Estreia hoje uma nova adaptação à grande tela deste livro de Tolstoi. Denso, pesado, not so feel good kind of stuff, como Tolstoi sabia fazer viver. Vi a versão de 1948, com a Vivien Leigh, o meu fetiche no grande ecrã, a "minha" eterna Scarlett. A estória não muda, mesmo que se mudem os tempos, os actores, os efeitos, a fotografia, o guarda-roupa: uma mulher deixa tudo para trás por um suposto grande amor. Renega o marido, a quem diz desprezar e deixa-se ir, levada pelo ímpeto da paixão, na busca do nirvana da felicidade. Até aqui, absolutamente nada me choca. Acontece e a muito boa gente, que a condição Humano tem dessas coisas inexplicáveis. O que me remexe as entranhas é o deixar para trás um filho pequeno. Agita-me a alma, remexe-me as vísceras. As Mães são Mulheres muito antes de serem progenitoras. Mas uma vida às costas, pesa. Uma vida às costas que se gerou no ventre (ou no coração, é igual, não me lixem), não se encosta na porta dos fundos da memória. Acredito piamente que uma Mãe deixa um filho apenas e só quando não o pode criar, independentemente do motivo que leva a essa realidade. Admito que muitas crianças estarão melhor entregues ao Pai do que na guarda da Mãe, mas são casos mais complexos e rebuscados, que não são factor neste caso. Uma Mãe tem todo o direito e mais algum neste mundo a ser uma Mulher feliz, com o Pai do filho ou não. Uma Mulher infeliz não será a mesma Mãe que uma Mulher completa será para a sua cria. Mas uma Mãe não se pode dar ao luxo de esquecer um filho. Simplesmente, não pode. Ou talvez poder até possa, mas não deveria. Não sei se me sentarei em frente a um grande ecrã para reviver esse desconforto da alma. Sobretudo, choca-me o final, em que a redenção não chega, não apazigua, não leva a palmadinha nas costas. Nevertheless, uma estória que prende e que marca.
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Concordo perfeitamente! :)
ResponderEliminarNem mais!
ResponderEliminarTotalmente de acordo...