Recebi umas cuecas fio dental azuis da minha sogra para me dar sorte (WTF???). Consegui, no último dia do ano, partir um dos "copos da quermesse"!
Nailed it!
Recebi umas cuecas fio dental azuis da minha sogra para me dar sorte (WTF???). Consegui, no último dia do ano, partir um dos "copos da quermesse"!
Nailed it!
Que seja de começos, de recomeços, de finais, de princípios, de sorrisos, de lágrimas, mas sobretudo, que seja de vida.
"Então, que seja doce"!
Foi um Feliz Ano Velho. Que seja um Feliz Ano Novo.
"Enquanto somos crianças, vamos aprendendo as regras básicas da vida em sociedade. A escola, os pais, a família alargada, as pessoas que nos rodeiam, vão transmitindo (espera-se!) aquilo que são os princípios de convivência social. Uma espécie de dez mandamentos em versão cívica. Não matarás, não roubarás, não comerás com os cotovelos em cima da mesa. E como diria o outro, e muito bem, it takes a village.
À medida que vamos crescendo, é necessário aprender a dominar outras linguagens para não sermos triturados por uma comunicação mal sucedida. Encontrarmos a melhor forma de lidar com o Toninho do 9ºC, que decidiu ir-nos à tromba (agora chama-se bullying, tenho de me actualizar), saber como cantar a canção do bandido à Sara Marisa das mamas grandes, dizer as palavras certas ao nosso chefe para nos mantermos à tona lá no trabalho. Isto implica conhecer os códigos de conduta, dominar a linguagem não verbal e saber como, aqui e ali, desferir um soco rápido rezando para que seja suficiente (mais no caso do Toninho, se ele não vier com os amigos).Para quê esta reflexão aturada e profunda? Bem, porque quando temos putos, passamos a jogar um campeonato ainda mais complexo e impiedoso: a etiqueta parental. Passo a explicar. Se o puto está a brincar no parquinho enquanto um gajo lê o jornal no banco mais próximo, e no mesmo parquinho também está o pequeno Sancho com a mãezinha, temos uma situação sensível de etiqueta parental a cumprir, ou a desrespeitar. Começamos logo por aí. Um tipo não pode estar placidamente a ler o jornal enquanto o puto brinca, ainda que, claro está, com um olho no burro e outro no cigano. Naaão. Temos que estar à beira do petiz, perscrutando cada movimento à procura do mínimo sinal de alarme. Fica aqui ao pé da mãe, amor. Olha o buraco. Não subas que é alto. Não desças que é baixo. Anda beber água. Anda comer o pãozinho. Não vás para aí. Olha que cais. E ao fim de um bocado, esse olhar perscrutador já anda em busca do progenitor desnaturado que não está, como ela, de olhos fixos no puto.E se, nesta fúria protectora, o puto cai e começa a chorar, e um gajo ainda demora uns segundos a dobrar o jornal? Ui. Um gajo parece um pária, um excluído do mundo dos progenitores. Como pode o petiz estar mais de 1,5 segundos desamparado? (para não falar das multas da brigada do ai-jesus por o puto andar de triciclo sem capacete e joelheiras e luvas e o camandro).Mas não ficamos por aqui. Obviamente que o pequeno Gui não pode estar simplesmente a brincar; tem de beber água, comer um lanchinho, uma lambarice. E o nosso puto também vai querer, claro. E depois lá tem um gajo que interromper novamente a leitura para dizer que não, obrigado, o puto já comeu e não quer um danoninho ou um bocado de bollicao ou beber da água do pequeno Caetano. Ou então interromper a mãezinha que, sem perguntar nada, tomou ela própria a iniciativa de dar suminho ao menino, coitadinho que também quer. Acho que vou por uma placa ao pescoço do rapaz: É FAVOR NÃO ALIMENTAR O PUTO.E depois a pièce de résistance. Qual é a coisa mais provável de acontecer entre putos de 3 ou 4 anos quando estão a brincar? Isso mesmo, andar ao sopapo. Mas atenção às subtilezas. Se se engalfinham, é obrigatório intervir, mesmo que não chorem, mesmo que pareçam estar a resolver a coisa entre eles. Um dos motivos mais frequentes? O Matias é incapaz de sair de casa sem um monte de carrinhos e bonecos e o raio que depois servem de pomo da discórdia. Irra. Vão para a rua, levem os sapatos. Ponto. Uma versão dos sopapos é o pequeno Vicente ser um estuporzinho litigante que distribui porrada por dá cá aquela palha, e que tem uma correspondente mãezinha que não vai além do então, amor, não se faz… pede desculpa ao menino… e que só acalma com um evil eye que diz fazes isso outra vez e levas no focinho. Muito útil, essa técnica, recomendo. Mas sempre numa altura em que a mãezinha não esteja a olhar, não queremos cá incidentes diplomáticos. Deus nos livre. "
pelo Pai Anónimo, no Eu, Mãe, aqui
(estava a ler isto, que supostamente é a versão masculina e caiu-me a ficha que sim, de facto, devo ter um défice qualquer, hormonal ou assim, será grave? É que me revi neste texto não no lado da Mãe fofinha mas no do Pai Anónimo, óh-meu-deus-não-sou-fófinha!!!! Já agora, confirmo que o olhar de "volta a fazer isso levas e no focinho faz ma-ra-vi-lhas!)
Fui ver o que era a "Maria Capaz". Ou quem era. Diz que "Maria Capaz é uma plataforma de ideias, um espaço de afirmação da mulher portuguesa e de discussão da condição feminina a nível global, analisando a actualidade informativa e dando palco a todas as mulheres, conhecidas e anónimas que tenham trabalhos válidos e que pretendam dar-lhes visibilidade."
Tinha tudo para correr bem, até ler ali a palavra "condição". Condição feminina?!?! Estamos no século XXI, vivemos num País onde felizmente as Mulheres são tratadas em pé de igualdade (ou pelo menos, assim reza a lei). Posso conduzir, posso dar a minha opinião, posso votar, posso estudar, posso ter filhos, posso não ter filhos, posso casar-me, divorciar-me, viver junta, viver sozinha, usar calças, usar soutien, queimá-lo se me der na telha, posso, basicamente, fazer o que me apetecer dentro dos limites da vida em sociedade e da lei. Somos um dos países onde a taxa de literacia feminina é muito superior à masculina. Se a vida é mais injusta para as Mulheres? Sem dúvida! Se a vida é bem mais fácil no lado XY? Acredito que sim. Se, infelizmente, há muitos sítios do planeta onde as Mulheres são tratadas como seres inferiores ou com um futuro muito definido, castrador ou limitado? Sim, infelizmente há. Mas não na realidade Portuguesa que eu conheço e aqui faço a ressalva da realidade em que eu felizmente vivo (assim como aquelas duas peças que fizeram a plataforma online, não me lixem). Claro que o Chefe fica de trombas porque a canalha está doente e até costumam chamar a Mãe primeiro (felizmente não me acontece que a minha Chefe até é muito compreensiva), claro que se uma Mulher tem sucesso vem logo a piadinha que ali chegou a troco de favores de uma certa ordem e não por mérito. Mas nós Mulheres, não fazemos também esse género de piadas, juízos de valores? Sim, fazemos e até somos, se quisermos, muito piores. Cabe a cada uma defender-se, lutar pelo que quer e vingar. E isto é válido para XX e XY. Esta coisa toda só me faz lembrar as paradas gays, que eu acho ridículas... Eu não tenho nada a ver com a sexualidade de cada um, nem tão pouco me interessa se gostam de homens, se de mulheres, se de ambos. Não me diz respeito, é do foro privado e pessoal de cada um, manifestar isso porquê? Sim, todas somos Capaz. Mas serão os ensaios literários ou fotográficos a fazer-nos mais Mulheres, mais capazes? Talvez não, talvez isso se faça no dia-a-dia, no que cada uma escolhe fazer da vida e com ela, sendo que tão Capaz é uma Mulher que decide ser Mãe, cuidar dos Filhos e educá-los em casa, como aquela que decide não o ser e é CEO de uma qualquer empresa. Já passamos a fase de queimar soutiens... Porque, enquanto nós Mulheres acharmos que há qualquer coisa para afirmar, para manifestar, é porque ainda nós próprias nos achamos inferiores, nos consideramos menos capazes. Somos diferentes, mas isso, somos todos uns dos outros... homens ou mulheres. Eu não tenho uma "condição feminina", eu sou Mulher.
Fui ver os saldos (online gente, online, que a vida no campo não se compadece com idas a shoppings, que cá não há disso, esses luxos consumistas do demos (uáiiii, uáaaaai????) …). Vi uma série de coisas, todas giras e algumas, seu doido Tio Ortega que está um mãos largas, 10 euros mais baratas, outras 7, outras 2, 2 euros a menos!!! Tanta pechincha, os meusjólhos quase se vidraram de moção com tal bondade. Maneiras que sim, vi muita coisa e no final do meu passeio virtual, fechei a página e disse:
"oh... não preciso de nada….".
Está bem então, devo estar meia falecida ou assim e ninguém teve a bondade de me avisar.
Todos (quase, vá) têm grandes resoluções para o ano que vem: ser mais saudável, correr uma meia maratona, viajar, poupar mais, ser feliz e beber caipirinhas (ou gin, que está na moda) ao luar com uma fogueira na praia e mimimimi. À minha volta, parece que toda a gente está resolvida da vida, resolução para cima e para baixo. Ouvir mais que falar. Ouvir mais do que falar. Ouvir mais. Falar menos. Talvez seja a minha resolução de Ano Novo. Aprender a ouvir mais e a falar menos. Não que fale muito, não que não saiba ouvir. Mas este ano ensinou-me que, muitas vezes, melhor que falar é ouvir. Por razões muito diferentes mas tão transversais que vão desde o estar lá e ouvir é o melhor que se pode fazer até ao célebre ditado que versa que "pela boca morre o peixe". Falar menos e ouvir mais.
E, sobretudo, quero poder continuar a encher o pote das moedas para levar a Francisca à EuroDisney. O pote que comecei a encher quando deixei de fumar (vá, mais ou menos, ainda fumo um outro cigarro que isto aqui não se vendem milagres, sim?).
Simples.
[há um filme composto de fotos numa rede social que se auto-intitula como capaz de mostrar como e o que o meu ano foi. não, o meu ano não está ali. o meu ano ficou-me gravado em sítios distintos. não foi, nem nunca será, propriedade de quem no caminho se cruza e indaga. não, o meu ano gravou-se em sorrisos e lágrimas, entre tantas outras coisas boas e umas quantas más. guardei-o em sitios que não se traduzem em 0 e 1 e não à disposição para o público ver, aplaudir ou achincalhar. um dia, quando a memória dos dias me falhar, sei onde armazenei a cor dos dias que não quis esquecer. talvez esteja mesmo a ficar velha, mas cada vez mais, guardar é um verbo que me faz sentido]*
Ato ou efeito de vigiar ou cuidar das coisas.
*(dias/ano)
Hoje é o dia mais curto do ano. Hoje é a noite mais longa do ano. Acredita-se em muitas culturas que o solstício de Inverno é o renascer, o triunfo da luz sobre a negra noite, uma vez que doravante os dias ganharão mais tempo, e a luz vencerá a escuridão.
O meu Pai nasceu há 59 anos, no dia mais curto do ano. O meu Pai traz com ele esse lado taciturno de certa forma: não é homem de beijinhos, abraços, manifestações de carinho. Guarda-as, hoje em dia, todas para a Neta, a Menina dos seus olhos, o seu "Menino Jesus da Cartolinha". O meu Pai não se ri nem sorri muito, mas quando o faz, faz com vontade e alegria genuína. Traz nele, também, essa capacidade da luz se sobrepor sempre à escuridão, embora ache que ele não o sabe. Por onde e com quem se cruza, ninguém lhe fica indiferente: é um Homem acarinhado, respeitado e que faz, à sua maneira, a diferença na vida de muita gente. Traz nele aquela calma de quem sabe que não há noite sem fim, não há noite sem dia e que o Inverno nunca será o fim, nem tão pouco o princípio do fim.
O meu Pai faz hoje 59 anos.
Parabéns, Pai!
Feliz Solstício de Inverno!!!