17 março 2014

Dizer "bom dia" por estes corredores…

Durante muitos anos, trabalhei em Institutos grandes (e grandes Institutos, já agora). Dizia "bom dia" ou "boa tarde" a quem conhecia. Muitas vezes, apenas um aceno de cabeça, como que a dizer "vi-te, mas não tenho tempo para falar". Não sabia o nome de metade das pessoas que por mim passavam. Não havia cumprimentos. Nos cruzamentos do entra e sai da mesma porta, dizer um "bom dia", "boa tarde" ou "boa noite", era raro. A quem conhecia, sempre. Mas a desconhecidos ou aos só-conheço-de-vista, sinceramente, não me lembro de o fazer. Ou de ser cumprimentada só porque sim. Quando passo pelos corredores do sítio onde agora trabalho, raro é cruzar-me com alguém que não me diga "bom dia", "boa tarde" ou "boa noite". Alguns acrescentam um "como está?". Não lhes sei o nome. Também não sabem o meu, quase de certeza. Nem tão pouco sei o que fazem, excepto as senhoras da limpeza, que reconheço pelas batas que usam. Mas não me importa saber a posição, o grau, o que fazem, como se chamam. Simplesmente, há qualquer coisa de mais humano neste cuidado de saudar quem comigo se cruza. Talvez advenha de haver mais tempo, menos pressa, mais vagar. Não sei. Mas sei que gosto de cumprimentar e de ser retribuída. Ou de ser cumprimentada e responder um "bom dia". Ou um "boa tarde". Ou um "boa noite". Não tira pedaço. Nem rouba tempo ao meu dia. Dá-lhe sim, uma dimensão mais humana. Mais terra a terra.  

2 comentários:

  1. Por aqui (no meu novo escritório) também se cumprimenta toda a gente, confesso que no inicio estranhava mas gosto mais assim!

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  2. Também gosto de dizer bom dia e boa tarde,gosto de olhar para as pessoas e apesar de não as conhecer, gosto de as reconhecer.

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