A era dos "fast-heroes": heróis, modelos e inspirações fabricados overnight. Abracadabra, crio enquanto falo e já está. Afinal, o que é ser uma inspiração, um modelo a seguir? Fabricam-se mitos, heróis, deuses e inspirações overnight, servem-se frescos pela manhã, em ovações de palmas ensurdecedoras para logo morrerem nas horas decantes da noite, enquanto outros estão na calha, prontos a sair e deitados às ruas para o aplauso curto mas que tudo vale na existência peculiar dos dias. Algures, nos tempos que correm, deparo-me com o silêncio de muitos. Atónitos, como eu, sobre o que realmente faz sentido, leio a elegia do Ser, leio o elogio do non-sense Admito a minha falta de capacidade de encaixe, admito até, talvez, a minha burrice, a minha falta de inteligência, sobretudo a emocional, sub-dotada em muitos aspectos. Fico em silêncio. Como um filme em fast forward, as "inspirações" passam-me em frente aos olhos. Tão rapidamente fabricadas como esquecidas. Por vezes, lembro-me da minha Avó, uma Mulher admirável, mas tão ciosa do seu espaço e identidade, do seu recato, de apenas mostrar os ensinamentos do que notável fez e não de si, sem desejos de aplausos de terceiros desconhecidos. Vivo nos dias de um admirável mundo novo, mas em nada parecido com o que Aldous Huxley "me" mostrou.
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