O meu vizinho estranho era para lá de esquisito. Mas acho que, no fundo, tinha bom coração, aquela alma meia penada que habita um prédio deserto agora. Às vezes lembro-me dele e sinto pena de o saber sozinho na sua solidão, sem ninguém a quem reclamar do frio das casas ou de reclamar de algo, coisa em que era perito. Os meus (novos) vizinhos de cima não me dão vontade de rir como o meu vizinho estranho dava. Dão-me acessos de mente perturbada em versão "eu vou-lhes ao focinho, segurem-me!". Têm uma miúda de uns 6 anos que faz tanto barulho como 4 de 3 anos. Gritam muito. Martelam no chão e acordam a minha criança da sesta. Atiram coisas para o chão às 3 da manhã em cima da minha tola e acordam-me. Gritam muito, todos os dias, não sei se já disse. Acordam-me quase de madrugada, toc toc de saltos, vem-a-casa-abaixo de botas. E gritam muito. Não gosto de gritos. Incomodam-me. Maneiras que o meu vizinho estranho sempre dava para eu me rir um bocado. Acho que com a nova vizinhança ainda acabo na esquadra. Sem vontade de me rir.
19 janeiro 2014
As "saudades" que eu já tenho do meu vizinho estranho
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5 comentários:
Como te percebo!! O meu vizinho de cima esteve a tocar bateria às 2h da manhã de ontem...
Meu Deus!!!!
Sem dúvida que o vizinho estranho era bem mais "discreto"...
Olha o estranho era estranho mas em voz baixa... Os meus vizinhos de cima são uns santos, mas os de baixo são tão terriveis que me conseguem incomodar MUITO!
vizinhos... só quem os tem!
vizinhos... só quem os tem!
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