Todos os anos, o triste fado repete-se. Portugal arde, os meios disponíveis não chegam, as críticas e os dedos apontados são mais que muitos. Todos os anos, milhares de pessoas tentam apagar fogos de Norte a Sul. Por terra e pelo ar. Todos os anos, milhares de pessoas tentam ajudar a mitigar os efeitos devastadores do fogo, que em segundos destrói o que levou anos a criar. Ontem, uma bombeira de 24 anos morreu. Chamava-se Rita. Deixou uma Filha de 4 anos. Uma criança ficou orfã de Mãe, enquanto esta ajudava o próximo, num acto de coragem e de bom coração. Não sei muito bem que justiça é esta, que raio de coisa será essa do Destino que permite que uma Mulher, uma Mãe, morra enquanto tenta salvar vidas, bens, a terra que nem lhe pertence. Não sei que merda de ironia da Vida é essa, que deixa uma Filha sem Mãe, que merda de preço é esse a pagar pela a ajuda ao próximo. Resta-me pensar que todo o apoio possível será dado à família da Rita e que um dia a sua Filha saberá que a Mãe foi uma verdadeira heroína, uma Mulher de bom coração. Resta-me acreditar que todo o apoio possível é dado a quem vai de encontro às labaredas que transformam a terra numa réplica do que se julga ser o inferno, o ar irrespirável pelas cinzas, o céu negro de fumo. E acima de tudo, resta-me agradecer aos Homens e Mulheres de bom coração que se sacrificam em nome do amor ao próximo. A todos que tentam travar e por fim a este triste fado, obrigada.
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A tristeza maior (bem, não maior do que a morte desta Mãe e de outros heróis) é percebermos que não é o Sol o grande responsável por esta situação ano após ano, e sim o Ser (des)Humano, pelo que faz e pelo que não faz...
ResponderEliminarO meu mais sentido obrigada, também.
ResponderEliminarE a ti, Princesa, agradeço por tão bem transmitires aquilo que sinto hoje, também...
:(
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