04 janeiro 2012

Do dar tempo ao tempo...

Ouço esta expressão muitas vezes. De pessoas queridas, Amigas, de pessoas que se preocupam comigo... "Dá tempo ao tempo...". Mas, at the end of the day, o que é suposto acontecer por dar tempo ao tempo? 
Quanto tempo se dá ao tempo para que tudo passe, para que o que era volte a ser? Uma semana, um mês, 14 anos? Quanto tempo se dá ao tempo para que o mesmo volte a colocar tudo no seu lugar, onde pertence, de onde nunca deveria ter saído? 
Penso naquelas escadas em caracol intermináveis que por vezes surgem nos meus sonhos, em que as tento subir e chegar ao fim da escadaria. Mas ela nunca acaba, nunca chego ao sítio onde deveria chegar. Continuo sem saber o que me espera ao cimo dessa interminável e penosa caminhada... E subo, um a um, todos os degraus e penso sempre que o último que subi seria o último. Mas não é. E dizem-me: "Dá tempo ao tempo..." 
Mas, em dias como hoje, começo a achar que o tempo que dou ao tempo, me rouba tempo a mim. Muito tempo, demasiado
E que nunca, nunca, vou conseguir perceber o que está no topo da escadaria sem fim...
Imagem: parte do quadro: The Persistence of Memory Salvador Dalí (Spanish, 1904-1989) 

3 comentários:

  1. Nada de pessimismos. Usa o mesmo humor com que escreves para viveres a vida. E corta a palavra "nunca" do teu dicionário. Um beijinho grande

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  2. o que é preciso é calma... como os velhinhos diziam, o que é teu a ti virá... beijinhoss

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  3. "Dar tempo ao tempo" por vezes é difícil, mas um mal necessário.
    E sim, tenho a certeza que conseguirás ver o que está no topo da escadaria.
    Beijinhos enormes, nossos*

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