Uma vez, em conversa, e digamos que a conversa já estava bem regada, houve quem me rotulasse como workaholic. Na altura e porque a conversa já estava etilizada, passou-me ao lado. Passado uns dias, aquela expressão voltou-me à cabeça. Workaholic. Eu gosto do que faço. Tenho dias em que me apetece mandar tudo às urtigas, como toda a gente creio e dedicar-me ao estudo da menopausa das focas, mas são poucos e muitas vezes fruto de cansaço e do facto de estar num País onde o que faço não tem grande relevo (o que compreendo e aceito, fiquei por escolha). Workaholic. Não acho que o Mundo vá implodir se não fizer tudo o que tinha programado para fazer. Sim, levo (quase) sempre trabalho para casa, aquele passível de fazer no meu computador. Sim, a Francisca costuma ser das últimas a vir para casa ao final do dia, mas não a deixo propriamente entregue aos lobos. Sim, quando tenho oportunidade, vou buscá-la mais cedo e vamos fazer qualquer coisa. Sim, raras são as vezes em que não dizemos juntas "até amanhã senhor sol" e até amanhã a todos os amiguinhos que lhe velam o sono, antes de pormos o ursinho a fazer ó-ó. Sim, muitas vezes tenho de me disciplinar e organizar para que o prato da balança da Mulher que sou se mantenha em equilíbrio. Sim, principalmente, muitas vezes, tenho medo de me estar a tornar na minha própria Mãe. Em especial nos dias em que chego a casa tão cansada que sonho com a hora de ir dormir, depois de a deitar e fazer o que tinha programado. Ou nos dias em que chego mais tarde que o normal e tem de ser tudo feito em modo fast forward. Nunca ninguém me explicou como se equilibram estes pratos da balança, porque a verdade é que a vida nestas merdas é bem mais dura com as Mulheres (ai córrore, ficaste a trabalhar até às 22h?!? E a tua Filha?!?). Não acho que haja uma fórmula matemática que me possa ajudar. Por isso e até ver, a coisa corre. Uns dias melhor, outros pior. O resultado é um sorriso fácil de arrancar. Dela. E meu.
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Nunca estamos equilibradas, ou melhor, nunca há um equilíbrio que "agrade" a todos! Temos que fazer da melhor forma que soubermos o equilíbrio os pratos da balança!
ResponderEliminarTens toda a razão quando dizes que nestas coisas a sociedade é bem mais dura com as mulheres... E por isso nem sempre consigo andar de consciência tranquila (apesar de nao me considerar workaolic, mas preciso de ganhar dinheiro e tenho horários a cumprir...
ResponderEliminarSeja como for, o nosso sorriso é a nossa melhor arma. E o sorriso deles a melhor recompensa.
tinha que ler este post, ate pq eu propria me considero workaholic, mas la esta pq gosto do que faco, mas tb nao me esqueco das prioridades. Ha vida la fora!
ResponderEliminarnao e nada facil manter o equilibrio entre o trabalho, familia, amigos, as nossas proprias coisas e hobbies, o nosso proprio tempo, especialmente quando nos queremos dedicar de igual forma a todos sem deixar nada para traz. mas enquanto gostares do que fazes faz sentido. se te sentires infeliz, ou que algo esta mal, entao e simples, algo tem que mudar :)