26 novembro 2014

Para memória futura.

Francisca, 
Não tenho grandes ensinamentos para te deixar, passar, transmitir. Cada vez mais, estou em profundo crer que sou uma espécie de "brócullis" andante e que vais pelo mesmo caminho, com esta tua Mãe, que tem a mesma paciência para frosquices que tem para pantominas à coroa. No entanto, deixo-te este alerta para a tua vida futura: desconfia sempre de gente que nunca se passa da marmita e manda um merda, @uta que pariu ou f&da-se. Quando lhes estiverem a apertar os calos e tal não lhes sair da boca porque sentem as entranhas revolvidas, desconfia. Não que não possam ser boa gente mas diz-me a minha mísera experiência que são mais de confiar aqueles que de vez em quando põe o coração na boca. Não mastigam tanto a vida e a quem por ela lhes passa, percebes?
Não te atrevas, no entanto, a dizer estas belas palavras do vocabulário português tão cedo, terás a tua vida adulta toda para as destilares com quem te mói o juízo. Nunca te deixes pisar. Nunca te sintas inferior. E desconfia sempre dos nhónhós, dos que tanto se lhes dá como se lhes deu.  
A tua Mãe. 

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