Quando era pequena, lembro-me muito, muito, muito bem da vez em que levei a minha avante e correu muito, muito, muito mal. Devia ter uns 5 anos. Os meus Pais tinham-me levado a jantar fora. No final, o meu Pai pediu um café e juntamente veio uma aguardente velha. Lembro-me da cena que fiz porque queria porque queria provar aquela coisa transparente. Pintei a manta. Queria porque queria provar aquela coisa. O meu Pai disse-me não, não, não. Esperei até o apanhar distraído e virei o copo goela abaixo, anos mais tarde aprendi que é beber de shot. Lembro-me muito bem do que se seguiu a sentir o esófago queimar. A cara do meu Pai em pânico por ver a cena absolutamente nojenta que fiz num restaurante xpto, chiquitérrimo, fancy até ao último guardanapo bordado. E eu, a labrega, a pintar a toalha de linho. A cara da minha Mãe, escandalizada. Porque eu queria porque queria provar aquele líquido estranho que estava num copo giro. Lembro-me de chorar como uma desalmada e ouvir um "eu bem te avisei minha Menina. Agora, não chora mais, aguenta. Não berra, não chora e não há colo para o carro. Aguenta porque desobecedeu ao Pai!"Saí pelo meu pé, de olhos inchados do restaurante pónei para onde me tinham levado. Deve ter sido a primeira vez que aprendi o que é aguentar-me à bronca. Serviu-me de lição. Eu e aguardente velha não dá. E aprendi desde nova a aguentar-me à bronca. Seja ela qual for.
16 maio 2013
Aguentar à bronca...
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