Quando era mais nova (não que seja velha, mas pronto) ria-me quando o meu Pai dizia que as viagens o cansavam. Que o ir e vir a Trás-os Montes, a sua Casa, e fazer 300 km no total, o desgastavam fisicamente. Ria-me e pensava que esse dia não me bateria à porta. A juventude na metade da idade que hoje tenho é muito engraçada na sua ideia de invencibilidade, imortalidade e cansaço é coisa que não assiste. Os 900 km que representam ir a Casa e voltar ao campo, desgastam-me. Cansam-me. São muitos anos em cima a fazer este trajecto Cidade-campo-Cidade-campo. Acho que até os fios de cabelo me pesam hoje. Claro que o facto de descarregar a mala do carro, coisa grande e muito jeitosa para se um dia precisar de transportar corpos, também não ajuda. É que além do exército de bonecada que a Francisca trouxe, há ainda as pérolas da senhora minha Mãe, que acha que eu tenho de trazer tudo o que lá por casa andar, coisas como leite, pão e queijo. Mas quando digo agora ao meu Pai para vir a minha casa, já não me rio quando ele me olha e pergunta se acho que tem 20 anos para alombar com 900km em dois dias. Não tem ele… nem eu.
09 junho 2014
Pesa-me o cabelo.
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1 comentário:
O meu normal para ir a casa é fazer 400 no mesmo dia, em fins de semana bons consigo lá ficar e fazer em dois dias. Digo-te que nas viagens de um dia só também me dói tudo, dói a alma, dói as saudades e mais os ossos que nem sabia que tinha! Não dói a mini Ce que dia sim dia não, me diz "quéo ir à bó taça"!
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