07 novembro 2013

O colo chegou pelo correio.

O colo da minha Mãe chegou hoje de manhã, numa grande caixa de cartão. Chegou enquanto eu me tentava calçar, ao mesmo tempo que tentava vestir o bibe à Francisca, que por sua vez chamava (gritava) pelo KikoNico (como se ele viesse ter com ela e dissesse"'bora pá Escola"), ouvir o que a Oksana estava a tentar dizer-me (qualquer coisa relacionado com uma notícia macabra lá do país dela, abanei a cabeça, funciona sempre) e raios parta a dor de dentes, desampara-me a loja.  O colo da minha Mãe chegou na forma de doce húngaro e croissants de que gosto, como eu gosto, como aqui não encontro. O colo da minha Mãe chegou com prendas para a Neta dentro da caixa de cartão, que chegou no meio da correria das minhas manhãs. O colo da minha Mãe chegou porque como ela diz, no seu ar frio e implacável de I told you so: "elas não matam, mas moem". Porque se calhar a minha Mãe percebeu que esta Mãe precisava de colo. E foi a maneira como conseguiu que chegasse até mim, nas doçuras das coisas de que também tenho saudades. 

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