31 dezembro 2015

Closing time

Os anos passam. Terminam, recomeçam, num ciclo muito próprio. Queria fechar este ciclo do ano que passou, um ano triste, negro, de muitas lágrimas. Mas também foi um ano em que cresci, em que aprendi coisas importantes sobre mim... Em que (re)descobri que vergo mas não quebro e que, no fundo, o importante é continuar a colocar sempre um pé à frente do outro. Também (re)aprendi que sou má de pessoas. Mas se houve desilusões de digestão difícil, também existiram surpresas  maravilhosas e alegrias. O ano que vai começar não será uma folha em branco... não se pode apagar a bagagem de um ano que passou só porque o calendário mudou. No entanto, espero que as folhas novas da minha agenda (coisa mais fofa e querida, um presente top que me deixou muito feliz) sejam preenchidas com mais alegrias, com novas esperanças e sobretudo, com as mudanças que quero ver acontecer na minha vida. Sempre, sem esquecer, que a vida se caminha a seu jeito, basta não desistir de colocar um pé à frente do outro.
(...)
"closing time
every new beggining comes from some other beggining's end"
(...) 

Feliz 2016! 

16 dezembro 2015

E por vezes...

"E por vezes as noites duram meses 
E por vezes os meses oceanos 
E por vezes os braços que apertamos 
nunca mais são os mesmos 

E por vezes 
encontramos de nós em poucos meses 
o que a noite nos fez em muitos anos 
E por vezes fingimos que lembramos 
E por vezes lembramos que por vezes 
ao tomarmos o gosto aos oceanos 
só o sarro das noites não dos meses 
lá no fundo dos copos encontramos 
E por vezes sorrimos ou choramos 
E por vezes por vezes ah por vezes 
num segundo se evolam tantos anos "

David Mourão-Ferreira, in 'Matura Idade' 

15 dezembro 2015

Dos dias que (es)correm...

Na vertigem da doença do meu Pai, no ferro agreste que nos marca de mortalidade, aprendo em e no meu silêncio a melhor forma de gritar a minha dor. Sem som. Sem choros. Sem merdas acabadas em diminutivos (não se diz "coitadinho, tem um cancrozinho" seriously?!?) ou frases feitas ( "deus só nos dá o que podemos aguentar". fuck off, sim? 'gradecida). Em silêncio, de mim, entre mim e para mim, num absoluto ato egoista de gestão de emoções, passam as horas que não se atropelam, numa ordeira cadência do tempo e o mundo continua a girar. Eu, em silêncio, respirar fundo. Tantas vezes quantas as que forem precisas. Não teria futuro nas novelas mexicanas ou em revista cor de rosa: sofro em decibéis muito baixos, com parcas e poucas palavras e sem audiência para as aplaudir, neste que é o meu desajeito para saber sentir. E será assim, também, que vou celebrar quando tudo ficar bem, em silêncio, na minha frequência, neste meu silêncio profundo de um, talvez, desajuste emocional, inaptidão de expressar a alma. Assim, sem alaridos, longas dissertações, dissecações explosões ou exposições. E sempre, tanto quanto possível, sorrindo de frente à dor. 
Claramente, não tenho futuro como drama queen. 

02 dezembro 2015

O bom de ser avessa às festividades "natalares"...

... é que me estou bem a lixar para kits e outfits de Natal, penteados de passagem de ano, maquilhagem xpto para meia dúzia de horas e afins.  Dêem-me o meu pijama padrão de vaca, o meu roupão a fazer pandant, com orelhas e tudo e tudo (e eu que tenho um colar que tem um badalo e os ditos são patrimônio imaterial da humanidade? ahahah eat that "natales-feshione-bictimes"!) e sou uma gaja 'sogadita agarrada ao meu copo de tinto. 

27 novembro 2015

Sugestão de programa para o fim de semana!

( E de certeza ab-so-lu-ta que ainda vos sobra tempo para ir aos Mercaditos, Feirinhas, passeios, almoços, jantares, cinemas e o que mais quiserem colocar, para além de alimentar esta ideia, na vossa to do list deste fim de semana. Ah e tal não vou sair de casa e não! Láálá, internet, meus amigos, internet, que também podem contribuir online! Pouco ou muito, isso não importa, o que importa sim, é ajudar que muitos tenham um bocadinho menos de fome no prato. ) 

26 novembro 2015

Baza, Adele!

Acho a nova música da Adele horrível. Assim horríiiiiiiiiiveeeeelllll. Parece que lhe vai dar uma coisinha má, uma espécie de desarranjo intestinal meets dor de cabeça excruciante. Mas ninguém lhe diz "Anda para a frente na vida mulher, já ninguém suporta essa gritaria deslavada por causa de sabe-se lá quem!". Adiante, adiante. Olá, faz-te à vida, adeus. "Hello?"... Oh filha, antes de ti, já andou o Lionel pelas ruas fora, a uivar "is it me you're looking for?"... Hello Adele, move on! Ou pergunta ao Lionel se teve sorte, mas pára de gritar! Páaaaaaraaaaaaa, p'lo amor da santa, caaaala-te!!!! Se tudo o mais falhar, um copo de tinto com xanax também se arranja. Credo! 

(quem não conhece o vídeo das 'txouriças ali do meme, que procure que vale a pena!) 

20 novembro 2015

O Mundo não é um lugar bonito.

Podia dizer que achei amoroso aquele vídeo em que o Pai explica ao Filho os atentados em Paris, em que acaba por dizer qualquer como os mauzões têm armas mas nós temos flores para os combater (Aaaaah, e que se tornou viral! Sim, porque porra, agora é tudo viral!!!! Ah e tal estava numa rede social, a malta em pijama botou "laique" e pumba, mimimimi lálálá viral. Está bem, whatever, adiante). Não que não tenha achado amoroso, que até achei. Só que o que mais gostei nem foi a parte da explicação do Pai... O que eu achei curioso (e sim, amoroso) foi a forma como aquele Menino tinha consciência de que o Mundo não é assim um sítio tão bonitinho. Prefiro mil vezes explicar à Francisca que há gente má até aos ossos do que a levar a acreditar que o Mundo é um sítio simpático, sem becos e vielas escuras. Que há um Mundo sem morte. Um Mundo sem doença. Sem dor. Sem sofrimento. Sem gente que é humana mas sem humanidade. Não que lhe diga todos os dias que o Mundo é uma coisa estranha... mas, prefiro responder o mais próximo da verdade, do que a fazer crer que as flores que foram deixadas em sinal de memória e respeito, servem para parar as balas das armas dos mauzões. Tudo porque acho que se educam as crianças para serem adultos... e até hoje, a Terra do Nunca, ainda não foi encontrada pelo meu GPS. 

17 novembro 2015

Francisca, a poliglota.

-Mánhe, sabes como se diz rato em inglês?
- Conta-me lá, Francisca. 
- Mouse!
- Muito bem! E gato?
- gáts! 
- E cão?
- Bobby!

(e é isto.)

14 novembro 2015

#prayforparis

Não foram as imagens de pessoas a fugir, a correr pela vida, que me impressionaram. Não foi a imagem de uma mulher, desesperada, pendurada numa janela, a fugir da morte com o pânico colado à pele, segura pelas mãos perante a queda da segurança. Foi sim,  a saída do estádio, ordeira, com todas aquelas pessoas sem medo, a mostrarem que são uma Pátria, a cantarem bem alto o Hino do seu País. Sem terem medo de mostrar que não têm (temos) medo. Também eu digo #prayforparis,pela liberdade, igualdade, fraternidade. Porque o medo e as armas não serão nunca uma religião. Quem mata em nome de um deus, torna o seu deus um assassino e ... #cecinestpasunereligion. 

13 novembro 2015

Vai tu (ser fit).

Comprei Nestum de Aveia e Caramelo para a minha rica cria. Achei que poderia gostar e assimcomássim, se já comia o integral, podia ser que alinhasse naqueles. Está bem óh Nelson... mandou-mos foi comer a mim. 
(provei e também me agoniei toda, blhac... uma 'ssoa tenta)

11 novembro 2015

Carta à minha Avó.

Tenho saudades tuas, Avó. A Francisca fala em ti, de vez em quando. Que foste para o céu, porque estavas muito doente e velhinha e a precisar de descansar. Estás no céu, Avó? Existe céu para lá do que os meus olhos conseguem ver, esta imensidão de azul sem fim, como a cor dos teus olhos? Será que olhas por nós? Será que sabes a agonia que nos acompanha nas últimas semanas, Avó? Dirias, provavelmente, para ter fé em Deus e que Ele não nos iria abandonar. Será que te abandonou a ti, Avó? Porque  te terá feito sofrer e levado sem tempo para tudo o que ainda querias fazer? A Francisca continua a dizer que aquele é o teu quarto, sabes? Quase não entro lá. A cama, a mesa de cabeceira onde pousavas o teu rádio para rezar o terço às sete ou ouvir os jogos do FCP... não gosto de lá entrar, raramente passo da porta quando vou a Casa. Este ano, levou-te de mim. Este ano, está a levar-me tanto Avó, a trazer-me tanta dor, tanta angústia... Não sei que faça com elas. Na maior parte dos dias, empurro-as para um canto qualquer, ignoro e sigo em frente. Mas às vezes, Avó, são como pedras que arrasto, pesadas no peito. Não sei onde estás. Se ouves o que te digo em pensamento. Se sabes quantas vezes penso em ti. Se sabes o quanto me culpo por naquele dia, cheia de pressa para ir trabalhar, não ter estacionado o carro, míseros 15 minutos da minha vida e estar contigo quando partiste. Até hoje, todos os dias, penso na relatividade e na importância das coisas. Tinha pressa, pensei que passava para te dar um beijinho ao final do dia e contar-te os meus disparates e do Nicky... Estavas sozinha quando partiste... Sentiste medo, Avó? Tenho tantas saudades tuas. Não sei onde estás... Mas, peço-te, que se houver alguma coisa para lá do que os meus olhos são capazes de ver e no que são capazes de acreditar, peço-te que não deixes o cancro levar-me também o meu Pai. Olha por nós, Avó. Tenho muitas saudades tuas...

Da tua rapioqueira.

Está (foi) bonita a festa pá!

De repente, tudo virou perito na interpretação da Constituição da República Portuguesa. Quase citam que tal referência à possibilidade x está prevista na linha h. 
Então e vós, Princesa sem reino, não opinais? 
Ora pois claro, por quem sois, eu cá também tenho de dar a minha opinião. Pode ser simplória, burra e sem fundamento, mas não faz mal, pelo andar da carruagem, vale tudo. Então isto é democracia ou não ?
Eu, pessoa que vota em pessoas e ideias, não em cores, símbolos ou slogans vazios, levantei o real fofo do sofá e fui votar. Porque era meu dever, porque também cá vivo, porque afinal alguém tem de governar isto, lálálálá mimimimi. Da próxima não vou, já aprendi a lição, que isto brincar assim, olha, não m'apetece. Mas pelo menos, já estou mais satisfeita da vida: cheguei à conclusão que o meu amado e adorado FCP foi campeão na época passada e não o gorduroso do Benfas... Como? Fácil. Juntou os pontos dele mais os do "Zbording" e foi peaners. Está bonita a festa... Ah, oh, aaaahh que nunca tal se tinha visto, a esquerda unida, ah oh, o êxtase.  Está bonita a festa, está.  Vamos a ver é se no afterhours, quando a pica da festa desaparecer, a boca souber a papel de música e o mundo se plantar à espera de acção e não só de reacção, vamos ver nessa altura se (ainda) somos capazes de dizer "foi bonita a festa, pá!".