Não sei canções infantis. Sei-lhes a melodia e invento uma letra. Também não sei músicas de embalar. Nunca soube. Quando a Francisca me cabia no antebraço, sentava-me na cadeira de baloiço e cantava-lhe a Clandestino, dos Deolinda. Ainda hoje a minha voz naquela melodia, trocando as estrofes por vezes, a tranquiliza. Ainda hoje, enquanto a febre cedia ao ataque de ibuprofeno, a Clandestino, baixinho, no ritmo certo, completamente desafinada, foram o bálsamo para se dizer adeus ao Senhor Sol, olá Dona Lua, boa noite Kiko Nico, não é preciso ser perfeito para se ser bonito, bondade Francisca, bondade. Boa noite Pako Nico. Boa noite Missy. Boa noite Mapi. Boa noite Pipo. "E arranhada pelas silvas, sei lá eu que desejei, não voltar nunca...". Pode não ser um lullaby... Mas é o nosso...
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Acho isso lindo. Durante muito tempo para a B. adormecer cantava-lhe o "encosta a tua cabecinha no meu ombro e chora", ou a "baby can I hold you" da Tracy Chapman, ou músicas dos Beatles. :) A nossa voz, o nosso carinho é que conta.
ResponderEliminarE é vosso lullaby que é importante para ela. A tua voz e o teu aconchego! :)
ResponderEliminarEu canto-lhe fados, na minha voz desafinada e quando me esqueço das letras invento... Acho que ele gosta que eu lhe cante desde bebé e eu nunca tive melhor voz ou fui mais afinada...
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