Dear Monday...
Trazes contigo o tic tac doc para voltar (voltarmos) à minha (nossa) adorada Cidade. Aos meus cheiros, às minhas vielas, às minhas manhãs de nevoeiro e aonde a minha pronúncia se mistura nas conversas sem ser automaticamente "apanhada". O tic tac doc para voltar ao colo da minha Mãe, que as meninas grandes também gostam e precisam sempre dele. Ao sorriso e aos rezinganços do meu Pai. À minha Avó. À minha família, que embora louca e avariada que só ela, é a minha. Aos meus Amigos. E permite leva-la de volta ao colo e mimo dos Avós, que renascem a cada gracinha da "Menina Jesus" daqueles 4 corações derretidos.
Nunca pensei que me fosse tão difícil este corte de cordão umbilical com as (minhas) origens. Não o foi em outras paragens porque havia um prazo para voltar. Aqui, neste Burgo, não há prazos. Serão anos, mas não sei (sabemos) quantos. 3, 5, 8? Nenhum de nós sabe. Apenas sabemos que eventualmente a mudança terá de acontecer, mas nunca mais de volta ao Douro, à Ribeira, às Francesinhas, ao São João. Deve ser por isso que tanto me tem custado. Mas o tempo tem amenizado esta sensação de perda que não sei explicar. O tempo e as pessoas que vou conhecendo e às quais, devagarinho, me vou apegando com carinho genuíno. Sei que vale a pena, faria tudo igual uma e outra vez. E volto (voltamos) sempre que podemos às nossas origens que são as origens também dela. Ao cheiro a maresia e ao mar revolto. Por isso, Segunda-feira do demo, hoje trazes-me o tic tac doc que sobre a capa da época festiva (urticária...coça, coça, espirra, ai deslarga-me Rudolfo, sai bicho...), me vai permitir matar saudades por mais que 48 horas. E nem me apetece ranhosar (muito) contigo...
Bom dia!!!
2 comentários:
Que bonito. Genuinamente bonito.
Gosto... Aliás adoro este texto...
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