... sou bolseira de investigação científica. Estou a acabar o Doutoramento, mas a bolsa já se acabou. Tive uma gravidez de risco durante a qual me foi mantida a bolsa porque, segundo quem me atendeu do outro lado da linha, me pagavam porque eram obrigados a tal.
Não vou entrar pelos valores miseráveis das bolsas, nem a falta de direitos consagrados na Constituição, nem a falta de um contrato digno de trabalho. É chover no molhado e o pior cego é aquele que não quer ver. Neste momento, não tenho direito a na-da. Até saber se posso ou não continuar na investigação (bolsa de Pós-doc), vale-me (-nos) o ordenado do meu Marido. Se dependesse das minhas chefias, morria à fome. E sim, foi a vida que escolhi porque gosto do que faço. Mas só não percebe a precariedade em que vivemos quem não quer. Depois, não venham bater com as mãos no peito a dizer com orgulho que um investigador Português foi reconhecido no estrangeiro e ganhou um prémio. Foram "vocês" que lhe deram um chuto no cú e lhe fizeram o check in.
Eu? Não vou embora porque não posso. Porque tenho marido e filha. E porque o marido não pode, mesmo que quisesse, arrumar os tarecos e ir comigo. Pudesse eu, iria pregar para outra freguesia.
P.S- post escrito num acesso de raiva. Talvez o deixe ficar ou não...
6 comentários:
Deixa ficar, sim! Eu conheço bem essa realidade que vives! É vergonhoso! Força e boa sorte! ;)
Inz. serenidade e tranquilidade. Isto na ciencia portuguesa há épocas tanto altas como muito baixas. A motivação agora é acabar o doutoramento. A seguir, melhores sitios, colegas, respeito, e ritmos virão :) E os maridos tb têm de ser tanques de Guerra para o q der e vier!!! :P
Há posts assim...
Boa sorte!
Deixa estar, o que é é o que é... Espero que os melhores tempos cheguem depressa...
Como te percebo.... Boa sorte para o doutoramento e o que resta e esperar que um dia este pais reconheça que tem excelentes técnicos superiores, manda-os e pregar para outra freguesia... (teclado sem acentos)
Infelizmente, conheço bem essa realidade. Não lamento a escolha que fiz, sou bolseira porque quis e gosto do que faço (embora alguns dias me questione). Mas não nego que gostava de ter os direitos de um trabalhador normal, com os respectivos deveres.
Bolseiro não é carne nem é peixe e dá azo à eterna pergunta "então, mas quando é que deixas de estudar e arranjas um emprego a sério?"
Boa sorte para o doutoramento! :)
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