25 maio 2015

O cão da (dis)(con)córdia.

Estou a tentar adoptar um cão para os meus Pais. Depois de a Lilica ter morrido há 4 anos foi tal o desgosto e dor que nunca mais quiseram nenhum. Nem sequer ouvir falar. Mas, nos últimos meses, fui mandando assim umas coisas para o ar a ver se pegava. A minha Mãe já estava com vontade de ter uma companhia e assim "comá-assim" quem manda lá em casa é ela, comecei a tentar encontrar um que achasse que se encaixava na vida deles. 6a feira, ao passar olhos numas fotos, vi-o. Hoje, estive a ouvir o meu Pai reclamar comigo durante 44 minutos ao telefone. Que não queria o cão. Que não queria um cão*. Que mimimimi e eu e as minhas coisas e mimimimimi que lhe dava sempre a volta e mimimimi tu e a tua Mãe e mais o cão (não percebi esta parte mas também não interessa, deve ser algo na linha do só me lixam o juízo) . Enquanto o meu Pai fazia de conta que estava chateadíssimo e me desbroncava pelo telefone, a minha Mãe ia-me enviando emails com o guião, já todo pensado por ela, dizendo o que devia dizer ao meu Pai. "Agora diz-lhe que já o tens!" "Agora manda-me foto que eu vou mostrar-lhe". Sim, somos uma família bastante funcional, dúvidas houvessem. Ao fim de 44 minutos, fartou-se, foi ver de novo as fotos do bicho e foi corrigir testes, já assumindo que será o novo dono do patudo.  Agora só espero que o bixinho ainda esteja para adopção. Não porque lhe queira mal e que não queira que arranje uma casa, mas é que agora eu já lhe arranjei uma e sei que vai ser tratado mesmo mesmo muito bem. 
* o meu Pai nunca quer nenhum animal de estimação. Até lhe aparecerem à frente e passarem a ser, também, um dos seus "ai Jesus". Foi assim com todos. Não é defeito, é feitio.  

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