28 janeiro 2014

O curioso caso de Benjamin Button.

Gostei do filme. Já passaram uns anos e ainda me recordo plenamente dele. Ontem, ouvi algo que me levou de volta ao "Curioso caso de Benjamin Button": "para que quer um velho um Ferrari? Devia ser possível viver ao contrário, ter um Ferrari enquanto se é novo, trabalhar quando se é velho, para ter a sabedoria de o saber fazer. E claro, os reflexos para conduzir o Ferrari no auge da juventude". Fiquei a pensar nisso. Não sei bem ao certo o que me prendeu nessa conversa de café, que ouvi porque não sou surda, mas algo me fez não esquecer. Não aspiro a ter um Ferrari. Mas, gostava muito de um dia ter a sabedoria da minha Avó. Talvez se a conseguisse ter hoje, tudo fosse diferente. Mas "o caminho faz-se caminhando" e a sabedoria não se passa em meia dúzia de conversas, letras de livros e palestras. A sabedoria a que me refiro, claro, não é a dos livros e papéis onde passeio o cérebro grande parte do dia. Talvez só sejamos mesmo capazes de aprender com os erros. Ou nem assim. Talvez a experiência seja a condição indispensável. Não a dos outros ou a do meu laboratório, mas a experiência que dói no corpo e sobretudo na alma. Viver ao contrário seria uma paródia. Porque tenho para mim que, por muito que alguém muito mais velho não tenha os reflexos que eu tenho hoje, tenho a certeza que será muito mais capaz de aproveitar o carro que tem nas mãos. Sobretudo, porque muito provavelmente já aprendeu que o que importa não é o destino, mas sim a viagem. 

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