(Francisca teve um dia de aniversário muito bom. Quando acordou, pediu se hoje podia ter outra festa. Francisca tem medo de andar na sua bicicleta nova, com chestinho e campainha, mas gosta de andar com o capacete. Francisca está quase recuperada da cirurgia. Respira melhor, agora. Com o tempo e o "resto", respirará ainda melhor. Francisca já tem 3 anos. E está, aos meus olhos, uma Princesa mui sui generis. De verdade.)
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31 agosto 2014
Foi (também) assim que Francisca fez 3 anos.
30 agosto 2014
O arco íris (de Passarinho)
No dia em que a Francisca nasceu, lembro-me de ver pela enorme janela do quarto do Hospital, após um aguaceiro de Agosto, um grande e lindíssimo arco-íris. Perfeito. Radioso. Demorei 3 anos a conseguir lembrar-me deste pormenor. Ontem, ao cruzar uma das pontes do meu rio, vi um arco-íris e voltou-me à memória esse detalhe d(O)esse 30 de Agosto. Um arco íris para ti, Francisca. Com todas as cores, para ti, só para ti, Passarinho. Nasceu naquele dia, contigo, um arco íris. E coloriu para sempre o meu coração em tons que os olhos não vêem mas se sentem e que são apenas teus e meus, meus e teus. Um arco-íris para ti, Passarinho. Sempre, para ti.
28 agosto 2014
Já (quase) passou.
(a coisa mais dificil que fiz até hoje foi deitá-la na marquesa e ficar a dar-lhe a mão, enquanto via a anestesia fazer efeito, os olhos revirarem e depois um sono profundo. Dar um beijo rápido e um "portou-se muito bem, Mãe!" enquanto me "empurravam" para fora do bloco operatório. Curiosamente, naquele mesmo hospital mas num bloco 2 pisos acima, entrei com a Francisca no meu ventre e saí com ela aninhada no meu peito. Desta vez, saí de braços vazios e coração em suspenso. Francisca voltou para os meus braços num acordar de anestesia muito sobressaltado. Mas, mais uma vez, saímos juntas, com Francisca a agarrar a minha mão com uma força férrea).
Já passou. Quase. Falta um bocadinho. Mas já quase passou.
26 agosto 2014
Update
( Corre tudo bem. Dentro do esperado, corre(u) tudo bem. O Valentim falante veio ajudar a recuperar. Francisca vai ficar bem. )
24 agosto 2014
23 agosto 2014
[coração/razão] *
[Gostava de ter coisas inspiradoras, bonitas, encorajadoras, engraçadas, motivadoras e por aí para escrever. Não tenho. Falta-me, por estes dias, a vontade de partilhar em linhas. Como, por exemplo, que amanhã a Mofli faz 5 anos. Não tenho prosa em mim, por estes dias. Falta-me a vontade de escrever, de falar. Sobra-me vontade de guardar. Olho lá para fora e vejo o meu céu e respiro bem fundo de cada vez que cruzo a Arrábida, a minha ponte. Não sei porquê, mas de todas as pontes, a Ponte da Arrábida é a que me é mais minha, Rio e Mar, Mar e Rio. Mas, por estes dias, perdi a vontade de escrever. De partilhar tudo e o tanto que trago cá dentro. Cheguei à conclusão que não tenho nada de inspirador para contar. Ou de motivador, ou de empreendedor, ou qualquer dessas coisas da moda. Por estes dias, sou frágil e de carne e osso e de sangue veloz e com muitos medos que tenho de guardar, esconder, mitigar, em silêncio. Respiro fundo, uma e outra vez. Todas as que forem precisas.]
*No meu Mundo, este símbolo [ ] é usado para definir concentrações. Não sei qual a concentração mas sei que a unidade é coração/razão, uma espécie de mg/mL da Vida.
22 agosto 2014
Sometimes I get lost inside my mind
[Sorrir é-me um reflexo. Dou por mim muitas vezes de sorriso sem vontade de o ter mas é como uma capa de protecção, tipo guarda-chuva do que não me interessa. Tenho muitos, todos diferentes e únicos and nobody knows it but I've got a secret smile ou até muitos. No fundo, sorrir é-me um reflexo e eu gosto porque tenho sempre um guarda-chuva. Também porque não há paxorra para gente trombuda e sempre com cara de cú. Apoquenta-me gente assim. Quanto mais não seja, um sorriso serve sempre de guarda chuva para coisas que não interessam ao Menino Jesus. Já dizia o outro... "smile, it drives people crazy".]
19 agosto 2014
Sometimes I get lost inside my mind.
Não nasci assim, mas sou assim. Quando algo me inquieta, me atormenta, me preocupa ao ponto de me levar o sono, calo-me e fecho-me em mim. Falo comigo, muitas horas, na minha cabeça. Pergunto-me e respondo-me, no que chega a roçar a insanidade. Sou assim. Calo-me. Fecho-me. Reservo-me mais, brinco menos, sorrio menos. Perco-me na minha cabeça, em debates sem moderador, horas a fio. Fico calada, nestes monólogos da razão sentimental e do sentimento da razão. Preocupa-me saber que a Francisca vai ser operada sabendo no entanto que é uma coisa simples e que ao lado da tormenta que muitos Pais passam isto é um beliscão. Mas a Francisca é a única que sabe como bate o meu coração, que o ouviu como mais ninguém jamais o escutou. Fico calada, durante longos períodos, absorta nestas discussões que se geram em mim. Ralho-me, repreendo-me, mimo-me, acalmo-me, tudo em silêncios de altos decibéis. Porquê? Não sei. Não nasci assim, não fui sempre assim, mas sou assim. Sei, sobretudo, que passará. Quando a abraço de manhã, quando ela se abraça a mim e me pede macaquinho, sei que sim, que isto passará. E sei, com uma certeza inabalável, que os meus braços nunca deixarão de ser fortes o suficiente para a abraçar nem que o meu peito será pequeno demais para ela se aninhar.
18 agosto 2014
13 agosto 2014
12 agosto 2014
I'm only happy when it rains*
Cheguei à conclusão que sou mais feliz quando chove. Ou talvez seja, Não concluo nada em absoluto e muito menos em particular but I'm only happy when it rains. Não suspiro pelo calor abrasador, pelos corpos semi-nús ou semi-vestidos. Quero pouco saber de bronzes e praias e sunset party. Deslarguem-me, deixem-me em paz com esses nhónhós. Sou, talvez, mais feliz quando chove. Tantos dias de sol seguidos neste céu sempre tão azul já me ferem a alma, habituada ao quente cinza e ao nevoeiro. Sou, quiça, mais feliz quando chove. Passo as noites com pesadelos dos quais não me consigo muitas vezes lembrar quando acordo. Fica apenas a sensação de vazio no peito, de pesado no peito, da cabeça cansada porque em vez de sonhar pensou noite dentro. Sou, porventura, mais feliz quando chove. O Robin Williams morreu. Matou-se. Fez rir mais de meio mundo, durante mais anos dos que eu conto, mas não foi capaz de fazer com que a vida lhe sorrisse de volta, envolta no fantasma da depressão. Pelo menos, tal se diz E no meio deste non-sense todo, acho que sou mais feliz quando chove.
* uma excelente música de Garbage, prescrita para ouvir bem alto, faça chuva ou faça sol. I'm only happy when it rains.
08 agosto 2014
07 agosto 2014
Portuenses são os mais felizes da Europa*
"A Smart em parceria com o Instituto RheinGold, realizou um estudo que visava descobrir quais são as cidades da Europa em que os habitantes são mais felizes. Os portuenses tiveram a melhor pontuação.Foram inquiridas 3269 pessoas em 31 cidades. A grande vencedora foi o Porto, a única cidade a alcançar os 86 pontos numa escala de zero a cem — Hamburgo ficou logo a seguir com 85.Para além do Porto e Hamburgo, Munique e Barcelona são as únicas cidades com pontuação acima dos 80. Lisboa não conseguiu chegar além dos 71 pontos . Marselha foi a cidade com menor pontuação, fincando-se pelos 58. A média de felicidade dos cidadãos europeus é de 74%.No geral o estudo mostra que os cidadãos europeus são felizes. 76% das pessoas pretendem manter-se na cidade onde vive e 65% não se imagina a viver em outro sítio.O estudo assenta em alguns critérios que ajudam a perceber o que faz feliz os citadinos. A casa, a infraestrutura abrangente, a diversidade e os contrastes sociais e a vitalidade das cidades são alguns dos factores que tornam agradável a vida urbana."
* mais nada, tudo dito, até babo! Razão tem a Piquena, que diz que quer ficar lá
Francisca, a campónia...
Senhora minha Mãe ligou-me ontem, mui afita, a informar que a minha Cria tinha pedido ao Avô para ir ao Shopping*. A aflição da senhora passava por ser próximo da hora de jantar e saber que eu sou verdadeiramente chatinha com o que dão de comer à Piquena, que junk food de vez em quando não é todas as semanas. Lá lhe expliquei que existiam imensos sítios onde podiam ir (os meus Pais são muito pouco dados a comida de Shopping, foram mesmo para fazer a vontadinha à Menina) e que serviam perfeitamente para a piquena criatura comer decentemente. Passado um par de horas, senhora minha Mãe volta a ligar-me. Em música de fundo ouvia-se a Piquena a cantar "Eu fui ao shoooopping, eu fui ao shoooooooooooppiiiiiing. E o Bubu deu-me um carro grande de corridas!!!", com verdadeira alegria na voz. Sim, onde nos desterramos não há shopping que nos valha. Maneiras que fiquei a pensar, após tamanha declaração de vitória da Piquena, que Francisca está a modos que a ficar um bocadinho... campónia. Fez-me lembrar um episódio, numa das vezes em que foi a Lisboa e já falava decentemente, que ao passar a Vasco da Gama disse solenemente "uaaaaau, tantos carros". E é isto.
*nota: a primeira vez que Francisca foi a um Shopping, já devia ter uns dois anos ou muito próximo disso. Não porque na altura não estivessem à disposição, mas simplesmente porque me fazia (e faz) confusão ver bebés pequeninos, alguns de semanas, a passear no belo do Shopping. Atrofia-me as sinapses, fazer o quê?
p.s- é mesmo minha Filha carago! Dêem-lhe Shopping e carros de corridas e é a felicidade pura!
06 agosto 2014
Fur(ia)la...
Fui espreitar os saldos online da Furla (mas 'pra quêeeeee, 'pra quêeee senhores, ai que consumição agora me assola, que afrontamento,pra quêeeee). Descobri estas Penélope com 40% de desconto... Qua-ren-ta! A loucura, uma pechincha, 40% off!!! Depois, bem depois, reparei que o preço mostrado era já o de saldo, com os tais 40% a menos (mas 'pra que fui eu ver, dizei-me, 'pra quê!!!!). Soltei um impropério e fiquei com a fúria de ter ido cuscar o site da Furla. Mas pronto, não se paga para ver e eu até que nem era esquisita na combinação de cores, qualquer uma me servia... excepto no bolso.
05 agosto 2014
Meu querido mês de Agosto.
Agosto é-me muito querido, muito doce, muito terno. Agosto fez-me Mãe, nos seus últimos dias. Agosto é mês de voltar a Casa, mês por tradição de emigrantes, que regressando temporariamente às suas terras, vibram com tudo o que Portugal lhes oferece: família, festas, comida como gostam. Voltam temporariamente e se temos mais um banco novo em que o Estado enterrou milhões ou se pagamos mais impostos e nos sobra sempre mês e falta dinheiro, a eles não fará diferença na alegria que sentem no regresso. Vibram porque apenas o bom vêem, nos olhos e corações marcados pela saudade. Dos emigrantes que conheço, numa lista que cresce de dia para dia, há os que sonham um dia voltar e os que já aceitaram que não o farão. Nem eles, nem os filhos, muito provavelmente já nascidos fora deste Jardim à beira mar plantado. Não emigrei de vez mas sou estrangeira no meu próprio País, saída da minha Cidade. Sou estrangeira nas ruas por onde passo todos os dias. Achei que com o tempo o sentimento de "não pertença" me passaria, mas não. Já me habituei a ser turista-migrante onde moro. Já não me importo. Volto a Casa com a mesma alegria com que os emigrantes regressam à sua Terra, mas eu tenho a vantagem de ser migrante neste Portugal tão pequeno e grandioso e Casa estar à distância da minha possibilidade e vontade de ir. Francisca está com os Avós. Francisca diz que não quer voltar, argumentando, do alto dos seus quase 3 anos, que ali é mais bonito. Até poderia refutar a constatação da Piquena se algo houvesse para o fazer, mas Francisca apenas constatou o óbvio. Lá é mais bonito. Lá é mais meu. Lá, é e será sempre, mais nosso. Aqui, seremos sempre (e)migrantes. Mas não faz mal. Lá, a Norte, será sempre Casa. No final deste querido mês de Agosto que é teu Francisca, vamos a Casa de novo. Onde é mais bonito.
03 agosto 2014
Pardon my french
Somedays are shitty days. Somedays I feel like shit. E há aqueles, em que ambos se juntam. Férias: fim. Carro: f@deu-se. Trabalho: à espera e sem modo off. Francisca, vai ou fica, fica ou vai?Levo o meu coração ou deixo-o (a)? São 455 km, sem carro, malas, confusão mas Francisca o meu coração, a luz dos meus olhos. Ser Mãe não me impede de ver que o tanto que a quero junto a mim se confunde com egoísmo de a querer bem perto de mim, sujeitando-a a aventuras que não me parece estar à altura de a enfrentar. Sei que fica no melhor dos colos e mimos e cuidados. Há dias de merda. E eu hoje, sinto-me uma verdadeira merda. Com todas as letras: merda.
01 agosto 2014
A playlist de Francisca on the road.
Consta de pedir uma única música. Ad nauseum. "Eu nãaaaao quero iiiiir à máaaaaquina zeeeeero". Bem, pelo menos escolhe não só música portuguesa como o Ruizinho, seu (nosso) congénere Tripeiro. Ah, criancinha do Norte, carago!