15 dezembro 2015

Dos dias que (es)correm...

Na vertigem da doença do meu Pai, no ferro agreste que nos marca de mortalidade, aprendo em e no meu silêncio a melhor forma de gritar a minha dor. Sem som. Sem choros. Sem merdas acabadas em diminutivos (não se diz "coitadinho, tem um cancrozinho" seriously?!?) ou frases feitas ( "deus só nos dá o que podemos aguentar". fuck off, sim? 'gradecida). Em silêncio, de mim, entre mim e para mim, num absoluto ato egoista de gestão de emoções, passam as horas que não se atropelam, numa ordeira cadência do tempo e o mundo continua a girar. Eu, em silêncio, respirar fundo. Tantas vezes quantas as que forem precisas. Não teria futuro nas novelas mexicanas ou em revista cor de rosa: sofro em decibéis muito baixos, com parcas e poucas palavras e sem audiência para as aplaudir, neste que é o meu desajeito para saber sentir. E será assim, também, que vou celebrar quando tudo ficar bem, em silêncio, na minha frequência, neste meu silêncio profundo de um, talvez, desajuste emocional, inaptidão de expressar a alma. Assim, sem alaridos, longas dissertações, dissecações explosões ou exposições. E sempre, tanto quanto possível, sorrindo de frente à dor. 
Claramente, não tenho futuro como drama queen. 

5 comentários:

  1. Deixa, já há que chegue. Força <3

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  2. Posso deixar um beijINHO? :) E um abracINHO?
    Não? Então deixo-te um beijo e um abraço... apertaINHO!! :*

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  3. Mas não tens inaptidão nenhuma para expressar a alma. Que texto BELO! ABRAÇO!

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  4. Força querida amiga.
    Um beijo grande

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  5. Um beijinho gigante e estou cá para tudo o que precisares... Tudo mesmo!

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