24 junho 2012

As amizades, eu e coisas que percebo em fins de tarde...

 
Não sou pessoa de muitos amigos. Nunca fui e estou em crer que não é agora de "velha" que vou mudar. Diria até que sou arraçada de bichinho do mato versão sapato alto.  
Vistas bem as coisas, não sou uma pessoa fácil de gostar. Nem à primeira, nem à segunda, nem à terceira. E a "culpa" não é dos outros, é mesmo minha. Gosto especialmente da rotulagem que me é aplicada por quem não me conhece...bem. Varia sobretudo entre o cabra, arrogante, snob e antipática. Top two? Cabra e snob.   
Mas dizia eu que a culpa é minha. Não sou (salvo algumas excepções muito particulares) simpática ao primeiro embate. Digo olá, bom dia, boa tarde, a vida é muito cor de rosa e era tudo muito bom. Mas fico na minha zona de conforto o tempo que for necessário: dias, semanas, meses, enquanto aprecio se o meu investimento na pessoa em questão vale a pena ou não. Sim, sou uma cabra. Não porque ache que o meu tempo ou amizade são tão valiosos que apenas alguns mereçam essa honra mas na minha vida quero quem me faz (e quer) bem. E desilusões, já eu tive algumas, não gosto de dar para esse peditório. Umas doeram mais que outras, são as minhas dores de crescimento. E mesmo depois de adulta e mesmo com toda a análise que é passível de ser feita em relação à natureza humana, já me arrependi de ter aberto a minha vida e o meu coração algumas vezes. E a última não foi assim há tanto tempo como isso. Acontece. Lá está, são dores de crescimento.   
Por isso, quem fica por perto, mesmo eu demorando dias, semanas, meses a apreciar o hipotético investimento, regra geral (salvo as excepções que depois me tornam ainda mais cabra, lamento) fica sempre
E o melhor? É que me apercebo sempre destas coisas em fins de tarde para lá de bons. Só desejo que os que já andam há muitos anos pela vida desta Princesa tresmalhada, se mantenham muitos, muitos mais. E os que chegaram de "novo", que partilham histórias semelhantes e vivências de alegria iguais, que fiquem por muitos, muitos anos. 
"Because the older you get, the more you'll need the people you knew when you were young". 

3 comentários:

raquel disse...


tão bom e tão verdadeiro.
beijo enorme*

Ana disse...

Das coisas que mais estimo e me orgulho é ter amigas hoje, que são verdadeiras irmãs, e que conheço há 15/20 anos, desse tempo em que nada estava camuflado, desse tempo em que não medíamos as palavras, os gestos, em que tudo era absolutamente genuíno, puro, infantil.
Que bom é ter alguém que é nosso desde sempre, que segurança isso nos traz.
Beijinho

Magui disse...

Eu classifico os meus amigos de amigos mesmo quando percebo que nunca parámos de falar... Mesmo quando estamos muitos meses afastados e no primeiro minuto voltamos a conversar de peito aberto como se nunca estivéssemos estado separados... Tenho esta relação com alguns (muito poucos) e com o tempo cada vez menos!
O que eu adorei na sexta-feira foi a conversa ter fluído como se nunca tivéssemos deixado de falar... Para mim foi mesmo muito especial!