Já há várias semanas que não via a beleza do nevoeiro. Lá fora, agora, não se vê um palmo à frente do nariz. A minha vida é, muitas vezes, uma espécie de nevoeiro para mim própria. Sem ser certinha, programada, tudo se sucede numa série de coincidências inevitáveis e aleatórias, irónicas, por vezes. Porque o nevoeiro não delimita sombras nem entraves, mas também não permite antecipar obstáculos, acabo muitas envolta no mesmo e em colisões frontais com a realidade. Porque há dias em que também toda eu sou nevoeiro por dentro. Calma, densa, fechada. Sem esperar um Dom Sebastião.
Anda para as terras que te viram nascer que vais enjoar de tanto nevoeiro :D!
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