31 maio 2013

Alimente esta ideia!

 
Nunca senti fome. Não sei o que é ter fome. Não sei o que é querer comer e não ter para. Não sei o que é não ter leite para a minha Filha. Felizmente, eu não sei o que isso é. Mas infelizmente, há muitos que sabem a que sabe ter fome. Por isso, este fim-de-semana, ajudem a alimentar o Banco Alimentar contra a Fome. Por pouco que pareça o que se pode dar, uma lata de atum faz a diferença para muitos. Um pacote de leite faz a diferença para muitos. Um pacote de bolachas faz a diferença para muitos. O pouco de alguns é o muito de outros. Para ajudar a que muitos passem a desconhecer de novo o que é ter fome, este fim-de-semana, alimentem esta ideia!!!

30 maio 2013

Hoje é dia 30

Hoje é dia 30. Se eu fosse uma Mãe fófinha, diria que hoje a minha Filha faz 21 meses (tive de contar pelos dedos para ter a certeza se eram mesmo 21). Mas eu deixei de lhe contar os meses quando fez 12, ou seja um ano. Depois fez ano e meio, que é como quem diz, 18 meses. E agora há-de fazer dois anos, em Agosto. Isto de contar meses faz-me confusão à cabeça e quando me perguntam a idade da cachopa digo que tem quase dois anos. E não é mentira. Mas hoje é dia 30 e mesmo que não celebre, comemore, faça um balanço do mês que passou, do que aprendeu de novo, lembro-me a cada 30 que os 30 de cada mês me são dela. Quando a fui acordar (mais arrancar à força da cama, sostra) de manhã, parei uns segundos o relógio que na minha cabeça fazia tic-tac-tic-tac-estás-atrasada-e-depois-o-que-há-de-novo-no-Mundo. Parei-o e sentei-me no cadeirão ao lado da cama branca de grades, protegida com o dossel. Fiquei a olhar para ela. Não teve nada de idílico, desenganem-se, estava destapada, com uma meia calçada e uma MIA. Ressonava de boca aberta, atravessada na cama e com a cabeça onde deviam estar os pés, fazendo uso da sua nova panca: dormir ao contrário. Whatever, desde que durma, por mim tanto me dá. E ali não estava a minha bebé. Já não tenho uma bebé. É uma Menina. Cresceu. Vai continuar a crescer. Tenho uma Menina de caracóis, com um sorriso rufia mas também doce. Que diz que prefere iogurtes (Mánhe qué gûte!) ao invés de papa (Papa não, Mánhe). Tenho uma Menina que me vira costas quando a deixo na Escola, independente, feliz, segura de si e me acena como que a dizer ainda aí estás? Uma Menina de nariz empinado, mas que diz Xi, Mánhe, Xiiiii enquanto me aperta o pescoço. Mesmo que ainda dê para lhe contar os meses a cada 30 de cada mês, a minha Menina tem quase dois anos. E eu? Eu tenho o Mundo para lhe mostrar, pela minha mão, para que ela o sinta e veja pelos seus olhos. Tenho estórias e histórias. E canções inventadas. Para a minha Menina. 

Ideias giras!

Sou fã desta marca Portuguesa. Além de ter peças lindas, a qualidade é muito boa. E a cereja no topo do bolo? Iniciativas como esta! É que para além de ajudar, ainda se recebem uns miminhos por o fazer! 'Bora lá? 

29 maio 2013

Sítios onde (ainda) hei-de ir...

Cape Cod. Martha's Vineyard. Napa Valley. O último, veio à memória porque agora me caía muito bem um copo de Zinfandel. Os dois primeiros, porque são um sonho antigo. Mas enquanto me falta "tempo" para os tornar uma realidade, penso que sim, que um dia vou. Porque fazem parte da minha Travel Bucket List. 

Eu não dou para este peditório...

Fiquei em casa com Sô Dona Texuga, mais numa de precaução, uma vez que a respiração de ontem não estava do meu agrado. Está melhor (a drunfes ainda), reguila, refilona, mau feitio, tralheta e sorridente. Maneiras que passei o meu dia a modos que meia carcomida de sono, meia carcomida de qualquer coisa. Dei por mim às três da tarde, em pijama, no sofá, a ver um canal generalista e nem digo qual o programa porque é mau de mais. Mas também fiz coisas altamente produtivas, como por 4 máquinas de roupa a lavar, 2 a secar, 1 da louça. E mudei os lençóis às camas. E separei a roupa que já não uso. E arrumei os meus sapatos. Tirem-me de casa. Este filme não é para mim. 

Do que não recordarás quando cresceres...

Quando cresceres, não te vais lembrar das noites em que me acomodei ao horário dos teus medicamentos. Nem te vais recordar da maneira como aprendi a dar-tos sem ser preciso acordar o teu sono, mais agitado e choroso nestes dias. Quando cresceres, não te vais lembrar do que os meus olhos procuram nos teus olhos quando te sabem doente. Quando cresceres, felizmente, não te lembrarás de nada disto. Nem do que no fundo de mim guardo por te ouvir respirar e tossir na outra ponta da casa. Porque, apesar de todo o sangue frio, fica sempre escondido o medo. Aquele que se aprende a gerir e a guardar. E a calar, esperando que o silêncio imposto a certos medos os afaste de uma vez por todas. Quando cresceres, terás vagas memórias, se algumas, dos dias de sol por estes dias.  E é tudo o que importa. 

28 maio 2013

Ela gosta é de cenas alternativas...

Francisca está a fazer ventilan para uma tosse "de cão" que nunca mais lhe (nos) desamparava a loja. Pela primeira vez, vai às bombas de corticosteróides. Mãe não tem nebulizador. Nunca precisou, ómessa. Pediatra fofa e linda do coração, do mais prática que há e só assim dá para a minha cabeça, diz para ir comprar uma câmara expansora que também serve e custa um terço. Mãe faz o périplo das farmácias. Mãe lá encontra após 347 tentativas. Mãe pensa que vai ser um filme desgraçado para por a miúda a respirar  e 'sogadita enquanto faz os pufs e conta até dez devagar entre cada um. Mãe começa a ficar preocupada após o primeiro puf. Francisca adora a coisa. Delira. Ri-se. Abre a boca para respirar os drunfes, bate palminhas e ri-se mais. A minha Filha tem uns gostos um bocado estranhos... acho que vai ser uma adolescente tãaaaao engraçada... 

Olha, diz que é para aguentar...

Meio mundo se espanta quando digo que sim senhor, viajo de noite sozinha com a 'mha cria. "Ai córrore, não tens medo? Ui, ai, ui. "Não tenho medo. Escolho viajar de noite porque me é mais simples: ela dorme, ressona, baba e eu conduzo enquanto penso nas mais variadas coisas, desde o que ela vai vestir amanhã, a concentrações de ácidos, o carro não tem água no esguicho e como diz o outro "como é linda a puta da vida". Mas há um piqueno pormenor. Imaginem que beberam muita água no vosso dia. Coloquem agora a hipótese que vão precisar de ir a uma casa de banho numa área de serviço qualquer. Agora façam dessa hipótese a hipótese nula, porque simplesmente não vai acontecer. Ou seja, not in a million years me passava pela cabeça acordar Sô Dona Sostra e carregá-la comigo, porque depois ia ter choradeira e gritaria e rebéubéu pardais ao ninho. Maneiras que a malta vai vendo os km que faltam, distrai-se com qualquer coisinha e são-só-mais-200km- não-seja-mariquinhas-Princesa e agradece o carro não ter água nos esguichos. E é isto, a minha vida... 

27 maio 2013

Do que a gelatina une...

Durante o fim-de-semana, a minha Mãe fez gelatina verde. Deve ser de tutti-fruti mas para mim é "da verde". Faz-me lembrar pega-monstros. Tive uns quantos que tinham sempre o mesmo fim trágico: serem lavados com detergente da louça pela minha Mãe, ficando sem utilidade para agarrar as lixezas e enojar a minha progenitora . A gelatina verde faz-me lembrar pega-monstros. A minha Mãe fez gelatina para a minha Filha. E para a minha Avó. Ambas partilharam ao jantar uma taça de gelatina verde, a que me faz lembrar pega-monstros. E partilharam tempo e gracinhas e xi coração-peito-de-rola-que-sabe-a-leitão. Com a gelatina que a minha Mãe fez a unir os anos das décadas que as separam. Que a mim me faz lembrar pega-monstros.

26 maio 2013

'Cause the older you get...

Quando se quer, quando se pode, do perto se faz longe. E sim, o mundo das telecomunicações dá uma ajuda muito, muito grande. Mas não é a mesma coisa. Nunca será. Porque há brindes e risadas que não se passam através do virtual. Porque há desabafos e desaforos que só     sentidos frente a frente. Porque quanto mais longe estou e mais velha vou ficando, mais as quero no meu Mundo. Porque fazem parte dele. No matter what. Mesmo que se dance ao som do rádio " she's up all night to geeeet lucky...". ' Cause the older you get, the more you'll need the people you knew when you were young... E como dizia a outra, elas são as minhas pessoas. Neste meu Mundo.

24 maio 2013

De comunhões, casamentos e baptizados...

Diz-se que a tais eventos só vai quem é convidado. E insistem em convidar-me. Eu não quero parecer anti-social, bicho do mato, antipática, mal agradecida e por aí adiante. Mas a verdade é que eu não gosto. Pronto, eu admito com todas as letras: n-ã-o gosto de comunhões, casamentos e baptizados. Aborrecem-me. Especialmente comunhões e baptizados. Costuma ser oferecido almoço nesses aborrecimentos eventos sociais e a oferta de bebericagem é muito inferior, para além de que querer emborcar mojitos à uma da tarde dá um aspecto de agarrada. Pronto, eu assumo que não gosto desse género de eventos sociais. Não me aprazem. Tenho um carinho particular por algumas fotos de baptizados para onde fui arrastada. Fotos giríssimas, em que me botaram um piqueno ser nos braços, imensas vezes gritante, e eu a pensar que lá-se-vai-a-renda-do-vestido-se-sai-a-papa-e-tirem-a-foto-'plo-amor-da-santa, acabando para os anais da posteridade eu com cara de tirem-me deste filme, stat. É que na altura não tinha 'mha rica cria e o meu instinto maternal roçava o do calhau da vossa rua. Mas são aborrecimentos eventos sociais que muito me apoquentam. Em especial comunhões e baptizados, já disse? Casamentos até que gosto, quando me são pessoas queridas, daquelas que trago guardadas bem cá dentro. E mete bebida com fartura e danças e coiso. Inconfessável...? Sabem aquela gaja que nunca, nunca está dentro da Igreja, Registo, o que quiserem? Pois, sou eu. Não por despeito. Não por desrespeito. Mas porque comunhões, casamentos e baptizados me aborrecem. Não gosto. Pensando bem, as vezes que fiquei dentro ou era madrinha ou era a noiva e não dava jeito estar cá fora. Maneiras que em breve diz que terei de ir arrastada a um casamento. Conheço para lá de mal os noivos. Não conheço quase mais ninguém. Estou com tanta, tanta vontade de ir que já estou aborrecida só de pensar nisso. 

Ah, Sexta feira...

Como papos secos. E popias. E queijadas. E pães de leite. E migas. Mas contínuo a gostar  de regueifa. E de mariaizinhas. E nem tentem que nada bate os biscoitos da Padaria Ribeiro ou os bicos de pato daquela padaria manhosa em Santo Ovidio. Ou as Francesinhas dos tascos mais "refundidos" como se diz em certos dialectos. Mas hoje também gosto de queijadas. E de migas. Deixo este Alentejo ir-me conquistando os sentidos... Mas nada bate os biscoitos da Ribeiro. Ou as Francesinhas das tascas mais improváveis. Ou o azul imenso do meu mar., esse que carrego nas veias. Mas há um azul imenso lindíssimo, azul céu, a perder de vista. Só que não é o meu. Este, não me pertence.