Quando cresceres, não te vais lembrar das noites em que me acomodei ao horário dos teus medicamentos. Nem te vais recordar da maneira como aprendi a dar-tos sem ser preciso acordar o teu sono, mais agitado e choroso nestes dias. Quando cresceres, não te vais lembrar do que os meus olhos procuram nos teus olhos quando te sabem doente. Quando cresceres, felizmente, não te lembrarás de nada disto. Nem do que no fundo de mim guardo por te ouvir respirar e tossir na outra ponta da casa. Porque, apesar de todo o sangue frio, fica sempre escondido o medo. Aquele que se aprende a gerir e a guardar. E a calar, esperando que o silêncio imposto a certos medos os afaste de uma vez por todas. Quando cresceres, terás vagas memórias, se algumas, dos dias de sol por estes dias. E é tudo o que importa.
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Não se vai lembrar, mas vai ficar o sentimento de ser cuidada, e é mesmo isso que importa. Beijinhos
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ResponderEliminara forma como escreves é absolutamente deliciosa, encantadora...enche-me a alma... obrigada e as melhoras da mini.
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