Os meus Pais contam, que quando era piquena, teria uns 4 anos, 5 talvez, encontrei uma moeda de 20 escudos. Achei que estava milionária com aquela moeda cor de prata. Uma verdadeira fortuna, 20 escudos!!! Fiz logo grandes planos e tratei de os anunciar: ia comprar um apartamento com vista para o mar, ia morar sozinha (?!?) e ia comprar um carro, porque o Fiat Ritmo 70 CL Cinzento do meu Pai já não dava para uma milionária a quem tinha saído a bárbara quantia de 20 escudos... "Mánhe, tostão!", disse ela com uma moeda de 5 cêntimos na mão, com pinta de ter sido pescada da máquina de lavar roupa. Lembrei-me dos meus devaneios de grandeza com 20 escudos. Ah, como tinha o Mundo na mão do alto do poder daqueles 20 escudos. Fui por a moeda negra num dos seus mealheiros. Aqueles que encho com os cêntimos que me pesam na carteira e me fazem parecer que assaltei a caixa de esmolas (sim, sou uma pessoa terrível que enche os mealheiros da Filha com 1 cêntimo, 2, 5, na loucura, 10 cêntimos). Um dia, talvez ela tenha os mesmos devaneios que eu tive com a minha fortuna de 20 escudos e me queira dizer, toda despachada, que vai mas é viver a Vida e ver o Mundo à maneira dela com os seus 5 cêntimos. Deve ter durado pouco a minha ilusão de grandezas, dado que demorei uns valentes anos a sair de casa e a comprar um carro. Ah, a inocência das crianças...
17 junho 2013
Tostão, disse ela...
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2 comentários:
Que bom que é ser criança!
Um beijinho*
Eu lembro-me bem dos meus primeiros 20 escudos e ter percebido que os sugus que eu tanto queria custavam a moeda TODA e de ter desistido deles e ter guardado a moeda!
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