20 fevereiro 2014

Hoje, sou Ucraniana.

A Oksana é Ucraniana. Por vezes, fala-me do seu País. Aquele onde deixou a Mãe a cuidar do Filho agora adolescente e uma Filha agora adulta, já Mãe. Aquele País lá longe e frio que deixou para vir para Portugal, para lhes dar um futuro melhor. Não viu nascer o neto. Não esteve presente no dia em que o neto soprou a primeira vela do seu primeiro bolo de aniversário. Não viu o Pai morrer e voltou para o enterrar, destroçada de dor. Por vezes, a Oksana fala-me do seu País. Hoje, falou-me do País que deixou para procurar uma vida melhor, com os olhos rasos de lágrimas. Com o medo na voz pela incerteza do que irá acontecer ao Filho, à Mãe, à Filha, ao Neto. Não pude assobiar para o lado. Não posso assobiar para o lado. Ninguém deveria continuar a assobiar para o lado, fazendo de conta que isto é um revival da Guerra Fria e que, eventualmente, tudo voltará ao seu lugar. 

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