosque bem enfiado nas costelas...E mais umas quantas cambalhotas que dão direito a ver passar joelhos e pernas ao espectador do Circo da Barriga (ou algo similar ao Alien...). E assim se mantém até de madrugada...
Começo a pensar que vem aí uma pequena Party Girl... Não faço ideia a quem sairá assim... (e se alguma das Tias disser que a Mãe gostava de festarola na Faculdade, são tuuuuuudo calúnias...tudo!). Estou bem arranjada...
Não suporto mais ver os Telejornais ou ler notícias online. Não aguento, mesmo...Muito raramente aparece uma notícia que me faça sorrir. Mas isso é mesmo muito, muito, muito raramente... Levada pela loucura hormonal (God, são só mais umas semanas, mas entretanto a minha aparência de durona anda pelas Ruas da Amargura), chego a chorar copiosamente...E tenho pesadelos com famílias que não conseguem alimentar filhos, que simplesmente não têm pão e leite para dar de manhã aquelas barriguitas vazias antes de irem para a Escola (onde muitas vezes fazem as únicas refeições decentes do dia). Choro com histórias de fugas para a Europa em busca de uma vida melhor que acabam de forma trágica a meio do Mediterrâneo, sem discriminar sexo ou idade. E choro com histórias de jovens mortos porque um louco qualquer se lembrou que era um bom dia para matar inocentes...
E eu tenho tanto, mas tanto medo de não te saber proteger deste mundo que nos rodeia...
Ao fim de todos estes anos em que me questionava sobre o facto de não ter nascido com o rabo virado para a Lua, eis que a luz para todas as minhas dúvidas se fez hoje de manhã!
Depois de uma conversa com a empregada dos meus Pais (é uma fofa esta D. Fátima...) percebi porque é que tenho sempre azar em coisas ditas normalíssimas, entre outros acontecimentos na minha vidinha paxorrenta e sem o mínimo interesse que poderiam fazer as delícias dos produtores de X-files (ou Fringe, para não parecer muito velha...)
Segundo a D. Fátima quando a Menina nascer (a Francisca e eu somos as Meninas...o meu Marido é o Sôr Guilherme...Acho que nunca vou sair da categoria da Menina...yay!!!) é indispensável que uma tesoura aberta seja colocada debaixo do berço. Segundo a D. Fátima, serve para proteger do mau olhado, cólicas, dar beleza à criança e mais uma série de coisas (faz quase tantas tarefas diferentes como a minha adorada e preciosa Bimby...). Quando a Menina vier para casa, deve vir vestida com uma peça de roupa vermelha, que é para dar sorte e afastar a inveja e "os maus-olhados" (oh Meninaaaaa, não se ria, olhe que é mesmo verdade!!!).
Após esta instrutiva conversa matinal, tudo ficou muito mais claro para mim... Ninguém se lembrou da tesoura... Ou de me vestir uma peça de roupa vermelha quando me trouxeram para casa... Meus senhores, isto explica muitaaaaa coisa... (ou não, whatever...).
Quem diria que o meu repouso forçado com a Tribo iria contribuir para todo um esclarecimento de dúvidas existenciais??? Ninguém precisa de hipnoses regressivas e coisas afins, é preciso é uma D. Fátima!!!
No me creo en brujas, pero que las hay, las hay... E pelo sim pelo não, a Francisca já tem o seu outfit de saída da Maternidade todo coordenado...e é vermelho...
Depois de umas quantas gomas (não sei quantas foram, também não quero saber quantas foram, obrigada. Ah, e a culpa não foi minha... baby wants candy,'tá ???), começou o dito arraial...
E eu acho o máximo ver os teus pulinhos ritmados na minha barriga...
Se não fosses tão gulosa, não ficavas assim bebé!!
Hoje estive a contemplar babadíssima (o que as hormanas fazem...) as gavetas onde estão religiosamente guardados os trapinhos da Francisca.
Cheguei à conclusão que a minha filha ainda nem nasceu e tem 10 pares de sapatos... Sim, 10 pares de sapatos... Estarei a criar uma pequena Suri Cruise??? Diva in the making? (meeeeeeeeeeedo...)
Hoje chegou o Snuza! Após intensa pesquisa na Internet , achamos que faria todo o sentido ter um Snuza (e digo isto como se a restante Humanidade tivesse conhecimento de causa de que raio é um snuza...ou como se fosse algo que remonte ao tempo dos Vikings...).
O Snuza é, nada mais nada menos, do que um pequeno (e caro) aparelhómetro que se prende na fralda do nosso pequeno bebé. Se durante mais de 20 segundos a referida engenhoca não detectar nenhum movimento respiratório, aplica um estímulo vibratório à criancinha...e se mesmo assim, não conseguir obter a resposta desejada, começa a apitar para alertar os Pais (isto é tudo na teoria, estou a resumir o que vem escrito na caixa. O Marido será o meu ratinho de laboratório para testar a nova aquisição. Ah e também para ver se não põe a Francisca com os cabelos em pé, como agoura a Avó...)
Antes de engravidar, fartava-me de rir (talvez deva mesmo dizer: rebolar a rir, gozar de maneira quase indecente) com estas mariquices, que surgiam apenas para levar os Pais de 1ª viagem a gastar dinheiro de forma desnecessária. Não percebia como era possível a razão ficar tão toldada (ou muitas vezes pensava que seria algum tipo de demência passageira). E como achavam os Pais de 1ª viagem, dadas então tamanhas necessidades prementes para o bem estar do bebé, que tinham sido criados? ( o que nos remete de novo para o tempo dos Vickings). Mea culpa... (daqui a uns meses irei culpar, muito provavelmente, as alterações hormonais para tal ter sucedido). Mas por agora, se me traz alguma paz de espírito (e me ajudar a dormir) , não me importo de me ridicularizar um pouco...
E assim, hoje tornei-me a orgulhosa e feliz proprietária de um Snuza...