Não é segredo que eu detesto o verão. Acho a silly season deprimente, para lá de todos os escitaloprans e prozacs desta vida. Poderia dizer que eu tenho um problema (mas era mentirinha que até tenho vários mas isso agora não interessa nada) com o calor, que m'abafo, que apanho escaldões brutais com SPF 50 e mimimimimimi. Mas não, o problema não são esses "pormenores". O problema do verão são as pessoas de verão. Aquelas que saem da toca, após a hibernação em que se lamentaram todo o santo dia porque chovia, estava frio, fazia vento e o camandro e que, ao primeiro raio de sol, 'simbora, bunda e pança de fora, pé sem pedicure (completamente assassinado, um crime aos meus olhos sensíveis) na areia e bumba, fotos numa qualquer rede social de todos e mais ângulos possíveis (ao menos lavem a carinha de manhã, remelas não é sexy, ok?). Ou quem decide fazer elogios gastronómicos ao que comeu, com localização exacta de GPS, latitude e longitude e tudo e tudo in real time (ladrões, you're welcome!) ou muito próximo disso, como se nunca comessem fora o resto do ano. Se calhar até que nem comem mas isso também não me interessa minimamente. Assim como também não me interessa se comeram e beberam bem, quantas bolas de berlim enfardaram, se estão a torrar a bunda ou o dedo mindinho, se o biquini custou ojolhos da cara ou foram à Primark. Eu gosto das redes sociais*, não se passem. Mas acho que as pessoas perderam a noção. Poderia dizer que são os jovens, que é toda uma geração perdida. Mas não, são as pessoas da minha idade ou mais velhas que se prestam a tal.
Podem perguntar-me, legitimamente e cheios de razão: se não gosto porque vejo?
Simples. Por 3 motivos: primeiro porque ainda há quem perceba o conceito da rede social e o use inteligentemente; depois porque como me ajuda a manter o contacto com pessoas que me estão a muitos kms de distância, tenho de fazer scroll e não sou ceguinha; terceiro: porque fui operada e passo os meus dias esticada a ver se me cai um bocado de céu velho! Eu preciso de entretenimento gente e já se sabe, este género de coisas é como um acidente de comboio: ninguém quer olhar mas não dá para desviar os olhos da desgraça! Maneiras que cá por mim, se acham que estão bem, força nisso! A gerência do aborrecimento agradece!
* quem me segue no Instagram sabe bem que sim.
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