Eu, a anónima...
Eu cá gosto muito de ser anónima.Sou esquisitinha e nhoquinhas, que isto cada um é como cada qual, já lá dizia o outro. Sou moça de recatos, é bom de ver.
Maneiras que o viver numa cidade piquena também tem destas coisas chatinhas que é a perda da identidade anónima. Toda a gente conhece toda a gente ou quando não conhece todo o povo, conhece alguém que conhece o outro, que vai na volta até que vai lá a casa de vez em quando. Aborrece-me esta coisa de perda de liberdade. É que a identidade anónima rua acima, rua abaixo, é muito boa. Talvez apenas igualada pelo uso de uns óculos de sol de lentes bem escuras, que permitem observar tudo e todos nas suas indiscrições discretamente. Está bem que Portugal é um penico, mas esta merda de quem eu não conheço saber quem sou, de onde vim e para onde vou (que nem eu mesma sei), é um verdadeiro a b o r r e c i m e n t o.
Ainda bem que os anos em que bebia em festas até o meu fígado se querer divorciar de mim, encerraram com o último traçar de capa. Se não, bem que poderia vir a ser a nova sensação do burgo...
2 comentários:
É, cidades pequenas são essa chatice!...
À parte do "problema", o bom é a maneira sempre cómica como consegues falar das coisas :D!
Beijinho grande
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